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Nome: Eduardo Tomaz De Aquino Neto. - Matrícula: 20171101229.

Disciplina: Educação e Interpretação Ambiental.

Professor: André Micaldas Corrêa.

1) – Discuta a definição de Educação Ambiental da lei 9795. Cada integrante do grupo deve
compara-la com a definição de algum autor diferente a sua escolha, justificando a escolha
desse autor. (1 ponto).

Logo nos artigos primeiro e segundo são definidos o que se considera educação ambiental e
sua importância, respectivamente, onde educação ambiental "é processo pelo qual se
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para
a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de
vida e sua sustentabilidade.".Enquanto o artigo segundo detalha a importância do tema no
âmbito da educação em geral, em todos os níveis, de maneira formal, não formal ou informal.

Ao longo da lei 9795/1999 entendemos que de acordo com a norma, educação ambiental é de
responsabilidade de toda a sociedade, sendo poder público e órgãos públicos, mas também
instituições educativas, canais de informação, empresas e instituições, sendo eles públicos ou
privados. Cada um com sua respectiva competência, como informar sobre o tema, fazer o
controle sobre atos que influenciem a educação sobre o tema ou observar se os conceitos
comuns do tema estão sendo respeitados por particular.

A atuação dentro da EA deve respeitar conceitos sendo notável destacar os preceitos


nacionais, como ser holístico, democrático, mas também levar em conta que a construção da
sociedade humana em sua totalidade se inclui no tema (Art. 4°, inciso II), as diferentes
interpretações sobre o tema e sua inclusão à outras áreas do conhecimento (Art. 4°, inciso III),
que seja de prática contínua (Art. 4°, inciso V), que tenha amplitude no tema (Art. 4°, inciso VII)
e que respeite a cultura individual regional (Art. 4°, inciso VIII).

Sendo os objetivos das medidas sobre EA desenvolver a compreensão do conceito amplo de


meio ambiente, envolvendo a sociedade humana, sua psicologia, política, ciência, economia e
cultura, e sua relação ecologia como meio. Criar consciência crítica sobre o tema. Gerar
participação individual ou coletiva. Estimular a cooperação em diferentes micro e
macrorregiões nacionais. Fomentar a integração com a ciência e a tecnologia e fortalecer a
cidadania, solidariedade e fundamentos voltados para o futuro da humanidade.

Partindo de uma visão mais sistêmica sobre o tema, como pontuado por diversos autores, a
educação ambiental partiu de uma ideia inicial ambientalista e com o tempo passou a atingir
as diversas camadas da sociedade, tanto os governos quanto a sociedade civil (CARVALHO,
2006) e que com esse avanço ele finalmente recebeu a devida valorização como ação
educativa, ao atingir esse patamar, iniciaram as contradições quanto a sua classificação
propriamente dita, característica típica dos temas em educação. Em Loureiro (2003, p.37) o
autor pontua que a EA pode ser interpretada como os aspectos físico-biológicos do ambiente
mas que isso não é "verdade automática", no sentido de verdade única, mais a frente ele
detalha que, um conceito conservador promove mudanças superficiais em razão de proteger
determinadas práticas sociais, o que pra ele seria incabível devido ao status da sociedade
contemporânea, sendo esse um sentido doutrinado pelo movimento progressivo da ciência.
Loureiro (2003, p. 39-40) também evidencia um segundo tipo de movimento revolucionário e
emancipatório, que em suas palavras se caracteriza como "Educação Transformadora, em que
a dialética forma e conteúdo se realiza plenamente, de tal maneira que as alterações da
atividade humana implicam em mudanças radicais1individuais e coletivas, locais e globais,
estruturais e conjunturais, econômicas e político-sociais, psicológicas e culturais", sendo
grande parte dessas características os objetivos fundamentais apontados no Art. 5 da lei
9795/1999.

A concordância indireta entre o autor e a norma mostra que se levarmos sua visão como base
de interpretação dessa lei em questão, estaríamos por suas características, de acordo e
levando como fim dessas práticas uma verdadeira transformação nas práticas humanas e
sociais.

2) – Discuta qual a diferença entre a educação ambiental formal, não-formal e informal


exemplificando (0,6 ponto).

 A educação ambiental formal tem as mesmas particularidades dos ensinamentos passados por
instituições de ensino, com a peculiaridade de ser transversal, onde os conceitos em que se
baseiam são explicados, exemplificados e executados excepcionalmente na prática. No
entanto visto que EA depende apenas da ótica para variar de interpretação e que pode atingir
diversas áreas do conhecimento, sua implementação direta se tornou tema complicado de
debate e aplicação prática. Ex: Ter como disciplina "Educação Ambiental".

A EA informal é aquela explanada não por meio de conhecimento teórico, mas por meio da
experiência prática baseada em conceitos, de maneira que seja mais orgânica a absorção do
tema. Ex: Uma campanha comemorativa , uma visitação à área preservada sob tutela de um
entendedor do tema.

A EA não formal, de acordo com Reis e Semêdo (2012, p.50), "Ações e práticas educativas
voltadas para a conscientização coletiva sobre as questões ambientais e à sua participação na
defesa do ambiente são conhecidas como educação ambiental em nível não formal". Sobre
essa perspectiva, acredito que educação ambiental não formal e informal se esbarram em
diversas situações, sendo confundidas as definições por serem parecidas, mas uma é voltada a
coletividade em si (não formal) e a outra como forma prática de demonstração (informal).

