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Ciclo do Cobre

Bertolotto, K.; Gomes, T.; Oliveira, R.; Silva, R.

Química

Química

Professora2022/2023

Filomena Gamenhas

28 de novembro de 2022

2022/2023

12ºC | 12ºE

28de novembro de 2022

12ºC | 12ºE
Objetivo do Trabalho 3

Introdução Teórica 3

Protocolo Experimental 4

Materiais 4

Reagentes 5

Procedimento Experimental 5

Registo de Resultados 7

Tratamento de Resultados 11

Conclusão 12

Referências 13

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Objetivo do Trabalho

O ciclo do cobre é uma sequência de reações sucessivas que permitem recuperar


o metal inicial, Cu(s). O objetivo deste trabalho é compreender e interpretar os conjuntos
de processos químicos e físicos aplicados para reciclar um metal previamente já usado,
neste caso o cobre, e veri car também se é possível obter um rendimento de 100% o
que signi ca que não houve perdas de produto e se a dissolução do zinco foi completa.

Introdução Teórica

O cobre é um elemento químico da tabela periódica de símbolo Cu ,  apresenta


número atómico 29. Classi cado como um metal de transição, pertence ao grupo 11 e ao
4º período. É um dos metais mais importantes industrialmente, de coloração
avermelhada, dúctil, maleável e bom condutor de eletricidade (DANTAS, M. RAMALHO,
M, 2022). 

Em solução aquosa apresenta-se normalmente como Cu(H2O)2+ (embora


também forme catiões monopositivos) e tem uma cor azul-cobalto característica. O óxido
de cobre (II), formado quando o cobre é aquecido em presença de oxigénio, tem cor
negra. 

Tal como os outros metais, o cobre apresenta uma baixa energia de ionização,
logo um elevado poder redutor.  Atualmente é utilizado essencialmente para a produção
de materiais condutores de eletricidade, como os e cabos, e em ligas metálicas, como
latão e bronze (DANTAS, M. RAMALHO, M, 2022). 

O ciclo de cobre é um conjunto de reações que começam numa liga de cobre para
formar cobre puro, que possa ser utilizado novamente. É por isso um processo de
reciclagem de cobre. As reações observadas durante o ciclo do cobre são: 

• 1ª parte- Produção do óxido de cobre

A. Cu(s) + 4HNO3(aq) → Cu(NO3)2(aq) + 2H2O(l ) + 2NO2(g)

B. Cu(NO3)2(aq) + 2NaOH(aq) → Cu(OH )2(s) + Na NO3(g)

C. Cu(OH )2 → CuO(s) + H2O(l ), por aquecimento

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• 2ª parte- Recuperação do cobre

D. CuO(s) + H2 SO4(aq) → CuSO4(aq) + H2O(l )

E. CuSO4(aq) + Zn(s) → Cu(s) + ZnSO4(aq)


- Equação global:
Cu(s) + 4HNO3(aq) + 2NaOH(aq) + H2 SO4(aq) + Zn(s) → 2NO2(g) + 2Na NO3(aq) + Cu(s) + ZnSO4(aq) + 4H2O(l )

As reações são do tipo redox, e também do tipo ácido-base e de precipitação,


assim sendo, as reações A e E são de oxidação – redução; a reação D é reação ácido
base, a reação B é uma reação de precipitação e a reação C é uma reação de
composição por calor. Todas as reações são exotérmicas, ou seja, transferem energia
para o ambiente ao exterior sob a forma de calor (DANTAS, M. RAMALHO, M, 2020). 

A grande vantagem da reciclagem de metais é evitar as despesas da fase de


redução do minério a metal. Regra geral, todos os materiais metálicos usados podem ser
recuperados e novamente fundidos, a reciclagem dos metais a partir de objetos usados
contribui fortemente para a poupança de recursos naturais (minérios) e permite grande
redução de gastos energéticos (DANTAS, M. RAMALHO, M, 2022). 

Protocolo Experimental

Materiais
• Balança analítica;
• Pipeta graduada de 5ml;

• Placa de aquecimento;

• Pipeta graduada de 10ml;

• 2 varetas de vidro;

• Pipeta graduada de 20ml;

• Proveta de 200ml;

• Pompete;

• Proveta de 50ml;
• Pinça;

• 4 papéis de ltro;
• Espátula;

• 4 copos de precipitação de 250ml;


• Luvas de borracha;

• Vidro de relógio;
• Óculos de segurança.


