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INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS DE DEFESA

“Tenente-General Armando Emílio Guebuza”

Curso de Licenciatura em Ensino de História


3º Ano, 1º Semestre/2022

Disciplina: Didactica de História II

Tema: Planificação a Longo, médio e curto prazo

Discente:
Amélia Joana Chirinda
Inês Média
Cecilia Jossaio Cumbe

Docente: PhD. Óscar L. Mofate

Machava, Março 2022


Índice
1. Introdução.................................................................................................................................3
1.1. Objectivo geral...................................................................................................................3
1.2. Objectivos específicos.......................................................................................................3
1.3. Metodologia.......................................................................................................................3
2. Definição de Planificação.........................................................................................................4
3. Componentes do plano de ensino..............................................................................................4
4. Tipos de planificação escolar....................................................................................................5
5. Como elaborar o plano de aula?................................................................................................8
6. Vantagens e limitações no uso da planificação.........................................................................8
7. Conclusão................................................................................................................................10
8. Referências Bibliográficas......................................................................................................11
Anexo.............................................................................................................................................12
1. Introdução

A planificação é um acto necessário em quase ou mesmo todos os sectores da vida humana, e


cada vez mais, vem se tornado necessário e eficiente planificar as acções futuras, com vista a
evitar improvisos e insucessos. É nesse contexto que no presente trabalho da cadeira de Didáctica
de História II, se fará abordagem do assunto acima referenciando, estamos falando concretamente
de Planificação e que o nono grupo foi incumbido a desenvolver o tema: planificação a longo,
médio e curto prazo.

Ao abordarmos este assunto não deixamos de lado os itens que o grupo acha relevantes como é
caso dos conceitos de planificação de acordo com vários autores, os tipos de plano, as etapas que
devem ser obedecidas na planificação de uma aula e as vantagens e desvantagens da planificação.

1.1. Objectivo geral

Com este trabalho o grupo pretende na generalidade compreender o processo de planificação a


Longo, médio e curto prazo.

1.2. Objectivos específicos

 Definir a planificação;
 Descrever os componentes do plano de ensino;
 Apresentar os diferentes tipos de plano;
 Descrever os passos a seguir na elaboração de um plano;
 Identificar as vantagens e desvantagens da planificação.

1.3. Metodologia

A metodologia utilizada na presente pesquisa foi a revisão da literatura, através da selecção de


obras bibliográficas que tratam de conteúdos relevantes a Didactica de História.

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2. Definição de Planificação

Etimologicamente, planificar provém do latim planumfacare que significa “apresentar claro”


(DAMIÃO, 1996).

Para Piletti (2004), a planificação é um processo que consiste em preparar um conjunto de


decisões, visando atingir determinados objectivos assumindo uma atitude séria e curiosa diante de
um problema. Segundo Libâneo (2006), é um processo de racionalização, organização e
coordenação da acção docente, articulando a actividade escolar e a problemática do contexto
social.

A planificação também pode ser compreendida como um processo que permite pensar a nossa
acção, no sentido de a organizar e agilizar no tempo e no espaço (BARROSO, 2013). Ao
planificar temos de saber quais os objetivos pretendidos, considerando as orientações da tutela,
qual o caminho a ser seguido pelos alunos, definido pelo professor, e quais as atividades
(estratégias e metodologias) que o professor vai propor para que o aluno consiga alcançar os
objetivos.

Zabalza (1992) apud Barroso (2013) considera a planificação como uma previsão do processo a
seguir que deverá concretizar-se numa estratégia de procedimentos que inclui os conteúdos ou
tarefas a realizar, a sequência das actividades e de alguma forma, a avaliação ou encerramento do
processo.

No contexto educativo, planificar consiste em selecionar e programar, antecipadamente, um


conjunto de actividades tendo em conta o contexto, ou seja, os conhecimentos da turma, o tempo
e o espaço. Para além disso, através da planificação o professor pode traçar os objetivos inerentes
à aula assim como selecionar os recursos mais adequados aos conteúdos a serem abordados.

