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org

2013
Título da Publicação

INSTALAÇÃO DE PISOS DE MADEIRA

Autores
Inês Cristina Martins Galina
Saly Takeshita
Ariel de Andrade
Ivaldo Pontes Jankowsky
Julianne Oliveira Sbeghen Lima
Natalie Ferreira de Almeida
Winter Erik de Oliveira

Coordenação Geral do Projeto PIMADS


Ariel de Andrade - ANPM
Ivaldo Pontes Jankowsky - ESALQ-USP

Coordenação Técnica do Projeto PIMADS


Natalie Ferreira de Almeida

Coordenação de Cursos do Projeto PIMADS


Julianne Oliveira Sbeghen Lima

Instituições Participantes
ANPM – Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira
ESALQ/USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz / Universidade de São Paulo
XYLEMA Serviços e Comércio de Equipamentos para Ind. da Madeira Ltda

Suporte Financeiro
ITTO – International Tropical Timber Organization

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Nenhuma parte dessa obra poderá ser reproduzida, total ou parcialmente, sem a permissão por escrito da ANPM, a partir
2
de qualquer meio: FOTOCÓPIA, FOTOGRÁFICO, SCANNER e etc. Tampouco poderá ser copiada ou transcrita, nem mesmo
transmitida a p a r t i r de meios eletrônicos ou gravações. Os infratores serão punidos conforme Lei 9.610, de 19 de
Fevereiro de 1998.
APRESENTAÇÃO

A Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira (ANPM) representa


diversas empresas localizadas em diferentes regiões do país e busca o aumento da
competitividade e o desenvolvimento deste setor.

Sua missão está em promover a aplicação da tecnologia de processo e a


sustentabilidade dos recursos madeireiros, além de divulgar e fomentar a utilização de
pisos de madeira. Esperamos que as ações da ANPM contribuam com todos os setores
envolvidos na produção, comercialização e utilização de pisos de madeira.

Com o intuito de integrar e desenvolver a cadeia produtiva relacionada ao setor de


pisos de madeira, a ANPM desenvolveu o Projeto Piso de Madeira Sustentável
(PIMADS), com recursos oferecidos pela Organização Internacional de Madeiras
Tropicais (ITTO).

A execução do projeto PIMADS conta com a colaboração do Ministério da Agricultura,


Pecuária e Abastecimento (EMBRAPA/MAPA), Ministério do Meio Ambiente
(LPF/SFB/MMA), Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), Universidade de
Brasília (EFL/UNB), Universidade do Estado do Pará (CCNT/UEPA) e Universidade de
São Paulo (ESALQ/USP).

O projeto PIMADS foi desenvolvido com o objetivo geral de contribuir para o uso
sustentável dos recursos florestais e também aumentar a eficiência na sua utilização
desde a floresta até seu produto final.

Espera-se que o projeto consista em uma ferramenta eficiente para contribuir com o
crescimento e desenvolvimento de todos os setores relacionados a piso de madeira.

A presente publicação técnica consiste em uma das ações do projeto PIMADS com o
objetivo de contribuir com a melhor capacitação e aperfeiçoamento técnico dos
profissionais que trabalham com produtos de madeira.

Manifestamos os nossos agradecimentos ao suporte financeiro disponibilizado pela


ITTO e ao apoio das instituições colaboradoras, que foi fundamental para a execução
do projeto. Também agradecemos às empresas, pesquisadores e demais profissionais
que contribuíram para o desenvolvimento do projeto.

Eng. Florestal Ariel de Andrade


Gerente Executivo – ANPM

3
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

2. CARACTERÍSTICAS DA MADEIRA E SUAS REAÇÕES ........................................... 2

2.1. Estrutura anatômica e composição química ......................................................... 3

2.2. Propriedades físicas.............................................................................................. 4

2.3. Relações água-madeira ........................................................................................ 4

2.4. Secagem da madeira ............................................................................................ 6

3. TIPOS DE PISOS DE MADEIRA ................................................................................. 9

3.1. Pisos Maciços ....................................................................................................... 9

3.2. Pisos Engenheirados ............................................................................................ 9

3.3. Espécies de madeira tradicionais para pisos ...................................................... 10

4. CONTRAPISO (CUIDADOS E IMPERMEABILIZAÇÃO)........................................... 14

4.1. Tipos de contrapiso ............................................................................................. 14

4.2. Construção do contrapiso ................................................................................... 15

4.3. Cuidados com o contrapiso................................................................................. 15

4.4. Determinação da umidade e avaliação do contrapiso ........................................ 18

4.5. Impermeabilização .............................................................................................. 22

5. INSTALAÇÃO DO PISO DE MADEIRA ..................................................................... 25

5.1. Profissional da instalação ................................................................................... 25

5.2. Cuidados com o Armazenamento ....................................................................... 25

5.3. Cuidados antes da instalação ............................................................................. 26

5.4. Instalação............................................................................................................ 26

5.5. Riscos durante a instalação do piso de madeira ................................................. 38

5.6. Cuidados a serem tomados pelo instalador ........................................................ 38

6. ACABAMENTO SUPERFICIAL ................................................................................. 39

6.1. Lixamento ........................................................................................................... 39


1
6.2. Calafetação ......................................................................................................... 40

6.3. Rodapé ............................................................................................................... 41

6.4. Aplicação de produtos para acabamento ............................................................ 41

7. CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO ......................................................................... 45

7.1 Cuidados com a umidade (água) ......................................................................... 45

7.2. Limpeza .............................................................................................................. 45

7.3. Aplicação de Produtos ........................................................................................ 46

8. CONSIDERAÇÕES GERAIS..................................................................................... 48

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1. INTRODUÇÃO

O setor de pisos de madeira vem a mais de 12 anos se organizando no


aprimoramento do seu produto; tudo começou com a fundação da ANPM (Associação
Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira) em junho de 2001.
Esta instituição já nasceu com o objetivo de desenvolver padrões e
especificações para os pisos, e consequentemente, criar um programa de qualidade
sério e robusto, contribuindo para a melhoria dos pisos.
Muitos anos depois da fundação, a instituição realizou os objetivos que
motivaram a sua criação, e muitos outros que vieram surgindo no decorrer do tempo,
embora nunca tenha deixado de trabalhar na melhoria do sistema como um todo.
Na busca por novos conhecimentos, e mais melhorias no processo produtivo e
no piso de madeira, está sendo desenvolvido o projeto PIMADS, que é incentivado e
financiado pela ITTO (International Tropical Timber Organization), do qual este curso é
parte integrante.
A melhoria da qualidade deve ser visualizada no todo, não adianta a indústria de
pisos utilizar recursos tecnológicos e equipamentos de última geração, se no momento
da manipulação ou conservação são cometidos erros grotescos, como procedimentos
indevidos na instalação ou produtos não adequados na limpeza.
Este curso tem a intenção de melhorar os conhecimentos dos participantes, e
promover uma sadia discussão sobre os procedimentos de instalação no todo,
praticados cotidianamente. Também é nosso desejo transmitir informações sobre o
material madeira e suas reações.
Finalmente, queremos lembrar que madeira é o material ecologicamente mais
correto, que podemos utilizar em nosso dia a dia sem mazelas, desde que comprado
de uma fonte legal e responsável. Se seguirmos este caminho, a natureza sempre nos
recompensará generosamente.

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2. CARACTERÍSTICAS DA MADEIRA E SUAS REAÇÕES

Desde os primórdios da humanidade, a madeira tem sido um dos mais versáteis


e difundidos materiais utilizados pelo homem. Nos dias atuais é usada na produção de
móveis, na construção civil (estacas, formas e andaimes), como componentes de
acabamento em unidades habitacionais (portas, janelas, assoalhos, guarnições,
rodapés, dentre outras aplicações), em estruturas como pontes e passarelas, utilidades
como escadas portáteis, cabos de ferramentas, objetos de arte e de decoração, e uma
infinidade de outros usos.
A forma mais simples de utilização da árvore é a sua transformação, por meio do
corte em serras, em peças esquadrejadas e com dimensões comerciais. Esse processo
é denominado serração ou processamento primário, e o produto é a madeira serrada
em bruto ou simplesmente madeira bruta.
Na definição da ciência de materiais, o material madeira é um sólido poroso com
estrutura capilar. Contudo, esse material é produzido pelo crescimento de um vegetal,
ou seja, biologicamente ativo e sujeito às leis da genética e as influências ambientais.
Como resultado, a madeira apresenta variações na estrutura anatômica, na
composição química e nas propriedades físicas e mecânicas, não apenas entre as
diversas espécies arbóreas (diferenças acentuadas e marcantes) como também entre
indivíduos de uma mesma espécie e até entre peças obtidas de um mesmo indivíduo.
Cada peça de madeira serrada tem características tão individuais que seria possível
determinar uma “impressão digital”, similar a do ser humano.
Um dos principais inconvenientes no uso da madeira serrada é a sua
movimentação dimensional, isto é, a característica da madeira em retrair (diminuir suas
dimensões) ao perder a água contida em seu interior. Por essa razão é imprescindível
realizar a secagem controlada da madeira bruta antes da sua transformação no produto
final.
Depois de seca a madeira bruta é submetida ao processamento secundário ou
beneficiamento, através de diferentes processos, que resultarão nos produtos
destinados a comercialização tais como móveis, portas, lambris, pisos e outros.

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2.1. Estrutura anatômica e composição química

O material madeira é composto


por uma série de diferentes elementos
anatômicos, de uma forma genérica
denominados como fibras, unidas entre
si (Figura 1).

