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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

INTRODUÇÃO

As metodologias de ensino estão subordinadas à sistemas de teorias


traduzidas pelas Ciências da Educação que, como Ciências, se desenvolvem
durante o seu próprio exercício. Como tal, apresentam na complexidade do
acto de ensinar vários elementos para a estruturação do método, desde o
conteúdo, passando pelas estratégias de ensino até a relação professor-aluno.

As Ciências da Educação são constituídas pelo conjunto das ciências humanas


e sociais, tais como a Filosofia, a Sociologia, a História, a Biologia, a Economia,
etc. aplicadas à educação. Com esta abordagem pretende-se enfatizar a inter e
pluridisciplinaridade presentes nas ciências pedagógicas, dada a própria
complexidade do acto educativo.

As metodologias de ensino têm um papal fundamental no processo de


desenvolvimento da autonomia do aluno na aprendizagem. tendo como
objectivo propiciar condições para que o aluno possa apropriar-se dos
conhecimentos propostos.

Em educação, portanto, as metodologias de ensino primário manifestam a


doutrina do método que assumem uma importância e uma dimensão maior de
ciência como prática social. As metodologias de ensino integram métodos,
estratégias, técnicas e actividades voltadas a diferentes situações didácticas
vividas em sala de aula para que o aluno possa apropriar-se dos
conhecimentos.

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TEMA 1. METODOLOGIA DE ENSINO: PRINCÍPIOS E CATEGORIAS

1.1. A Metodologia de Ensino e a Didáctica

Metodologia é uma palavra derivada de “método”, do latim “methodus” cujo


significado é “caminho ou via para a realização de algo”. Deste modo,
método é o processo, o caminho ou a via utilizada para se atingir um
determinado fim ou para se chegar ao conhecimento. Logo, 1metodologia é o
campo do conhecimento em que se estuda os métodos, as técnicas e as
actividades mais adequadas para a produção do conhecimento.

Cada área do saber possui uma metodologia própria. A metodologia de


ensino é a parte da Pedagogia que se ocupa directamente da organização do
processo de ensino. Ou seja, 2estuda especificamente os métodos, as técnicas
e as actividades mais adequadas para o ensino de uma determinada disciplina.

A Metodologia do Ensino Primário tem como objecto de estudo o processo de


ensino-aprendizagem no ensino primário, com o objectivo de preparar o futuro
professor primário, capacitando-o com uma vasta gama de métodos e técnicas
encaminhadas para o ensino das distintas disciplinas que congregam o plano
de estudo do Ensino Primário.

Ao estudar a Metodologia do Ensino Primário deve-se fazer uma abordagem


sobre a Didáctica que é a arte do bem ensinar; é a capacidade de promover o
ensino por meio de actos sistemáticos e intencionais. A Didáctica delimita os
conteúdos curriculares a ensinar, faz o julgamento dos métodos a ser usados
por cada disciplina e delimita também os objectivos por classe e por unidade
didáctica.

Tanto a Metodologia de Ensino quanto a Didáctica estudam os métodos de


ensino. Porém, a Metodologia estuda os métodos, sua descrição e
classificação de maneira geral sem fazer um juízo de valor. A Didáctica faz um
julgamento dos métodos estudados na metodologia e especifica quais são
adequados para cada disciplina ou por cada unidade didáctica. Ela concretiza
estes métodos em situações específicas escolhendo os melhores caminhos em
cada caso para se chegar a uma determinada meta.

1
GUILHERME, Aristides Chipepe, 2019
2
Ibidem.

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1.2. O ensino primário e sua estrutura

O ensino primário, educação primária ou instrução primária constitui o


primeiro estágio da educação escolar de diversos países, sendo normalmente
realizado por crianças com idade a partir dos seis anos. Conforme o sistema
educativo, a sua duração pode variar, sendo normalmente precedido pela
educação pré-escolar e seguido pelo ensino secundário. A sua designação
oficial também pode variar de país para país.

Internacionalmente, a educação primária é considerada o primeiro estágio da


educação e corresponde ao primeiro nível da Classificação Internacional
Normalizada da Educação. Contudo, nos sistemas educativos de alguns
países, como é o caso de Angola, o ensino primário vai da 1 a a 6a classes.

Na grande maioria dos países, assim como em Angola, o ensino primário é


obrigatório para as crianças dentro de certos limites de idade. Daí a
gratuitidade como princípio da educação. Além de ser realizado em escolas
primárias, em certos países o ensino primário pode alternativamente ser
ministrado em casa pelos próprios pais do aluno, os quais recebem autorização
para isso dentro de certas condições.

A transição do ensino primário para o ensino secundário pode variar de acordo


com o sistema educativo, mas geralmente ocorre por volta dos 11 ou 12 anos
de idade. Alguns sistemas educativos dispõem de um estágio de ensino
intermédio ou preparatório, para a transição entre o primário e o secundário,
com a passagem para o ensino secundário a fazer-se apenas por volta dos 14
anos.

1.3. Objectivos do Ensino Primário.

Os principais objetivos do ensino primário são: fazer com que os seus alunos
obtenham a literacia e a numeracia básicas; ter bases de conhecimentos
elementares de Ciências da Natureza, Geografia, História, Matemática e
outras.

Tipicamente, o ensino primário é realizado em classes sequenciais, com os


alunos a transitarem para a classe seguinte em cada ano, até o completarem
totalmente e transitarem para o seguinte estágio educativo. As crianças são

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normalmente integradas numa turma a cargo de um único professor


(monodocência) que será o principal responsável pela sua educação.

Este professor pode ser auxiliado por outros professores especializados em


certas disciplinas como a música ou a educação física. Normalmente, o mesmo
professor continua a ter a seu cargo a mesma turma durante toda a sua
permanência no Ensino Primário, acompanhando-a nas transições de classe.

A continuidade com o mesmo professor e a oportunidade que isso permite de


construir uma relação de proximidade com o aluno é uma das caraterísticas
mais notáveis do ensino primário. Tradicionalmente, várias formas de castigos
corporais têm sido uma parte integrante da educação de crianças. No entanto,
particularmente no Mundo Ocidental assim como em Angola, esta prática tem
sido criticada e, em alguns casos, proibida por lei.

São objectivos específicos do ensino primário:

a) desenvolver e aperfeiçoar o domínio da comunicação e da expressão;

b) aperfeiçoar hábitos e atitudes tendentes à socialização;

c) proporcionar conhecimentos e capacidades de desenvolvimento das


faculdades mentais;

d) estimular o espírito estético com vista ao desenvolvimento da criação


artística;

e) garantir a prática sistemática de educação física e de actividades gimno-


desportivas para o aperfeiçoamento das habilidades psicomotoras.

1.4. Categorias Pedagógicas ou Didácticas

A Pedagogia como ciência e técnica de educar o Homem, desenvolve-se com


base nas suas categorias. As suas manifestações constituem conceitos
precisos de acordo com as conformidades da sua natureza.Assim, a
Pedagogia é o campo de conhecimento que se ocupa do estudo científico da
educação. Já a Didácticaocupa-se no estudo da arte do bem ensinar.

A Didáctica é o ramo da Pedagogia cujo objectivo fundamental é ocupar-se


das estratégias de ensino, das questões práticas relativas à metodologia e das

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estratégias de aprendizagem. Sua busca de cientificidade apoia-se em


fundamentos filosóficas como o funcionalismo, o positivismo, assim como no
formalismo e o idealismo. Sintetizando, pode-se afirmar que ela funciona como
o elemento transformador da teoria na prática.

Existem duas dimensões da formação profissional do professor para o trabalho


didáctico em sala de aula. A primeira destas dimensões é a teórico-científica
formada de conhecimentos de Filosofia, Sociologia, História da Educação e
Pedagogia. A segunda é a técnico-prática, que representa o trabalho docente
incluindo a didáctica, metodologias, pesquisa e outras facetas práticas do
trabalho do professor. Neste contexto, Libâneo considera a Didáctica como a
mediação entre as dimensões teórico-científica e a prática docente.

Deste modo podemos destacar as seguintes categorias pedagógicas


oudidácticas: educação, auto-educação, instrução, auto-Instrução e
ensino.

1.4.1. Educação

A educação existe desde que existiu o primeiro Homem. Ninguém escapa a


educação. Na rua, em casa, na igreja ou na escola, de um modo ou de outro,
todos nos envolvemos com ela, para saber, para fazer, para ser ou conviver. A
escola não é o único lugar onde ela acontece e nem o professor é o único
praticante.

A palavra educação vem do latim “educare, educere”, que significa «conduzir


para fora» ou «direccionar para fora».O significado da palavra (educar para
fora) era utilizado no sentido de preparar as pessoas para o mundo e viver em
sociedade, ou seja, conduzi-las para fora de si, mostrando as diferenças que
existem no mundo.

Neste sentido, educação é o processo pelo qual se transmitem conhecimentos


que desenvolvam a pessoa a vários níveis (intelectual, físico, moral, estético,
etc.) para que se realize e possa inserir-se bem na sociedade.