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Reagentes
• Água desionizada;
• Zinco em pó;

• Ácido nítrico* 16,0 mol dm −3;


• Solução de hidróxido de sódio* 3,0 mol
dm −3;

• Ácido sulfúrico* 6,0 mol dm −3;

• Acetona†;

• Ácido clorídrico* diluído;

• Álcool†.

• Fio de cobre;

Procedimento Experimental

Ponto de partida: cobre metálico, Cu(s)

1. Cortar um pedaço de um o de cobre, com uma massa aproximadamente igual a


0,30g.

2. Se o o não estiver bem limpo e brilhante, mergulhá-lo numa solução de ácido


clorídrico, lavá-lo com álcool e secá-lo com papel de ltro.

3. Pesar a amostra de cobre, até ao centigrama, e registar o valor lido na balança.

4. Enrolar o o e colocá-lo no fundo de um copo de precipitação de 250ml

Reação A: de Cu(s) a Cu(NO3)2(aq)

1. Com o auxílio de uma pipeta e da respetiva pompete, adicionar 4ml de ácido


nítrico concentrado ao o de cobre e agitar suavemente até dissolução completa.
Esta operação deverá ser realizada na hotte.

2. Registar as alterações observadas.

3. Medir 100ml de água desionizada com a proveta e adicionar à solução anterior.

Reação B: de Cu(NO3)2(aq) a Cu(OH )2(s)

1. Medir 30ml de solução aquosa de hidróxido de sódio com a proveta de 50ml e


adicionar à solução, agitando sempre com uma vareta de vidro, para provocar a
precipitação do hidróxido de cobre (II).

* Substância corrosiva
† Substância in amável
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2. Registar o que se observa.

Reação C: de Cu(OH )2(s) a CuO(s)

1. Colocar o copo de precipitação sobre a placa de aquecimento. Aquecer a solução


quase até à ebulição, agitando sempre para uniformizar o aquecimento da
solução.

2. Retirar o copo de precipitação da placa de aquecimento quando a reação estiver


completa, isto é, quando se formar óxido de cobre (II), que é negro.

3. Continuar a agitar coma a vareta de vidro por mais dois ou três minutos.

4. Deixar repousar o óxido de cobre (II) e decantar cuidadosamente o líquido,


evitando as perdas de sólido.

5. Medir 200ml de água com a proveta e adicionar ao resíduo obtido em 4.

6. Agitar e decantar novamente.

Reação D: de CuO(s) a CuSO4(aq)

1. Medir 15ml de ácido sulfúrico com uma pipeta graduada e respetiva pompete.

2. Adicionar o ácido com a ajuda da pipeta e respetiva pompete, agitando enquanto


a adição do ácido se processa.

3. Registar as alterações observadas.

Reação E: de CuSO4(aq) a Cu(s)

1. Na hotte, adicionar de uma só vez 1,30g de zinco em pó, agitando até que o
líquido sobrenadante que incolor.

2. Registar as alterações observadas.

3. Decantar o liquido sobrenadante e despejar no recipiente apropriado para recolha


de resíduos.

4. Se ainda houver zinco por reagir, adicionar, com o auxilio da pipeta e respetiva
pompete, 10ml de ácido clorídrico e aquecer ligeiramente.

5. Quando deixar de se libertar gás, decantar o líquido.

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6. Lavar com cerca de 10ml de água desionizada, deixar repousar e decantar o
líquido.

7. Repetir esta operação mais duas vezes.

8. Transferir o cobre, com a ajuda de uma espátula ou de uma pinça, para um vidro
de relógio.

9. Lavar com acetona e secar na estufa.

10. Transferir o cobre seco para um copo previamente pesado e medir a massa do
conjunto (copo mais cobre) até ao centigrama.

