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org
2013
Título da Publicação
Autores
Inês Cristina Martins Galina
Saly Takeshita
Ariel de Andrade
Ivaldo Pontes Jankowsky
Julianne Oliveira Sbeghen Lima
Natalie Ferreira de Almeida
Winter Erik de Oliveira
Instituições Participantes
ANPM – Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira
ESALQ/USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz / Universidade de São Paulo
XYLEMA Serviços e Comércio de Equipamentos para Ind. da Madeira Ltda
Suporte Financeiro
ITTO – International Tropical Timber Organization
É PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Nenhuma parte dessa obra poderá ser reproduzida, total ou parcialmente, sem a permissão por escrito da ANPM, a partir
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de qualquer meio: FOTOCÓPIA, FOTOGRÁFICO, SCANNER e etc. Tampouco poderá ser copiada ou transcrita, nem mesmo
transmitida a p a r t i r de meios eletrônicos ou gravações. Os infratores serão punidos conforme Lei 9.610, de 19 de
Fevereiro de 1998.
APRESENTAÇÃO
O projeto PIMADS foi desenvolvido com o objetivo geral de contribuir para o uso
sustentável dos recursos florestais e também aumentar a eficiência na sua utilização
desde a floresta até seu produto final.
Espera-se que o projeto consista em uma ferramenta eficiente para contribuir com o
crescimento e desenvolvimento de todos os setores relacionados a piso de madeira.
A presente publicação técnica consiste em uma das ações do projeto PIMADS com o
objetivo de contribuir com a melhor capacitação e aperfeiçoamento técnico dos
profissionais que trabalham com produtos de madeira.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
5.4. Instalação............................................................................................................ 26
8. CONSIDERAÇÕES GERAIS..................................................................................... 48
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1. INTRODUÇÃO
1
2. CARACTERÍSTICAS DA MADEIRA E SUAS REAÇÕES
2
2.1. Estrutura anatômica e composição química
Para que a árvore possa retirar os nutrientes do solo e desloca-los até a copa,
onde ocorre a fotossíntese, é necessária a presença da água; conhecida como seiva.
Assim, quando é feita a colheita florestal, e a árvore é transformada em madeira, essa
madeira vai estar totalmente saturada de água.
Na madeira recém cortada (ou verde), todas as fibras vão estar saturadas em
água. A água contida no espaço interno das fibras (lumes) é definida como água
capilar, enquanto que a água contida na parede das fibras é denominada de água
higroscópica.
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ÁGUA CAPILAR
ÁGUA
HIGROSCÓPICA
Figura 2. Ilustrando o tipo e a localização da água na madeira.
mH O
U = m MADEIRA
2
SECA
UMIDADE BASE SECA
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verificando-se o fenômeno inverso (retração) quando a madeira perde umidade para o
ar.
Esse inconveniente é agravado
pela anisotropia da madeira, ilustrado na
Figura 3. Devido a posição das fibras, a
madeira reage de forma diferente nas
suas três direções estruturais, ou seja,
longitudinal (no mesmo sentido do
comprimento das fibras), tangencial
(sentido que tangencia as camadas
circulares de crescimento) e radial
(sentido dos raios da madeira,
perpendicular ao sentido tangencial). Figura 3. Direções estruturais da madeira
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Tanto os usuários como as indústrias de manufaturados têm demonstrado
preocupação com a crescente exigência de qualidade do produto e a necessidade de
certificação quanto aos padrões de qualidade.
De acordo com conceito generalizado na literatura, são quatro os principais
atributos de qualidade da madeira seca:
mínimo de variação no teor de umidade, tanto dentro da peça com entre peças e;
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ou a massa específica da madeira possa ser um importante fator diferenciando as
diversas espécies de madeiras, isso não ocorre em relação a resistência elétrica.
Atualmente é comprovado que a conhecida escala de classificação existente nos
medidores mais antigos, em madeiras leves, médias e pesadas, não é a mais
apropriada.
Uma vez que o material madeira é isolante, a passagem da corrente elétrica pela
madeira irá depender mais da água contida no material (umidade) e da presença de
íons (composição química) do que da espessura da parede da fibra ou quantidade de
madeira (massa específica) propriamente dita.
