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Fernando Fiorese
OPERAÇÃO I – LEITURA
Levantamento dos elementos que integram o estrato sonoro do poema através dos
seguintes procedimentos:
a) Escansão de cada um dos versos do poema, de forma a identificar a métrica e o
ritmo;
b) Identificação e descrição do esquema métrico e do ritmo;
c) Identificação e descrição dos tipos de rimas e do esquema rímico;
d) Identificação e descrição das figuras sonoras (aliteração, assonância, onomato-
peia, paronomásia, repetição de sons etc.).
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Recomenda-se a numeração dos versos do poema, de forma a facilitar a localização dos elementos e
fenômenos a serem identificados e descritos.
POEMA: ROTEIRO PARA ANÁLISE ● prof. fernando fiorese 2
Descrição minuciosa por escrito dos elementos identificados nos cinco estratos do
poema (sonoro, lexical, semântico, sintático e gráfico-visual), dedicando cerca de um pa-
rágrafo para cada um dos estratos.
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Recomenda-se em especial a pesquisa da etimologia das palavras, capaz de desvelar sentidos ocultos,
esquecidos ou estranhos ao senso comum, mas, muitas vezes, bastante produtivos para a análise.
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A análise formal não constitui ainda a análise do poema, sendo apenas um primeiro movimento neste
sentido.
POEMA: ROTEIRO PARA ANÁLISE ● prof. fernando fiorese 3
No que concerne ao estrato sonoro, o soneto “5”, de Ferreira Gullar (extraído da seção
“Sete poemas portugueses” da obra A luta corporal, publicada originalmente em 1954), apresenta
dez versos em decassílabo heróico (vv. 1 a 5, 7 a 11) e quatro em decassílabo sáfico (vv. 6, 12 a
14), esquema rimático abab | abab | ccd | eed, com rimas consoantes, externas (ou interversais),
graves (ou paroxítonas, vv. 1 a 10, 12 e 13) e agudas (ou oxítonas, vv. 11 e 14), cruzadas (ou
alternadas, quartetos, vv. 1 a 8) e paralelas (tercetos, vv. 9 e 10, 12 e 13). Observa-se assonância
em e/i (vv. 1 e 2, por exemplo) e a/o (vv. 3 e 5, por exemplo), bem como aliteração em consoantes
oclusivas (d/p/t, vv. 1 e 10, por exemplo), nasais (m, vv. 2 e 8, por exemplo) e fricativas (s, vv. 7
e 8, por exemplo). Em tempo, no que se refere à métrica, registre-se também a presença de dois
pentâmetros iâmbicos (vv. 10 e 11). Quanto ao ritmo, embora a prevalência dos versos decassilá-
bicos heroicos sugira um andamento mais melódico, evidencia-se uma contraposição fônica entre
os versos – vogais fechadas versus vogais abertas (assonâncias, vv. 2 e 3, por exemplo) e conso-
antes oclusivas versus consoantes fricativas (aliterações, vv. 1 e 2) –, contraposição esta que en-
gendra uma tensão sonora distinta do padrão rítmico elevado e solene que, em geral, a tradição
empresta ao decassílabo heroico.
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A análise formal não constitui ainda a análise do poema, sendo apenas um primeiro movimento neste
sentido, uma vez tratar-se de um breve rascunho das linhas mestras da análise, acompanhado das referências
bibliográficas a serem utilizadas.
POEMA: ROTEIRO PARA ANÁLISE ● prof. fernando fiorese 4
elementos de cada uma das fontes bibliográficas se pretende sejam empregados na elabo-
ração da leitura analítica do poema.
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Ver abaixo o “Anexo único: Instruções para o texto escrito da análise interpretativa”.
POEMA: ROTEIRO PARA ANÁLISE ● prof. fernando fiorese 5
ANEXO ÚNICO
Instruções para o texto escrito da análise interpretativa
Folha de rosto, com nome da/o aluna/o, título do trabalho, endereçamento e im-
prenta.
Introdução – Escrita em geral após a redação do “Desenvolvimento”, trata-se de
um texto de apresentação da análise, no qual, de forma objetiva, clara e sintética, realiza-
se exposição das linhas mestras do trabalho, bem como objetivos, métodos e fundamen-
tação teórico-crítica empregada. Recomenda-se, ainda, a exposição de forma breve das
questões tratadas em cada um dos capítulos do “Desenvolvimento”.
Desenvolvimento – Corresponde à exposição detalhada e organizada das questões
abordadas, dividindo-se em capítulos e, quando necessário, subcapítulos, conforme a or-
dem de relevância de cada assunto e respeitando-se a coerência na passagem entre eles.
Deve-se ter em conta o desenvolvimento da ideia nucleadora do estudo proposto, reali-
zando uma análise detalhada da mesma, sempre a partir de um corpus téorico-crítico (bi-
bliografia) que permita discutir as questões advindas do corpus material (poema), bem
como cotejar hipóteses contrárias e apresentar as ideias do/a autor/a do trabalho. A pro-
porcionalidade entre capítulos e subcapítulos, a fundamentação teórico-crítica adequada
à abordagem do poema selecionado, a coesão do texto e a coerência na organização das
diversas partes do trabalho são elementos necessários para alcançar os objetivos propos-
tos.
Conclusão – Trata-se da exposição objetiva, clara e precisa das respostas encontra-
das no decorrer da pesquisa, com base no corpus teórico-crítico (bibliografia), para as
questões propostas em relação ao corpus material (poema).
Referências bibliográficas – Especificação da bibliografia teórico-crítica empre-
gada, organizando-a segundo as normas da ABNT. (Solicita-se não sejam incluídos nem
utilizados quaisquer livros didáticos de ensino médio ou outras fontes análogas.)
Anexo – Transcrição integral do poema escolhido, respeitando-se a disposição grá-
fico-visual do mesmo e incluindo título e referência bibliográfica completa.
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Além dos aspectos inerentes à análise do poema, serão considerados os seguintes
critérios na avaliação do texto escrito: a) pertinência em relação ao que foi solicitado; b)
adequação do desenvolvimento analítico e da fundamentação teórico-crítica no âmbito
dos Estudos Literários; c) respeito às normas gramaticais, ortográficas etc. do padrão
culto da língua portuguesa, bem como àquelas referentes à redação e editoração de traba-
lhos acadêmico-científicos definidos pela ABNT.