Na árvore, cada um desses


diferentes elementos tem uma função
definida, seja na movimentação da
seiva ou na estrutura mecânica do
tronco. Na madeira, o tamanho e a
disposição das fibras definirão
Figura 1. Ilustrando a estrutura anatômica
propriedades físicas (ex.: massa da madeira.
específica), mecânicas (ex.: resistência
à flexão), e outras características como
a textura.
A fibra tem uma forma aproximadamente cilíndrica, com os extremos fechados, e
vazia na parte interna. A parede do cilindro é denominada de parede da fibra ou parede
celular, enquanto que a parte interna é denominada lume. Os lumes de fibras
adjacentes estão interligados entre si através de pequenas aberturas na parede da
fibra, chamadas pontoações.
A parede da fibra representa a substância madeira, ou madeira propriamente
dita, que é composta por hemiceluloses, celulose e lignina. Qualquer espécie lenhosa
contém esses três compostos, conhecidos como componentes principais da madeira.
Além dos componentes principais, a madeira também possui uma quantidade
variável de outras substâncias químicas, denominadas extrativos ou componentes
acidentais. São substâncias que podem ser retiradas da madeira com o uso de
solventes orgânicos (álcool, éter, e outros) ou água; sem que a madeira tenha sua
composição química principal alterada.
O tipo de extrativo varia de espécie para espécie, e é responsável na madeira
por características específicas como cor, cheiro, gosto e resistência ao ataque de
fungos ou insetos.
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2.2. Propriedades físicas

A propriedade física da madeira pode ser definida como uma característica do


material, decorrente da sua organização anatômica e da sua composição química.
A principal propriedade física da madeira é a massa específica. De acordo com
definição da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a massa específica da
madeira é a relação entre a massa e o volume do material quando o teor de umidade é
de 15%. Usualmente a massa específica é expressa em gramas por centímetro cúbico
[g/cm³] ou quilogramas por metro cúbico [kg/m³].
Madeiras com massa específica inferior a 500kg/m³ são consideradas leves, e
as com massa específica acima de 750kg/m³ são consideradas pesadas. As madeiras
com massa específica na faixa intermediária (de 500 a 750kg/m³) são tidas como
médias.
Outra característica física importante é a higroscopicidade, ou seja, a
capacidade que a madeira tem de trocar umidade com o ar. Essa propriedade decorre
da composição química do material, principalmente do seu conteúdo de celulose.
Como resultado dessa característica, se a madeira estiver seca e for colocada em um
ambiente úmido, ela irá ganhar umidade; ou vice e versa, madeira úmida em ambiente
seco tende a perder umidade.

2.3. Relações água-madeira

Para que a árvore possa retirar os nutrientes do solo e desloca-los até a copa,
onde ocorre a fotossíntese, é necessária a presença da água; conhecida como seiva.
Assim, quando é feita a colheita florestal, e a árvore é transformada em madeira, essa
madeira vai estar totalmente saturada de água.
Na madeira recém cortada (ou verde), todas as fibras vão estar saturadas em
água. A água contida no espaço interno das fibras (lumes) é definida como água
capilar, enquanto que a água contida na parede das fibras é denominada de água
higroscópica.

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ÁGUA CAPILAR

ÁGUA
HIGROSCÓPICA
Figura 2. Ilustrando o tipo e a localização da água na madeira.

A quantidade de água contida na madeira é definida como teor de Umidade (U),


e expressa a relação entre a massa de água e a massa de madeira seca, em
porcentagem.

mH O
U = m MADEIRA
2
SECA
UMIDADE BASE SECA

Quando a madeira recém cortada, ainda bastante úmida, é exposta ao ar,


inicialmente evapora-se a água capilar, contida nos lumes. Permanece na madeira toda
a água existente dentro da parede da fibra. Nesta situação, em que a madeira não tem
mais água capilar e ainda está saturada de água higroscópica, define-se o Ponto de
Saturação das Fibras (PSF), que corresponde a um teor de umidade de 28% (média
geral para todas as espécies ou tipos de madeiras).
A madeira ainda continua perdendo água para o ambiente, até entrar em
equilíbrio com a umidade do ar. O teor de umidade da madeira quando em equilíbrio
com o ar é conhecido como teor de Umidade de Equilíbrio (UE).
Variações no teor de umidade da madeira acima do PSF causam apenas
alterações de massa (a madeira fica mais leve ou mais pesada). Contudo, mudanças
no teor de umidade abaixo do PSF (alterações no teor de água higroscópica) causam
variações de massa, de volume e das demais propriedades físicas e mecânicas da
madeira.
A troca de umidade entre a madeira e o ar causa um dos principais
inconvenientes no uso da madeira, que é a sua movimentação dimensional. Quando a
madeira ganha umidade ocorre um aumento nas suas dimensões (inchamento),

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verificando-se o fenômeno inverso (retração) quando a madeira perde umidade para o
ar.
Esse inconveniente é agravado
pela anisotropia da madeira, ilustrado na
Figura 3. Devido a posição das fibras, a
madeira reage de forma diferente nas
suas três direções estruturais, ou seja,
longitudinal (no mesmo sentido do
comprimento das fibras), tangencial
(sentido que tangencia as camadas
circulares de crescimento) e radial
(sentido dos raios da madeira,
perpendicular ao sentido tangencial). Figura 3. Direções estruturais da madeira

Como a umidade do ar (conhecida como Umidade Relativa) varia durante o dia,


varia entre dias e varia ao longo do ano (o inverno é sempre seco e o verão é sempre
úmido), tem-se que a madeira está constantemente trocando umidade com o ar no
ambiente em que está exposta. Como consequência, a madeira está sempre
apresentando pequenas mudanças em suas dimensões.

2.4. Secagem da madeira

Para minimizar os inconvenientes da instabilidade dimensional da madeira é


imprescindível proceder a secagem da madeira bruta antes de transforma-la no produto
final.
Abordar o padrão de qualidade dos manufaturados de madeira, tais como pisos
e assoalhos, implica necessariamente em discutir também a secagem da matéria-prima
madeira.
A secagem é a operação intermediária que mais contribui para agregar valor aos
produtos manufaturados da madeira, mas é também uma das fases de mais custo na
indústria de transformação. Essas razões motivam a constante busca por maior
eficiência nos secadores e aprimoramentos no processo propriamente dito.

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Tanto os usuários como as indústrias de manufaturados têm demonstrado
preocupação com a crescente exigência de qualidade do produto e a necessidade de
certificação quanto aos padrões de qualidade.
De acordo com conceito generalizado na literatura, são quatro os principais
atributos de qualidade da madeira seca:

livre de defeitos visíveis como rachaduras, empenamentos, manchas e colapso;

teor de umidade compatível com o uso pretendido;

mínimo de variação no teor de umidade, tanto dentro da peça com entre peças e;

livre de tensões residuais da secagem.

Um dos hábitos ainda persistentes na indústria é buscar o mínimo tempo


possível e com um nível aceitável quanto à incidência de defeitos visíveis, sem maiores
preocupações com a qualidade intrínseca da madeira. Se o teor e a distribuição da
umidade, bem como a presença de tensões residuais, estiverem fora do padrão
recomendável; o produto pronto poderá apresentar problemas depois de instalado.
A falta de cuidados com a qualidade da madeira seca tem causado problemas
para a indústria no mercado interno e dificultado a conquista de espaço no mercado
externo. No Brasil, o Código de Defesa do Consumidor tem sido usado com frequência
crescente por clientes insatisfeitos e forçando a reposição de produtos fora do padrão
anunciado quando da comercialização; acarretando para a indústria o prejuízo
financeiro e a perda de confiabilidade na marca ou no produto em si.
Adicionalmente, deve-se considerar que é importante tanto para a indústria
como para o distribuidor, a correta medição do teor de umidade da madeira. Várias
tecnologias permitem a estimativa do teor de umidade da madeira a partir das suas
propriedades elétricas.
Os instrumentos mais comuns e tradicionais são os que medem a resistência a
passagem da corrente elétrica, sendo também disponíveis no mercado medidores que
usam campos elétricos de alta frequência. Os medidores do tipo resistência usam
sensores metálicos que são cravados na madeira, e é a tecnologia mais utilizada nos
sistemas para controle automático do processo de secagem (controladores).
Por ser um instrumento fundamentalmente eletrônico, o desenvolvimento da
eletrônica tem permitido uma evolução constante dos aparelhos. Embora a densidade

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ou a massa específica da madeira possa ser um importante fator diferenciando as
diversas espécies de madeiras, isso não ocorre em relação a resistência elétrica.
Atualmente é comprovado que a conhecida escala de classificação existente nos
medidores mais antigos, em madeiras leves, médias e pesadas, não é a mais
apropriada.
Uma vez que o material madeira é isolante, a passagem da corrente elétrica pela
madeira irá depender mais da água contida no material (umidade) e da presença de
íons (composição química) do que da espessura da parede da fibra ou quantidade de
madeira (massa específica) propriamente dita.
Os equipamentos de geração mais recente, que contam com o recurso de
microprocessadores, podem incorporar múltiplas curvas de calibração; as quais são
definidas e indicadas de acordo com a similaridade na composição química das
diferentes espécies de madeiras, fator que aumenta significativamente a precisão
desses instrumentos.
Para aumentar a precisão na medição da umidade quando a madeira está muito
seca alguns equipamentos dividem automaticamente a amplitude de variação da
resistência elétrica em faixas e amplificam, dentro de cada faixa, o sinal recebido pelo
aparelho. Adicionalmente, esse recurso também permite estabelecer curvas de
calibração, a partir de resultados experimentais, aumentando a precisão das medições
tanto para madeira seca ou úmida.

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3. TIPOS DE PISOS DE MADEIRA

Considerando as características do piso de madeira como dimensões, espécie,


acabamento superficial e presença/ausência de encaixes nas laterais, os fabricantes
e/ou comerciantes atribuem denominações específicas ao produto comercial.
Com o objetivo de organizar essas denominações, os pisos de madeira podem
ser classificados em 02 grupos principais: Maciços ou Engenheirados também
internacionalmente conhecidos como Engineered Wood Flooring (EWF). A seguir são
apresentadas definições dos principais tipos de produtos que integram cada grupo de
pisos de madeira.