3. Componentes do plano de ensino


O plano de ensino é resultado de vários processos e compostos relevantes na sua elaboração,
execução e avaliação. Por tanto, Piletti (2004), afirma que, compõem ao plano de ensino, os
seguintes elementos:

i. Objectivo: é a descrição clara do que se pretende alcançar, como resultado da nossa


actividade. Os objectivos nascem da própria situação: da comunidade, da família, da
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escola, da disciplina, do professor e principalmente do aluno. Neles, podemos encontrar
duas (2) subdivisões de objectivos educacionais que são os valores mais amplos que a
escola procura atingir, e institucionais, são proposições mais especificas referentes as
mudanças comportamentais esperadas para um determinado grupo - classe.
ii. Conteúdo: refere-se à organização do conteúdo por si, com base nas suas regras. Abrange
também as experiencias educativas no campo do conhecimento, devidamente
seleccionadas e organizadas pela escola. Constituí o elemento fundamental para se
alcançar os objectivos. 
iii. Procedimentos de ensino: são acções, processos ou procedimentos planificados pelo
professor para colocar o aluno em contacto directo com coisas, factos ou fenómenos, que
lhes possibilitem modificar sua conduta, em função dos objectivos previstos, para isso o
professor deve organizar meios ou técnicas de ensino para provocar a actividade dos
alunos no processo de aprendizagem;
iv. Recursos de ensino: são os componentes do ambiente de aprendizagem que dão origem a
estimulação do aluno, que podem ser classificados em: Humanos (professor, aluno que
podem ser colegas de outras turmas, pessoal escolar, comunidade), Materiais: neste são
subdivididos em dois (2), nomeadamente, do Ambiente (natural - água, folha, pedra, etc;
escolar - quadro, giz, cartazes, etc. Da Comunidade (biblioteca, industrias, lojas,
repartições públicas, etc).
v. Avaliação: é o processo pelo qual se determinam o grau e a quantidade de resultados
alcançados, em relação aos objectivos, considerando o contexto das condições em que o
trabalho foi desenvolvido. Na planificação da avaliação importa considerar as
necessidades de: avaliar continuamente o desenvolvimento do aluno; seleccionar
situações de avaliação diversificadas coerentes com os objectivos propostos; registar os
dados da avaliação; interpretar os resultados e compará-los com os critérios estabelecidos

4. Tipos de planificação escolar

A planificação docente compreende vários tipos de planificação que se distinguem consoante os


diferentes momentos do processo de ensino e de aprendizagem. De acordo com Ferreira (2014),
cada uma das planificações apresenta objetivos, níveis de detalhe, características, âmbitos e
formatos diferentes.

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O professor deve procurar interligar os vários tipos de planificação para que o processo de ensino
e de aprendizagem seja o mais consistente e organizado possível. De acordo com a abrangência e
os objetivos apresentados em cada planificação, esta pode ser classificada de longo prazo (com
uma abrangência anual), de médio prazo (com uma abrangência mensal) e de curto prazo
(direcionado para cada aula). As planificações a longo prazo constituem o suporte organizador
das planificações a médio prazo que, por sua vez, servem de base às planificações a curto prazo.

A fim de caracterizar mais detalhadamente cada tipo de planificação, apresentamos a tabela


abaixo:

Planificação de longo prazo Planificação de médio prazo Planificação de curto prazo