Os equipamentos de geração mais recente, que contam com o recurso de
microprocessadores, podem incorporar múltiplas curvas de calibração; as quais são
definidas e indicadas de acordo com a similaridade na composição química das
diferentes espécies de madeiras, fator que aumenta significativamente a precisão
desses instrumentos.
Para aumentar a precisão na medição da umidade quando a madeira está muito
seca alguns equipamentos dividem automaticamente a amplitude de variação da
resistência elétrica em faixas e amplificam, dentro de cada faixa, o sinal recebido pelo
aparelho. Adicionalmente, esse recurso também permite estabelecer curvas de
calibração, a partir de resultados experimentais, aumentando a precisão das medições
tanto para madeira seca ou úmida.
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3. TIPOS DE PISOS DE MADEIRA
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geralmente apresenta espessuras entre 02 e 05mm. A base deste piso é constituída de
peças de madeira maciças unidas lateralmente. As espessuras são variáveis sendo as
mais comuns de 11, 15 e 19mm.
Piso laminado: São painéis de fibras ou partículas de madeira reconstituída, como MDF
(painel de fibras de média densidade), HDF (painel de fibras de alta densidade) e MDP
(painel de partículas de média densidade). Os painéis são revestidos por uma camada
de papel impregnado com resina melamínica, que proporciona variados padrões
decorativos inclusive imitando a madeira natural.
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A escolha da espécie deve ser em função de propriedades físicas e mecânicas,
como apresentado abaixo.
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Um dos índices para seleção de espécies é denominado de relação T/R, que é
a relação entre os valores máximos de retração nos sentidos tangencial (T) e radial (R).
Como a variação tangencial sempre é superior à variação radial, o índice T/R sempre
será um número maior que 1,0.
No sentido prático, espécies ou tipos de madeiras cujo índice T/R é inferior a 1,5
significa que são madeiras mais homogêneas quanto à variação dimensional, e que
tenderão a apresentar deformações pequenas em resposta à variação sazonal no teor
de umidade da madeira.
Por outro lado, espécies com índice T/R superiores a 2,5 são madeiras que
tenderão a apresentar deformações comparativamente maiores em função das
mudanças climáticas ao longo do ano.
A Tabela abaixo apresenta as espécies de madeira mais comuns que são
utilizadas na fabricação de pisos de madeira maciça e suas propriedades físico-
mecânicas.
Existem no mercado outras espécies que estão sendo utilizadas para pisos.
Essas espécies menos comuns geralmente apresentam propriedades físico-mecânicas
inferiores em relação às espécies mais tradicionais ou sua ocorrência na floresta é
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baixa. Do ponto de vista ecológico e atendendo os princípios da sustentabilidade, é
interessante a utilização de maior diversidade de espécies para pisos, pois diminui a
pressão da exploração florestal em poucas espécies e proporciona mais eficiência ao
manejo florestal.
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4. CONTRAPISO (CUIDADOS E IMPERMEABILIZAÇÃO)
A classificação dos contrapisos está relacionada com sua interação com a base,
destacando dois tipos:
a) Contrapiso aderido: apresenta aderência total com a base. Neste caso o contrapiso
pode ter pequenas espessuras (30 – 40mm), pois trabalha em conjunto com a base.
b) Contrapiso flutuante: caracteriza-se pela presença de camada (s) intermediária (s)
de isolamento ou impermeáveis, entre a camada de contrapiso e a base, impedindo
totalmente a sua aderência. Neste caso, a espessura mínima da camada de contrapiso
é de 50mm.
O contrapiso pode ser construído tanto em um piso térreo como em um piso
superior.
O piso térreo é aquele que está em contato com o solo, portanto o contrapiso
está mais sujeito à absorção de umidade do solo do terreno. Já o piso superior é aquele
que não tem contato com o solo, como as lajes. Sendo assim, a construção do
contrapiso tem que ser realizada de acordo com o tipo de piso e suas peculiaridades.
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4.2. Construção do contrapiso
⇢ O contrapiso deverá ser mantido sem o trânsito de pessoas e equipamentos até que
se complete a cura, para preservar a sua regularidade superficial, e integridade;
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⇢ estar limpo, sem qualquer quantidade de pó ou outro tipo de sujeira (p/ pisos
colados);
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Contrapiso arenoso: é o contrapiso com a quantidade de areia em relação ao cimento
maior que o recomendado ou com hidratação ou homogeneização da massa
insuficientes. Neste caso o contrapiso fica “fraco”, podendo ocorrer deformações ou
esfarelamento com a aplicação de cargas pontuais.