A educação é um processo planificado e sistematizado de ensino e


aprendizagem que visa preparar de forma integral o indivíduo para as
exigências da vida individual e colectiva (Lei nº 17/16 de 7 de Outubro).

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A educação preocupa-se com a formação da pessoa; ajuda a conhecer e


seguir determinadas normas que possibilitem a boa convivência social e
obtenção de bons hábitos; preocupa-se a ensinar ao Homem a fazer o bem e
evitar o mal, a ter responsabilidade; preocupa-se, ainda, em preparar
devidamente o cidadão para desempenhar bem as suas funções na sociedade.

A educação é um processo que leva o homem à maturidade; que prepara o


homem para a vida em sociedade, para uma profissão, um encargo, para
assumir responsabilidades. Por isso, a educação não é um passatempo. Ela
requer esforço e empenho tanto da parte do educador quanto da parte do
educando.

Existe três (3) tipos de educação:

 Formal
 Não formal
 Informal

Educação formal – é estruturada, organizada, sistemática e planificada


intencionalmente. Ocorre no espaço da escola que, nas palavras de Gohn
(2006), são instituições regulamentadas por lei, certificadas e organizadas
segundo directrizes nacionais.

Educação não formal – refere-se aos programas educacionais que não


conduzem a obtenção de um grau académico ou ocupacionais(certificados).
Seria a realidade em instituições educativas fora dos marcos institucionais, mas
com certo grau de sistematização e estruturação. Realiza-se fora do sistema
escolar formal, embora por vezes em estilo escolar.

Educação informal – corresponde a acções e influências exercidas pelo meio,


pelo ambiente sociocultural que se desenvolvem, pelo meio das relações dos
indivíduos e grupos com seu ambiente social, humano, ecológico e físico. É
fornecida por grupos sociais através de experiencias não intencionalmente
organizadas.

A educação informal pode definir-se como tudo que aprendemos mais ou


menos espontaneamente a partir do meio em que vivemos, dos livros que
lemos, da televisão que assistimos e da multiplicidade de experiencias que

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vivemos quotidianamente. Na educação informal, não há lugar, horários ou


currículos. Os conhecimentos são partilhados em meio a uma interação
sociocultural que tem, como única condição necessária e suficiente, existir
quem saiba e quem queira ou precise saber. Nela, ensino e aprendizagem
ocorrem espontaneamente, sem que, na maioria das vezes, os próprios
participantes do processo deles tenham consciência.

A educação no sentido lato e restrito

A educação no sentido lato refere-se a influência educativa, de todo o regime


social, incluindo a do meio ambiente. Refere-se a influência dos familiares, da
vizinhança e das estruturas sociais do local de residência.Em sentido lato ou
Amplo, educação é sinónimo de socialização (processo através do qual uma
pessoa insere-se progressivamente na estrutura de uma determinada
sociedade e dela interioriza a cultura, através das várias propostas das
agências educativas). Este processo inicia-se com o nascimento e decorre ao
longo da vida.

Concordando com Haydt (2000), a educação do ponto de vista social é a acção


que as geraçõesadultas exercem sobre as gerações jovens, orientando sua
conduta por meio da transmissão deconjunto de normas, valores, crenças,
usos e costumes aceites pelo grupo social.

A educação no sentido restrito ou Pedagógico trata-se da educação que


compreende o trabalho educativo planificado e dirigido para a formação de
certas qualidades. Ė aquela em que actuam elementos pedagógicos para a
formação e desenvolvimento da personalidade. Realiza-se nas instituições de
ensino como creches, jardins Infantis e escolas.

Em sentido restrito ou pedagógico, a educação compreende todos aqueles


processosinstitucionalizados que visam ensinar aos jovens determinados
conhecimentos e padrões decomportamento, a fim de garantir a continuidade
de cultura na sociedade.O carácter institucional da educação manifesta-se na
sua forma mais concreta que é a escola.

A educação, tanto no sentido lato quanto no restrito, deve ser dada na


verdade, na amizade e na esperança.

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Educar na verdade.

É formar cidadãos com espírito crítico, isto é, que saibam distinguir o que está
bem e o que está mal, escolhendo sempre o bem, mesmo que tal escolha exija
sacrifícios; é formar cidadãos que saibam distinguir o fundamental do
acessório, o que educa e o que destrói, que saibam estabelecer uma escala de
valores nas suas vidas.

Educar na verdade é, além disso, formar cidadãos capazes de acompanhar o


progresso da ciência mas sabendo que tal progresso deve caminhar de mãos
dadas com o progresso moral. É também ajudar o educando a saber usar
correctamente o seu intelecto para o bem.

Educar na amizade.

É compreender aquele que se educa. É respeita-lo, trabalhando para o bem do


seu futuro. A maior preocupação do educador deve ser o sucesso do
educando. Por isso o professor deve estimular, animar e motivar o aluno. O seu
trabalho pedagógico terá melhores resultados se entre ele e o educando
houver um relacionamento de confiança e amizade.

Assim, o amor para com o educando significa corrigir no momento certo aquilo
que está errado. Por sua vez, o educando deve cooperar na sua própria
formação. Deve mostrar interesse.

Num processo educativo, o educador não se limita a dar e o educando não se


limita a receber. O aluno participa, expõe as suas inquietações e dúvidas e o
docente escuta com atenção, valoriza e esclarece.

Por outras palavras, o acto educativo é cooperativo: depende do trabalho


conjunto entre o educador e o educando. Para o efeito, é necessário que se
crie um clima favorável de confiança mútua. Ou seja, é necessário que exista
uma relação de pura amizade.

Educar na esperança.

Educar na esperança é ajudar o aluno a olhar para o futuro com esperança; é


ajudar a formar cidadãos não insensíveis nem indiferentes diante das
necessidades e sofrimento dos outros. É acreditar que as coisas podem
melhorar, porque educar não é somente pôr a pessoa a saber como são as

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coisas no mundo, mas é, acima de tudo, ajuda-la a actuar no sentido de


melhorar o que não vai bem.

É, ainda, preocupar-se em formar bem aqueles que amanhã serão bons


membros da sociedade e que, por sua vez, saberão educar as gerações
vindouras, pondo estas a assimilar com espírito crítico e valores recebidos.

1.4.2. Auto-educação

É uma tarefa que impõe o desenvolvimento intelectual que lhe permite usar a
razão e o descentimento para distinguir o certo do errado.Não existe educação
sem auto-educação.Muitas pessoas ficam reclamando da vida, dizendo que
são ignorantes, que não entendem nada. Isto é consequência da falta de auto-
educação e dasupervalorização da educação formal.

Não existe educação sem auto-educação, sem a educação de si próprio. A


qualidade de educação que nós precisamos está baseada no diálogo, nos
relacionamentos, nas experiências. Ela é efectiva, prática e fácil. A auto-
educação não possui mensalidade; é económica.A auto-educação é viver,
sonhar, dialogar e relacionar-se.

A auto-educação é o trabalho individual consciente a sua formação. Formam-


se qualidades, traços individuais e formas de comportamento seleccionados
individualmente.

Exemplo: um aluno quando tem de fazer um seminário independente para o


dia seguinte, dá o seu máximo nos estudos porque tem que demostrar as suas
qualidades, tem que estar consciente porque encontra-se sozinho com o dever
de convencer o auditório e o docente.

1.4.3. Instrução

Ė o processo e o resultado da apropriação pelos alunos, do sistema de


conhecimentos científicos, habilidades, experiências cognitivas, na base das
quais se formam a concepção do mundo e as qualidades morais.

Instruçãoé a transmissão de conhecimentos, capacidades, habilidades; é o


processo e o resultado da assimilação de conhecimentos sistemáticos, assim
como das acções e procedimentos inerentes a eles.

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Pela Instrução formam-se também forças criativas e se desenvolvem as


qualidades intelectuais constituindo o aspecto da educação que compreende
os sistemas dos valores científicos, culturais e acumulados pela humanidade. A
instrução não é directamente um processo educativo. Ou seja, a educação
distingue-se da instrução. A instrução limita-se a ensinar a saber ler, escrever,
resolver exercícios matemáticos, manejar (operar) máquinas, etc.. Por outras
palavras, a instrução refere-se à formação e desenvolvimento das capacidades
cognoscitivas mediante o domínio de certo nível de conhecimentos
sistematizados.

A instrução deve ser considerada como uma das melhores formas de


aperfeiçoar e optimizar o processo educativo, o que é diferente (Mediação e
desenvolvimento das capacidades e habilidades cognitivas).

1.4.4. Auto-instrução

Pressupõe o trabalho individual ligado à assimilação do saber no campo de


interesse pessoal.Parte da Influencia da informação dos meios de ensino e do
meio ambiente circundante. Exemplo: A escolha individual de um ídolo e a
imitação das suas características.

