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INTRODUÇÃO

A Conferência de Berlim, foi realizada entre 1884 e 1885, reuniu 14 potências do


século XIX para debater a ocupação do continente africano. Otto von Bismarck, chanceler
alemão, liderou as negociações e mediações durante a Conferência de Berlim.

Participaram nesta conferência 14 países, entre os quais Portugal, incluindo alguns


Estados que não dispunham de colónias, como foi o caso dos países escandinavos e dos EUA.

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DESENVOLVIMENTO

Esta Conferência foi uma das mais importantes realizadas na segunda metade do
século XIX, visando, entre outras questões, regular o Direito Internacional Colonial.

A questão mais importante para Portugal foi o conteúdo do Capítulo VI do Acto Geral de
Berlim, com a “declaração relativa às condições essenciais a preencher para que as novas
ocupações na costa do continente africano sejam consideradas efectivas”, assim como é
forçado a reconhecer o princípio da livre navegação dos rios internacionais.

Portugal conseguiu assegurar dois resultados da Conferência: Impedir o estabelecimento


da “Associação Internacional Africana” na margem direita do Zaire; a não inclusão no Acto
Geral da referência inglesa à internacionalização do Zambeze.

Em 14 de Fevereiro de 1885 Portugal, por influência britânica, assina uma Convenção


para regular as relações com a “Associação Internacional do Congo”, onde reconhece a
delimitação de fronteiras encontradas pelos seus pares europeus. Em 23 de Fevereiro, este
território viria a constituir o Estado independente do Congo, recebendo como soberano
Leopoldo II da Bélgica.

Em 26 de Fevereiro de 1885 Portugal assina o Acto Geral da Conferência de Berlim.

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OBSERVAÇÕES

 Em 20 de Setembro de 1845 o Reino Unido reconheceu os direitos portugueses sobre os


territórios de Ambriz, Molembo e Cabinda.
 Em 1855 o Governo português mandou ocupar militarmente o Ambriz, o que provocou
protestos por parte do Governo britânico.
 Em 1861, os ingleses, temendo que os boers ocupassem Lourenço Marques,
desembarcaram nas ilhas de Inhaca e dos Elefantes. Na sequência do protesto do
Governo de Lisboa, acabaram por retirar, sendo substituídos por tropas portuguesas.
 Em 24 de Junho de 1875 é conhecida a decisão arbitral do Presidente francês MacMahon
sobre o território de Bolama.
 Em 1876, o Rei Leopoldo da Bélgica convoca a Conferência Internacional de Geografia,
sem que Portugal fosse convidado, que deu origem à “Associação Internacional
Africana”, destinada a patrocinar a exploração científica do continente africano,
estabelecer vias de comunicação e abolir a escravatura.
 Em 1876, a Alemanha e a França, convocam em Bruxelas, sob os auspícios de Leopoldo
II da Bélgica, a Conferência Geográfica, sem contudo endereçar convite a Portugal para
nela participar.
 Em 1884, o Reino Unido procurou fazer um Tratado com Portugal a fim de arrumar as
disputas-quanto-à-região-contestada-no-Congo. Em 7 de Junho de 1884, o Chanceler
Bismark rejeita, por nota,o Tratado do Zaire. Outros países, como França, Holanda e
EUA, contestaram este acordo que acabou por não ser ratificado. Na sequência deste
incidente, o Ministro dos Negócios Estrangeiros português, José Vicente Barbosa du
Bocage, lança a ideia de uma conferência internacional destinada a resolver as
contendas.
 Em 12 de Outubro de 1884 os Governos de Paris e Berlim endereçam o convite para
Portugal participar na Conferência de Berlim.
 Em 15 de Novembro de 1884 tem início a Conferência de Berlim, convocada pela
França e Grã-Bretanha e organizada pelo Chanceler da Alemanha. O Chanceler
Bismarck, como “continentalista” que era, estava mais interessado nas questões da
Europa Central, mas também estava sob forte pressão dos grupos industriais e comerciais
alemães. Só depois da demissão de Bismark, a Alemanha iniciou uma política

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expansionista colonial. Bismark abre a conferência definindo como objetivo da mesma o
estabelecimento do direito no acesso-de-todas-as-nações-ao-interior-de-África. Entre os
14 participantes na Conferência podem ser distinguidos dois grupos: (1) um grupo que
incluía os países com interesses directos nos problemas relativos à partilha de África,
como era o caso do Reino Unido, França, Alemanha, a “Associação Internacional do
Congo” e a Holanda; (2) outro grupo era formado pelos restantes participantes que não
tinham interesses relevantes no continente africano, como era o caso do Império Austro-
húngaro, Dinamarca, Itália, Espanha, Rússia, Suécia, Imperio Otomano e E.U.A.