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Grandes depressões/buracos: No caso de depressões pontuais e buracos com
profundidade superior a 3mm, e largura/diâmetro maior que a largura da peça de
madeira recomenda-se refazer o contrapiso. Para buracos de pequenas dimensões é
possível o preenchimento com produtos específicos, disponíveis no mercado.
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percentuais de água. Recomenda-se a utilização de métodos quantitativos que
fornecem resultados numéricos reais.
Organizações internacionais como ASTM – American Society for Testing
Material, BSI – British Standarts Institution e NCF – Nordic Concrete Federation
normalizaram métodos para avaliar as condições de umidade do piso de concreto. A
finalidade é determinar se o piso está em teor de umidade adequado para receber o
revestimento.
As seguintes recomendações deverão ser seguidas pelos projetistas e
responsáveis pela construção do piso de cimento, antes da instalação do revestimento
de madeira.
Geralmente o contrapiso deve estar com umidade máxima de 3,5% (valor para o
teste gravimétrico) para o recebimento de pisos de madeira.
Entretanto existem produtos impermeabilizantes que permitem a instalação do
piso de madeira sobre contrapisos com maior umidade, neste caso é muito importante
a obtenção de garantia por parte do fabricante do produto.
Os principais testes práticos são utilizados para a avaliação da resistência do
contrapiso, da aderência e da umidade.
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Existem duas formas comuns para checar a resistência do contrapiso, utilizando-se
prego ou escova de aço.
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É importante frisar que a madeira é um material sensível a umidade, e assim
deve ser instalada sobre uma base (contrapiso) que apresente as condições ideais
para receber este tipo de revestimento. Para que o contrapiso ofereça essas
condições, os materiais e serviços a serem empregados durante a construção do
contrapiso deverão satisfazer as exigências das normas vigentes.
4.5. Impermeabilização
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O projeto de impermeabilização deverá ser desenvolvido conjuntamente com os
projetos gerais e setoriais de modo a serem previstas as correspondentes
especificações em termos de dimensões, cargas e detalhes conforme norma técnica.
Portanto a impermeabilização na construção civil deverá estar de acordo com as
normas NBR 9575 e NBR 9574 que tratam do projeto e execução da
impermeabilização.
É importante ressaltar que a impermeabilização adequada do contrapiso para o
recebimento de piso de madeira é de responsabilidade dos profissionais executores da
obra.
Existem dois tipos de impermeabilização, conforme a NBR 9575, a rígida, que se
dá através da inclusão de polímeros, cristalizantes ou hidrofugantes na massa,
evitando que a água se infiltre nos poros do concreto; e a flexível, que podem ser
mantas ou produtos aplicados com brocha, que fazem um filme isolante, evitando que a
umidade transpasse por este.
Existem no mercado vários produtos destinados à impermeabilização na
construção civil. Esses produtos são elaborados a partir de diferentes matérias-primas,
como por exemplo, asfálticas ou cimentícios. Podem ser pré-fabricados e moldados no
local, estruturados ou não, de diferentes espessuras e formas de aplicação.
Os produtos e formas de aplicação deverão ser recomendados pelo profissional
responsável pela obra, ou por empresa especializada na área.
Recomendações
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Para contrapiso superior deve ser feita uma análise para verificação da
necessidade de impermeabilização.
A impermeabilização é um serviço especializado, onde detalhes assumem um
papel importante e onde uma pequena falha pode comprometer todo o serviço. Sendo
assim, o planejamento no processo de impermeabilização é de grande importância,
pois é nesta fase onde problemas podem ser encontrados e eliminados.
O mais recomendável é sempre procurar assessoria e orientação de um
profissional ou de uma empresa qualificados. De preferência a quem possa oferecer o
serviço completo, incluindo material e mão de obra, e assumindo também a
responsabilidade e garantia pela execução dos serviços.