3.1. Pisos Maciços

- Assoalho: Peças de madeira maciça variando entre 08 a 22mm de espessura, largura


entre 57 e 210mm e comprimentos variando entre 280 e 6000mm. Peças apresentam
encaixes macho/fêmea em 02 ou 04 laterais.
- Taco: Peças de madeira maciça com ou sem encaixes macho/fêmea nas laterais,
espessura entre 08 e 20mm, largura e comprimento fixos podendo ser confeccionados
em várias dimensões. Geralmente, as dimensões do comprimento são múltiplas em
relação à largura.
- Parquet: São várias peças maciças unidas, formando placas quadradas de 240 x
240mm, 482 x 482mm ou de dimensões e formatos variados. Sua espessura pode
variar entre 06mm e 18mm. Também podem ser chamados de parquet mosaico, devido
à possibilidade de formação de diferentes desenhos no momento da instalação.

3.2. Pisos Engenheirados

- Piso Estruturado: Geralmente esses tipos de pisos já são envernizados na fábrica e


podem ser classificados em três tipos.

a) Estruturado Maciço: É constituído por uma base de painel de madeira e um


revestimento de madeira serrada adequado para piso chamado de Lamela que

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geralmente apresenta espessuras entre 02 e 05mm. A base deste piso é constituída de
peças de madeira maciças unidas lateralmente. As espessuras são variáveis sendo as
mais comuns de 11, 15 e 19mm.

b) Estruturado Lamela (Múlti estruturado): É constituído por uma base de painel de


madeira e um revestimento de madeira serrada adequado para piso chamado de
Lamela que geralmente apresenta espessuras entre 02 e 05mm. No Brasil, geralmente,
a base deste piso é de painel de madeira compensada com número de lâminas variável
conforme a espessura final do piso que pode variar entre 9,5 e 19mm.

c) Estruturado Lâmina (Múlti laminado): É constituído por uma base de painel de


madeira compensada com número de lâminas variável conforme a espessura final do
piso e revestido por uma lâmina mais fina de madeira que geralmente apresenta
espessuras inferiores a 0,6mm. As espessuras finais dos pisos geralmente variam
entre 07 e 15mm.

Piso laminado: São painéis de fibras ou partículas de madeira reconstituída, como MDF
(painel de fibras de média densidade), HDF (painel de fibras de alta densidade) e MDP
(painel de partículas de média densidade). Os painéis são revestidos por uma camada
de papel impregnado com resina melamínica, que proporciona variados padrões
decorativos inclusive imitando a madeira natural.

3.3. Espécies de madeira tradicionais para pisos

São diversas as espécies utilizadas para a fabricação de pisos de madeira


maciça. As variações de cores, dimensões e formatos permitem a concepção de uma
ampla gama de padrões de revestimento.
Para selecionar uma espécie como adequada à fabricação de pisos de madeira,
devem ser consideradas, principalmente, as propriedades físico-mecânicas como
massa específica, dureza Janka e retratibilidade. Adicionalmente, a escolha do piso de
madeira pelo comprador está relacionada com aspectos estéticos e as tendências da
moda no momento.

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A escolha da espécie deve ser em função de propriedades físicas e mecânicas,
como apresentado abaixo.

- Massa específica (Me): é uma das principais propriedades físicas da madeira e é


também erroneamente conhecida como densidade. De acordo com definição da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), a massa específica da madeira é a
relação entre sua massa e o seu volume, a um mesmo teor de umidade. Para efeitos
de padronização, a ABNT recomenda que a Me seja expressa a um teor de 12% de
umidade.
Outra maneira para expressar a relação entre massa e volume para a madeira é
a densidade básica (DB) ou massa específica básica (Meb), que é definida como a
relação entre a massa anidra da madeira (0% de umidade) e o seu volume saturado
(umidade acima do PSF). Para uma mesma espécie ou tipo de madeira a Meb sempre
será menor do que a Me.
No caso dos pisos de madeira, por exigir grande resistência, geralmente são
indicadas madeiras pesadas. Atualmente, algumas madeiras médias também estão
sendo utilizadas para piso.

- Dureza Janka: a dureza é um parâmetro importante para a caracterização e


utilização da madeira. Existe uma correlação bem fundamentada entre a dureza e
outras propriedades da madeira tais como massa específica, resistência à compressão,
flexão, cisalhamento e rigidez.
Os resultados da dureza devem ser utilizados na seleção de madeira para
produtos como pisos, dormentes, cruzetas, postes e estruturas.

- Retratibilidade: é o conjunto das características de retração e inchamento da


madeira. A variação dimensional em qualquer uma das três direções estruturais da
madeira, (longitudinal, radial e tangencial), é calculada como percentagem de variação
em relação à dimensão inicial.
A retração e o inchamento da madeira estão diretamente relacionados com o
seu teor de umidade. O inchamento ou aumento no volume é resultante de um
aumento no teor de umidade da madeira. No sentido inverso, a retração ou redução no
volume verifica-se quando ocorre redução no teor de umidade da madeira.

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Um dos índices para seleção de espécies é denominado de relação T/R, que é
a relação entre os valores máximos de retração nos sentidos tangencial (T) e radial (R).
Como a variação tangencial sempre é superior à variação radial, o índice T/R sempre
será um número maior que 1,0.
No sentido prático, espécies ou tipos de madeiras cujo índice T/R é inferior a 1,5
significa que são madeiras mais homogêneas quanto à variação dimensional, e que
tenderão a apresentar deformações pequenas em resposta à variação sazonal no teor
de umidade da madeira.
Por outro lado, espécies com índice T/R superiores a 2,5 são madeiras que
tenderão a apresentar deformações comparativamente maiores em função das
mudanças climáticas ao longo do ano.
A Tabela abaixo apresenta as espécies de madeira mais comuns que são
utilizadas na fabricação de pisos de madeira maciça e suas propriedades físico-
mecânicas.

MeAp. Dureza Retrações (%)


Relação
Nome Popular Nome Científico (15%) Janka
3 Radial Tangencial T/R
(kg/m ) (kgf)
Cabreúva Myroxylon balsamum 950 1034 4,0 6,7 1,7
Cumarú Dipteryx odorata 1090 998-1339 5,3 8,2 1,5
Ipê Tabebuia sp 1010 1102-1665 4,3 7,2 1,7
Jatobá Hymenaea sp. 960 1067-1253 3,1 7,2 2,3
Maçaranduba Manikara huberi 1000 887-1182 6,8 11,0 1,6
Muiracatiara Astronium lecointei 970 789-891 3,3 6,3 1,9
Muirapiranga Brasimum paraense 830 1086 5,3 8,1 1,5
Pau Amarelo Euxylophora paraensis 680 1268 6,5 7,8 1,2
Grápia Apuleia leiocarpa 830 740 4,4 8,5 1,93
Pau-Marfim Balfourodendron
800 – 900 697 4,9 9,6 2,0
riedelianum
Roxinho Peltogyne confertiflora 890 1650 5,1 8,1 1,6
Sucupira Bowdichia sp. 990 1514 6,0 9,0 1,5
Tauari Couratari spp., 660 589 4,2 6.6 1,57
Angelim Dionizia excelsa 1090 1460 5,7 9,5 1,67
vermelho
Eucalipto Eucalyptus grandis 500 580 5,5 11,6 2,10
Fonte: JANKOWSKY et al., 1990; MANIERI & CHIMELO, 1985; SOUZA et al., 1997

Existem no mercado outras espécies que estão sendo utilizadas para pisos.
Essas espécies menos comuns geralmente apresentam propriedades físico-mecânicas
inferiores em relação às espécies mais tradicionais ou sua ocorrência na floresta é

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baixa. Do ponto de vista ecológico e atendendo os princípios da sustentabilidade, é
interessante a utilização de maior diversidade de espécies para pisos, pois diminui a
pressão da exploração florestal em poucas espécies e proporciona mais eficiência ao
manejo florestal.

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4. CONTRAPISO (CUIDADOS E IMPERMEABILIZAÇÃO)

O piso de madeira geralmente é instalado sobre uma superfície plana e regular,


denominada contrapiso; porém o piso de madeira também pode ser instalado sobre
barrotes ou ganzepes.
O conceito de contrapiso diz que é um elemento do piso constituído por uma ou
mais camadas de material cimentício no traço 1:3 (uma parte de cimento e três partes
de areia), lançado sobre uma base ou piso, que deve apresentar características como
espessura, regularidade superficial, resistência mecânica, compacidade e durabilidade
adequadas.
Além do traço adequado é importante que o material cimentício seja bem
hidratado para facilitar a compactação e evitar que a massa, depois de seca, seja
facilmente esfarelada pelo atrito do pé ou de um pedaço de madeira; defeito
comumente conhecido como aspecto de “farofa”.
É importante ressaltar que um contrapiso adequado para o recebimento de piso
de madeira é de responsabilidade dos profissionais executores da obra.

4.1. Tipos de contrapiso

A classificação dos contrapisos está relacionada com sua interação com a base,
destacando dois tipos:
a) Contrapiso aderido: apresenta aderência total com a base. Neste caso o contrapiso
pode ter pequenas espessuras (30 – 40mm), pois trabalha em conjunto com a base.
b) Contrapiso flutuante: caracteriza-se pela presença de camada (s) intermediária (s)
de isolamento ou impermeáveis, entre a camada de contrapiso e a base, impedindo
totalmente a sua aderência. Neste caso, a espessura mínima da camada de contrapiso
é de 50mm.
O contrapiso pode ser construído tanto em um piso térreo como em um piso
superior.
O piso térreo é aquele que está em contato com o solo, portanto o contrapiso
está mais sujeito à absorção de umidade do solo do terreno. Já o piso superior é aquele
que não tem contato com o solo, como as lajes. Sendo assim, a construção do
contrapiso tem que ser realizada de acordo com o tipo de piso e suas peculiaridades.

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4.2. Construção do contrapiso

Para a construção do contrapiso no piso térreo, a preparação adequada do


terreno é muito importante para que o resultado final do trabalho seja perfeito,
considerando aspectos técnicos e estéticos. Desta forma evitam-se problemas
posteriores, como umidade ascendente e afundamentos.
Já a construção do contrapiso superior cumpre várias funções, como
regularização da base tornando-a mais plana. O tipo de contrapiso para este caso
geralmente é o contrapiso aderido, ou seja, apresenta aderência total com a base.
Além desses aspectos, a construção do contrapiso deve seguir as normas
técnicas vigentes e ser supervisionado por responsável técnico capacitado.