AS CONSEQUÊNCIAS DA CONFERÊNCIA DE BERLIM

Como consequência, o território africano foi dividido entre os países integrantes da


Conferência de BerlimMapa da África após a Conferência de Berlim.

 Grã-Bretanha: suas colônias atravessavam todo o continente e ocupou terras desde o norte
com o Egipto até o sul, com a África do Sul;
 França: ocupou basicamente o norte da África, a costa ocidental e ilhas no Oceano Índico,
 Portugal: manteve suas colônias como Cabo Verde, são Tomé e Príncipe, Guiné, e as
regiões de Angola e Moçambique;
 Espanha: continuou com suas colônias no norte da África e na costa ocidental africana;
 Alemanha: conseguiu território na costa Atlântica, atuais Camarões e Namíbia e na costa
Índica, a Tanzânia;
 Itália: invadiu a Somália e Eriteia. Tentou se estabelecer na Etiópia, mas foi derrotada;
 Bélgica: ocupou o centro do continente, na área correspondente ao Congo e Ruanda.

A principal consequência, obviamente, foi a divisão do território africano entre os


países integrantes. A liberdade comercial na bacia do congo e no rio Níger foi conquistada,
bem assim a proibição da escravidão e do tráfico de pessoas.

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OS PAÍSES QUE PARTICIPARAM DA CONFERÊNCIA DE BERLIM

Foi um evento que ocorreu entre 1884 e 1885 com a participação de Itália, França,
Grã-Bretanha, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Alemanha, Império Otomano
(atual Turquia), Portugal, Bélgica, Holanda, Suécia, Rússia e Império Austro- Húngaro (atuais
Áustria e Hungria).

Alguns países participantes não possuíam colônias na África, como o império Alemão,
Império Turco-Otomano e Estados Unidos. No entanto, cada um deles tinha interesse em
obter um pedaço do território africano ou garantir tratados de comércio.

OS INTERESSES EUROPEUS NA CONFERÊNCIA DE BERLIM

Contudo, a ideia era resolver conflitos que estavam surgindo entre alguns países pelas
possessões africanas e dividir amistosamente os territórios conquistados entre as potências
mundiais. Todos tinham interesse em adquirir a maior parte de territórios, visto que a África é
um continente rico em matérias-primas.

COMO TERMINOU A CONFERÊNCIA DE BERLIM

A Conferência de Berlim consagrou como regra de Direito Internacional o princípio de


“uti possidetis jure” do litoral africano, afastando definitivamente os denominados “direitos
históricos” (defendidos por Portugal).

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CONCLUSÃO

Concluindo a Conferência de Berlim foi uma proposta feito pelo Chanceler alemão
Otto von Bismarck, no ano de 1815-1898, foi uma reunião entre países para dividir o
continente africano. Alguns países participantes não possuíam colônias na África, como o
império Alemão, Império Turco-Otomano e Estados Unidos. No entanto, cada um deles tinha
interesse em obter um pedaço do território africano ou garantir tratados de comércio. A
conferência de Berlim, foi finalizada em fevereiro de 1885, permitiu a posse de quase 90%
das terras africanas. Os europeus deixaram de lado as características culturais, sociais, étnicas
e linguísticas das populações nativas, dividindo o continente de acordo com as suas
preferências.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.portalangop.co.ao/motix/pt.pt/noticias/educacao/2011/0/4/sete-linguas-
nacionaisentram-consolidacao-ensino-este-ano.html. Acesso em 28 de novembro de
2011
GREENBERG, Joseph Harold (2010). “Classificação das línguas da África”, in J. Ki-Zerbo
(ed.) História Geral da África: metodologia e pré-história da África. Vol. I. Brasília:
UNESCO.

REIS, Felipa Lopes dos (2010). Como elaborar uma dissertação de mestrado segundo
Bolonha. Lisboa: Pactor – Edições de Ciências Sociais e Política Contemporânea.

Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa


(2001). II Vol. Braga: Academia das Ciências de Lisboa/Editorial Verbo.

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