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5. INSTALAÇÃO DO PISO DE MADEIRA
⇢ Quando guardar uma caixa já aberta certificar-se de que esta se encontra bem
lacrada para evitar o contato com a umidade;
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5.3. Cuidados antes da instalação
⇢ A instalação do piso só deve ser feita após o término de outras etapas da obra
(instalação de portas, janelas e vidros, ligações hidráulicas, conclusão dos banheiros,
aplicação de gesso);
5.4. Instalação
Vale ressaltar que a sequencia de instalação que será descrita a seguir deve ser
utilizada para todos os tipos de piso de madeira; porém de acordo com as dimensões
da peça, a forma de fixação deve ser adequada a esta.
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1º Avaliação do contrapiso
2º Limpeza do contrapiso
3º Impermeabilização
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No mercado existem vários tipos de impermeabilizantes, para as diferentes
etapas da construção.
Na foto abaixo é apresentado um contrapiso construído sobre piso térreo e que
recebeu a aplicação de impermeabilizante. O produto pode ser aplicado sobre o
contrapiso utilizando uma espátula sem “dentes” e rodo. Deve-se também aplicar o
impermeabilizante na parede, até a altura do rodapé. Esse tipo de impermeabilização é
ideal para pisos que serão fixados somente com adesivo PU (cola).
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4º Instalação propriamente dita (fixação do piso)
Os pisos de madeira geralmente são fixados por contato, perfuração ou
utilizando as duas formas simultaneamente, conforme o tipo de piso. Vários fatores
podem interferir na adequada fixação dos pisos, abaixo são detalhadas as formas de
fixação mais usuais.
a) Contato
Adesivo (cola) é definido como a substância que tem a capacidade de unir entre
si, por contato superficial, peças de um mesmo material ou de materiais diferentes.
Para a fixação de pisos de madeira por contato são comumente utilizados adesivos
conhecidos, como a base de água ou poliuretano.
Os adesivos podem ser classificados como monocomponentes e
bicomponentes. Os primeiros são produtos a base de resinas poliuretânicas ou de
outras resinas solúveis em água, em que a evaporação promove a cura do adesivo. Os
bicomponentes são produtos a base de resinas do tipo epóxi e/ou poliuretano, e que
para a polimerização do adesivo é necessário adicionar um catalisador.
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Adesivos à base de poliuretano (Colas PU) estes adesivos apresentam força e
flexibilidade para a fixação do piso. Existem colas PU mono e bicomponentes, como
explicado acima.
Adesivos PU do tipo monocomponente, geralmente apresentam maior tempo de
trabalho, ou seja, maior permanência na superfície, antes da colocação do piso; já os
do tipo bicomponente têm um tempo de trabalho menor, porque recebem a adição de
catalisador para acelerar sua cura.
Geralmente os adesivos PU atingem sua resistência total em menos de 48
horas, muito mais rápido do que a maioria dos outros tipos de adesivos.
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Quando for aplicado um impermeabilizante no contrapiso, seja misturado à
massa de cimento ou aplicado posteriormente, sobre a superfície; é muito importante
consultar os fornecedores do impermeabilizante e do adesivo para verificar a
compatibilidade entre os produtos. Caso o impermeabilizante e o adesivo sejam
incompatíveis, a aderência entre o piso de madeira e o contrapiso impermeabilizado
não alcançará os níveis de resistência e durabilidade desejados.
Para o desenvolvimento dos trabalhos vários são os fatores que precisam ser
considerados para a colagem correta do piso, como as ferramentas e equipamentos, as
condições da madeira, do contrapiso e do ambiente.
Ferramentas:
Antes de iniciar a aplicação do adesivo devem-se providenciar todos os
equipamentos e ferramentas necessários para que o serviço seja executado com
qualidade e eficiência. Os principais equipamentos e ferramentas usualmente
empregadas na aplicação de adesivos são:
- Para limpeza do local: vassoura, espátula de metal, marreta, talhadeira e aspirador de
pó.
- Preparo do adesivo: máquina furadeira e batedor, no caso de adesivo bicomponente.
-Para aplicação do adesivo: espátula dentada de plástico ou metal conforme orientação
do fornecedor. A espátula de metal tem a vida útil maior.
- Proteção Individual: Luva cirúrgica, protetor auricular e máscara.
Condições da madeira:
Para se obter uma colagem sólida e resistente, alguns conceitos básicos devem
ser observados e criteriosamente seguidos na preparação da madeira:
- Umidade: a umidade da madeira deve ser controlada. A faixa ideal de umidade,
independente do tipo de cola e madeira, deverá ser a umidade de equilíbrio da região
onde a mesma será utilizada.