3
A auto-instrução refere-se à formação e desenvolvimento das capacidades
cognoscitivas sem o auxílio de um orientador.

Exemplo: Um individuo que vai fazer exame na escola de condução sem ter
sentado na cadeira da tal escola para ser instruído, tendo estudado
individualmente em casa.

1.4.5. Ensino

Ė uma forma sistemática de transmissão de conhecimentos utilizada pelos


Homens para instruir e educar seus semelhantes, geralmente em locais
conhecidos como escolas. É um processo de cooperação professor-aluno, no
qual se realiza a instrução e a educação.

O ensino é o principal meio e factor da educação. Ensino é o principal campo


da instrução e educação. Ou seja, é através do ensino que se instrui e se

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GUILHERME, Aristides Chipepe, 2020.

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educam as pessoas. O ensino corresponde a acções, meios e condições para


a realização da instrução e da educação.

Existe uma certa relação de subordinação entre instrução e educação. O


processo e o resultado da instrução são orientados para o desenvolvimento
das qualidades específicas da personalidade. A instrução, mediante o ensino,
tem resultados formativos quando confere para o objectivo educativo, isto é,
quando os conhecimentos, habilidades e capacidades propiciados pelo ensino
se tornam princípios regulares da acção humana, em convicções e atitudes
reais frente à realidade.

Há, pois, uma unidade entre educação e instrução, embora sejam processos
diferentes. Pode se instruir sem educar e educar sem instruir, pois, conhecer
conteúdos de uma matéria, conhecer os princípios morais e normas de
conduta, não leva necessariamente a pratica-los, isto é, a transforma-los em
convicções e atitudes efectivas frente aos problemas e desafios da realidade.

1.5. Princípios do ensino e finalidades da educação no ensino primário

De acordo com os currículos de ensino que vigoram em Angola, as aulas serão


ministradas com base nos seguintes princípios:

 Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;


 Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar, etc;
 Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
 Respeito a liberdade e apreço à tolerância;
 Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
 Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
 Valorização do profissional da educação escolar;
 Gestão democrática do ensino público;
 Assecibilidade do ensino
 Vinculação teoria com a prática
 Garantia de padrão de qualidade;
 Valorização da experiência extraescolar;
 Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

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Finalidades da educação no Ensino primário

São quatro as finalidades específicas do ensino primário:

Desenvolver o educando: A escola tem uma responsabilidade importante


nesse sentido e é todo o ambiente escolar que deve estar organizado de modo
a favorecer o desenvolvimento dos educandos.

Assegurar a formação comum indispensável para o exercício da


cidadania: Nessa formação, estão incluídos aspectos relativos ao
conhecimento das matérias escolares, mas também aspectos práticos para que
o educando possa também participar ativamente de sua transformação.

Fornecer os meios para progredir no trabalho: O mais importante não é o


treinamento do aluno para o exercício de uma profissão, mas criar condições
que favoreçam o desenvolvimento da compreensão e do espírito crítico em
relação ao mundo do trabalho.

Fornecer os meios para progredir em estudos posteriores: É preciso que


haja uma efetiva articulação entre os níveis de ensino, para que o aluno possa
progredir do ensino fundamental para o médio.

O objetivo fundamental, que é a formação primária do cidadão, será promovida


mediante:

 O desenvolvimento da capacidade de aprender;


 A compreensão do ambiente natural e social;
 O desenvolvimento da aprendizagem;
 O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca;

Princípios gerais da educação em Angola

O Sistema de Educação e Ensino orienta-se pelos seguintes princípios:

Princípio da legalidade. Todas as instituições de ensino e diferentes actores e


parceiros do sistema devem pautar a sua actuação em conformidade com a
Constituição da República de Angola e com a lei.

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Princípio da integralidade. O Sistema de Educação e Ensino assegura a


correspondência entre os objectivos da formação e os de desenvolvimento do
País que se materializam através da unidade dos objectivos e conteúdos de
formação, garantindo a articulação horizontal e vertical permanente dos
subsistemas, níveis e modalidades de ensino.

Princípio de laicidade. O Estado assegura, independentemente da confissão


religiosa, a primazia da prossecução dos fins do Sistema de Educação e
Ensino e dos objectivos estabelecidos para cada subsistema de ensino, o
acesso aos diferentes níveis de ensino desde que estejam preenchidos os
requisitos estabelecidos e não-exaltação dos ideais de qualquer religião nas
instituições de ensino.

Princípio da universalidade. O Sistema de Educação e Ensino tem carácter


universal, pelo que, todos os indivíduos têm iguais direitos no acesso, na
frequência e no sucesso escolar nos diversos níveis de ensino, desde que
sejam observados os critérios de cada subsistema de ensino, assegurando a
inclusão social, a igualdade de oportunidades e a equidade, bem como a
proibição de qualquer forma de discriminação.

Princípio da democraticidade. O Sistema de Educação e Ensino tem carácter


democrático, pelo que, sem qualquer distinção, todos os indivíduos
directamente envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, na qualidade
de agente da educação ou de parceiro, têm direito de participar na organização
e gestão das estruturas, modalidades e instituições afectas à Educação, nos
termos a regulamentar para cada subsistema de ensino.

Princípio da gratuitidade. A gratuitidade no Sistema de Educação e Ensino


traduz-se na isenção de qualquer pagamento pela inscrição, assistência às
aulas, material escolar e apoio social, dentre o qual a merenda escolar, para
todos os indivíduos que frequentam o ensino primário nas instituições de
ensino; o Estado deve garantir e promover as condições necessárias para
manter gratuita a frequência da classe da Iniciação e do Iº Ciclo do Ensino
Secundário, bem como o transporte escolar, a saúde escolar e a merenda
escolar nas instituições públicas de ensino; o pagamento da inscrição, da
assistência às aulas, do material escolar e de outros encargos, no IIº Ciclo do

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Ensino Secundário e Ensino Superior constituem responsabilidade dos pais,


encarregados de educação ou dos próprios alunos, em caso de maior idade; o
Estado coloca à disposição mecanismos de apoio social para os quais podem
candidatar-se os alunos que reúnam os requisitos estabelecidos nos termos da
lei.

Princípio de obrigatoriedade. A obrigatoriedade da educação traduz-se no


dever do Estado, da sociedade, das famílias e das empresas, de assegurar e
promover o acesso e a frequência ao Sistema de Educação e Ensino a todos
os indivíduos em idade escolar; a obrigatoriedade da educação abrange a
classe da Iniciação, o Ensino Primário e o Iº Ciclo do Ensino Secundário.

Princípio da intervenção do Estado. Ao Estado, através do titular do poder


executivo, incumbe as atribuições de desenvolvimento, regulação,
coordenação, supervisão, fiscalização, controlo e avaliação do Sistema de
Educação e Ensino; a iniciativa de desenvolvimento da educação é uma
responsabilidade do Estado, complementada pela iniciativa empreendedora de
entidades privadas ou público-privadas, nos termos a regulamentar em diploma
própria.

Princípio da qualidade de serviço. No exercício da actividade educativa, as


instituições de ensino devem observar elevados padrões de desempenho e
alcançar os melhores resultados no domínio científico, técnico, tecnológico e
cultural e na promoção do sucesso escolar, da qualidade, da excelência, do
mérito e da inovação.

Princípio da educação e promoção dos valores morais, cívicos e


patrióticos. O Sistema de Educação e Ensino promove o respeito pelos
símbolos nacionais e a valorização da história, da cultura nacional, da
identidade nacional, da unidade e integridade territorial, da preservação da
soberania, da paz e do Estado democrático, bem como dos valores morais, dos
bons costumes e da cidadania.

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TEMA 2. A EDUCAÇÃO E A ESCOLA

A educação constitui um processo que visa preparar o indivíduo para asexigências da


vida política, económica e social do País e que sedesenvolve na convivência humana, no
círculo familiar, nas relações detrabalho, nas instituições de ensino e de investigação
científico-técnica,nos órgãos de comunicação social, nas organizações comunitárias,
nasorganizações filantrópicas e religiosas e através de manifestações culturaise gimno-
desportivas.

O sistema de educação é o conjunto de estruturas e modalidades, através das quais se


realiza a educação, tendentes à formação harmoniosa e integral do indivíduo, com vista
à construção de uma sociedade livre,democrática, de paz e progresso social.

2.1. Objectivos gerais da educação e da escola

São objectivos gerais da educação em Angola:

a) desenvolver harmoniosamente as capacidades físicas, intelectuais, morais,cívicas,


estéticas e laborais da jovem geração, de maneira contínua esistemática e elevar o
seu nível científico, técnico e tecnológico, a fim decontribuir para o
desenvolvimento sócio-económico do País;
b) formar um indivíduo capaz de compreender os problemas nacionais,regionais e
internacionais de forma crítica e construtiva para a suaparticipação activa na vida
social, à luz dos princípios democráticos;
c) promover o desenvolvimento da consciência pessoal e social dosindivíduos em
geral e da jovem geração em particular, o respeito pelosvalores e símbolos
nacionais, pela dignidade humana, pela tolerância ecultura de paz, a unidade
nacional, a preservação do ambiente e aconsequente melhoria da qualidade de
vida;
d) fomentar o respeito devido aos outros indivíduos e aos superioresinteresses da
nação angolana na promoção do direito e respeito à vida, àliberdade e à
integridade pessoal;
e) desenvolver o espirito de solidariedade entre os povos em atitude derespeito pela
diferença de outrem, permitindo uma saudável integraçãono mundo.