11. Determinar a massa de cobre obtido.

Registo de Resultados

Incerteza da medição com a Massa inicial de cobre Massa nal de cobre


balança / g metálico / g metálico / g

± 0,01 0,32 0,36

mcopo = 13,87g mcopo+cobre = 13,51g

mf (Cu) = mcopo − mcopo+cobre

< = > mf (Cu) = 13,87 − 13,51 = 0,36g

Reações Observações

Reação A Quando adicionado ácido nítrico concentrado,


HNO3, ao cobre metálico este oxida-se
Cu(s) + 4HNO3(a q) → Cu(NO3)2(a q) + 2H2O(l ) + 2NO2(g) libertando vapores de cor acastanhada e

causa uma certa efervescência. O gobelé ca


castanho, mas após a dissolução, a solução
cou com um tom azulado perdendo a cor
acastanhada

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Reações Observações

Reação B A solução ca com uma tonalidade azul mais


forte após adicionados hidróxido de sódio,
Cu(NO3)2(a q) + 2NaOH(a q) → Cu(OH )2(s) + Na NO3(g) (NaOH). Nesta reação houve a formação de
um precipitado de hidróxido de cobre,
Cu(OH )2 de cor azul.
Reação C Submetendo a solução a aquecimento está

Cu(OH )2 → CuO(s) + H2O(l ) passado alguns minutos cou com uma cor
escura, sendo que o Hidróxido de cobre,
Cu(OH )2, decompõem-se originado oxido de
cobre, CuO, e água.
Reação D O óxido de cobre,CuO, reage com o ácido
CuO(s) + H2 SO4(a q) → CuSO4(a q) + H2O(l ) sulfúrico, H SO , originado um sal, sulfato de
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cobre,CuSO4, voltando a solução a ser azul (a


cor do cobre em iões)
Reação E Adicionamos zinco. O elemento cobre da

CuSO4(a q) + Z n(s) → Cu(s) + Z nSO4(a q) espécie CuSO4 reduz-se a cobre metálico


que após algum tempo pousa no fundo do
gobelé.

Reação A: Cu(s) + 4HNO3(aq) → Cu(NO3)2(aq) + 2H2O(l ) + 2NO2(g)

Fig. 1 - Fio de cobre com uma Fig. 2 - Adição de 4m l de ácido Fig. 3 - Libertação de vapores
massa aproximadamente igual a nítrico concentrado ao o de castanhos devido à oxidação do
0,32g cobre cobre metálico

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Fig. 4 - Dissolução completa do Fig. 5 - Junção de 100m l de


o de cobre originando um água desionizada à solução de
líquido azulado, C u(NO3)2 C u(NO3)2

Reação B: Cu(NO3)2(aq) + 2NaOH(aq) → Cu(OH )2(s) + Na NO3(g)

Fig. 6 - Adição de 30m l de Fig. 7 - Formação do precipitado


solução aquosa de NaOH, hidróxido de cobre (II), provocado
agitando sempre com uma pela agitação contínua da
vareta solução

Reação C: Cu(OH )2 → CuO(s) + H2O(l ), por aquecimento

Fig. 8 - Colocação do copo de Fig. 9 - Formação do óxido de


precipitação sobre a placa de cobre (II) repousado no fundo do 9
aquecimento, aquecendo a solução copo de precipitação
quase até à ebulição, agitando-a
sempre
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Fig. 10 - Decantação do líquido Fig. 11 - Adição de 200m l de
em excesso na Fig.9 água desionizada e decantar
novamente

Reação D: CuO(s) + H2 SO4(aq) → CuSO4(aq) + H2O(l )

Fig. 12 - Adição de 15m l de Fig. 13 - Formação da solução


ácido sulfúrico, agitando sempre aquosa de C u SO4
com uma vareta

Reação E: CuSO4(aq) + Zn(s) → Cu(s) + ZnSO4(aq)

Fig. 14 - Medição de 1,30g de Fig. 15 - Formação do Fig. 16 - Extração do cobre para


precipitado de cobre após a um vidro de relógio mergulhado
zinco em pó
introdução do zinco na solução
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em acetona 10
Tratamento de Resultados

Reação A: Cu(s) + 4HNO3(aq) → Cu(NO3)2(aq) + 2H2O(l ) + 2NO2(g)

Podemos considerar esta reação como sendo oxidação-redução (redox), pois há


alteração dos números de oxidação dos reagentes para os produtos (DANTAS, M.
RAMALHO, M, 2020).