4.3. Cuidados com o contrapiso

Terminado o acabamento superficial do contrapiso, recomendam-se alguns


cuidados:

⇢ A cura ocorre de acordo com as condições do ambiente (temperatura e umidade


relativa do ar), podendo ser rápida ou mais demorada;

⇢ O contrapiso deverá ser mantido sem o trânsito de pessoas e equipamentos até que
se complete a cura, para preservar a sua regularidade superficial, e integridade;

⇢ Deve-se verificar se o contrapiso está adequadamente seco, com teor de umidade


compatível para a instalação da madeira;

⇢ No caso de cura química do contrapiso é necessário verificar a compatibilidade


entre o produto utilizado e o adesivo empregado para fixação do piso.

Antes da instalação do piso de madeira o contrapiso deve ser minimamente


avaliado, com testes práticos e rápidos, evitando a ocorrência de problemas futuros no
pós instalação da madeira.
Também devem ser efetuados alguns procedimentos, pois o contrapiso de boa
qualidade deve atender alguns requisitos, como:

15
⇢ estar limpo, sem qualquer quantidade de pó ou outro tipo de sujeira (p/ pisos
colados);

⇢ se apresentar sem fissuras ou rachaduras;


⇢ de consistência íntegra e coeso (não deve se esfarelar);
⇢ a camada de regularização deve ser plana;
⇢ encontrar se aderido à base (não deve apresentar som “oco” quando percutido);
⇢ ser alinhado em todas as direções (toda a superfície deve pertencer ao mesmo
plano);

⇢ estar compatível com as áreas contíguas de outro ambiente do imóvel.


A seguir são demonstrados alguns defeitos que ocorrem no contrapiso de
cimento mal construído.

Trincas de cura: são ocasionadas


pelo processo de cura incorreto,
geralmente devido à retração da
argamassa causada pela secagem
rápida.

Figura 4. Trinca de cura

Trincas de movimentação: podem ser ocasionadas pela ausência de juntas de


movimentação no contrapiso ou por excessiva vibração da estrutura.

Figura 5. Trinca de movimentação

16
Contrapiso arenoso: é o contrapiso com a quantidade de areia em relação ao cimento
maior que o recomendado ou com hidratação ou homogeneização da massa
insuficientes. Neste caso o contrapiso fica “fraco”, podendo ocorrer deformações ou
esfarelamento com a aplicação de cargas pontuais.

Figura 6. Contrapiso arenoso

Contrapiso com ondulações: a instalação das réguas de madeira (planas) com


adesivo, em um contrapiso ondulado, deve ser evitada; pois não ocorre a aderência de
toda a superfície inferior da régua à base de cimento.

Figura 7. Contrapiso com ondulações

17
Grandes depressões/buracos: No caso de depressões pontuais e buracos com
profundidade superior a 3mm, e largura/diâmetro maior que a largura da peça de
madeira recomenda-se refazer o contrapiso. Para buracos de pequenas dimensões é
possível o preenchimento com produtos específicos, disponíveis no mercado.

Contrapiso com cimento queimado: Não é necessário fazer o contrapiso de cimento


queimado, pois ele dificulta a evaporação de umidade e pode afetar a aderência do
adesivo, principalmente do tipo PVA.

Umidade: a umidade pode ser decorrente do tempo de secagem, infiltração ou ser


ascendente. Quando o contrapiso é novo, deve-se aguardar que a cura seja completa
antes de se instalar qualquer tipo de revestimento. No caso de infiltração ou umidade
ascendente, a causa precisa ser eliminada para que não ocorram danos ao piso.

4.4. Determinação da umidade e avaliação do contrapiso

A presença de umidade no contrapiso de cimento causada por secagem


incompleta, umidade ascendente, ou derramamento durante a obra, certamente
causará um efeito no piso de madeira.
Portanto, a avaliação da umidade do contrapiso é de grande importância para
determinar se o piso de cimento está apto a receber o piso de madeira.

Os principais métodos utilizados para avaliar a umidade do cimento são:

⇢ Teste da resistência elétrica (Medidor com sensores/agulhas);


⇢ Teste da impedância elétrica (Medidor de contato);
⇢ Teste do cloreto de cálcio (químico);
⇢ Teste da umidade relativa (sonda interna);
⇢ Teste do higrômetro de carbureto.

Os resultados destes métodos podem ser qualitativos ou quantitativos,


registrados por simples observações visuais ou medições de quantidades ou

18
percentuais de água. Recomenda-se a utilização de métodos quantitativos que
fornecem resultados numéricos reais.
Organizações internacionais como ASTM – American Society for Testing
Material, BSI – British Standarts Institution e NCF – Nordic Concrete Federation
normalizaram métodos para avaliar as condições de umidade do piso de concreto. A
finalidade é determinar se o piso está em teor de umidade adequado para receber o
revestimento.
As seguintes recomendações deverão ser seguidas pelos projetistas e
responsáveis pela construção do piso de cimento, antes da instalação do revestimento
de madeira.

⇢ As medições deverão ser realizadas em condições ambientais próximas daquelas


da edificação em situação de uso;

⇢ As medições devem ocorrer após a execução da cobertura e fechamento da


edificação;

⇢ Devido à facilidade de execução, os métodos de medição de umidade baseados na


resistência e na impedância elétricas, são mais apropriados para mapear a condição de
umidade do piso;

⇢ As medições de umidade do contrapiso devem ser realizadas por empresas ou


profissionais qualificados, tendo-se em vista os diversos fatores que afetam a secagem
do concreto.

Geralmente o contrapiso deve estar com umidade máxima de 3,5% (valor para o
teste gravimétrico) para o recebimento de pisos de madeira.
Entretanto existem produtos impermeabilizantes que permitem a instalação do
piso de madeira sobre contrapisos com maior umidade, neste caso é muito importante
a obtenção de garantia por parte do fabricante do produto.
Os principais testes práticos são utilizados para a avaliação da resistência do
contrapiso, da aderência e da umidade.

a) Teste de resistência: o objetivo é verificar se o contrapiso foi preparado no traço


correto, ou seja, na proporção de 1:3 (cimento e areia).

19
Existem duas formas comuns para checar a resistência do contrapiso, utilizando-se
prego ou escova de aço.

No caso do prego ele é utilizado para riscar o contrapiso em diferentes sentidos.


Quando ocorre rompimento nos cruzamentos dos riscos é indicativo que o contrapiso
está com baixa resistência.

Figura 8. Teste de resistência (prego)

Utilizando-se escova de aço também é possível analisar a resistência do


contrapiso. Nesta avaliação deve-se observar se houve formação de buracos no
contrapiso, caso isso ocorra o contrapiso deve ser corrigido para evitar problemas no
futuro.

Figura 9. Teste de resistência (escova)


20
b) teste de aderência: este teste tem como objetivo verificar se o contrapiso está bem
aderido à base. O procedimento adotado neste teste consiste em bater sobre o
contrapiso com um martelo, conforme ilustra a imagem ao lado, caso apresente um
som “oco” ou afundar, o contrapiso não está bem aderido.

Figura 10. Teste de aderência

c) teste de umidade: para a realização deste teste utiliza-se um medidor elétrico de


umidade. Para isso devem-se fixar dois pregos/sensores no contrapiso e ligá-los ao
medidor através de cabos.

Figura 11. Teste de umidade

21
É importante frisar que a madeira é um material sensível a umidade, e assim
deve ser instalada sobre uma base (contrapiso) que apresente as condições ideais
para receber este tipo de revestimento. Para que o contrapiso ofereça essas
condições, os materiais e serviços a serem empregados durante a construção do
contrapiso deverão satisfazer as exigências das normas vigentes.

4.5. Impermeabilização

A Impermeabilização é feita com o objetivo de proteger os ambientes, a estrutura


e seus componentes contra a passagem indesejada de umidade, sendo
importantíssima para a durabilidade da construção. Os procedimentos de
impermeabilização são de grande importância para o sistema construtivo como um
todo, sendo executado em três níveis básicos: fundações, contrapiso e interfaces com
áreas úmidas.
O processo de impermeabilização é etapa imprescindível quando o piso de
madeira for instalado no contrapiso construído sobre o solo, e em áreas adjacentes
com pisos frios e/ou que sofram acúmulo de água.
Os problemas que ocorrem com pisos de madeira por falta de
impermeabilização, ou mesmo por produto e processos inadequados, são muito
frequentes; e o resultado é a desqualificação do piso de madeira por problemas
originados em etapa anterior à instalação do piso.
A impermeabilização contribui para uma residência saudável, independente do
tipo de material de acabamento que será utilizado. Quando a madeira apresenta
modificações relacionadas à umidade, é um ótimo um indicativo de ambiente insalubre.
A escolha do produto deve ser adequada às condições da área (térrea ou
elevada) e à instalação do piso de madeira (tipo de fixação), de forma a ser efetiva,
sem prejuízo do elemento de fixação.
O mercado oferece várias formas de impermeabilizantes, para aplicação em
etapas distintas da construção, de acordo com o resultado que se precisa obter. Sendo
assim, é necessário conhecer as características mais importantes destes produtos de
forma a utilizá-los adequadamente para o fim que se destinam, pois, muitas vezes, os
produtos atendem a uma determinada função e não são adequados a outras.