Antecede o início da Realiza-se ao longo do ano Realiza-se aula a aula ou para
atividade letiva. letivo um pequeno conjunto de aulas
Realizada pelos professores Realizada por um professor Individual e da
que lecionam a mesma ou, de preferência, em responsabilidade de cada
disciplina parceria com outros da professor.
mesma disciplina.
Muito genérica e pouco Mais Mais específica, descritiva e
detalhada. pormenorizada/detalhada, pessoal.
organizando e relacionando,
entre si, os conteúdos,
objetivos, atividades e
recursos.
Deve ter em conta o contexto Deve conter alguns elementos Deve conter:
(conhecimentos dos alunos, como:  Sumário;
Programa da disciplina,  Contextualização da  Conteúdos;
metodologias e atividades a unidade didática;  Competências a
implementar);  Conhecimentos prévios dos desenvolver;
Deve conter uma sequência alunos;  Distribuição do tempo
de atividades para além das  Objetivos gerais e a sua destinado a cada tarefa;
de sala de aula (ex.: visitas de operacionalização em  Recursos;
estudo): objetivos específicos;  Avaliação.
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Deve definir o número de  Conteúdos organizados e
aulas destinadas a cada tema; sistematizados;
Deve ter como referência,  Estratégias/metodologias de
entre outros documentos, os ensino;
seguintes:  Calendarização mais
 A legislação geral; precisa de cada unidade
 O currículo nacional do (número total de tempos
ensino básico; letivos previstos);
 O Programa curricular da  Identificação dos materiais
disciplina; e dos recursos físicos e
 Aprendizagens Essenciais humanos;
da disciplina;  Avaliação.
 Perfil dos Alunos à Saída de
Escolaridade Obrigatória;
 Projeto educativo.
Serve de base a todas as Deve estar sempre articulada Deve ser estruturada a partir
outras planificações com a planificação a longo da planificação de médio
realizadas ao longo do ano prazo. prazo;
Deve ser dotada de alguma
flexibilidade para que possa
ser adaptada a possíveis
constrangimentos;
Assume-se como uma Permite ao docente organizar Permite a adequação à
previsão e por isso é passível a sua prática, adequando o realidade e ao contexto
de modificações; processo de ensino e escolar do grupo de alunos a
Assume-se como um aprendizagem às que se destina.
documento fundamental de necessidades e Constitui a última etapa de
apoio e orientação para os conhecimentos prévios dos planificação do professor.
professores. seus alunos.

Fonte: Adaptado de Ferreira (2014).

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5. Como elaborar o plano de aula?

Piletti, (2004), afirma que existem vários passos para a elaboração do plano de aula, e que
seguida passamos a citar:

 O primeiro passo a observar na elaboração do plano de aula é indicar o tema central da aula;
 E assegure, deve-se estabelecer os objectivos da aula;
 Em terceiro lugar, indica-se o conteúdo que será objecto de estudo;
 Em seguida, estabelecem-se os recursos e os meios para o uso dos mesmos como forma de
atingir os objectivos;
 Finalmente o plano de aula deve prever como será feito a avaliação.

6. Vantagens e limitações no uso da planificação

Tal como qualquer outro instrumento, a planificação apresenta vantagens e limitações no seu uso.
De acordo com Barroso (2013) a planificação apresenta mais vantagens do que limitações, pois,
segundo este autor, a planificação pode reduzir a ansiedade e a incerteza do trabalho docente,
principalmente em relação aos professores mais inexperientes/com menos tempo de lecionação,
controlando o ambiente na sala de aula e prevenindo eventuais situações de indisciplina
(BARROSO, 2013).

No mesmo sentido, Ribeiro (1990) defende, entre as vantagens do uso da planificação, as


seguintes: auxilia o professor a ter presente o que pretende dos alunos, ajuda os alunos na
compreensão sobre o que o professor espera deles; articula objetivos gerais com objetivos com
carácter mais específico; define a metodologia/estratégia a adoptar, ou seja, o tipo de
aprendizagem pretendida; prevê possíveis constrangimentos definindo estratégias para os
ultrapassar; selecciona estratégias, actividades e recursos de modo a alcançar os objectivos
definidos; elabora um plano de avaliação e prepara os instrumentos necessários; permite colmatar
dificuldades; contribui para o sucesso e a eficácia do processo de ensino e aprendizagem.

Para além das vantagens enumeradas acima, a planificação permite ao professor refletir
criticamente sobre as suas práticas, o que implica um esforço de pesquisa, de tomadas de decisão,

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de poder de síntese e de organização, o que certamente assegurará um ensino com maior
qualidade (BARROSO, 2013)

A planificação, nomeadamente as planificações a longo e a médio prazo permitem ainda uma


troca de ideias, saberes e estratégias entre os professores uma vez que são realizadas em conjunto.
Autores como Zabalza (1992) e Arends (1995) citados por Ferreira (2014) afirmam que a
“planificação enquanto instrumento de orientação permite uma gestão adequada dos diferentes
referenciais a que a planificação do professor está sujeita […] e poderá permitir que a acção do
docente se desenvolva de forma mais eficaz e segura”.