2.2. Funções sociais da educação

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A educação não se pode confundir com a escola, pois, a escola não é o único
lugar onde a educação acontece. A educação também se desenvolve onde não
há escolas e em todos os lugares onde existem estruturas sociais para
transmissão do saber. Desde modo, o desenvolvimento da educação pode
acontecer em lugares como:

 Na família;
 Na igreja;
 Nas associações juvenis;
 Nos Meios de Comunicação Social.

Neste contexto social e de acordo com Émile Durkheim, a educação é a acção


que as gerações anteriores exercem sobre as gerações mas jovens, orientando
a sua conduta através da transmissão de conhecimentos, normas, valores,
crenças e costumes aceites pelo grupo social do qual fazem parte.

Na escola, a educação desenvolve-se de acordo as seguintes funções:

 Função Politica: diz respeito à necessidade de recrutar e formar chefes


políticos que irão dirigir a sociedade no futuro. Refere-se ainda a
necessidade de assegurar a conformidade dos futuros cidadãos com o
sistema político vigente;

 Função Social: refere-se à formação do individuo de forma a desenvolver


da melhor forma possível as suas tarefas sociais. Nas escolas, esta função
é assegurada pela distribuição dos alunos por cursos e em diferentes
escolas para uma formação específica social;
 Função Cultural: diz respeito a conservação de valores, hábitos e
costumes que são passados de geração à geração para manter viva os
elementos culturais que identificam um determinado povo. Esta função é
tencionada pela tendência em modificar os elementos que se mostram
especialmente desfavoráveis para alguns dos indivíduos e grupos que
compõem um determinado tecido social. Ou seja, a lógica conservadora da
função cultural é desafiada constantemente por outra lógica, a da
mudança.

2.3. Funções Sociais da Escola

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Denominam-se funções sociais as formas através das quais as instituições


sociais auxiliam o funcionamento do sistema social. Actualmente, considera-se
cinco funções sociais da escola (Musgrave, 1984):

Função política: refere-se a duas preocupações básicas: a necessidade de


recrutar as elites, os chefes políticos que dirigirão a sociedade e a necessidade
de assegurar a conformidade dos futuros cidadãos com o sistema político
vigente. Ou seja, trata-se de formar futuros chefes e, ao mesmo tempo, que a
chefia seja obedecida a todos os níveis, mesmo pela oposição.

Trata-se de um processo de socialização política tendente a despertar a


lealdade ao sistema político, transmitindo o desejo e os conhecimentos
necessários para a participação política dos cidadãos.

A função política está associada à função de controlo social que consiste em


promover aos indivíduos os ideais e as atitudes que interessam aos dirigentes
da sociedade.

Função económica: sendo a divisão do trabalho uma característica


fundamental das sociedades, torna-se necessária a formação técnica dos
indivíduos orientada para uma determinada especialidade laboral.

Nesta perspectiva, esta função prende-se com a necessidade de fornecer ao


sistema económico o contingente de indivíduos com a quantidade e a
qualidade de educação adequadas às circunstâncias técnicas do momento.
Pois, é impossível uma economia progredir sem o aumento de conhecimentos
e de aptidões cognitivas dos jovens que chegam ao mercado de trabalho e sem
que um número considerável destes possua educação de nível superior.

A escola cumpre esta função ao dar aos indivíduos tanto uma formação básica,
que lhes proporciona os instrumentos gerais (leitura, escrita, cálculo) de toda a
actividade laboral, quanto uma formação apropriada às profissões.

Assim, os ideais ensinados na escola podem influenciar quer a escolha


profissional dos jovens adultos quer a mentalidade que orientará o indivíduo no
desempenho do seu trabalho.

Função de selecção social: diz respeito ao papel central que o sistema


educativo, seleccionando os mais aptos de entre toda a população, cumpre na

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

alocação social dos indivíduos, isto é, na sua distribuição ao longo da pirâmide


de estratificação social.

A distribuição dos alunos por nível ou por diferentes tipos de escola, “o


processo de aptos e não aptos” são tidos como mecanismos ao serviço desta
função.

Função de transmissão cultural: a transmissão cultural funciona como condição


necessária quer para assegurar a continuidade social quer para assegurar a
adaptação dos indivíduos ao grupo social.

Para assegurar a continuidade social, é necessário que haja coesão social e


esta está dependente da existência de modos de pensar, sentir e agir (é a isto
que chamamos cultura) que sejam partilhados pelos membros de uma mesma
sociedade.

Ao transmitir aos novos membros – através da escola – a sua herança cultural


(conhecimentos, técnicas, crenças, cosmovisões, valores, atitudes e hábitos,
manifestações artísticas, costumes, etc. acumulados ao longo da sua história),
a sociedade está a trabalhar para obter a coesão necessária à sua
continuidade.

Por outro lado, o acesso a herança cultural é, também, condição necessária


para a adaptação do indivíduo às exigências da sociedade, fazendo de cada
um membro dessa mesma sociedade. Em síntese, nesta função a escola tem o
papel conservador de manutenção do status quo.

Função de fornecimento de inovadores: esta função tem a sua origem na


necessidade de mudanças que a sociedade deve introduzir em si mesma para
sobreviver, sejam elas de natureza técnica, política ou económica. A escola
cumpre este papel ao fomentar a capacidade crítica face às realidades sociais
existentes, ao formar uma vontade ao serviço das ideias e ao estimular a
criatividade individual.

Une-se a esta função o contributo da educação para a promoção do progresso


humano da sociedade. Pois, a educação ao aperfeiçoar os indivíduos,
aperfeiçoa também os grupos sociais, melhorando a sua qualidade de vida e –
consequentemente – o seu nível social.

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

2.4. O papel do professor do Ensino Primário

A escola é sem dúvida construída pela sua comunidade e, assim como o gestor
ou a equipa directiva tem seu papel na organização do projeto escolar, é
preciso que toda comunidade esteja envolvida na implementação e construção
desta instituição educativa.

Deste modo, professores e alunos são fundamentais na articulação do projecto


da escola e devem participar activamente da sua construção. Na educação
integral, todos são co-responsáveis e trabalham juntos na construção de uma
educação de qualidade. 

Em uma escola de formação de professores ou de ensino geral, a equipa de


professores identifica as expectativas e necessidades de desenvolvimento
integral dos seus alunos e propõe ou articula oportunidades educativas
capazes de atendê-las.

Assim, ao professor do Ensino Primário cabe:

Coerência: actuar em sintonia com o Projeto Político Pedagógico da escola,


compreendendo seu papel e cumprindo suas metas.

Integralidade: compreender o aluno de forma integral, buscando identificar


suas necessidades de desenvolvimento a nível intelectual, físico, emocional,
social e cultural.

Reconhecimento: conhecer a realidade do aluno, da sua família e da


comunidade em que a escola e os alunos estão inseridos.

Empatia: acolher as diferenças, reconhecendo que cada aluno é único,


aprende de uma forma diferente e vive em um contexto próprio.

Sonhos: conhecer os interesses, anseios e/ou o projeto de vida dos seus


alunos e apoiá-los a alcançar seus objectivos.

Tempo Integral: considerar o aluno durante todo o tempo em que está na


escola e não apenas na sua sala de aula.

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

Cumplicidade: conhecer as famílias de seus alunos, dialogar com elas e criar


vínculos para fortalecer o seu desenvolvimento integral.

Trilhas: construir roteiros educativos que integrem disciplinas tradicionais com


actividades complementares, saberes acadêmicos e populares.

Colaboração: trabalhar de forma colaborativa com outros professores da


escola, criando comunidades de aprendizagem para compartilhar desafios e
propôr estratégias articuladas que respondam às demandas do
desenvolvimento integral.

Relacionamento: estabelecer uma relação mais igualitária e dialógica com


seus alunos, reconhecendo seus saberes e legitimando a sua capacidade de
contribuição com seu próprio processo de desenvolvimento.

Mediação: ser um mediador, facilitador e articulador do conhecimento,


provocando o aluno a aprender a partir de seus próprios questionamentos.

Pesquisa: convidar o aluno a perceber a realidade como objecto de estudo.

Protagonismo: promover o protagonismo do aluno como autor e proponente


do seu próprio processo pedagógico.

Participação: colaborar com a equipa gestora no sentido de apontar


necessidades de infraestrutura, propôr projectos e acções inovadoras e se
envolver em actividades do programa que extrapolem a sua sala de aula.

Acompanhamento: avaliar continuamente os processos de ensino-


aprendizagem, em conjunto com seus alunos, estimulando-os a reconhecerem
o que precisam fazer para alcançar seus objetivos individuais e colectivos.