22
O projeto de impermeabilização deverá ser desenvolvido conjuntamente com os
projetos gerais e setoriais de modo a serem previstas as correspondentes
especificações em termos de dimensões, cargas e detalhes conforme norma técnica.
Portanto a impermeabilização na construção civil deverá estar de acordo com as
normas NBR 9575 e NBR 9574 que tratam do projeto e execução da
impermeabilização.
É importante ressaltar que a impermeabilização adequada do contrapiso para o
recebimento de piso de madeira é de responsabilidade dos profissionais executores da
obra.
Existem dois tipos de impermeabilização, conforme a NBR 9575, a rígida, que se
dá através da inclusão de polímeros, cristalizantes ou hidrofugantes na massa,
evitando que a água se infiltre nos poros do concreto; e a flexível, que podem ser
mantas ou produtos aplicados com brocha, que fazem um filme isolante, evitando que a
umidade transpasse por este.
Existem no mercado vários produtos destinados à impermeabilização na
construção civil. Esses produtos são elaborados a partir de diferentes matérias-primas,
como por exemplo, asfálticas ou cimentícios. Podem ser pré-fabricados e moldados no
local, estruturados ou não, de diferentes espessuras e formas de aplicação.
Os produtos e formas de aplicação deverão ser recomendados pelo profissional
responsável pela obra, ou por empresa especializada na área.

Recomendações

No caso de pavimentos térreos (em contato direto com o solo) é imprescindível a


impermeabilização do contrapiso.
A impermeabilização do pavimento que irá receber algum tipo de revestimento é
de grande importância, independente se o material a ser utilizado sobre o pavimento
impermeabilizado é sensível à umidade ou não.
Deve-se tomar cuidado com produtos impermeabilizantes que apenas impedem
a passagem de umidade na forma líquida, como aqueles utilizados em piscinas e
caixas d’água. No caso de pisos de madeira, é importante que a impermeabilização
também impeça a passagem de umidade na forma de vapor.

23
Para contrapiso superior deve ser feita uma análise para verificação da
necessidade de impermeabilização.
A impermeabilização é um serviço especializado, onde detalhes assumem um
papel importante e onde uma pequena falha pode comprometer todo o serviço. Sendo
assim, o planejamento no processo de impermeabilização é de grande importância,
pois é nesta fase onde problemas podem ser encontrados e eliminados.
O mais recomendável é sempre procurar assessoria e orientação de um
profissional ou de uma empresa qualificados. De preferência a quem possa oferecer o
serviço completo, incluindo material e mão de obra, e assumindo também a
responsabilidade e garantia pela execução dos serviços.

24
5. INSTALAÇÃO DO PISO DE MADEIRA

5.1. Profissional da instalação

O profissional que trabalha com instalação de pisos de madeira deve ter


conhecimento técnico sobre o material madeira, os produtos e insumos utilizados. Deve
saber avaliar as condições do contrapiso e orientar o consumidor no sentido de alertar
quanto às condições do contrapiso e tempo ideal para efetuar a instalação.
É muito importante que os profissionais que trabalham com pisos de madeira
utilizem os EPI’S (Equipamentos de Proteção Individuais) para evitar possíveis danos à
sua saúde. Recomenda-se utilizar luvas, protetores auriculares, óculos e máscaras
conforme a etapa de instalação.

5.2. Cuidados com o Armazenamento

No momento do recebimento do piso de madeira, devem-se tomar alguns


cuidados para evitar o comprometimento da qualidade e do desempenho.

⇢ Armazenar o material em local protegido da umidade, da chuva, e da incidência de


luz solar;

⇢ Não armazenar o material em contato com o solo;


⇢ Retirar o material da embalagem, para climatização, no mínimo um dia antes da
instalação;

⇢ No caso de piso pronto abrir pelo menos as pontas da caixa;


⇢ As caixas devem ser estocadas em local seco, coberto e a uma distância mínima de
20 cm do chão;

⇢ Quando guardar uma caixa já aberta certificar-se de que esta se encontra bem
lacrada para evitar o contato com a umidade;

⇢ Quando se tratar de piso pronto, armazenar as réguas com as faces envernizadas


para baixo a fim de evitar o contato com a luz.

25
5.3. Cuidados antes da instalação

Antes de instalar o piso de madeira é importante verificar as condições do


contrapiso e do ambiente no qual será instalado o piso de madeira.
Abaixo segue um roteiro com os itens a serem verificados antes de proceder à
instalação do piso:

⇢ A instalação do piso só deve ser feita após o término de outras etapas da obra
(instalação de portas, janelas e vidros, ligações hidráulicas, conclusão dos banheiros,
aplicação de gesso);

⇢ Verificar se existem fontes de umidade como infiltrações, escoamento de água


(proveniente de áreas úmidas como banheiro, cozinha ou varanda);

⇢ Verificar se foi realizada a impermeabilização e a garantia da empresa para áreas


térreas sobre solo;

⇢ Verificar a resistência, o nivelamento e condições de umidade do contrapiso;


⇢ Verificar a altura da instalação do piso em relação as portas;
⇢ O rodapé só deve ser instalado depois do piso;
⇢ Iniciar a instalação quando o contrapiso estiver completamente seco e sem umidade
ascendente. O contrapiso deve estar nivelado e limpo (livre de poeira ou qualquer
sujeira);

⇢ Deve se realizar uma amostragem da umidade do piso de madeira, identificando se


a madeira está dentro da faixa adequada para o ambiente.

5.4. Instalação

Vale ressaltar que a sequencia de instalação que será descrita a seguir deve ser
utilizada para todos os tipos de piso de madeira; porém de acordo com as dimensões
da peça, a forma de fixação deve ser adequada a esta.

26
1º Avaliação do contrapiso

Esta avaliação consiste na verificação da resistência, aderência, umidade e


regularidade do contrapiso que irá receber o piso de madeira.
A verificação dos itens mencionados é feita sobre a superfície do contrapiso,
conforme indicado em capítulo anterior, de forma amostral e casualizada, e distribuída
por toda a área da instalação. Esta avaliação deve ser representativa, para evitar
problemas localizados pós-instalação.
Se a avaliação encontrar não conformidade em qualquer um dos itens
verificados, a instalação deve ser periodicamente suspensa, para correção do
problema encontrado.

2º Limpeza do contrapiso

Para limpeza geral do contrapiso utiliza-se espátula de metal para retirada de


restos de massa corrida aderidas ao cimento. No caso de restos de massa de cimento
utiliza-se marreta e talhadeira ou picão, finalizando com vassoura e aspirador de pó,
para remoção destes materiais e da poeira.

Figura 12. Limpeza de contrapiso


No caso de gesso aderido ao contrapiso, deve ser feito lixamento com máquina.

3º Impermeabilização

Conforme a situação e/ou a etapa da obra, a impermeabilização do contrapiso


pode ser efetuada sobre este, ou abaixo da camada de regularização, ou ainda na
massa de cimento.

27
No mercado existem vários tipos de impermeabilizantes, para as diferentes
etapas da construção.
Na foto abaixo é apresentado um contrapiso construído sobre piso térreo e que
recebeu a aplicação de impermeabilizante. O produto pode ser aplicado sobre o
contrapiso utilizando uma espátula sem “dentes” e rodo. Deve-se também aplicar o
impermeabilizante na parede, até a altura do rodapé. Esse tipo de impermeabilização é
ideal para pisos que serão fixados somente com adesivo PU (cola).

Figura 13. Impermeabilização

Em construções residenciais novas, geralmente, a impermeabilização é


realizada com produtos específicos no concreto antes da execução do contrapiso. Mais
raramente são utilizados produtos como manta asfáltica e barreiras de vapor.
Adicionalmente, conforme a situação é recomendável a aplicação de
impermeabilizantes nas interfaces entre os pisos de madeira e as áreas úmidas, como
banheiros e varandas. O objetivo é evitar o contato entre a água líquida e os pisos de
madeira.
Não é indicada a fixação por perfuração diretamente no contrapiso
impermeabilizado. Entretanto, caso sejam necessárias perfurações, podem ser
utilizados produtos impermeabilizantes específicos para as aberturas onde serão
fixados os pregos e/ou parafusos. Convém consultar o responsável pela
impermeabilização e fabricantes de produtos quando ocorrerem perfurações nas áreas
impermeabilizadas.

28
4º Instalação propriamente dita (fixação do piso)
Os pisos de madeira geralmente são fixados por contato, perfuração ou
utilizando as duas formas simultaneamente, conforme o tipo de piso. Vários fatores
podem interferir na adequada fixação dos pisos, abaixo são detalhadas as formas de
fixação mais usuais.

a) Contato

Adesivo (cola) é definido como a substância que tem a capacidade de unir entre
si, por contato superficial, peças de um mesmo material ou de materiais diferentes.
Para a fixação de pisos de madeira por contato são comumente utilizados adesivos
conhecidos, como a base de água ou poliuretano.
Os adesivos podem ser classificados como monocomponentes e
bicomponentes. Os primeiros são produtos a base de resinas poliuretânicas ou de
outras resinas solúveis em água, em que a evaporação promove a cura do adesivo. Os
bicomponentes são produtos a base de resinas do tipo epóxi e/ou poliuretano, e que
para a polimerização do adesivo é necessário adicionar um catalisador.

Adesivos à base de água (Colas PVA) têm boas propriedades de manuseio,


resistência, flexibilidade e durabilidade, mas apresentam água em sua composição. A
água presente nesse adesivo pode afetar a madeira e causar problemas relacionados à
movimentação dimensional e aparecimento de fungos. Normalmente esta água deverá
ser adsorvida pelo piso de madeira e pelo contrapiso, mantendo-se o sistema em
equilíbrio.
É importante lembrar que o produto já sai de fábrica pronto para a utilização, não
sendo necessária a adição de qualquer aditivo; caso a formulação seja alterada, podem
ocorrer problemas. A cura completa pode demorar de duas a três semanas.
O adesivo PVA é utilizado há muito tempo para instalação de pisos de madeira,
porém no caso de pisos prontos (já envernizados), não se deve utilizar este tipo de
adesivo pela alta tendência de aparecer o empenamento encanoado, consequência da
absorção da umidade do adesivo.

29
Adesivos à base de poliuretano (Colas PU) estes adesivos apresentam força e
flexibilidade para a fixação do piso. Existem colas PU mono e bicomponentes, como
explicado acima.
Adesivos PU do tipo monocomponente, geralmente apresentam maior tempo de
trabalho, ou seja, maior permanência na superfície, antes da colocação do piso; já os
do tipo bicomponente têm um tempo de trabalho menor, porque recebem a adição de
catalisador para acelerar sua cura.
Geralmente os adesivos PU atingem sua resistência total em menos de 48
horas, muito mais rápido do que a maioria dos outros tipos de adesivos.

