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Universidade Federal do Maranhão.

Departamento de Filosofia.
Disciplina: DFIL0158 (Epistemologia Geral) 2022.2.
Reposição da Primeira Unidade.

Aluna: Rubia Paula Correa Fernandes

1. Explique, primeiro, como Carnap estrutura a análise lógica em constituintes


epistemologicamente suficientes e epistemologicamente dispensáveis. Depois,
forneça um exemplo diferente do que Carnap oferece para ilustrar como ocorreria
uma análise desse tipo.

Para Carnap, o método que justificam as cognições é a epistemologia, isto é, ela vai
parcialmente descobrir a veracidade do conhecimento e, no final, limitar esses
conhecimentos no campo da ciência empírica. Dentro da epistemologia, há uma divisão
lógica do conteúdo de uma experiência, a saber; o constituinte epistemologicamente
suficiente, e o constituinte epistemologicamente dispensável. Porém, ao colocarmos
essa divisão não quer dizer uma divisão real, mas, somente uma análise conceitual, ou
seja, uma analise abstrata. Pois toda experiência será conceitual. Podemos dar um
exemplo para ficar mais claro. Digamos que uma determinada pessoa toma todos os
dias suco de laranja em seu copo favorito, e mesmo que ela feche os olhos, só pelo
simples fato de pegar o copo, ela está usando o sentido tátil, mesmo que seu sentido
visual esteja bloqueado, ela terá a representação de dois sentidos, embora os olhos
estão fechados. A avaliação epistêmica de sentir a sensação daquele objeto (copo)
familiar, que está em uma temperatura mais fria que a sua mão, e pelo designer do
copo, relaciona-se ao conhecimento teórico, e também a um acréscimo ao conteúdo
que a pessoa já possuía. Logo, notamos que a divisão da experiência serve para
demostrar que a forma tátil de pegar o copo é a constituinte epistemologicamente
suficiente, e os olhos fechados é a constituinte epistemologicamente dispensável. Essa
análise epistemológica demostra que existe uma constituinte que é
epistemologicamente suficiente em comparação a outra constituinte, que no caso é a
dispensável. Dessa maneira, pode-se avaliar da nossa avaliação a cerca do copo, que
mesmo a pessoa de olhos fechados, ela saberá que aquele objeto que está pegando é
seu copo favorito, e nele contem seu suco de laranja, somente com o conhecimento
constituinte suficiente, excluindo assim o constituinte dispensável. Pois somente com o
primeiro constituinte a pessoa conseguiu identifica o objeto, já que a mesma tinha uma
ajuda de um conhecimento anterior.

2. Da mesma maneira, explique a distinção entre núcleo epistemológico e parte


secundária, elementos próprios da análise epistemológica. Mais uma vez, recorra
ao exemplo que você deu na questão anterior para ilustrar essa diferença.

No caso dos constituintes suficientes e dispensáveis, um depende relativamente do


outro, e no caso do núcleo epistêmico e a parte secundária eles são independentes do
conhecimento um do outro, ou seja, o conhecimento de a’ não depende do
conhecimento de b’. Por exemplo, na situação da pessoa que pegar o copo com as
mãos e olhos fechados, ela sabe que é seu copo favorito e contém suco de laranja
nele, pois é uma experiência anterior e não precisa do constituinte dispensável para
saber disso. Entretanto, numa outra situação, no momento em que a pessoa pega o
copo de suco, e olha, no mesmo instante, temos as duas experiências, tátil e visual.
Logo, temos a divisão lógica dos constituintes da experiência a’ e b’. Diante disso, a
inferência lógica pode ser usada nas duas direções, a construção racional faz-se
provável em qualquer um dos constituintes, como suficiente e como dispensável, ou
seja, podemos formar a’ em base de b’ e as experiências anteriores, como formar b’ em
base de a’ e as experiências anteriores. Se eu pegar o copo de suco com a mão já vou
saber que é copo de suco, e se eu não pegar o copo, e só olhar, já vou saber que é o
copo favorito e que contém suco de laranja nele, mesmo sem pegar.

3. Explique se é possível, no entendimento de Carnap, que uma experiência


concebível possibilite, em algum momento, um conteúdo que possa figurar em
um enunciado testável.

Segundo Carnap um enunciado não se confirmar por meio de uma experiência, ele não
pode ter nenhum conteúdo fatual, ou seja, que tenha fatos comprovados que aquela
determinada coisa realmente existe, e foi comprovada. Logo, uma experiência
comprovada, que tenha conteúdo fatual, pode sim representar um enunciado testável,
pois partindo de uma coisa concebível podemos ter experiências fatual e testável.

4. Na perspectiva de Carnap, é possível dizer se a tese do Idealismo é falsa?


Explique sua resposta a partir da maneira como Carnap associa significado a
experiência.

Não! Pois aqui Carnap não quer falsificar ou validar nenhuma tese, ele quer mostrar se
as teses têm significado científico, e o que a ciência poderá identificar na questão. Ele
quer saber se as teses tem um significativo, seja ele existente ou inexistente. E se
realmente não apresentar nenhum conteúdo fatual, não tem nem como a ciência
identificar se é falso ou verdadeiro, pois não tem significado nenhum. Mesmo que o
idealista só tenha as suas próprias percepções reis das suas coisas/ideias, mas não
são fatuais, e nem demostram qualquer tipo de intuito que tenha um experimento para
fundamentar as suas teses. Logo, nem uma nem outra são falsas, pois nenhuma das
duas possuem algum significado para ser posto à prova se é verdadeira ou falsa.

Questão Extra.

5. Por fim, dentro do que foi abordado na questão anterior, é possível explicar, de
acordo com a
perspectiva de Carnap em ‘Pseudo-problemas na Filosofia’, como a mente
depende do corpo para existir? Por que?

Para Carnap um objeto é aquele que qualquer coisa que possa ser formulado um objeto.
Existem quatro tipos de objetos, a saber; autopsicológico, físicos, heteropsicológicos e
culturais. O primeiro nível constitui a base do sistema, neste sentido que as experiencias
são criadas nas pessoas, e é através desse nível que os outros objetivos dos níveis são
construídos. Os demais são os objetos da ciência, físicas, psicologia e ciências naturais.
O nível cultural se da pela cultura da localidade, a mania de apertar as mãos ao se
cumprimentar é cultural, ou seja, são objetos construídos a parte de objetos psicológicos.
O objeto autopsicológico são epistemicamente primários, em consequência do objeto
físico, já o heteropsicológicos são secundários para o objeto físico. As mentes do
heteropsicológico são conhecidas por meio de suas manifestações físicas. Tudo isso se
pode observar no individuo o que o afeta, se são objetos físicos ou objetos psicológicos.

Professor, peço desculpas se não conseguir abordar umas respostas claras. Mas esse
tema é muito difícil para minha compreensão, porém sigo tentando.

REFERÊNCIAS:

Texto do Carnap PSEUDOPROBLEMAS NA FILOSOFIA


Slide da aula 4 de Epistemologia Geral do professor Allysson.

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