Em contrapartida, as planificações também acarretam algumas limitações. Uma delas, talvez a


mais evidente, traduz-se no facto da planificação não permitir anteceder todas as situações ou
acontecimentos da sala de aula. Deste modo, a simples redação de uma planificação não oferece
ao professor o total controlo da sala de aula e dos seus alunos (BARROSO, 2013). O professor,
ao planificar, deve ter em conta os momentos de maior agitação e preparar/estruturar a sua prática
de forma a ultrapassar os eventuais constrangimentos. A planificação pode também tornar-se um
“inimigo” para o professor que não reconheça o seu carácter flexível, podendo conduzi-lo a uma
excessiva dependência. O professor deve sempre escutar e dar atenção às manifestações dos seus
alunos, compreendendo as suas dificuldades e ajudando-os a ultrapassá-las. Mais importante do
que cumprir totalmente a planificação, será, certamente, garantir a aprendizagem significativa e
real dos alunos (BARROSO, 2013).

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7. Conclusão

Este trabalho foi elaborado com o objectivo de descrever os diferentes tipos de planificação
escolar em História. Assim, após a leituras efectuadas pelo grupo que culminaram na
concretização dos nossos objectivos e na elaboração deste trabalho, verificamos que a
planificação é um processo que abrangem todos os sectores da vida humana, mas, no ensino,
planificar é estudar, ou por outra, é assumir uma atitude seria e curiosa diante de um problema,
procura-se planificar para decidir quais as melhores alternativas de acção possíveis para alcançar
determinados objectivos a partir de certa realidade.

A planificação é um aspeto essencial do trabalho de qualquer professor. Ao elaborar uma


planificação que seja exequível, o professor deverá ter sempre em conta o público-alvo a que se
destina e os condicionalismos já referidos.

A planificação das aulas deve ser compreendida a longo (ano letivo), a médio (período) e a curto
prazo (aula). Contudo, para a sua realização, independentemente do período temporal, deve-se
delinear os objetivos gerais e específicos, os conteúdos, as estratégias e/ou a metodologia, os
recursos, o tempo e a avaliação.

A planificação do ensino tem uma gama de vantagem quando, evita a rotina e a improvisação,
contribui para a realização dos objectivos visados, promove a eficiência do ensino, garante maior
segurança na direcção do ensino, e também, garante a economia do tempo e do ensino.

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8. Referências Bibliográficas

BARROSO, D. S. A importância da planificação do processo ensino-aprendizagem nas aulas de


História e Geografia. (Dissertação de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade do Porto).
2013. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/71580. Acesso em 11 de mar.
2022

DAMIÃO, M. H. Pré, inter e pós acção: Planificação e avaliação em pedagogia. Coimbra:


Minerva. 1996

FERREIRA, I. M. A planificação como prática de uma professora em processo de formação.


(Dissertação de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade do Porto). 2014. Disponível em:
https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/77077. Acesso em 10 de mar. 2022

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. (Coleção Magistério 2º grau. Série
Formação do Professor).

PILETTI, Claudino. Didática geral. São Paulo: Ática, 2004

PROENÇA, M. C. Ensinar/Aprender História. Questões de didática aplicada. Lisboa: Livros


Horizonte. 1990

RIBEIRO, L. Avaliação da aprendizagem. Lisboa: Texto Editora. 1990

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Anexo

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PLANO DE AULA

Disciplina: História Ano/Turma: 8ª classe

Unidade Temática: A HISTÓRIA COMO CIÊNCIA

Sumário: Definição de história, função e importância


Objectivos Conteúdos Desenvolvimento da Carga Avaliação
Aula/Métodos/Estratégias/Recursos Horária
Definir História; 1.A História como Entrada e registo de presenças 2 horas Observação Direta: grelhas de
ciência observação em sala de aula
Explicar a função e Sumário. (participação e motivação).
importância da 1.1. Definição de
História, História Breve apontamento sobre a história Avaliação Formativa:
como ciência.
1.2. Importância da Exercícios do manual.
História Recorrendo ao método expositivo e
interrogativo, onde se abordarão as
temáticas sobre a noção de histórias.

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