Um homem rico cobrava dívidas de um aldeão pobre. O filho do aldeão enganou o homem rico fazendo comentários enigmáticos até que o homem prometeu perdoar as dívidas se ele explicasse. Mais tarde, o homem rico negou a promessa, mas o filho convenceu todos que uma mosca ouviu a promessa e poderia testemunhar.
Um homem rico cobrava dívidas de um aldeão pobre. O filho do aldeão enganou o homem rico fazendo comentários enigmáticos até que o homem prometeu perdoar as dívidas se ele explicasse. Mais tarde, o homem rico negou a promessa, mas o filho convenceu todos que uma mosca ouviu a promessa e poderia testemunhar.
Um homem rico cobrava dívidas de um aldeão pobre. O filho do aldeão enganou o homem rico fazendo comentários enigmáticos até que o homem prometeu perdoar as dívidas se ele explicasse. Mais tarde, o homem rico negou a promessa, mas o filho convenceu todos que uma mosca ouviu a promessa e poderia testemunhar.
muito rico emprestava dinheiro a todas as pessoas pobres da aldeia. A bondade, porém, transformava- se na cobrança de juros muito altos. Na aldeia, vivia um homem que, como já tinha muitas dívidas, recebeu a visita do credor, para ver se ele tinha alguns bens valiosos que pudessem cobrir o empréstimo. Ao chegar, só encontrou o filho mais novo do aldeão, que estava junto ao celeiro. - Os teus pais estão em casa? - Não. O meu pai foi cortar árvores vivas e plantar árvores mortas e a minha mãe foi vender o vento e comprar a lua! – respondeu o rapaz. O rico, que se achava muito esperto, não percebeu nada, e ficou furioso. Ameaçou o jovem, mas ele mantinha sempre a mesma resposta. Por fim, já cansado e muito curioso, o homem propôs: - Olha, se me explicares o que isso quer dizer, eu esqueço a dívida que os teus pais têm comigo. Isto é tão verdade como o céu e a terra serem as minhas testemunhas! - O céu e a terra não falam. Temos de arranjar um ser vivo para ser testemunha – disse o rapaz. O homem rico apontou para uma mosca que estava no aro da porta, e retorquiu: - Esta mosca será a nossa testemunha! Com as coisas resolvidas, o jovem explicou de imediato: - O meu pai foi cortar bambus, para fazer uma cerca, e a minha mãe foi vender leques, para comprar óleo para os nossos candeeiros! Agora não pode faltar à sua promessa! - És um rapaz muito esperto! – e o homem rico saiu, soltando estrondosas gargalhadas. Dias depois, regressou, e exigiu de novo o seu dinheiro. O jovem, ouvindo a conversa, disse: - Pai, não precisas de pagar. Ele fez uma promessa, e agora tem de a cumprir! - Eu nunca fiz tal promessa! É mentira! Tu és mentiroso! – disse o homem, zangado. Como nada se resolvia, o caso chegou ao conhecimento do proprietário das terras. O ricaço negava conhecer o rapaz, quanto mais ter-lhe feito uma promessa. Já o jovem jurava que ele a tinha feito. Por fim, o proprietário disse: - É a palavra de um contra a do outro! Não posso julgar, se não há nenhuma testemunha! - Havia uma testemunha. Uma mosca ouviu tudo! – indicou o rapaz. - Uma mosca? Estás a gozar comigo? – questionou o proprietário, num tom irritado. - Não, senhor, não estou! Estava lá uma mosca, grande e gorda, que pousou no nariz deste senhor! - És um mentiroso! – berrou o homem rico. – A mosca não estava no meu nariz, mas sim no aro da porta! Nesse momento, o proprietário das terras ficou pasmado, a olhar para aquele homem. A afirmação dele acabou por denunciá-lo. Estava confirmada a promessa. - No nariz ou no aro da porta, que diferença faz? O senhor fez a promessa, e assim a dívida está paga! – gracejou o jovem, contente com a situação. A dívida foi esquecida e o homem rico compreendeu que “a mentira tem perna curta”! “Nosso Amiguinho” Rosa-Dos-Ventos, maio, 2020, Ano 52, Nº 569, Santa Casa da Misericórdia do Porto, CPAC, Edições Braille.