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1.

Gil Vicente foi um importante dramaturgo e poeta português que viveu entre os anos 1465 e
1536. Sua obra é considerada uma das mais importantes do Renascimento em Portugal e é
conhecida por sua crítica social, religiosa e política,viveu durante um período de grandes
transformações na Europa, conhecido como o Renascimento. Este movimento cultural e
intelectual, que teve início na Itália no século XIV, espalhou-se por todo o continente e teve
grande influência na arte, na ciência, na filosofia e na literatura.

Em Portugal, o Renascimento teve início no reinado de D. João II, no final do século XV. Neste
período, Portugal estava se consolidando como uma potência marítima e comercial, tendo
realizado importantes descobertas, como a chegada à Índia por Vasco da Gama em 1498. Este
período de expansão e descobertas trouxe grande riqueza para a corte portuguesa, mas
também gerou tensões sociais e políticas a sua obra reflete as tensões e contradições deste
período de mudanças e transições.

2. A obra "Farsa de Inês Pereira" é justificada por diversos critérios temáticos presentes na
obra.

Em primeiro lugar, a farsa é caracterizada por apresentar personagens e situações cômicas e


absurdas, com o objetivo de entreter e divertir o público. A "Farsa de Inês Pereira" segue essa
tradição, apresentando personagens caricatos e situações absurdas, como o casamento
arranjado entre Inês Pereira e Brísida Vaz, um homem desonesto e ignorante.Além disso, outra
característica da farsa é a crítica social e política. Na "Farsa de Inês Pereira", essa crítica se
manifesta através da sátira à nobreza e à hipocrisia religiosa, representada pelo personagem
Frei Lourenço.Outro critério temático presente na obra é a moralidade. Na farsa, essa
moralidade é apresentada de forma caricatural e irônica, questionando as convenções sociais e
os valores da época. Na "Farsa de Inês Pereira", essa moralidade é questionada através da
representação da protagonista como uma mulher fútil e superficial, que valoriza mais o status
social do que a felicidade pessoal.

Por fim, é importante destacar que a "Farsa de Inês Pereira" também apresenta elementos
musicais e cênicos típicos do gênero farsa, como o uso de músicas e danças durante a
encenação.Dessa forma, é possível justificar a inclusão da obra "Farsa de Inês Pereira" no
gênero farsa a partir de critérios temáticos como a presença de personagens cômicos e
absurdos, a crítica social e política, a moralidade irônica e a utilização de elementos musicais e
cênicos.

3. Inês Pereira, moça simples, ambiciosa e casadoira deseja encontrar um marido astuto e
sedutor. A sua mãe, por sua vez, com a ajuda da alcoviteira, Lianor Vaz, incita-a a casar com
Pero Marques, pois está preocupada com a educação da sua filha. O lavrador, Pero Marques,
não agrada a Inês, pois é ignorante e inculto.

Ela pretende alguém que demonstre cortesia, que saiba combater, fazer versos, dançar e
cantar. O segundo pretendente, Brás da Mata, trazido pelos pouco bemintencionados judeus,
corresponde a todos estes parâmetros, por sua vez, apenas se pretende aproveitar do dote
dela. Inês e Brás da Mata casam, o que se revela pouco vantajoso para Inês, pois ela perde a
sua liberdade; antes de sair em missão para África, Brás da Mata, dá ordens ao seu moço para
vigiar e trancar Inês em casa.
Três meses após a sua partida, Inês recebe a notícia de que o seu marido foi morto por um
mouro. o Livre, ela deseja casar novamente, e Lianor Vaz traz novamente a notícia que Pero
Marques continua solteiro e casado, como lhe tinha prometido que esperaria por ela. o Inês
casa com Pero Marques. o No final da história surge um ermitão e Pero Marques carrega Inês
às costas para o ver, o qual se tornou amante dela.