Aprendizagem: admitir que pode errar e aprender enquanto ensina, inclusive


com seus alunos.

2.5. O Professor como planificadador do processo de ensino-


aprendizagem

A ideia que se tem de uma escola quase sempre inclui o seguinte quadro: um
professor tentando ensinar alguma coisa a uma turma de alunos. Na verdade, o
professor também aprende enquanto ensina, e o aluno, enquanto aprende
também ensina.

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

Apoiado pelas exigências das novas tecnologias, o fim do século XX exige um


redimensionamento da função do professor. A nova dimensão é mais nobre
ainda e muito complexa.

O professor não é o senhor absoluto da verdade e nem tão pouco o dono dos
alunos, que manipula a seu belo- prazer. Os alunos são pessoas humanas,
tanto quanto ele, e seu desenvolvimento e sua liberdade de manifestação
comportamental precisam ser respeitados pelo professor.

Ele não é o mestre distante e autoritário. O professor é um profundo


conhecedor de uma área do conhecimento e das áreas correlatas. Tem uma
visão de conjunto do que é a sociedade, marcando o seu trabalho a dimensão
politica, estética e ética.

Conhecer os processos mentais nos quais o aprendiz passa é condição básica


para ser um professor competente. Enquanto pessoa adulta, o professor
costuma ser considerado um exemplo para os alunos. Quase sempre sem ter
consciência exacta disso, o professor transmite aos seus alunos atitudes
positivas ou negativas em relação ao estudo e aos colegas; transmite seus
preconceitos, suas crenças, seus valores, etc..

E, regra geral, o aluno aprende muito mais com que o professor faz ou deixa de
fazer, do que com aquilo que o professor diz. Logo, é importante que o
professor tenha consciência de que além de mero transmissor de
conhecimentos, ele é mais um dos exemplo de adulto que os seus alunos
poderão imitar no futuro.

Para se ter uma ideia mais clara da importância do professor do Ensino


Primário, basta pensar no mal que ele poderá causar às crianças se for um
mau professor. O mal poderá causar, sem duvida uma prova do bem que ele
poderá realizar se tiver uma personalidade equilibrada e amar a sua função e
os seus alunos.

Grande parte do comportamento e das actividades dos alunos é provocado


pelo comportamento, pelos métodos e pelas atitudes do professor. A
personalidade do professor exerce a mais variada influência no
desenvolvimento da inteligência, dos sentimentos e da vontade dos educandos.

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

Se há décadas que bastava ser competente em uma das habilidades descritas,


agora, a complexidade da tarefa de educar e instruir é muito maior. Por isso, o
domínio de técnicas inovadoras e a actualização contínua de conhecimentos
fazem parte da rotina de trabalho do professor. Nesse sentido o professor é
mais importante do que nunca no processo de aprendizagem.

Segundo Frances Rummel, citado por Marques (1977), as principais


características de um bom professor são:

 Os melhores professores estão profissionalmente alerta. Não vivem suas


vidas confundidas ou isoladas do meio social; tentam fazer da
comunidade e particularmente da escola o melhor ambiente para os
jovens;
 Estão convencidos do valor do seu trabalho. Seu desejo é exercer cada
vez melhor a profissão a que se dedica;
 São humildes e sentem necessidade de crescimento e desenvolvimento
pessoal do aluno, porque compreendem a grande responsabilidade da
função que exercem.

Em suma, embora o professor profissional não seja o único agente da


educação, ele desempenha e continuará a desempenhar um papel muito
importante na educação das futuras gerações. Portanto, é preciso que se
proponha a ter uma participação activa no processo pedagógico.

Deverá por exemplo indagar-se constantemente sobre os objectivos propostos,


sobre o conteúdo aprendido, sobre os métodos utilizados, enfim sobre o
sentido social e político da sua própria actividade docente. Quanto mais os
professores se aperfeiçoam, tanto mais alcançam sucesso em seu trabalho.

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

TEMA 3. A PLANIFICAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO

3.1. Conceito de planificação

No contexto educativo, para que uma actividade seja exitosa é necessário que
haja uma preparação inicial que mostrará claramente as intenções ou
objectivos que se pretende alcançar e os passos subsequentes. Esta
preparação envolve elementos ou passos que juntos e relacionados uns com
os outros farão com que se alcance o desejado. Esta preparação prévia
chama-se planificação.

Muitos pedagogos fizeram as suas abordagens sobre planificação. Vejamos


alguns destes autores:

Para Piletti (2004), a planificação é um processo que consiste em um conjunto


de decisões, visando atingir determinados objectivos assumindo uma atitude
séria e curiosa diante de um problema. Segundo Libâneo (2006), a planificação
é um processo de racionalização, organização e coordenação da acção
docente, articulando a actividade escolar e a problemática do contexto social.

A partir das definições, torna-se possível compreender que a 4planificação (no


ensino) é um processo através do qual o professor faz a preparação, previsão
e organização das formas como serão desenvolvidas as suas aulas, em
conformidade com os normativos que orientam a disciplina.

A planificação é vista como uma actividade onde o professor desenha a sua


acção antes de a realizar. É um projecto que o professor constroi com vista a
guia-lo para a sua actuação pedagógica. De acordo com Ferreira (2007), a
planificação, no seu todo, é importante porque:

 Prevê os objectivos, métodos, conteúdos e meios de ensino;


 Facilita a preparação das aulas e as tarefas que serão realizadas;
 Possibilita a actualização dos conteúdos;
4
GUILHERME, Aristides Chipepe, 2020.

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

 Evita a rotina e a improvisação;


 Contribui para o alcance dos objectivos visados;
 Promove a eficiência do ensino;
 Garante maior segurança na direcção do ensino;
 Garante racionalização de tempo e energia física.

De acordo com Piletti (2004), ao planificar uma aula o professor deve


responder as seguintes perguntas:

o O que pretendo alcançar?


o Em quanto tempo pretendo alcançar?
o Como posso alcançar o que pretendo?
o O que fazer e como fazer para alcançar o pretendido?
o Quais os recursos necessários para alcançar o pretendido?
o O que analisar e como analisar a fim de verificar se o que pretendo foi
alcançado?

Uma boa planificação deve ter as seguintes características:

 Guia de orientação: onde são estabelecidas as directrizes e os meios


para a realização do trabalho docente com a função de orientar a prática
docente, partindo das exigências da própria prática;
 Segue uma ordem sequencial : através de passos lógicos, embora na
prática alguns passos podem ser invertidos;
 Objectivdade: existência de correspondência do plano com a realidade
da turma;
 Coerência: correspondência entre os objectivos gerais, específicos,
conteúdos, métodos, meios de ensino e a avaliação, assim como
relação entre as ideias e a prática;
 Flexibilidade: onde o professor está sempre organizando e
reorganizando o seu trabalho sujeito a alterações.

3.2. Mediadores para a planificação

Livros didácticos

No sistema educativo de Angola, os livros didácticos são, sem dúvida, os


mediadores privilegiados e mais influentes para a planificação do professor. Os

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

livros não são usados apenas para sistematizar e difundir conhecimentos, são
utilizados também para encobrir ou escamotear alguns aspectos da realidade,
em função de interesses económicos, políticos e sociais dominantes na
sociedade.

Se o professor for um bom observador, se for capaz de desconfiar das


aparências para ver os factos, os acontecimentos, as informações sob vários
ângulos, verificará que muitos dos conteúdos de alguns livros didácticos não
correspondem com a realidade, com a vida real dos alunos.

Deste modo, ao seleccionar os conteúdos da classe em que trabalha, o


professor deve analisar criticamente os textos que compõem o livro; deve
verificar como são abordados os assuntos com vista a enriquecê-los com
contribuições científicas e oriundas da realidade social, comparando o que se
afirma (no livro) com os factos, problemas, realidades da vivência real dos
alunos.

Materias didácticos

Podem ser entendidos como o conjunto de meios e recursos didácticos que o


professor utiliza na sala de aula para melhor partilhar os conhecimentos,
desenvovler habilidades e fomar hábitos aos seus alunos. Estes materiais
podem ser: quadro, giz, indicador, livros, mapas, objectos físicos, fotografias,
gravuras, vídeos, projectores, televisor, aparelho de som, etc..

De acordo com Venâncio Samuel (2006), o professor utiliza os materiais


didácticos com os objectivos de:

o Motivar e despertar o interesse pelo conteúdo aos alunos;


o Favorecer o desenvolvimento da capacidade de observação;
o Aproximar o aluno da realidade;
o Visualizar ou concretizar os conteúdos;
o Oferecer informações ou dados;
o Permitir a fixação da aprendizagem;
o Desenvolver a experimentação concreta;
o Ilustrar noções mais abstratas.

Guias curriculares e programas de ensino

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

Estes são os mediadores que melhor auxiliam o professor no processo


planificação das aulas e, é constituído pelos currículos e programas de ensino
das diversas classes e disciplinas.