Reação B: Cu(NO3)2(aq) + 2NaOH(aq) → Cu(OH )2(s) + Na NO3(g)

Esta reação é de precipitação, pois pode-se observar o aparecimento de um


precipitado sólido. Não pode ser considerada de redox pois os números de oxidação não
variam dos reagentes para os produtos (DANTAS, M. RAMALHO, M, 2020).

Reação C: Cu(OH )2 → CuO(s) + H2O(l ), por aquecimento

Esta reação não pode ser considerada redox, pois não há alteração dos números
de oxidação das espécies, mas pode se considerada uma reação de decomposição por
calor, sendo exotérmica (DANTAS, M. RAMALHO, M, 2020).

Reação D: CuO(s) + H2 SO4(aq) → CuSO4(aq) + H2O(l )

Esta reação não é de redox, pois os números de oxidação permanecem iguais dos
reagentes para os produtos, sendo assim uma reação ácido-base pois há formação de
água e nos reagentes está presente um ácido forte (H2 SO4) o que faz com que a reação
só se dê no sentido direto (DANTAS, M. RAMALHO, M, 2020).

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Reação E: CuSO4(aq) + Zn(s) → Cu(s) + ZnSO4(aq)

Esta reação é de redox pois o número de oxidação de Cu passa de +2 para 0 e o


número de oxidação do Zn passa de 0 para +2, ou seja, há variação dos números de
oxidação (DANTAS, M. RAMALHO, M, 2020).

• Rendimento nal do ciclo de cobre:

mf Cu 0,36
η= × 100 % = × 100 % = 112,5 %
miCu 0,32

Conclusão

O rendimento obtido foi de 112,5%. Este valor está acima do que era previsto pois
o zinco reagiu com o cobre que existia e como estava em excesso sobrou e para deixar
de haver zinco sólido tinha de se adicionar ácido clorídrico o que não foi feito. Podem
também ter ocorrido erros nas medições de massas devido á má calibração das
balanças ou erros acidentais.

Ao longo do procedimento veri cou-se mudanças de cor nas soluções. Essas


alterações provêm das reacções observadas. Quando o cobre reagiu com o ácido nítrico
(oxidando-se) a sua tonalidade mudou para verde libertando o gás NO2. No momento em
que cou totalmente oxidado, a sua cor mudou para azul. Na altura em que ocorreu u
aquecimento, surgiu um precipitado de óxido de cobre (II), de cor negra, e um líquido
incolor. Quando se juntou ácido clorídrico ao precipitado, o cobre foi novamente
dissolvido e voltou à cor azul. Já o líquido adquiriu uma cor acastanhada.

No procedimento não foi preciso fazer a lavagem do cobre, pois já tinha sido
previamente lavado. As reacções observadas ao longo do ciclo de cobre são:

Reação A: Cu(s) + 4HNO3(aq) → Cu(NO3)2(aq) + 2H2O(l ) + 2NO2(g)

O Cu é oxidado pelo ácido nítrico, libertando-se óxido de azoto (II), de cor acastanhada.

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Reação B: Cu(NO3)2(aq) + 2NaOH(aq) → Cu(OH )2(s) + Na NO3(g)

A esta solução é adicionado hidróxido de sódio que causa a precipitação do cobre, como
hidróxido de cobre (II).

Reação C: Cu(OH )2 → CuO(s) + H2O(l ), por aquecimento

Este precipitado, quando aquecido, na presença de oxigénio, decompõem-se originando


óxido de cobre (II).

Reação D: CuO(s) + H2 SO4(aq) → CuSO4(aq) + H2O(l )

Ao óxido de cobre (II) é depois adicionado ácido sulfúrico, dissolvendo-se o óxido de


cobre (II) e formando-se sulfato de cobre, numa reacção ácido-base (DANTAS, M.
RAMALHO, M, 2020).

Reação E: CuSO4(aq) + Zn(s) → Cu(s) + ZnSO4(aq)

O sulfato de cobre é posteriormente reduzido pelo Zn , que tem maior poder redutor,
numa reação redox (DANTAS, M. RAMALHO, M, 2022).

Referências

1. DANTAS, M. RAMALHO, M. Novo Jogo de Partículas 11, 1ª ed. Texto Editores, 2020

2. DANTAS, M. RAMALHO, M. Novo Jogo de Partículas 12, 1º ed. Texto Editores, 2022

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