Figura 14. A imagem da esquerda apresenta o aspecto do adesivo PVA, e a da


direita do adesivo PU.

O adesivo para a fixação do piso deve oferecer tempo de trabalho suficiente


para que o instalador aplique-o numa certa área de trabalho e acomode as peças.
Deve também permitir ajustar e posicionar as peças nas áreas mais restritas, como em
cantos ou em volta de ilhas. Para instaladores sem experiência deve se dar prioridade
de uso para os adesivos com maior tempo de trabalho.
Deve se seguir as recomendações dos fabricantes do piso de madeira, e dos
produtos utilizados; além de verificar todos os materiais do ambiente.
Vale ressaltar que existe no mercado uma infinidade de adesivos denominados
multiuso, mas nem sempre eles são compatíveis com todo tipo de material. Existem
adesivos cuja aderência à madeira não tem a resistência requerida para a aplicação de
pisos, tais como as colas de contato (popularmente conhecida como cola de sapateiro),
instantâneas, plásticas e outras.

30
Quando for aplicado um impermeabilizante no contrapiso, seja misturado à
massa de cimento ou aplicado posteriormente, sobre a superfície; é muito importante
consultar os fornecedores do impermeabilizante e do adesivo para verificar a
compatibilidade entre os produtos. Caso o impermeabilizante e o adesivo sejam
incompatíveis, a aderência entre o piso de madeira e o contrapiso impermeabilizado
não alcançará os níveis de resistência e durabilidade desejados.
Para o desenvolvimento dos trabalhos vários são os fatores que precisam ser
considerados para a colagem correta do piso, como as ferramentas e equipamentos, as
condições da madeira, do contrapiso e do ambiente.

Ferramentas:
Antes de iniciar a aplicação do adesivo devem-se providenciar todos os
equipamentos e ferramentas necessários para que o serviço seja executado com
qualidade e eficiência. Os principais equipamentos e ferramentas usualmente
empregadas na aplicação de adesivos são:
- Para limpeza do local: vassoura, espátula de metal, marreta, talhadeira e aspirador de
pó.
- Preparo do adesivo: máquina furadeira e batedor, no caso de adesivo bicomponente.
-Para aplicação do adesivo: espátula dentada de plástico ou metal conforme orientação
do fornecedor. A espátula de metal tem a vida útil maior.
- Proteção Individual: Luva cirúrgica, protetor auricular e máscara.

Condições da madeira:
Para se obter uma colagem sólida e resistente, alguns conceitos básicos devem
ser observados e criteriosamente seguidos na preparação da madeira:
- Umidade: a umidade da madeira deve ser controlada. A faixa ideal de umidade,
independente do tipo de cola e madeira, deverá ser a umidade de equilíbrio da região
onde a mesma será utilizada.
- Uniformidade: as superfícies inferiores dos pisos devem estar aplainadas, e o
contrapiso devidamente regularizado, para que o adesivo possa formar um filme
contínuo entre as superfícies. Além desses fatores, é necessário que os encaixes
macho/fêmea sejam perfeitos evitando degraus e falta de contato com o contrapiso.

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- Tratamento externo: não se deve fazer nenhum tipo de tratamento na madeira que
venha a prejudicar a qualidade da colagem.

b) Por prego ou parafuso

A fixação através de pregos ou parafusos é recomendada para o piso do tipo


assoalho, conforme as dimensões do piso de madeira e a base onde será fixado
(barrote ou contrapiso).

- Pregos
Geralmente, os pregos mais utilizados para instalação de pisos de madeira são
feitos de aço. A maioria é de seção quadrada ou redonda. O prego comum, chamado
de “prego de ferro”, é aquele de cabeça chata e corpo circular. Para serviços de
instalação de assoalhos, o prego deve ter pequena cabeça cônica para penetrar
completamente no encaixe macho do piso de madeira e não prejudicar o encaixe
fêmea da peça seguinte.
Em relação ao uso de pregos é preciso observar:
- devem ser usados somente em peças de madeira estática, como pisos de madeira e
rodapés. Neste caso a fixação não é comprometida por esforços aplicados à madeira;
- na faixa litorânea é recomendado o uso de prego galvanizado ou de aço;
- pregos de cobre sofrem pequena oxidação superficial, tornando se escorregadios, e
com a movimentação da peça, o conjunto pode se soltar;
- na união de peça de madeira com alvenaria (por exemplo, rodapé), é recomendado
utilizar prego de aço pela maior resistência;
- Os pregos de ferro, galvanizados ou não, devem ser “repuxados”, ou seja, rebatidos
com uma ponteira para que penetrem mais fundo, ficando abaixo da superfície da
madeira.

- Parafusos
Os parafusos proporcionam maior segurança na fixação do piso de madeira do
que os pregos. Entretanto, apresentam o inconveniente de exigirem mais tempo de
colocação, devido a necessidade de pré-furar as peças.
Os parafusos mais usados são os comuns e galvanizados. Os parafusos de

32
latão (polido cromado) e aço inoxidável são utilizados somente por exigência da obra.
O parafuso para madeira tem um tipo mais aberto de rosca, chamada de auto
atarrachante. O rasgo da cabeça pode ser simples (para chave de fenda), em cruz ou
cavado (para chave Philips).
Em relação ao uso de parafusos é preciso observar:
- antes de aplicar o parafuso deve-se pré furar a madeira, usando broca de diâmetro
um pouco menor que o diâmetro da parte da rosca do parafuso.
- o parafuso deve ficar abaixo da superfície do piso de madeira e, sobre ele, colocar
cavilha ou massa utilizada na calafetação.
- quando o parafuso for aplicado sobre alvenaria (contrapiso ou parede), usar bucha
plástica ou metálica, compatível com o tamanho do parafuso.

Para fazer a fixação das réguas de assoalho devem ser utilizadas peças de
madeiras (vigas, caibros ou peças em formato trapezoidal), denominadas barrotes ou
ganzepes, que são previamente fixadas no contrapiso com argamassa, onde será
pregado ou parafusado o piso.
Os barrotes devem ser de madeira de qualidade, dura, seca, bem aparelhados,
tratados com tinta impermeabilizante e, geralmente, com 3,0cm de altura, 3,0cm na
base superior e 5,0cm na base inferior. Adicionalmente, podem ser utilizados pregos,
colocados nas laterais dos barrotes, objetivando sua melhor fixação no contrapiso.
A distância entre os barrotes varia de 30,0 a 35,0cm entre eixos e o espaço
entre eles pode ser preenchido com a própria argamassa utilizada para fixá-los, lã de
vidro, areia seca, isopor, ou qualquer material isolante e livre de umidade ou água.
Quando o piso for pregado é importante que os assoalhos fiquem bem
prensados uns aos outros. Pode-se utilizar uma peça de madeira em forma de cunha
para facilitar esta junção. Em seguida as peças são fixadas no barrote, podendo ser em
cima do assoalho ou no encaixe macho.
Para o assoalho aparafusado na superfície, primeiramente é feito um furo para a
cabeça do parafuso e depois um furo para o corpo do parafuso. Este pode ser colocado
tanto com bucha ou parafusado diretamente no barrote. Sobre a cabeça do parafuso é
colocada uma cavilha que receberá posteriormente acabamento com lixa para madeira.
O uso de parafusos pode ser com bucha ou sem bucha, estes são utilizados
com bucha quando for fixado diretamente no contrapiso; ou para fixação no barrote

33
utiliza-se somente o parafuso. Em todos os casos é aconselhável prego ou parafuso de
aço galvanizado, resistente a ferrugem.
Quando o piso for instalado sobre barrotes, o parafuso e o prego deverão ser
fixados sobre a superfície do piso, desde que este seja bruto, conforme esquema
abaixo; no caso de piso envernizado, a fixação deve ser feita exclusivamente com
adesivo.

Fixação superior

Fixação no
encaixe macho

Figura 15. Fixação por prego ou parafuso

Para o fechamento dos furos de fixação nas réguas devem ser utilizadas as
cavilhas ou tampões, que são pequenas peças de madeira, de forma cilíndrica, e
proporcionam um melhor acabamento. A fixação da cavilha pode ser feita com cola PU
ou PVA.
Podem ser confeccionadas com a madeira usada na instalação ou compradas
no mercado prontas para serem utilizadas na instalação, é importante verificar se o teor
de umidade e coloração são iguais as do piso que está sendo instalado.

c) Combinação de adesivo com prego ou parafuso (Mista)

A fixação mista consiste em instalar o piso de madeira utilizando adesivo e prego


ou adesivo e parafuso. Esse sistema é utilizado quando a peça de madeira possuir um
empenamento muito acentuado e for instalado diretamente sobre o contrapiso. Neste
caso o parafuso deve ser usado para proporcionar uma maior segurança na fixação.
Em assoalhos brutos, com dimensões a partir de 9,5cm de largura e 2,0cm de
espessura, utiliza-se adesivo, parafuso e bucha de 8,0mm; respeitando um

34
espaçamento de 40,0 a 50,0cm, no máximo, entre os parafusos.
Nos assoalhos envernizados que tenham 9,5cm de largura e 1,8cm de
espessura, utiliza-se adesivo, parafuso e bucha de 6,0mm. Neste caso o espaçamento
entre os parafusos é variável, conforme a situação específica da instalação, porém é
interessante utilizar um espaçamento igual ao citado anteriormente.
Para esse tipo de fixação é importante salientar que as dimensões dos
assoalhos é que devem definir o tipo e dimensões do elemento fixante a ser utilizado.
No caso de pisos finos, pode ser necessária a utilização de pesos em cima das
peças e fitas adesivas para melhorar a sua fixação.
No caso de piso de madeira pronto, ou seja, já envernizado, logo após sua
instalação deve-se passar pano limpo levemente umedecido com solvente adequado, a
fim de retirar cola respingada sobre o piso e outras sujeiras.
Durante a instalação dos pisos de madeira deve-se deixar juntas de dilatação,
ou seja, vãos de 1,0 a 1,5cm de distância entre o piso e a parede; a largura deste vão
deve ser igual ou menor que a espessura do rodapé.