O Ministério da Educação fornece à todos os Gabinetes Provinciais e


Municipais estes documentos que servem de guia dos professores para a
elaboração e construção dos planos diários.

3.3. A planificação da aula

A principal forma para que o professor organize o processo de ensino-


aprendizagem é a aula. Entretanto, para que o professor possa alcançar
efectivamente os objectivos propostos é necessário que cada aula seja
cuidadosamente planificada.

Planificar significa prever o modo como vai ser desenvolvida a aula; é analisar
uma realidade, reflectindo sobre as condições existentes; é prever as formas
alternativas da acção educativa, ou seja, prever o que pode acontecer durante
a aula; é o processo utilizado pelos professores para superar dificuldades e
alcançar os objectivos. Para tal, o professor deve responder as seguintes
questões:

o Para quem estou a organizar a aula? (aluno);


o Para quê realizar a aula? (objectivos);
o Que assunto será tratado nesta aula? (conteúdo);
o Como é que se vai realizar esta aula? (métodos e formas
organizativas);
o Com que se vai realizar a aula? (material didáctico);
o Quanto tempo irá durar a aula? (duração da aula);
o Em que medida serão alcançados os objectivos? (avaliação).

3.3.1. Tipos de planos

Ao estudar a Didáctica Geral, encontramos na acção educativa, diferentes tipos


de planos que o professor deve utilizar na realização das suas actividades
como docente, assim, enistem três tipos de planos: Plano de curso, Plano de
unidade e Plano de aula.

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

Plano de curso: é a previsão dos conhecimentos a serem desenvolvidos e das


actividades por se realizar em uma classe distinta de ensino ou à um curso de
formação profissional, durante um período de tempo que, em geral, é um ano.

Plano de unidade: consiste na previsão dos conhecimentos que serão


desenvolvidos em uma única unidade com vários temas propostos. Este tipo de
plano é elaborado antes de terminar a unidade anterior para fazer ligação das
falhas cometidas e traçar estratégias de superação no plano a seguir, que
envolve apresentação, desenvolvimento e integração.

Plano de aula: corresponde a acção diária do professor com procedimentos


traçados para cumprir com as estratégias ou orientações do plano de curso e
de unidade. Este plano aula, obedece uma estrutura de organização desde o
ponto de vista metodológico e estratégico.

No momento da planificação, o professor deve prever: o tempo que se dispõe


durante cada fase didáctica e o cumprimento das suas funções; as condições
em que se realiza o ensino; a capacidade de assimilação dos alunos conforme
a idade e nível de desenvolvimento mental e a utilidade dos objectivos para
motivar e encaminhar a actividade dos alunos.

A elaboração de um plano de aula deve ter em conta uma correcta disposição


das fases em que se processa. De facto, planificar a aula e realiza-la são dois
actos distintos e importantes no processo de ensino-aprendizagem. Porém, se
o professor elaborar bons planos de aula pode-se afirmar que estará em
condições para leccionar boas aulas.

3.4. Fases e funções didácticas

As fases e funções didácticas são caracterizados pela descrição específica de


tudo que o professor realizará numa aula durante um período específico de
tempo. Na sua elaboração alguns pontos são muito importantes, como:

o Dados de identificação do professor e da escola;


o Os objetivos a serem alcançados com as aulas que serão ministradas;
o Conteúdo que será ministrado em cada aula, o qual deve seguir uma
linha cronológica do processo de aprendizagem;

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

o Os procedimentos utilizados para aprendizagem dos alunos, ou seja, as


fases da aprendizagem;
o Os recursos que serão utilizados para alcançar os objetivos;

o As metodologias de avaliação, ou seja, as técnicas avaliativas que o


professor utilizará para avaliar o aprendizado do educando.

As fases e funções didácticas obedecem a estrutura do plano, desenvolvidas


em períodos diferentes e, geralmente são três fases em que o professor
desenvolve suas funções, nomeadamente:

Introdução

Decorre normalmente no principio de uma aula. Esta fase desempenha grande


papel para o sucesso da aprendizagem dos alunos. Tem em vista preparar o
aluno para o inicio da aula e sua fase seguinte. Esta preparação tem 3
objectivos  fundamentais:

o Criar disposição e ambiente favoráveis aos alunos, que possam


assegurar uma boa aprendizagem;
o Consolidar o nível inicial e orientar o aluno para novo conteúdo;
o Motivar permanentemente com o fim de manter o interesse e a atenção
dos alunos através de avaliação de estímulos.

Nesta fase, o professor procura incentivar os alunos no estudo do conteúdo,


esclarecendo os objectivos e os resultados que devem ser alcançados.
Estimula aos alunos o desejo de dominar o novo conhecimento para lidar com
novos desafios sociais; indica as habilidades que podem ser aprendidas para a
aplicação dos conhecimentos na prática. Para isso, o professor utiliza vários
procedimentos: apresenta uma situação problemática, conversa com os alunos,
incita a curiosidade dos alunos com recorrendo à algumas situações do
quotidiano, analisa exercícios da aula anterior, enlaça os conteúdos anteriores
com o novo, usa ilustrações, orienta breves redações, orienta breves exercícios
que indicam o tipo de assunto que será estudado, etc..

Desenvolvimento ou mediação e assimilação do conteúdo

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

Nesta etapa realiza-se a percepção dos objectos e fenómenos ligados ao tema;


acontece a formação de conceitos, o uso da imaginação e do raciocínio por
parte dos alunos. No contexto didáctico, mediação é um processo pelo qual o
professor dirige o processo de ensino-aprendizagem em que são
necessários elementos como: o professor, aluno, conteúdo, material didáctico,
métodos e fins a atingir.

A função do professor, nesta fase, consiste em promover a compreensão do


conteúdo e a construção autónoma de conhecimentos. Na mediação dos
conteúdos prevalecem as formas de estruturação e organização didáctica dos
conteúdos.

Neste processo a figura do professor como transmissor de conhecimentos


desaparece, para dar lugar a figura de mediador, facilitador ou orientador e tal
mediação actualmente deve ser diferente, expondo cada vez mais alunos antes
de objectos e receptores passivos, concebendo-os como sujeitos da sua
própria aprendizagem para alem de ter conhecimentos para ter conhecimentos
da própria aula.

No desenvolvimento da aula o professor encaminha o contacto com a matéria


por meio do diálogo, da discussão, pelo uso do livro didáctico, pela realização
de trabalhos individuais ou grupais, pela realização de pequenos experimentos.
Nesta fase, os alunos devem conseguir formar ideias claras sobre o assunto e
juntar elementos para a sua compreensão.

Conclusão (consolidação e tarefa)

Constitui a formação e desenvolvimento de habilidades, por sua vez a


consolidação consiste em recordar a matéria por meio de habilidades e
conhecimentos. É a fase de aprimoramento dos conhecimentos, habilidades e
hábitos partilhados ao longo da aula.

Este aprimoramento dos conteúdos obtém-se, principalmente, pelos exercícios,


tarefas de casa, provas escritas ou orais,e pela recordação da matéria onde
são aplicados conhecimentos e habilidades e se cumprem os objectivos de
ensino estabelecidos.

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A consolidação é o momento da aula em que se realizam acções com a


finalidade de sistematizar, reflectir e aplicar o conteúdo aprendido. Através do
resumo da aula, o professor deve:

 Reafirmar os conhecimentos e capacidades fundamentais;


 Controlar o nível de situação actual de aprendizagem dos alunos;
 Obter uma base para avaliar cada aluno ou todo a turma.

Vale realçar que a assimilação dos conteúdos deve ser comprovada mediante
tarefas que se liguem à vida social dos alunos, que estimulem capacidade de
análise, síntese, crítica, comparação, generalização, etc..

A conclusão é considerada a etapa superior do desenvolvimento de


capacidades através da resolução de problemas e tarefas em situações
análogas e novas. Esta fase é a ponte para a prática profissional visto que se
desenvolvem as capacidades que devem possibilitar aos alunos  o poder de
aproveitar a teoria e posteriormente colocar os seus conhecimentos no trabalho
produtivo

3.4.1. Principais funções didácticas

As principais funções didácticas são: Motivação ou asseguramento das


condições prévias, Mediação e Assimilação do conhecimento, Domínio e
Consolidação, Controlo ou Avaliação.

As funções didácticas tem uma ligação entre si e se realizam isoladamente,


sobrepondo-se umas das outras durante as diferentes etapas do Processo de
Ensino-Aprendizagem com um tempo determinado. Geralmente uma função
didáctica abre o caminho para efectivação da outra e que o sucesso de uma
possibilita o sucesso da outra, assumindo-se como uma unidade, no sentido de
totalidade e não de soma e, tal totalidade reflecte as relações especificas de
cada função didáctica com a outra de maneira recíproca.

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

TEMA 5. MÉTODOS E MEIOS DE ENSINO

A palavra método vem do latim “methodu” e do grego “méthodos”, que significa


caminho para chegar a um fim. Assim, métodos de ensino são as acções
desenvolvidas pelo professor, apresentadas pelo pedagogo, pelas quais se
organizam as actividades de ensino e dos alunos para atingir objectivos do
trabalho docente em relação a um conteúdo específico relacionado com a
educação.