- Uniformidade: as superfícies inferiores dos pisos devem estar aplainadas, e o
contrapiso devidamente regularizado, para que o adesivo possa formar um filme
contínuo entre as superfícies. Além desses fatores, é necessário que os encaixes
macho/fêmea sejam perfeitos evitando degraus e falta de contato com o contrapiso.
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- Tratamento externo: não se deve fazer nenhum tipo de tratamento na madeira que
venha a prejudicar a qualidade da colagem.
- Pregos
Geralmente, os pregos mais utilizados para instalação de pisos de madeira são
feitos de aço. A maioria é de seção quadrada ou redonda. O prego comum, chamado
de “prego de ferro”, é aquele de cabeça chata e corpo circular. Para serviços de
instalação de assoalhos, o prego deve ter pequena cabeça cônica para penetrar
completamente no encaixe macho do piso de madeira e não prejudicar o encaixe
fêmea da peça seguinte.
Em relação ao uso de pregos é preciso observar:
- devem ser usados somente em peças de madeira estática, como pisos de madeira e
rodapés. Neste caso a fixação não é comprometida por esforços aplicados à madeira;
- na faixa litorânea é recomendado o uso de prego galvanizado ou de aço;
- pregos de cobre sofrem pequena oxidação superficial, tornando se escorregadios, e
com a movimentação da peça, o conjunto pode se soltar;
- na união de peça de madeira com alvenaria (por exemplo, rodapé), é recomendado
utilizar prego de aço pela maior resistência;
- Os pregos de ferro, galvanizados ou não, devem ser “repuxados”, ou seja, rebatidos
com uma ponteira para que penetrem mais fundo, ficando abaixo da superfície da
madeira.
- Parafusos
Os parafusos proporcionam maior segurança na fixação do piso de madeira do
que os pregos. Entretanto, apresentam o inconveniente de exigirem mais tempo de
colocação, devido a necessidade de pré-furar as peças.
Os parafusos mais usados são os comuns e galvanizados. Os parafusos de
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latão (polido cromado) e aço inoxidável são utilizados somente por exigência da obra.
O parafuso para madeira tem um tipo mais aberto de rosca, chamada de auto
atarrachante. O rasgo da cabeça pode ser simples (para chave de fenda), em cruz ou
cavado (para chave Philips).
Em relação ao uso de parafusos é preciso observar:
- antes de aplicar o parafuso deve-se pré furar a madeira, usando broca de diâmetro
um pouco menor que o diâmetro da parte da rosca do parafuso.
- o parafuso deve ficar abaixo da superfície do piso de madeira e, sobre ele, colocar
cavilha ou massa utilizada na calafetação.
- quando o parafuso for aplicado sobre alvenaria (contrapiso ou parede), usar bucha
plástica ou metálica, compatível com o tamanho do parafuso.
Para fazer a fixação das réguas de assoalho devem ser utilizadas peças de
madeiras (vigas, caibros ou peças em formato trapezoidal), denominadas barrotes ou
ganzepes, que são previamente fixadas no contrapiso com argamassa, onde será
pregado ou parafusado o piso.
Os barrotes devem ser de madeira de qualidade, dura, seca, bem aparelhados,
tratados com tinta impermeabilizante e, geralmente, com 3,0cm de altura, 3,0cm na
base superior e 5,0cm na base inferior. Adicionalmente, podem ser utilizados pregos,
colocados nas laterais dos barrotes, objetivando sua melhor fixação no contrapiso.
A distância entre os barrotes varia de 30,0 a 35,0cm entre eixos e o espaço
entre eles pode ser preenchido com a própria argamassa utilizada para fixá-los, lã de
vidro, areia seca, isopor, ou qualquer material isolante e livre de umidade ou água.
Quando o piso for pregado é importante que os assoalhos fiquem bem
prensados uns aos outros. Pode-se utilizar uma peça de madeira em forma de cunha
para facilitar esta junção. Em seguida as peças são fixadas no barrote, podendo ser em
cima do assoalho ou no encaixe macho.
