1) Fiona nadava na piscina da pousada que ela e o namorado Jake possuem na França.
2) Anteriormente, Fiona sonhava em ser nadadora profissional, mas uma lesão impediu essa carreira.
3) Agora, Fiona começou a dar aulas de natação para hóspedes na pousada, encontrando felicidade ao ajudar outros na piscina.
1) Fiona nadava na piscina da pousada que ela e o namorado Jake possuem na França.
2) Anteriormente, Fiona sonhava em ser nadadora profissional, mas uma lesão impediu essa carreira.
3) Agora, Fiona começou a dar aulas de natação para hóspedes na pousada, encontrando felicidade ao ajudar outros na piscina.
1) Fiona nadava na piscina da pousada que ela e o namorado Jake possuem na França.
2) Anteriormente, Fiona sonhava em ser nadadora profissional, mas uma lesão impediu essa carreira.
3) Agora, Fiona começou a dar aulas de natação para hóspedes na pousada, encontrando felicidade ao ajudar outros na piscina.
calor do sol na pele nua. Olhou furtivamente para a casa. Eles não tardariam a chegar, pensou, sentindo os músculos retesarem-se outra vez. Ajustando o fato de banho bem ao corpo, Fiona fez um totó alto com o cabelo e atou-o com uma fita antes de mergulhar na piscina exterior. Diamantes de gotículas de água saltavam para o ar enquanto os seus braços e pernas deslizavam sobre a água. O céu de cobalto lá em cima era como uma imagem de espelho quando pássaros levantavam voo antes de mergulhar, com a graciosidade de campeões de natação. Completada a primeira braçada, Fiona saiu para respirar, agarrando-se com uma mão aos ladrilhos quentes dos bordos da piscina. Ao olhar de novo para a casa, um vulto em movimento chamou-lhe a atenção. O brilho intenso do sol fê-la piscar os olhos, distorcendo-lhe a visão. Era o namorado, Jake, nada mais. Fiona respirou fundo e partiu para nova braçada, envolta em ondas de calma. Mudarem-se para França em busca do sonho do Jake de se estabelecer como dono de uma pousada de férias com dormida e pequeno-almoço tinha sido arriscado. O sonho de Fiona era ser nadadora de competição, mas fora-lhe extorquido por uma lesão nas pernas. Julgara-se predestinada para medalhas, mas os médicos diziam que sim, ela ia poder voltar a nadar, porém as probabilidades de competir eram nulas. Isso decidiu as coisas por ela: já que não podiam investir no seu sonho, investiriam no sonho de Jake, malgrado o desacordo dos pais dela. “Quase nunca te vamos ver, Fiona. A França é longe daqui. Vais fazer uma asneira”, tinham avisado. “Fica a uma viagem de barco e de carro. A comida é deliciosa e está sempre sol. A casa nova é linda; até tem piscina”, replicara ela. A mãe parecia inconsolável. Natação. Competição. Medalhas. Devia ter sido esse o futuro. Segura aos bordos da piscina. Fiona pegou no relógio. Eram duas da tarde. Os hóspedes chegavam sempre atrasados; mas estavam no seu direito. Afinal, estavam de férias. Tinham demorado a adaptar-se ao novo estilo de vida quando chegaram a França há três anos. “Não te preocupes, amor”, dizia Jake quando Fiona se enervava com as reservas, o pequeno- almoço ou a lavandaria. Jake era uma daquelas pessoas que nunca se preocupam. Simplesmente tratava das coisas, dando as boas-vindas aos hóspedes em conversa animada, pondo-os à vontade. Os olhos brilhavam-lhe de excitação sempre que recebiam uma reserva. Também tinham transformado o celeiro num estádio de ioga e pilates. “Um extra para oferecer aos hóspedes”, entusiasmara-se Jake. Desta vez foram os olhos dela que a ideia fez brilhar. Um dia perguntaram a Fiona se oferecia lições de natação. Hesitou, depois murmurou: “Para o ano, talvez.” Era cedo demais, disse para consigo, com uma ponta de amargura. “Vá lá, amor. Sei que dói – o que podia ter sido. Mas se calhar, ajudando os outros ajudas-te a ti também”, disse Jake. “Vou pensar.” Não sabia se estava preparada. Mais tarde mudou de ideias. Um dia um hóspede chamou da borda da piscina: “Não confio muito em mim dentro de água.” “Tome, utilize boias no início”, recomendou Fiona. “Pronto. É só relaxar e deixar-se ir. Mexa as pernas com energia. Vê? Está a nadar.” Sorria, com o rosto radiante de felicidade. “Estou mesmo! Estou a nadar!”, exclamou a hóspede salpicando tudo em redor. Fiona ergueu-se para fora da piscina, sorrindo ao recordar a cena. Enquanto se secava com uma toalha, ouviu um carro a subir a entrada. Jake acenou-lhe. Enfiou à pressa o vestido de verão por cima dos ombros e do fato de banho e correu para cumprimentar quem chegava. Um casal idoso desceu do carro e Fiona abraçou cada um por sua vez. “Mãezinha, paizinho, estou tão contente por estarem aqui”, exclamou. Enquanto Jake e Fiona lhes mostravam toda a casa e a pousada, assentiram com a cabeça um para o outro, impressionados com tudo aquilo. A mãe apertou-lhes a mão e levou-a à parte. “Orgulhamo-nos tanto de ti, Fiona”, afirmou. Sei que vos podíamos ter apoiado mais, mas é que ficamos preocupados contigo. Ver-vos felizes, a ti e ao Jake, faz-nos felizes também.” O coração de Fiona encheu-se de alegria. Tinha demorado a perceber, mas agora sabia que não precisava de medalhas para se sentir uma vencedora. Bastava-lhe a riqueza que já lhe enchia a vida. Lisa Allen (Tradução de Ana Maria Fontes) Rosa-dos-Ventos, março, 2018, Ano 50, Nº 545, Santa Casa da Misericórdia do Porto, CPAC, Edições Braille.