Os métodos de ensino, na acção do professor, determinam o caminho que vai


lhe permitir chegar ao objectivo e sua determinação depende da disciplina e
conteúdo preparado ou seleccionado para ser transmitido.

O método constitui a organização do processo de ensino-aprendizagem que


permite estabelecer vias para se alcançar o objectivo. Os métodos participam
na actividade de ensino como regulador da actividade entre o professor e o
aluno para dirigir e alcançar a meta.

4.1. Classificação dos métodos

Para dar cumprimento metodológico adequado para cada disciplina do ensino


primário, deve-se ter em conta que os métodos são classificados em três
grupos tendo em conta a sua aplicação.

Métodos de carácter visual

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

São aqueles que têm como essência a observação, que pode ser directa ou
indirecta. A observação directa realiza-se com objectos reais e a indirecta
realiza-se por meio de ilustrações. Exemplos: método demonstrativo, método
ilustrativo, visita de estudo, etc..

Na utilização destes métodos o professor pode utilizar os seguintes meios de


ensino: gravuras, tabelas, gráficos, vídeos, desenhos, fotografias, etc..

Métodos de carácter verbal

São aqueles que têm como essência a comunicação, que pode ser oral ou
escrita. Estes métodos manifestam-se na exposição oral do professor. O
professor ao aplicar os métodos de carácter verbal em suas aulas, para
solidificar o ensino por meios dos conteúdos, deve usar os meios de ensino
adequados.

O método expositivo, o debate, a elaboração conjunta, conversa ou


conversação heurística, os trabalhos independentes e grupais, o estudo
dirigido e o estudo de caso são alguns métodos desta categoria. Livros,
fascículos, jornais, artigos científicos são alguns meios de ensino que podem
ser usados com estes métodos.

Métodos de carácter prático

Estão relacionados com a actividade prática realizada pelo professor ou aluno


mestre, com objectivo de demonstrar e comprovar a eficácia dos conteúdos e
sua vinculação teórico-prático. Nesta classificação, o método fundamental é a
experimentação. Porém, para além deste existe também o método
cinestésico.

4.1.1. Procedimentos para trabalhar com os métodos visuais

Referir o tema ou título que representa o meio de ensino visual

Ex.: Ao apresentar uma gravura sobre o meio ambiente ou em outras


situações, seja um parque de animais ou não, o professor deve orientar os
alunos a interpretá-la procurando a essência da gravura.

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

Aqui, o professor dirige aos alunos perguntas simples, por exemplo: o que há
na gravura? O que estão a ver na gravura?. Os alunos podem encontrar as
respostas no título ou no que o meio visual retrata.

Identificar das partes que compõem a meio e ensino visual

Neste passo o professor faz perguntas que permitem ao aluno identificar as


partes que compõem a gravura. Ex: o que estão a ver na gravura? R: estamos
a ver um Homem. Quantas partes tem a gravura? R: tem três partes (cabeça,
tronco e membros).

No caso da utilização de gráficos como meio de ensino, o professor fará


referências a uma ordem lógica em cada uma das partes que o compõe, se for
gravura com o conteúdo assinalado (letras, números, palavras, etc.), fará
referência ao mesmo tendo em conta uma sequência lógica.

Estabelecer de relações entre as partes

Cumpre-se este passo tendo em conta um nível simples de complexidade e


nas características psicopedagógicas dos alunos, a relação entre o todo e a
parte, espaço e tempo, causa e efeito.

Elaborar um juízo

O juízo é elaborado pelo aluno, escreve-se em forma de conclusão e deve


expressar de forma geral o conteúdo abordado com o uso do meio de ensino
visual. O professor pode permitir a utilização das experiências sociais por parte
aluno e, em alguns casos, permitir a vinculação com outros meios segundo as
possibilidades do conteúdo.

4.1.2. Procedimentos para trabalhar com os métodos de carácter verbal

Os métodos de carácter verbal possuem um carácter descritivo e explicativo, o


que faz com que o professor destaque os aspectos mais significativos do
conteúdo estudado. Estes métodos obedecem as seguintes exigências:
 Ter amplo conhecimento do assunto;

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

 Ter um adequado domínio dos processos lógicos do pensamento:


análise, síntese, abstração, generalização, dedução e indução;
 Ter o domínio da retórica e oratória;
 Utilizar um adequado tom e modelação da voz;
 Acompanhar a exposição dos conteúdos com os meios de ensino
seleccionados;

 Ter em conta a cronologia e sequência lógica da ocorrência do conteúdo


estudado.

Na disciplina de História, de um modo particular, a exposição é feita de forma


narrativa. Onde o professor expõe os factos trazendo as experiências e os
acontecimentos do passado de forma lógica, obedecendo uma ordem
cronológica. Esta forma de expôr os conteúdos envolve cinco elementos
fundamentais:
 Narrador: a pessoa que narra (professor);
 Acção: o que se desenvolveu ou o acontecimento;
 Personagens: pessoas que fazem parte da história ou acontecimento;
 Tempo: cronologia dos factos;

 Espaço: lugar dos acontecimentos.

4.1.3. Procedimentos para trabalhar com os métodos de carácter prático

Ao utilizar um método de carácter prático, o professor deve ter em conta três


momentos fundamentais que são:

 Planificação da actividade;
 Execução;
 Avaliação.

4.2. Meios de ensino

Denomina-se meios de ensino todos os meios materiais usados pelo


professor para uma estruturação e condução efectiva e racional do processo de
instrução e educação a todos os níveis, em todas as esferas do sistema
educacional e para todas as matérias para satisfazer as exigências do plano de
ensino.

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A utilização dos meios de ensino torna prático a transmissão do conteúdo


seleccionado e, por tanto, pode garantir maior eficiência no processo de
assimilação do conhecimento por parte dos alunos criando as condições para o
desenvolvimento de capacidades, hábitos, habilidades e a formação de
convicções.

O professor ao leccionar a aula usa manuais, desenhos, gráficos; ele utiliza o


quadro, o giz, o apagador, o indicador, entre outros. No caso da Matemática,
usa pauzinos, pedrinhas, régua, compasso e outros meios.

TEMA 5. OS OBJECTIVOS DIDÁCTICOS

Toda a actividade pedagógica – tal como qualquer actividade humana – está


precedida pela formulação dos fins ou resultados a alcançar. Deste modo, os
objectivos didácticos constituem fins ou resultados, previamente elaborados,
que guiam a actividade dos professores para alcançar as transformações
necessárias aos alunos.

Pode-se definir objectivos didácticos como os resultados que o professor


espera alcançar por meio de uma acção educativa sistemática. Ou seja, os
objectivos didácticos são declarações sobre o que o aluno vai saber ou será
capaz de fazer após a sua participação numa actividade de aprendizagem.

Estes permitem definir a finalidade da formação, com clareza; criam o espírito


de responsabilidade entre o professor e o aluno; habilitam os professores a
definir exactamente o que os alunos devem ser capazes de fazer até o final da

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CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

aula; ajudam os professores a centrarem as suas atenções nos conteúdos


necessários e eliminar os desnecessários; orientam os professores na selecção
dos métodos; etc..

Contudo, a formulação dos objectivos didácticos constitui uma das etapas mais
importantes do processo de ensino-aprendizagem. Pois, objectivos bem
definidos permitem (aos professores) saberem o que vão ensinar e (aos
alunos) saberem o que vão aprender.

5.1. Níveis de objectivos no processo de ensino-aprendizagem

No processo docente-educativo há que considerar dois níveis de objectivos


didácticos conforme vêm prescritos abaixo:

Objectivos gerais. Expressam propósitos mais amplos acerca do papel da


escola e do ensino, diante das exigências postas pela realidade social e diante
do desenvolvimento da personalidade dos alunos. Os objectivos gerais definem
perspectivas da prática educativa na sociedade que serão convertidas em
objectivos específicos de cada matéria de ensino, conforme os níveis de ensino
e a idade dos alunos.

Os objectivos gerais são compreendidos em três níveis de abrangência, do


mais amplo ao mais específico:

1. Pelo sistema educativo, que expressa as finalidades educativas de acordo


com ideais e valores dominantes na sociedade;

2. Pela escola, que estabelece princípios e directrizes de orientação do


trabalho escolar com base num plano pedagógico-didáctico que represente
o consenso do corpo docente em relação à filosofia da educação e à
prática escolar (Projecto Político Pedagógico);

3. Pelo professor, que concretiza no ensino do conteúdo a sua visão de


educação e de sociedade.

Objectivos específicos. Determinam exigências e resultados esperados da


actividade dos alunos referentes a conhecimentos, habilidades, atitudes e
convicções cuja aquisição e desenvolvimento ocorrem no processo de
transmissão ou assimilação activa das matérias de estudo de alcance a curto
prazo.