Figura 16. Juntas de dilatação

5º Lixamento do piso de madeira


O lixamento do piso de madeira consiste em várias passadas de lixa com
diferentes numerações (granulometrias), de acordo com os defeitos e desníveis da
superfície. Sempre que for mudar a lixa é necessário que se faça a limpeza do local,
geralmente utilizando-se vassoura e aspirador de pó. A intensidade do lixamento vai
depender da qualidade e do tipo do piso de madeira e da instalação do mesmo.

35
Figura 17. Lixamento

6º Calafetação
Para realizar a calafetação pode-se utilizar massa acrílica, cola poliuretano,
massa de calafeto preparada com cola branca ou resina. Durante a aplicação poderá
utilizar rodo sem cabo e espátula sem dente.

Figura 18. Calefação

7º Instalação do rodapé
A fixação do rodapé deve ser realizada com adesivo e prego, ou parafuso e
bucha com cavilha.
O adesivo utilizado é do tipo PU ou PVA, e o prego de aço. A perfuração para
fixação do prego ou parafuso também deve receber impermeabilizante, para as
paredes com umidade excessiva.

36
8º Limpeza geral
Para a limpeza geral do ambiente utiliza-se vassoura, aspirador de pó e pano
levemente úmido para retirar o pó do piso. Antes de iniciar a aplicação de seladores
e/ou vernizes, deve-se esperar uma hora para assentamento do pó e em seguida
limpar com um pano muito bem torcido, levemente umedecido.

9º Aplicação do selador
Aplica-se o selador sobre o piso de madeira com um rolo, espátula, rodo, pincel
ou aplicador americano. A secagem do selador ocorre após 2 horas da aplicação em
geral, variando de acordo com as informações do fabricante. Posteriormente realiza-se
a limpeza do local.

Figura 19. Aplicação do selador

10º Aplicação do verniz


Como existem diversos produtos disponíveis, recomenda-se seguir as
orientações do fabricante do verniz utilizado para a aplicação no piso de madeira.
A aplicação do verniz é realizada com rolo, pincel ou aplicador americano. No
caso de verniz a base de água aplica-se duas demãos, e em aproximadamente 48
horas o piso já estará pronto para o uso, mas sua cura estará completa após 8 dias.
Neste período evitar o trânsito intenso de pessoas no local.
O verniz a base de uréia-formaldeído aplica-se uma demão, espera-se 1 dia
para secagem. Em seguida o piso deve ser lixado (com lixa nº 150) e feita a limpeza do
local. Por último, aplicam-se mais duas demãos de verniz e aguarda-se 3 dias para
secagem final do produto e utilização do local.
Verniz poliuretano é aplicado com rolo baixo (de veludo) com altura de 5,0mm.

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Depois da primeira demão realiza-se o lixamento (com lixa numero 150) e limpeza do
local. Para finalizar aplica-se uma ou duas demãos de verniz, dependendo do tipo de
madeira e aguarda-se por dois dias até secagem final do produto e utilização do local.

5.5. Riscos durante a instalação do piso de madeira

Os fatores que contribuem para a diminuição da vida útil dos pisos são:

⇢ Evitar trânsito de outros profissionais (por ex. pedreiro, gesseiro, pintor...);


⇢ Madeira inadequada para o uso;
⇢ Madeira com defeitos ou atacadas por insetos e fungos;
⇢ Madeira demasiadamente seca ou úmida;
⇢ Excesso de umidade do contrapiso antes da instalação;
⇢ Defeitos de colagem (excesso de umidade na cola, incompatibilidade do adesivo
com o impermeabilizante);

⇢ Ausência ou insuficiência de juntas de dilatação.

5.6. Cuidados a serem tomados pelo instalador

⇢ Verificação da uniformidade e qualidade das peças de madeira;


⇢ Utilizar EP’IS durante a instalação;
⇢ Manter o local de trabalho sempre limpo;
⇢ Utilizar ferramentas e equipamentos adequados, e em condições de uso;
⇢ Avaliação do ambiente em que irá proceder a instalação;
⇢ No caso de piso pronto cobri-lo durante sua instalação, se cair cola sobre o mesmo
limpá-lo imediatamente com produto adequado.

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6. ACABAMENTO SUPERFICIAL

Assim como as etapas anteriores, na fase de acabamento superficial deve-se


manter o rigor e cuidados mínimos para sua execução.
Recomenda-se adquirir equipamentos e produtos adequados para acabamento
em pisos de madeira maciça, seguir as orientações de utilização recomendadas pelos
fornecedores desses produtos e sempre procurar profissionais qualificados e com
experiência na área de aplicação de produtos de acabamento.
As etapas do acabamento superficial consistem em lixamento, calafetação,
aplicação de produtos de acabamento (seladores, vernizes, etc) e instalação do
rodapé.

6.1. Lixamento

O lixamento é realizado inicialmente com lixas de granulometria maiores, com a


finalidade de eliminar as irregularidades mais grosseiras no nivelamento das peças. Em
seguida é feito o lixamento utilizando lixas de granulometria progressivamente
menores. Quanto maior o número da lixa, menor será a granulometria, e
consequentemente, mais fino o lixamento; estas são indicadas para a fase final do
lixamento.
É indispensável estar com a lixadeira sempre em perfeito estado de
funcionamento e com a lixa bem esticada ou instalada. O operador da lixadeira deve
usar máscara e protetor auricular durante o lixamento.
A quantidade de passadas com a lixa depende do desnível da superfície;
também para os pisos em restauração depende da dureza do verniz e seu desgaste,
bem como da madeira instalada.
É importante que a lixadeira seja manipulada a uma velocidade constante e
moderada; retrocedendo sempre sobre a mesma linha de avanço.
O operador não deve interromper o lixamento com a máquina ligada e o disco
abaixado e girando. Também não deve mudar de direção bruscamente, pois se estiver
trabalhando com lixas grossas, causará marcas profundas que dificilmente poderão ser
niveladas com outras lixas de granulometria mais fina. No caso do lixamento ter sido

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insuficiente, e se observar irregularidades, deve realizar outra passada com lixa de
numeração igual e no sentido contrário da anterior.
Nos cantos onde a lixadeira de rolo ou disco não alcança, recomenda-se o uso
de uma lixadeira de canto ou manual.

Figura 20. Lixamento

É importante lembrar que quanto melhor o lixamento, melhor será o resultado do


acabamento. Todos os lixamentos devem ser cruzados, isto é, um no sentido contrário
ao outro.

6.2. Calafetação

A calafetação é um processo de preenchimento das frestas entre as peças que


compõem o piso, quando a fresta é evidente.
A calafetação pode ser feita com massa acrílica e cola poliuretano, que são
produtos prontos de fábrica, ou massa preparada com o próprio “pó” de madeira
produzido durante o lixamento misturado com cola branca a base de PVA ou resina.
Geralmente a calafetação é feita após o lixamento médio (lixa 50 ou 60).
Vale ressaltar que a aplicação do calafeto é feita principalmente em pisos brutos
(piso sem acabamento), sendo utilizada em pisos prontos apenas para corrigir
pequenas frestas entre as peças de madeira devido à pequena variação nas
dimensões das peças.

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6.3. Rodapé

O rodapé é um complemento necessário ao revestimento, que é colocado no


contorno de ambientes nos quais foram instalados pisos de madeira. São peças de
madeira que variam de 5,0 a 20,0cm de altura, fixadas na parte inferior da parede, junto
ao piso. Sua fixação pode ser feita com cola PVA ou PU e prego ou parafuso logo após
a instalação do piso.
No caso da instalação de pisos sem verniz, o rodapé deverá ser fixado após o
lixamento do piso; precaução desnecessária quando se trata da instalação de pisos já
envernizados. Em ambos os casos é importante verificar existência de encanamento na
parede.
Além de proteger o piso, o rodapé corrige eventuais imperfeições na instalação e
esconde as juntas de dilatação, melhorando o aspecto estético no acabamento final.
Para a instalação em desenho reto, a junta de dilatação é deixada apenas na lateral do
piso, os topos não necessitam de junta.
Para a instalação em diagonal ou espinha de peixe, deve se deixar junta nos 4
lados.

6.4. Aplicação de produtos para acabamento

O trabalho de acabamento inicia com a limpeza da superfície para que esta


esteja completamente limpa, é recomendável fazê-la utilizando aspirador de pó.
Deve-se esperar pelo menos uma hora para que o pó em suspensão caia, e passar
pano úmido bem torcido;
É necessário que no momento da aplicação do verniz o profissional faça um
rápido estudo do ambiente a ser trabalhado para definir melhor o processo de
aplicação (ponto de partida, arremates, etc);
No momento da aplicação dos produtos, sempre acompanhar o sentido dos
veios da madeira, evitando assim, marcas deixadas pelo rolo aplicador em sentido
contrário aos veios.