Para o assoalho aparafusado na superfície, primeiramente é feito um furo para a
cabeça do parafuso e depois um furo para o corpo do parafuso. Este pode ser colocado
tanto com bucha ou parafusado diretamente no barrote. Sobre a cabeça do parafuso é
colocada uma cavilha que receberá posteriormente acabamento com lixa para madeira.
O uso de parafusos pode ser com bucha ou sem bucha, estes são utilizados
com bucha quando for fixado diretamente no contrapiso; ou para fixação no barrote
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utiliza-se somente o parafuso. Em todos os casos é aconselhável prego ou parafuso de
aço galvanizado, resistente a ferrugem.
Quando o piso for instalado sobre barrotes, o parafuso e o prego deverão ser
fixados sobre a superfície do piso, desde que este seja bruto, conforme esquema
abaixo; no caso de piso envernizado, a fixação deve ser feita exclusivamente com
adesivo.
Fixação superior
Fixação no
encaixe macho
Para o fechamento dos furos de fixação nas réguas devem ser utilizadas as
cavilhas ou tampões, que são pequenas peças de madeira, de forma cilíndrica, e
proporcionam um melhor acabamento. A fixação da cavilha pode ser feita com cola PU
ou PVA.
Podem ser confeccionadas com a madeira usada na instalação ou compradas
no mercado prontas para serem utilizadas na instalação, é importante verificar se o teor
de umidade e coloração são iguais as do piso que está sendo instalado.
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espaçamento de 40,0 a 50,0cm, no máximo, entre os parafusos.
Nos assoalhos envernizados que tenham 9,5cm de largura e 1,8cm de
espessura, utiliza-se adesivo, parafuso e bucha de 6,0mm. Neste caso o espaçamento
entre os parafusos é variável, conforme a situação específica da instalação, porém é
interessante utilizar um espaçamento igual ao citado anteriormente.
Para esse tipo de fixação é importante salientar que as dimensões dos
assoalhos é que devem definir o tipo e dimensões do elemento fixante a ser utilizado.
No caso de pisos finos, pode ser necessária a utilização de pesos em cima das
peças e fitas adesivas para melhorar a sua fixação.
No caso de piso de madeira pronto, ou seja, já envernizado, logo após sua
instalação deve-se passar pano limpo levemente umedecido com solvente adequado, a
fim de retirar cola respingada sobre o piso e outras sujeiras.
Durante a instalação dos pisos de madeira deve-se deixar juntas de dilatação,
ou seja, vãos de 1,0 a 1,5cm de distância entre o piso e a parede; a largura deste vão
deve ser igual ou menor que a espessura do rodapé.
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Figura 17. Lixamento
6º Calafetação
Para realizar a calafetação pode-se utilizar massa acrílica, cola poliuretano,
massa de calafeto preparada com cola branca ou resina. Durante a aplicação poderá
utilizar rodo sem cabo e espátula sem dente.
7º Instalação do rodapé
A fixação do rodapé deve ser realizada com adesivo e prego, ou parafuso e
bucha com cavilha.
O adesivo utilizado é do tipo PU ou PVA, e o prego de aço. A perfuração para
fixação do prego ou parafuso também deve receber impermeabilizante, para as
paredes com umidade excessiva.
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8º Limpeza geral
Para a limpeza geral do ambiente utiliza-se vassoura, aspirador de pó e pano
levemente úmido para retirar o pó do piso. Antes de iniciar a aplicação de seladores
e/ou vernizes, deve-se esperar uma hora para assentamento do pó e em seguida
limpar com um pano muito bem torcido, levemente umedecido.
9º Aplicação do selador
Aplica-se o selador sobre o piso de madeira com um rolo, espátula, rodo, pincel
ou aplicador americano. A secagem do selador ocorre após 2 horas da aplicação em
geral, variando de acordo com as informações do fabricante. Posteriormente realiza-se
a limpeza do local.
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Depois da primeira demão realiza-se o lixamento (com lixa numero 150) e limpeza do
local. Para finalizar aplica-se uma ou duas demãos de verniz, dependendo do tipo de
madeira e aguarda-se por dois dias até secagem final do produto e utilização do local.
Os fatores que contribuem para a diminuição da vida útil dos pisos são:
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6. ACABAMENTO SUPERFICIAL
6.1. Lixamento
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insuficiente, e se observar irregularidades, deve realizar outra passada com lixa de
numeração igual e no sentido contrário da anterior.