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A elaboração dos objectivos específicos deve estar vinculada aos objectivos


gerais sem perder de vista a situação concreta (escola, conteúdo, alunos) em
que serão aplicados para nortear, de forma mais directa, o processo de ensino-
aprendizagem ou a actividade do professor.

Na elaboração dos objectivos específicos, o professor transforma tópicos das


unidades de ensino em proposição (afirmação), onde se expressa o resultado
esperado que deve ser atingido por todos alunos no final de uma unidade. Os
resultados podem ser:

o Conhecimentos (conceitos, factos, fenómenos, princípios, teorias,


interpretações, ideias organizadas, etc.);
o Habilidades (o que o aluno deve aprender para: desenvolver suas
capacidades intelectuais; organizar seu estudo activo e independente;
aplicar formulas em exercícios; observar, colectar e organizar
informações sobre um determinado assunto; raciocinar com dados da
realidade; formular hipóteses; usar materiais e instrumentos como,
dicionários, mapas, réguas, etc.);
o Atitudes, convicções ou valores que se deve desenvolver em relação à
matéria, ao estudo, ao relacionamento humano, à realidade social
(atitude cientifica, consciência critica, responsabilidade, solidariedade,
cooperação, etc.).

5.2. Funções dos objectivos específicos

Os objectivos específicos no processo de ensino têm muitas funções para


ajudar a dreccionar a actividade do professor como:

 Definir os conteúdos determinando os conhecimentos e conceitos a


serem assimilados e as habilidades a serem desenvolvidas para que o
aluno possa aplicar o conteúdo na vida prática;
 Estabelecer os procedimentos de ensino e selecionar as atividades e
experiências de aprendizagem mais relevantes a serem vivenciadas
pelos alunos, para que eles possam adquirir as habilidades e assimilar
os conhecimentos previstos, tanto para sua vida prática como para
continuação dos estudos;

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 Determinar o que e como avaliar, isto é, especificar o conteúdo da


avaliação e selecionar as estratégias e os instrumentos mais adequados
para avaliar o que pretende;
 Fixar padrões e critérios para avaliar o próprio trabalho docente – auto
avaliação – com fins ao replanejamento;

 Comunicar, de modo mais claro e preciso, seus propósitos de ensino


aos próprios alunos, aos pais e a outros educadores.

TEMA 6. A AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO

Em muitos casos, a avaliação das aprendizagens tem se confundido com a


medição. Por exemplo, os alunos no final de uma unidade temática realizam
uma avalição; o professor faz a classificação e publica os resultados. Isso será
avaliação ou medição?

Primeiramente, convém aclarar que qualquer prova constitui um instrumento de


medida. Em segundo lugar, a medição é parte integrante da avaliação caso
sirva de base para formular juízos de valor com vista à tomada de decisões.
Diante disso, surge a pergunta: qual é a diferença entre a medição e a
avaliação?

Quando se aplicam provas com os objectivos de classificar, seleccionar ou


certificar os alunos - como tem acontecido nas escolas de um modo geral – é
evidente que não estamos perante a avaliação. O professor avalia quando,

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para além dos objectivos mencionados, acrescenta outro de extrema


importância para o processo de ensino-aprendizagem que é o de orienta-lo
mediante a formulação de juízos de valor que levam à tomada de decisões.

Por isso, todas as definições de avaliação das aprendizagens


(independentemente do autor) são convergentes no seguinte: formulação de
juízos de valor e tomada de decisões na base de informações recolhidas
sistematicamente.

Por exemplo, Beeby define a avaliação como um processo de recolha e


interpretação sistemática de informações que implicam juízos de valor, com
vista à tomada de decisões.

6.1. Funções da avaliação

De acordo com Cabral (2005), a avaliação tem a função diagnóstica, de


hierarquização e classificação e de controlo.

Função diagnóstica – identifica as dificuldades do aluno e os conhecimentos


prévios. Ajuda ao professor a constatar as falhas no seu trabalho e a decidir a
passagem ou não para uma nova unidade temática. Também ajuda ao aluno a
realizar um esforço de sinetes das diferentes partes do programa do ensino, a
criar hábitos de trabalho independente e a consciencializar o grau consecutivo
dos objectivos atingidos após um período de trabalho.

Função de hierarquização e classificação – quando após um período de


aprendizagem deseja-se saber o desempenho do aluno ou da turma.

Função de controlo – possibilta controlar o desenvolvimento do processo de


ensino-aprendiagem, exigindo mais dos agentes de educação. Permite ainda
que haja um controlo contínuo e sistemático no processo de interacção
professor-aluno no decorrer das aulas.

6.2. Tipos de avaliação

A avaliação no processo de ensino pode ser feita de diversas maneiras para a


eficácia dos resultados esperados com a actividade. Entretanto, ela pode ser
de dois tipos: explícita ou implícita.

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A avaliação explícita é uma situação de avaliação formal e reconhecida pelos


sujeitos como tal, quando é conhecido por todos e programada no tempo e no
espaço.

A avaliação implícita envolve uma avaliação de carácter informal, não sendo a


situação definida como de avaliação e não se apercebendo os sujeitos de que
são objecto dessa avaliação, tem um carácter desconhecido não verificado
pelos sujeitos a serem avaliados.

6.3. Modalidades de avaliação

As modalidades de avaliação respondem à pergunta «quando avaliar?».


Tratando-se da avaliação das aprendizagens dos alunos, é consenso entre os
especialistas em matéria de avaliação que ela deve ser feita antes, durante e
no fim de um ciclo de aprendizagem. Por esta razão, no processo de ensino-
aprendizagem existem três modalidades de avaliação, a saber:

a) Avaliação diagnóstica ou inicial

Esta modalidade realiza-se no início de novas aprendizagens (de um tema, de


um subtema, de um trimestre, do ano lectivo) com a intenção de se constatar
os domínio de pré-requisitos por parte dos alunos; isto é, os níveis de
conhecimentos ou aptidões indispensáveis à aquisição de outros que deles
dependem.

Em resumo, trata-se de conhecer o nível inicial de conhecimentos e aptidões


dos alunos que permitirão estabelecer uma ponte com os novos conhecimentos
a adquirir no tema, subtema, trrimestre ou classe que começam a frequentar.

b) Avaliação formativa, contínua ou sistemática

É uma actividade pemanente que fornece ao aluno, ao professor e ao


encarregado de educação os resultados imediatos da acção pedagógica, lá
que é feita durante as aulas. Os resultados desta modalidade avaliativa
permitem ao aluno fazer uma auto-avaliação das suas aprendizagens e aos
professores conhecer os pontos fracos e fortes de cada dos seus alunos.

Além disso, estes resultados permitem també aos encarregados de educação


terem conhecimento em tempo útil sobre o desempenho escolar dos seus
educandos em termos de aprendizagens, o que, em grande medida, contribui

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para o fortalecimento das relações da escola com a comunidade. Para o efeito,


é necessário que todos os resultados da avaliação das aprendizagens dos
alunos sejam registados na caderneta de avaliações contínuas.

c) Avaliação sumativa

Ao contrário da avaliação contínua que avalia o processo, a avaliação sumativa


avalia os resultados do processo de ensino-aprendizagem com vista à
classificação e à certificação de conhecimentos e competências adquiridas,
capacidades e atitudes desenvolvidas pelos alunos durante durante a
efectivação do currículo. Por isso, realiza-se no fim de um ciclo de
aprendizagem, no fim de cada trimestre e no fim do ano lectivo.
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Prezado professor, no exercício das suas funções lembre-se sempre que o fim
da avaliação não é a atribuição de notas para fins de seleccionar ou classificar
os avaliados. É a obtenção de informações acerca do rítmo de aprendizagem
do avaliado seguida da tomada de decisões que beneficiem a aprendizagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AFONSO, D. M. (2006). Manual de apoio ao sistema de avaliação das


aprendizagens – Iº Ciclo do Ensino Secundário. Luanda: INIDE.

CABRAL, J. F. A. (2005). Currículo do Ensino Primário. Luanda: INIDE.

GASPAR, A. (s.d.). A educação formal e a educação informal em ciências.

GUILHERME, A. CH. (2018). Material de apoio à docência de Prática


Pedagógica II. Escola de Formação de Professores do Kunhinga (Bié).

LIBÂNEO, J. C. (s.d.). Didáctica. Cortez Editora.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DE ANGOLA. (2016). Lei de Bases do Sistema


se Educação e Ensino – Lei nº 17/16 de 7 de Outubro. Luanda: Imprensa
Nacional.
5
GUILHERME, Aristides Chipepe, (2019).

Pág. 41
CHIVANDO, J.J. A., & GUILHERME, A. CH. (2020). Metodologia do Ensino Primário.

PILETTI, C. (2004). Didáctica Geral. São Paulo: Editora Átipa. ISBN 85 08


02698 6

SAVILOMBO, A. TCH. (2014). Texto de apoio de Prática Pedagógica. Escola


Superior Pedagógica do Bié.

Pág. 42

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