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1.

Introdução

( conceito de invasão)
Espécies invasoras são consideradas espécies não nativas de uma determinada
região que tem a capacidade de aumentar sua população atingindo outras áreas
(Lockwood, 2007). A introdução de espécies têm sido uma das principais
responsáveis pelo declínio da biodiversidade nativa ao redor do mundo. Desde
1500, cerca de um terço das extinções animais registradas foram causadas por
espécies não nativas (Blackburn, 2019). A medida que esses animais se
estabelecem em novas comunidades são capazes de gerar impactos ecológicos e
evolutivos por vários mecanismos (Falaschi et al 2020). No âmbito ecológico, uma
vez introduzidas podem gerar novas pressões de predação, competição e mudança
de hábitat das espécies nativas, além de espalhar possíveis patógenos (Falaschi et
al 2020 ).

(efeito dos invasores ou interações com nativos)

Para que uma espécie seja um invasor bem sucedido é necessário que este passe
por vários filtros ecológicos de acordo com suas restrições fisiológicas (ver o livro da
aula de hoje), assim, indivíduos colonizadores não são necessariamente
especialistas extremos, o diferencial é que possuem alta tolerância fisiológica e
ecológica às condições do ambiente, e graças a essa resistência existe a
possibilidade de uma resposta imediata às adaptações ambientais (Williams, 1969).

(Sobreposição de nicho na dieta)

(Histórico invasor e estudos sobre a sua dieta)

Graças ao seu histórico biogeográfico, os representantes de A. porcatus são


considerados exímios invasores, tendo a capacidade de se dispersar por longas
distâncias (Williams, 1969). Além do poder de dispersão, esses indivíduos são
ecologicamente e fisiologicamente tolerantes às diversas condições do ambiente, o
que possibilita uma resposta imediata às adaptações ambientais (Williams, 1969). A
espécie é dificilmente vista em cobertura florestal, está mais associada a ambientes
antropicamente degradados (Schettino et al. 2010) e com intensa ação humana,
como construções, jardins e postes (Yoel et al. 2012). Lagartos Anoles são
carnívoros (e.g., Schwenk 2000; Lossos 2009), costumam comer uma vasta
diversidade de invertebrados, apresentando certa preferência por formigas (Chun et
al. 2010) , ocasionalmente consomem pequenos vertebrados (Handerson e Powell
2009). Apesar de serem carnívoros, indivíduos de A. porcatus são animais
oportunistas que se alimentam de uma variedade de plantas e frutas quando
disponíveis (e.g., Schwenk 2000; Lossos 2009), além de se aproveitarem de sobras
deixadas por humanos ( Arma e Iturriaga, 2019) . Em alguns casos específicos
foram registrados canibalismo e coprofagia entre Anoles, embora não seja tão
comum, observações indicam que pode ser mais recorrente do que se presumia
(Armas, 2021).

2. Objetivo

O objetivo geral do estudo é investigar a dieta da espécie invasora Anolis


porcatus.

3. Material e Métodos

3.1- Espécie alvo

Anolis porcatus, Gray 1840 (Squamata: Dactyloidae) é uma espécie nativa de Cuba
e Isla de Pinos, mas também pode ser encontrada por várias regiões do Arquipélago
Cubano (Pérez, 1996). Graças a dispersão mediada por transporte humano, esses
indivíduos foram introduzidos em outros países, como na República Dominicana,
Flórida e Aruba, através de comércio de plantas ou propositalmente como pets
(Jocelyn et al. 2022). Recentemente, no Brasil, indivíduos de A. porcatus foram
encontrados pela primeira vez em 2016, na região da Baixada Santista na cidade de
Santos (Samelo e Barella, 2016). Não se sabe ao certo a origem de A. porcatus na
localidade, mas sua invasão pode estar associada ao transporte de cargas
marítimas existentes no porto de Santos, que através de contêineres de carga
indivíduos acidentalmente entraram e foram transportados por meio de navios até o
litoral sudeste de São Paulo ( Prates et al. 2016).

Graças ao seu histórico biogeográfico, os representantes de A. porcatus são


considerados exímios invasores, tendo a capacidade de se dispersar por longas
distâncias (Williams, 1969). Além do poder de dispersão, esses indivíduos são
ecologicamente e fisiologicamente tolerantes às diversas condições do ambiente, o
que possibilita uma resposta imediata às adaptações ambientais (Williams, 1969). A
espécie é dificilmente vista em cobertura florestal, está mais associada a ambientes
antropicamente degradados (Schettino et al. 2010) e com intensa ação humana,
como construções, jardins e postes (Yoel et al. 2012). Lagartos Anoles são
carnívoros (e.g., Schwenk 2000; Lossos 2009), apresentam certa preferência por
formigas (Chun et al. 2010), mas são animais oportunistas e consomem uma
variedade de plantas e frutas quando disponíveis (e.g., Schwenk 2000; Lossos
2009), além de se aproveitarem de sobras deixadas por humanos ( Arma e Iturriaga,
2019) . Em alguns casos específicos foram registrados canibalismo e coprofagia
entre Anoles, apesar de não ser tão comum, observações indicam que pode ser
mais recorrente do que se presumia (Armas, 2021).

3.2- Coleta de dados em laboratório

Para obter informações sobre a dieta do lagarto invasor Anolis porcatus na Baixada
Santista, serão analisados o conteúdo estomacal de 30 indivíduos. Cada conteúdo
será numerado e despejado separadamente em placas de petri e será identificado
com auxílio de uma lupa os respectivos grupos, de ordem até gênero ou espécie, se
possível. O CRC de cada indivíduo foi calculado e comparado com o tamanho da
presa.
REFERÊNCIAS:
1- LOCKWOOD, Julie; HOOPES, Martha; MARCHETTI, Micheal. Invasion Ecology,
Oxford: Blackwell publishing, 2007
2- COX, George, W. Alien Species and Evolution, the Evolutionary Ecology of
Exotic Plants, Animals, Microbes and Interacting Native Species. Washington:
Island Press, 2009)

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