Nos cantos onde a lixadeira de rolo ou disco não alcança, recomenda-se o uso
de uma lixadeira de canto ou manual.
6.2. Calafetação
40
6.3. Rodapé
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a)Seladores
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Figura 21. Aplicação de selador
b) Vernizes
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Os vernizes também podem ser monocomponentes ou requerer catalisadores
para aumentar a resistência e propiciar secagem mais rápida.
O rendimento é variável conforme o tipo de madeira, geralmente em torno de 10
a 12m2/litro/demão, de acordo com os fornecedores de vernizes.
Antes do início de aplicação dos vernizes, deve-se certificar que não haja
corrente de ar próxima às portas e janelas no momento da aplicação ou na secagem do
produto, pois isto poderá causar danos como bolhas no acabamento final, o efeito
casca de laranja e manchas.
A aplicação da primeira demão deve ser feita com um rolo de 5,0mm (pêlo curto
de lã de carneiro).
O tempo de secagem pode durar de 3 a 4 horas, dependendo da adsorção da
madeira. Caso alguma imperfeição seja notada após a primeira demão, um novo
lixamento leve e manual (baixa pressão) é necessário. Ao final, utiliza-se aspirador de
pó seguido de pano úmido bem torcido (quase seco) para limpeza do ambiente.
Aplicam-se outras demãos do produto (duas a três), conforme recomendado
pelo fabricante. Dependendo do trafego de pessoas e do cliente poderão ser aplicadas
mais demãos.
Para locais com trânsito intenso (hotéis, restaurantes, etc) e para madeiras muito
porosas pode ser indicada a aplicação de uma demão a mais. Nestes casos, o verniz
deve ser bem espalhado no momento da aplicação, para que não fique excesso de
produto.
Após finalizar o processo de aplicação do verniz, esperar no mínimo 48 horas
para utilização do ambiente. Quanto maior o tempo de cura, mais resistente o verniz
será.
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7. CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO
7.2. Limpeza
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7.3. Aplicação de Produtos
Primeiros dias:
Embora o produto esteja seco após 48 horas, o ambiente só poderá ser aberto e
utilizado, assim como a colocação de móveis, após 72 horas da aplicação da última
demão de verniz. Porém, é necessário manter cuidado especial na colocação dos
mesmos, não deixando que sejam arrastados e protegendo os pés com feltro.
Deixar sempre uma área para ventilação natural, nunca utilizar ventilação
forçada.
Durante 30 dias:
Não devem ser colocados tapetes;
Deve ser evitado o tráfego intenso de pessoas, e o manuseio de objetos pesados;
Não cobrir o piso com plásticos ou similares;
Para a proteção do piso em caso de tráfego para mudanças e colocação de móveis,
utilizar cobertores, devendo ser retiradas após o uso ou ao final do dia.
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Nunca utilize produtos químicos para limpeza, tipo alvejante, detergente, sapólio,
cera, lustra móveis, querosene, aguarrás ou qualquer outro que contenha solvente
orgânico;
Não utilize vassouras de cerdas duras ou sintéticas. Só utilize vassouras de pêlo
animal do tipo crina com muito cuidado e pouca pressão;
Na limpeza de áreas frias, não permitir que a água escorra para o piso de madeira;
Evite o uso de cadeiras giratórias diretamente sobre o piso, ou ainda móveis com
pés agudos.
⇢ A remoção de poeira deve ser feita com vassoura de pelo, e pano úmido;
⇢ Manchas de tintas, gorduras, etc, devem ser removidas somente com pano
umedecido em água com detergente e sabão neutros;
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⇢ Não aplicar sobre o piso ceras que contenham solventes orgânicos em sua
composição.
8. CONSIDERAÇÕES GERAIS
⇢ Colocar capacho nas entradas para evitar poeira, areia ou pedras dos calçados;
⇢ Em caso de mudança proteger o piso com tapetes ou papelão;
⇢ Os móveis devem ser levantados e não arrastados;
⇢ Nos locais onde tem incidência solar, é recomendável a utilização de cortinas ou
persianas nas janelas e portas;
⇢ Nunca limpe um piso resinado com palha de aço, pois o uso contínuo desse
material retira a camada protetora do piso de madeira;
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