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Jugo desigual

Estou com problemas para escolher uma namorada. As garotas da igreja


não me interessam, ou porque não me sinto atraído por elas, ou porque acho
que elas não têm um bom comportamento.
As garotas que me chamam a atenção não são da igreja. Têm uma postura
muito correta, parecem cristãs, algumas até são de igrejas evangélicas. Não
tenho namorado com nenhuma delas porque sempre me dizem que não
devemos namorar com pessoa de outra fé. Qual o problema? O que devo
fazer?

Antes de responder, com um pouco mais de detalhes, à sua pergunta,


gostaria de lhe apresentar a orientação da Bíblia e de Ellen White sobre o
assunto. Ambos apresentam a vontade de Deus. Assim, você já vai saber
porque defendemos o casamento entre pessoas que tenham a mesma religião.
Em II Coríntios 6:14, Paulo diz: “Não vos ponhais em um jugo desigual com
os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a
iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” Em Amós 3:3 a Bíblia
deixa claro: “Andarão dois juntos, se não houver entre eles um acordo?” Já
Ellen White tem muitos conselhos sobre o assunto. Veja o que ela diz em
Patriarcas e Profetas, pág. 174: “... Entre o crente e o incrédulo há uma
diferença radical de gostos, inclinações e propósitos. Estão a servir dois
senhores, entre os quais não pode haver concórdia. Por mais puros e corretos
que sejam os princípios de um, a influência de um companheiro ou
companheira incrédula terá uma tendência para afastar de Deus.”
Você pode ver, apenas por estas poucas passagens, que a posição de
Deus é clara. Por que, então, ultimamente têm surgido tantas dúvidas sobre o
assunto, ou quase ninguém mais quer falar dele? Pesquisas entre jovens têm
demonstrado que muitos deles não se importariam em casar-se com uma
pessoa de formação religiosa diferente da sua. Na verdade, o clima de
ecumenismo que vai tomando conta da sociedade começa a passar a idéia de
que não importa a religião. Deus é um só. Sendo assim, qual o problema?
O ser humano se comporta, sempre, baseado em sua razão e em seus
impulsos, ou emoções. Lembre-se de que a religião é algo que depende de
uma atitude racional. Já o namoro mexe muito, mas muito mesmo, com os
sentimentos. Quando o namoro e a religião estão em pólos opostos, a disputa
ocorre entre a razão e a emoção. No momento de escolher entre sua fé e os
desejos de sua namorada, sempre aquilo que apela à paixão e às emoções vai
acabar sendo mais forte. O grande risco disso é, muitas vezes sem notar, ir
comprometendo seus valores espirituais. E, na verdade, é o que quase sempre
acontece. Por isso, Deus tem razão em Suas orientações.
E será que o casamento pode dar certo quando os dois têm religiões
diferentes? Eu lhe diria que o casamento, como relação, até pode ir
aparentemente bem. O que vai ser comprometido é a religião. Os problemas
com a vida religiosa é que vão acabar comprometendo ou o casamento ou a
salvação, e às vezes os dois. Compensa?
Ouço, entre os jovens, todo tipo de argumento e, talvez, alguns deles
estejam em sua mente ao fazer essa pergunta. Analise bem cada um deles, e
as perguntas que vão respondê-los:
• “Conheço namoros e casamentos que deram certo.” – Eles são a regra ou
a exceção?
• “Ele respeita minha religião.” – Só o respeito vai evitar os conflitos? E os
hábitos de vida?
• “Estou seguro da minha vida espiritual.” – Você tem certeza de que ela vai
resistir a tudo o que virá?
• “Foi Deus que dirigiu tudo.” – Será que Deus dirige alguma coisa que Ele
mesmo condenou?
• “Em minha igreja não tem nenhuma garota para namorar.” – Apenas isso é
motivo? Você já experimentou ir a outras igrejas ou aos grandes encontros da
igreja para encontrar alguém? Você tem orado sobre o assunto?
• “Ela é melhor do que as garotas da igreja.” – Será que você não está
ouvindo apenas a voz do sentimento? Será que você não está avaliando
apenas por um ângulo? Será que você não está avaliando apenas o momento?
• “Depois vou trazê-la para a igreja.” – Por que ela não aceita vir agora?
• “Não há problema só em namorar.” – Você não acha que o namoro é uma
das fases mais vulneráveis?
Acredito que existem ainda algumas razões mais que podem esclarecer o
assunto. Veja só:
Deus proíbe claramente esse tipo de relação. Será que Deus Se enganou
quando deu a orientação? Vale a pena decidir abertamente contra a vontade
de Deus? Como Deus pode abençoar aquilo que Ele mesmo proibiu?
A aparência, a educação, o bom emprego e a boa família dão estabilidade a
uma relação. É o equilíbrio espiritual, porém, que dá segurança.
Um namoro ou casamento com uma pessoa que tenha fé diferente sempre
rouba dos dois a plenitude da vida religiosa. Cada um vai a uma igreja, cada
um tem uma religião diferente, é difícil guardar o sábado. Enfim, chega o
desânimo. Ellen White confirma isso quando diz: “Alguns talvez tenham valor
de resistir a essas influências; em muitos casos, porém, sua fé fica
imperceptivelmente desarraigada, destruída afinal.” – Cartas a Jovens
Namorados, pág. 80.
Um casamento com jugo desigual vai abalar e comprometer a religião dos
filhos. Eles vão ter dificuldades para definir seus hábitos de vida, a guarda do
sábado, a assistência à igreja e outras questões mais.
A afinidade religiosa gera muitas outras afinidades que ajudam uma relação
a dar certo. Quando os dois têm a mesma religião, em princípio têm os
mesmos amigos, os mesmos valores, a mesma alimentação, os mesmos
objetivos, a mesma recreação. Isso faz grande diferença, para melhor, em um
casamento. Já a ausência dessa afinidade vai acabar trazendo problemas.
Acredito que já deu para entender tudo. Mas quero responder, ainda, sua
última pergunta: O que fazer? Não há dúvida, continue sendo fiel. Não abra
mão de seus princípios e das orientações de Deus. Não tenha vergonha de
assumir. Deus não vai deixar você desamparado.
Se um dia acontecer de encontrar alguém que lhe chame a atenção e não
seja de sua religião, tenha sempre a segurança de primeiro conquistá-la para
Cristo e depois, então, começar um namoro. Quando fala sobre essa questão,
Ellen White, de maneira muito firme, relembra: “Você tem um céu a ganhar e
um caminho aberto para a perdição a evitar. Quando Deus diz uma coisa, Ele
quer dizer isso mesmo.” – Só para Jovens, pág. 127. Seja sempre fiel. Deus
tem uma bênção para você.

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