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ISSN: 0378-1844
interciencia@ivic.ve
Asociación Interciencia
Venezuela
Luis A. Espínola
e Horácio Ferreira Júlio Junior
RESUMO
A distribuição natural das espécies nos ecossistemas é influen- da população e iii) dispersão na nova área, deveriam ser toma-
ciada por diversos fatores bióticos e abióticos, e as barreiras físi- dos em conta para evitar interpretações subjetivas. A maioria dos
cas operam como filtro para a dispersão. Os antigos processos de modelos apresentados se encontram incertos nos mesmos paradig-
colonização e migração humana e a recente tendência de global- mas para explicar os estados do processo de invasão (chegada, es-
ização são os principais responsáveis pela transposição das bar- tabelecimento e invasão) embora cada modelo tenha seus próprios
reiras geográficas e introdução de espécies em regiões fora de sua conceitos. Muitos autores consideram tanto as características das
distribuição original. Na designação das espécies introduzidas, a espécies invasoras, como as características dos ambientes invadi-
terminologia adotada eventualmente pode levar uma falta de op- dos para explicar o sucesso das espécies e o estabelecimento. O
eracionalidade das definições confundindo a interpretação dos uso de claros, bem estabelecidos uso de conceitos e não subjetivos
paradigmas relacionados ao processo de invasão. De acordo com de espécie introduzida e invasora bem como de seus derivados, é
a literatura, os seguintes critérios, i) biogeográfico, ii) crescimento crucial para unificar os paradigmas do processo de invasão.
distribuição natural das abióticas (filtro fisiológico), passando a inte- responsáveis pela transposição das barrei-
espécies nos ecossistemas ragir com as espécies presentes (filtro bióti- ras geográficas e introdução de espécies
é influenciada por di- co) (Figura 1a). Desta forma, ao contrário do em regiões fora de sua distribuição original
versos fatores tais como i) mecanismos de esperado se todos os continentes fossem so- (Elton, 1958). O recente processo de glo-
dispersão, ii) distância do local de origem, mente um, as barreiras proporcionaram uma balização acelerou ainda mais a dispersão
iii) barreiras geográficas e, inclusive, iv) o riqueza muito maior para o planeta (Vermeij, das espécies. Com as exportações agríco-
acaso. Em geral a maioria das espécies nos 1996; Rahel, 2000). Com o surgimento do las, o comércio de animais, o controle bio-
continentes confina-se a tipos particulares de istmo do Panamá, aproximadamente três mi- lógico, a manipulação de ecossistemas, a
ecossistemas, estas são conhecidas como es- lhões de anos, acelerou-se um massivo even- recreação e mesmo introduções acidentais
pécies endêmicas (McNeely, 2001). to de invasões biológicas entre a América do incrementaram progressivamente o movi-
As barreiras geográficas Norte e do Sul, conhecido como o grande mento de espécies que alcançou no século
durante muito tempo limitaram o movimen- intercâmbio biótico Americano (GIBA; Ver- passado, níveis sem precedentes (Moyle e
to das espécies nativas ou indígenas, ou seja, meij, 1991). Neste intercâmbio, nem todos Ellsworth, 2004).
aquelas encontradas historicamente em uma os táxons foram igualmente bem sucedidos, Dessa forma, a introdu-
região ou ecossistema. Por exemplo, filtros nem as faunas de ambos continentes foram ção de espécies constitui um grande pro-
biogeográficos tais como glaciações e barrei- igualmente afetadas (Rodríguez, 2001). blema para a ecologia dos ecossistemas,
ras geográficas evitam que algumas espécies Os primeiros processos afetando os principais tipos de interações
colonizem certos corpos de água ou regiões de colonização e migração humana para os interespecíficas como: predação, competi-
elevadas. As espécies que passam por estes diferentes continentes, há mais de 100 mil ção, herbívora, parasitismo e mutualismo
filtros são capazes de tolerar as condições anos (McNeely, 2001), foram os principais (Fuller et al., 1999).
SUMMARY
The distribution of species in ecosystems is influenced by sev- spreading in the invaded region, should be taken into account as
eral biotic and abiotic factors, and physical barriers operate as a manner to avoid subjective interpretations. Most of the pre-
filters to dispersion. The ancient processes of human migration sented models are inserted in the same paradigms to explain the
and settlement, and the recent globalization trends are the main status of the invasion process (arrival, establishment and inva-
responsible factors for the transposition of geographic barriers sion), although each model has its own concepts. Many authors
by organisms and species introduction in regions outside their consider both characteristics of the invader species and of the
original distribution range. In order to designate introduced spe- invaded environments to explain species success and establish-
cies, the adopted terminology may eventually lead to a lack of ment. The use of clear concepts, well established and non sub-
operational definitions, misleading the interpretation of para- jective concepts of introduced and invading species as well as
digms concerning the invasion process. According to the litera- its derivatives is crucial to unify the paradigms of the invasion
ture, the criteria i) biogeographic, ii) population growth, and iii) process.
RESUMEN
La distribución de las especies en los ecosistemas es influen- to de la población, y iii) dispersión en la nueva área, deberían
ciada por diversos factores bióticos y abióticos, y las barreras ser tomados en cuenta para evitar interpretaciones subjetivas.
físicas operan como filtros para la dispersión. Los antiguos La mayoría de los modelos presentados se encuentran insertos
procesos de colonización y migración humana y con la recien- en los mismos paradigmas para explicar los estados del proceso
te tendencia de globalización son los principales responsables de invasión (llegada, establecimiento e invasión); sin embargo,
por la transposición de las barreras geográficas e introducción cada modelo tiene sus propios conceptos. Muchos autores con-
de especies en regiones fuera de su distribución original. En la sideran tanto las características de las especies invasoras como
designación de las especies introducidas, la terminología adop- las características de los ambientes invadidos para explicar el
tada puede eventualmente llevar a una falta de operacionalidad éxito de las especies y el establecimiento. El uso de conceptos
de las definiciones confundiendo la interpretación de los para- claros, bien establecidos y no subjetivos de especie introducida
digmas relacionados al proceso de invasión. De acuerdo con la e invasora, así como sus derivados, es crucial para unificar los
literatura los siguientes criterios: i) biogeográfico, ii) crecimien- paradigmas del proceso de invasión.