5. Inês Pereira:
 ambiciosa e sonhadora – pequena burguesia;
 ociosa, despreza a vida rústica do campo;
 o seu quotidiano é entediante: costura, borda e fia;
 é alegre, quer sair de casa e divertir-se, mas é contrariada pela mãe;

Escudeiro Brás da Mata:

 baixa nobreza – fidalgo


 duvida do retrato perfeito que os judeus casamenteiros fazem de Inês;
 é pobre, mas finge ser rico e desinteressado;
 é galanteador, elegante, bem-falante, sabe ler e escrever, sabe cantar e tocar viola – é
«discreto»; é o homem ideal que Inês procura;
 casa-se com Inês e revela-se autoritário e agressivo;
 parte para a guerra em Marrocos para ser armado cavaleiro, deixando Inês e o Moço
sem dinheiro;
 é cobarde, pois é morto em Arzila por um mouro pastor, ao fugir do campo da batalha;

Pero Marques

 lavrador abastado – povo ;


 pretendente rejeitado por Inês;
 é rico e trabalhador, tendo herdado a maior parte do gado do pai e uma fazenda de mil
cruzados;
 apresenta-se como um homem de bem, honesto e de boas intenções;

Lianor Vaz

 alcoviteira casamenteira – povo;


 conhecida da mãe de Inês, quer que Inês se case com Pero Marques;
 aparentemente honesta e desinteressada pelo dinheiro que poderá ganhar com o
casamento de Inês;
 sensata e boa conselheira, avisa Inês de que ela não deverá esperar o marido, mas
aceita o pretendente que lhe aparecer;
 amiga, mostra-se preocupada com o futuro de Inês;
 depois da morte do Escudeiro, persuade Inês a casar-se com Pero Marques
Mãe

 Mulher simples – pequena burguesia;


 É religiosa;
 É autoritária, não permitindo que inês saia de casa e obrigando-a a trabalhar;
 Defende o casamento de inês com pero marques;
 Conselheira e preocupada com o futuro de inês;

Ermitão

 Antigo apaixonado de inês de castro – clero;


 É castelhano;
 Apresenta um discurso mais amoroso do que religioso, aproximando-se da blasfémia;
 É solitário e triste;

Moço

 Fernando – criado do Escudeiro – povo;


 contribui para a sátira presente na obra pela denúncia do verdadeiro caráter do
seu amo: a pelintrice, as manias das grandezas, as privações e o sonho de atingir
uma situação económica confortável através do casamento com Inês;
 queixa-se da pobreza e da fome a que o Escudeiro o sujeita;
Texto Argumantativo
As obras de Gil Vicente são conhecidas por suas críticas sociais e políticas. As críticas do autor
eram direcionadas a diversos aspectos da sociedade portuguesa do século XVI, como a
nobreza, o clero e a hipocrisia religiosa.

Uma das razões que sustentam a importância das críticas de Gil Vicente é a sua visão crítica e
satírica da sociedade, que desmascara as falsidades e os interesses ocultos dos poderosos da
época. Essa visão se manifesta em suas obras através da apresentação de personagens cômicos
e absurdos, como o padre hipócrita e a nobreza corrupta, que são frequentemente alvo de
suas críticas.

Outra razão é que as críticas de Gil Vicente também questionam a moralidade da época, que
era muitas vezes baseada em valores superficiais e hipócritas. Em suas obras, o autor apresenta
uma visão irônica e caricatural da moralidade, que destaca a importância de valores
verdadeiros como a honestidade, a humildade e a justiça.

As críticas de Gil Vicente são importantes porque representam uma resistência à opressão e à
injustiça, o que é especialmente relevante em um contexto histórico em que a sociedade
portuguesa era marcada por desigualdades e injustiças sociais. Suas obras serviram como uma
forma de denúncia e protesto contra essas desigualdades, e foram uma forma de conscientizar
as pessoas sobre a necessidade de mudança.

Por fim, é importante destacar que as críticas de Gil Vicente são atemporais, e ainda são
relevantes nos dias de hoje. Através de suas obras, o autor apresentou uma visão crítica e
satírica da sociedade que questiona a hipocrisia e os interesses ocultos dos poderosos, e
destaca a importância de valores verdadeiros como a honestidade, a humildade e a justiça.

MARGARIDA ALVES Nº11 10ºTGEI

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