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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

EPISTEMOLOGIA GERAL
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

DOCENTE: HENRIQUE ANTUNES ALMEIDA


DISCENTE: NICOLE PRADO BEZERRA.

FICHAMENTO DO TEXTO “PSEUDOPROBLEMAS NA FILOSOFIA"

SÃO LUÍS
2022
Algumas questões epistemológicas que os filósofos se preocupam,
incluem os seguinte: Como o conhecimento é construído? E como esse
conhecimento pode ser validado (ou seja, como pode ser identificado
como verdadeiro ou falso)? Na tese empirista, todo conhecimento provém
da experiência observável, onde em “Pseudoproblemas na Filosofia”
Carnap busca trazer uma explicação mais compreensiva e detalhada
dessa ideia. Ignorando a questão de como o sujeito chega às suas ideias
sobre o mundo como um problema da psicologia, das ciências naturais,
das ciências culturais e não da filosofia, ele se propõe a enquadrar o
empirismo como uma tese lógico sistemática sobre o fundamento de
evidência do conhecimento empírico. Para isso, é atribuído ao assunto
um caráter linguístico; perguntando como os objetos (conceitos) que, na
linguagem científica ou coloquial, servem para manifestar afirmações
sobre o mundo se relacionam com os objetos (conceitos) em que os
dados da experiência direta podem ser descritos; afirmando então que, a
partir de uma análise epistemológica, pode-se averiguar que esses
objetos (conceitos) do primeiro tipo são “(epistemologicamente)
redutíveis" aos do segundo tipo em um sentido claramente definido, ou
seja, enquanto Carnap reconhece que há vários níveis diferentes de
objetos ou conceitos (os físicos, heteropsicológicos, culturais, entre
outros) ele também sustenta que sentenças sobre qualquer um desses
níveis podem ser transformadas em sentenças de nível mais básico até
que cada sentença seja representada em uma consistindo apenas
conceitos básicos, formando então o que o autor chama de sistema
construcional:
“É em princípio, possível colocar todos os conceitos de todas as áreas da
ciência nesse sistema” (CARNAP, 1975, p. 151).
Os objetos básicos de um sistema construcional podem ser divididos em
autopsicológicos e heteropsicológicos. Objetos autopsicológicos são os
próprios estados e processos conscientes de uma pessoa, mas objetos
heteropsicológicos são objetos de experiência de outras pessoas. Objetos
autopsicológicos e heteropsicológicos podem ser objetos de uma
experiência relativa, mas se suas propriedades formais forem
investigadas, então eles também podem se tornar objetos de experiências
que se relacionam. Assim, a investigação científica das propriedades
formais desses objetos e suas relações pode transformar essas
experiências que se interligam em conhecimento científico. Como a
validade das afirmações científicas pode ser empiricamente confirmada e
verificada, um enunciado que é “testável” possui um conteúdo fatual.
Enunciados que não formam implicações observacionais e, portanto, não
podem ser testados e confirmados por descobertas observacionais, são
considerados sem conteúdo fatual. Logo, Carnap rejeita a filosofia (o
idealismo e o realismo) e a teologia não como sendo falsas, mas como
não fazendo afirmações significativas.
• Análise epistemológica e lógica
Para traçar uma diferença entre análise epistemológica e lógica, o autor
traz o exemplo de uma chave, em que, um sujeito pode tocar nessa chave
mesmo sem olhá-la e sua imagem (representação) vem à sua mente ou
pode também tocar e olhar a chave ao mesmo tempo. O olhar e tocar a
chave é chamado de “forma visual", enquanto a representação da mesma
é chamada de “forma tátil", onde com base nas experiências passadas, o
sujeito inferiu que sua chave tinha determinado formato. Essas inferências
lógicas que se fazem (que não recorrem à experiência direta) chamam-
se, portanto, de reconstrução racional. No primeiro exemplo o
conhecimento visual da chave depende epistemologicamente da forma
tátil; e para que uma análise epistemológica seja válida é necessário que
essa forma visual “descanse" na forma tátil. Portanto, nesse caso, essa
forma tátil é entendida como “constituinte suficiente” enquanto a forma
visual é um “constituinte dispensável”.

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