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a)Seladores

Os seladores são utilizados para preencher e obstruir os poros da madeira,


aumentando sua impermeabilização nas camadas superficiais e impedindo a
penetração excessiva do verniz. Desta forma, possíveis problemas de manchas e
trincas no acabamento final são minimizados, além de melhorar a aderência e a
distribuição das sucessivas demãos de verniz que serão aplicadas na sequência.
Os tipos de seladores mais habituais são seladores monocomponentes, com
solventes ou em dissolução em água, e seladores poliuretânicos bicomponentes.
Os seladores podem ser utilizados em quase todos os tipos de madeira.
Entretanto, para algumas espécies, os seladores não devem ser utilizados devido a
possíveis reações com componentes químicos da madeira que podem causar
manchas.
Deve se ler o rótulo da embalagem do selador quanto à indicação de espécies
nas quais o produto não possa ser utilizado, a fim de evitar retrabalho na superfície.
A aplicação deve ser feita de acordo com as orientações do fabricante.
Geralmente deve-se considerar a temperatura ambiente e horário de aplicação, para
evitar o efeito casca de laranja (aspecto rugoso), causado tanto por excesso, como por
falta de produto, secagem rápida do verniz ou utilização de rolo inadequado durante a
aplicação.
Os rendimentos dos seladores são variáveis conforme o tipo de madeira e o
lixamento efetuado, normalmente, em torno de 10 a 12m2/ litro/ demão.
O produto deve ser aplicado uniformemente, iniciando sempre próximo ao
rodapé e acompanhando os veios da madeira. Antes de iniciar a aplicação é
necessária a vedação do ambiente, evitando a incidência de luz solar direta. No caso
de madeiras que contenham óleos, a aplicação dos seladores deve ser feita
imediatamente após a finalização do processo de lixamento.
Para a aplicação do produto pode-se utilizar rolo de lã de carneiro com altura de
5,0mm, pincel, espátula, rodo e aplicador americano.

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Figura 21. Aplicação de selador

Deve-se esperar o tempo de secagem recomendado pelo fabricante do produto.


Quando o piso estiver totalmente seco, deve ser feito o lixamento do mesmo, manual
ou mecanizado, sendo que a granulometria mínima recomendada é de 180.
Geralmente são utilizadas lixas com granulometria entre 180 e 220.

b) Vernizes

O procedimento final é limpar com aspirador de pó seguido de pano úmido bem


torcido (quase seco).
Os vernizes são os produtos que proporcionam o acabamento final do piso de
madeira, podendo também conferir resistência ao atrito. Atualmente, existem pisos de
madeira que já são fornecidos devidamente envernizados, denominados de “piso
pronto”, e que dispensam a necessidade de lixamento e aplicação de produtos na obra.
Para os pisos não envernizados na indústria, existem diversos tipos de vernizes
que podem ser aplicados, e sua escolha depende da situação e gosto do cliente.
Os vernizes para pisos de madeira podem ser à base de uréia-formol,
poliuretano solvente ou poliuretano a base de água.
Quanto ao brilho, os vernizes podem ser brilhantes, semi-brilho (acetinado),
foscos e naturais.
Alguns vernizes podem alterar a coloração natural da madeira.

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Os vernizes também podem ser monocomponentes ou requerer catalisadores
para aumentar a resistência e propiciar secagem mais rápida.
O rendimento é variável conforme o tipo de madeira, geralmente em torno de 10
a 12m2/litro/demão, de acordo com os fornecedores de vernizes.
Antes do início de aplicação dos vernizes, deve-se certificar que não haja
corrente de ar próxima às portas e janelas no momento da aplicação ou na secagem do
produto, pois isto poderá causar danos como bolhas no acabamento final, o efeito
casca de laranja e manchas.
A aplicação da primeira demão deve ser feita com um rolo de 5,0mm (pêlo curto
de lã de carneiro).
O tempo de secagem pode durar de 3 a 4 horas, dependendo da adsorção da
madeira. Caso alguma imperfeição seja notada após a primeira demão, um novo
lixamento leve e manual (baixa pressão) é necessário. Ao final, utiliza-se aspirador de
pó seguido de pano úmido bem torcido (quase seco) para limpeza do ambiente.
Aplicam-se outras demãos do produto (duas a três), conforme recomendado
pelo fabricante. Dependendo do trafego de pessoas e do cliente poderão ser aplicadas
mais demãos.
Para locais com trânsito intenso (hotéis, restaurantes, etc) e para madeiras muito
porosas pode ser indicada a aplicação de uma demão a mais. Nestes casos, o verniz
deve ser bem espalhado no momento da aplicação, para que não fique excesso de
produto.
Após finalizar o processo de aplicação do verniz, esperar no mínimo 48 horas
para utilização do ambiente. Quanto maior o tempo de cura, mais resistente o verniz
será.

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7. CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO

Para evitar a ocorrência de problemas e aumentar a durabilidade do piso de


madeira é recomendável seguir algumas orientações.

7.1 Cuidados com a umidade (água)

A conservação e manutenção de pisos de madeira pode ser simples e fácil de


ser executada. Porém, é preciso lembrar que a madeira é um material higroscópico, ou
seja, sofre alterações dimensionais na presença de umidade.
Para evitar a ocorrência desse problema, as seguintes precauções devem ser
tomadas após o acabamento final no piso de madeira:

⇢ Nunca limpe o piso de madeira com água ou pano molhado;

⇢ Líquidos derramados devem ser enxugados imediatamente;

⇢ Não colocar vasos diretamente sobre o piso;


⇢ Cuidado com urina de animais domésticos;
⇢ Manter o piso livre de umidade, barrando a passagem da água de lugares como
banheiro e cozinha, fechando janelas e portas quando estiver chovendo.

7.2. Limpeza

A limpeza do piso de madeira é fundamental para sua conservação desde que


feita corretamente. Para isso devem-se seguir as recomendações abaixo:

⇢ Procurar efetuar limpeza utilizando apenas vassoura de pêlos e pano levemente


umedecido com água (muito torcido);

⇢ Usar aspirador de pó (a ponteira não deve atritar com a superfície de madeira);


⇢ Limpar manchas e gorduras apenas com água e sabão/detergente neutro (o mais
rápido possível após a ocorrência);

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7.3. Aplicação de Produtos

Não utilizar produtos de limpeza com álcool, querosene ou outros solventes. O


uso frequente destes produtos danifica a madeira e o acabamento.
Deste modo, os produtos indicados na limpeza de pisos de madeira, são aqueles
a base de água, sempre seguindo as recomendações do fabricante.
A aplicação destes produtos é feita com pano e rodo.
O acabamento feito em pisos de madeira geralmente é realizado mediante a
aplicação de verniz a base de água ou a base de uréia e formol. A seguir listaremos
algumas dicas e cuidados para conservação do piso de madeira de acordo com o
verniz aplicado.

a) Verniz a base de água

Primeiros dias:
Embora o produto esteja seco após 48 horas, o ambiente só poderá ser aberto e
utilizado, assim como a colocação de móveis, após 72 horas da aplicação da última
demão de verniz. Porém, é necessário manter cuidado especial na colocação dos
mesmos, não deixando que sejam arrastados e protegendo os pés com feltro.
Deixar sempre uma área para ventilação natural, nunca utilizar ventilação
forçada.

Durante 30 dias:
Não devem ser colocados tapetes;
Deve ser evitado o tráfego intenso de pessoas, e o manuseio de objetos pesados;
Não cobrir o piso com plásticos ou similares;
Para a proteção do piso em caso de tráfego para mudanças e colocação de móveis,
utilizar cobertores, devendo ser retiradas após o uso ou ao final do dia.

Manutenção após 30 dias


Para limpeza e manutenção do piso de madeira, utilizar um pano úmido bem torcido;

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Nunca utilize produtos químicos para limpeza, tipo alvejante, detergente, sapólio,
cera, lustra móveis, querosene, aguarrás ou qualquer outro que contenha solvente
orgânico;
Não utilize vassouras de cerdas duras ou sintéticas. Só utilize vassouras de pêlo
animal do tipo crina com muito cuidado e pouca pressão;
Na limpeza de áreas frias, não permitir que a água escorra para o piso de madeira;
Evite o uso de cadeiras giratórias diretamente sobre o piso, ou ainda móveis com
pés agudos.

b) Verniz a base de Uréia Formol

Pisos de madeira tratados com produto a base de formol e uréia estarão


protegidos por muito tempo. Contudo é importante observar as seguintes
recomendações:
Nos primeiros dois dias não se pode transitar sobre o piso de madeira.

Durante os primeiros 30 dias:

⇢ Limpar o piso de madeira apenas com pano seco e vassoura de pêlo;


⇢ Não passe pano úmido, nem permita acúmulo de água sobre o piso;
⇢ Evitar a incidência direta de luz solar diretamente sobre o piso;
⇢ Não coloque tapetes (motivo - marcas);
⇢ Coloque os móveis nos devidos lugares sem arrastá-los, além disso, convém
colocar pequenos pedaços de feltro nos pés dos móveis para maior proteção.

Após 30 dias da aplicação:

⇢ A remoção de poeira deve ser feita com vassoura de pelo, e pano úmido;
⇢ Manchas de tintas, gorduras, etc, devem ser removidas somente com pano
umedecido em água com detergente e sabão neutros;

⇢ Não utilizar removedores (querosene ou aguarrás);

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⇢ Não aplicar sobre o piso ceras que contenham solventes orgânicos em sua
composição.

8. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Algumas recomendações além do cuidado com a umidade e a limpeza que


auxiliam na conservação e manutenção do piso de madeira em uso.

⇢ Colocar capacho nas entradas para evitar poeira, areia ou pedras dos calçados;
⇢ Em caso de mudança proteger o piso com tapetes ou papelão;
⇢ Os móveis devem ser levantados e não arrastados;
⇢ Nos locais onde tem incidência solar, é recomendável a utilização de cortinas ou
persianas nas janelas e portas;

⇢ Sujeiras mais persistentes devem ser removidas com flanela, ligeiramente


umedecida em água limpa e sabão neutro de maneira localizada;

⇢ Nunca limpe um piso resinado com palha de aço, pois o uso contínuo desse
material retira a camada protetora do piso de madeira;

⇢ Em ocasiões quando a residência permanece fechada por um período longo antes


da mudança do morador, é necessário que as janelas e portas estejam protegidas
contra a insolação, para isso pode-se colar nos vidros papel pardo ou jornal, e manter o
local arejado deixando alguma janela aberta longe da área de piso de madeira (por
exemplo: janela de banheiro, cozinha ou lavanderia).

Pode se afirmar que a durabilidade, a estética e a conservação do piso de


madeira está diretamente ligada com a sua manutenção, ou seja, se esta for realizada
corretamente e com cuidado, maior será a vida do piso de madeira, assim como o seu
acabamento.

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