3) – Discuta a importância dos princípios da Educação Ambiental da lei 9795. Compare com
os princípios da Educação Ambiental de Tbilisi e indique no que são semelhantes e no que
são diferentes (1 ponto).

Os pontos importantes são, o foco humanista e visão holística, que ao mesmo tempo que
analisa as situações de maneira sistêmica inclui o ser humano na equação, nessa inclusão não
só o homem como ser, mas inclusive a estrutura da sociedade como um todo. Nesse ponto
não há o que se dizer, levar esses elementos em consideração, não só diminui o afastamento
conceitual da natureza-sociedade como abre espaço pra uma maior exemplificação dos
impactos.

No Art.4, inciso IV, temos um foco voltado a prática social vinculado a ética, como meio
educativo e com base nele mesmo, e possível dentro da função desempenhada no trabalho do
particular. Para exemplificar, é como geral contato com EA, trazer essa informação nas escolas,
no entendimento da coletividade para que ajam de maneira ética, e implementar práticas
dentro das empresas/das organizações como forma indireta de conscientização.

Por fim outro ponto a citar é o reconhecimento e respeito à pluralidade e à diversidade


individual e cultural, esse é um ponto que normalmente não são incluídos em debates que
agirão diretamente nessas comunidades, a exemplo de uma hidrelétrica influenciar a vida de
tribos indígenas, ou quando as zonas de proteção a essas comunidades são dadas como zonas
improdutivas, pensamento do qual eu discordo em parte, pois são grandes exemplos de como
se iniciou a relação sociedade-natureza/ambiente e permite analisar quais rumos tomar dada a
comparação com outros exemplos tribais globais.

O primeiro ponto divergente entre e a forma de propagação da informação sobre EA onde em


Tbilisi destaca-se o método, formal e não formal de ensino, que estaria presente desde o
período pré-escolar até o superior, destacando sua interdisciplinaridade levando a uma
perspectiva global e equilibrada. Já na lei 9.795 não se especifica se essa permanência seria
formal ou não formal, apenas abre espaço para medidas nos dois termos, permanecendo a
inter, multi e transdisciplinariedade.

A analise das situações em ambos os atos tem amplitude local, regional, nacional e ambiental,
com destaque a lei 9.795 que traz os termos micro e macrorregionais. Um dos pontos
interessantes de Tbilisi é o foco em problemas atuais, levando em conta uma perspectiva
histórica, que na lei 9.795 não foi citada diretamente, apenas pelo Art. 4°, VI, onde se fala
sobre avaliação crítica, o que abre margem para interpretação, mas ao meu ver, na
interpretação da norma, não remete a um caráter histórico necessariamente.

Outro ponto destacado em Tbilisi e ausente na lei 9.795 é considerar explicitamente os


aspectos ambientais nos planos de desenvolvimento e crescimento, mesmo tópico que aborda
construção de cidades verdes, visto as benesses trazidas na vida social da população, acredito
eu que o sistema de leis aborde isso em outra norma, mas dentro da comparação, vale-se
dizer.

Acredito que a lei 9.795 levou em consideração Tbilisi no entanto, houve uma maior
generalização do tema, do qual outras leis podem tratar.

4)  – Discuta a importância dos objetivos da Educação Ambiental da lei 9795. Compare com
os objetivos da Educação Ambiental de Tbilisi e indique no que são semelhantes e no que
são diferentes (1 ponto).

Tanto na lei 9.795/1999, na forma do artigo quinto, inciso I e II, quanto na conferência de
Tbilise de 1977 fica clara que um dos objetivos é a conscientização e o entendimento do
coletivo no que se refere ao ambiente em si e como ele se integra à sociedade e as
consequências da interação sociedade-ambiente. Ou seja quanto ao caráter concientizador
ambas estão em acordo.

Sobre a democratização das informações ambientais e o incentivo à participação coletiva da


lei 9.795 apresenta isso como objetivo, que em outras palavras está presente nas
recomendações da conferência de Tbilise como "mostrar com total clareza, as
interdependências econômicas, políticas e ecológicas" e" educação ambiental deveria
contribuir para o desenvolvimento de um espírito de responsabilidade e solidariedade".
Quanto a abrangência territorial das ações a conferencia teve uma ótica internacional, até
mesmo em razão da forma do ato, e essa mesma lógica segue a lei nacional que fala sobre a
cooperação das macro e microrregiões .

Quanto ao fomento da ciência e tecnologia em Tbilisi temos uma atenção as pessoas que
desempenham funções técnicas na qual servirão de base para manter as práticas ou de
pessoas que influenciam diretamente esse processo, na lei 9.795, não houve diferenciação
alguma quanto a função desenvolvida pelos particulares, mas sim o desenvolvimento de
cidadão conhecedor e agente, independente de idade e função visto que essas características
quanto a esse tema são pouco relevantes, pois todas as pessoas tem os requerimentos básicos
para ter uma vida digna (esse tema também foi abortado por Tbilisi, visto que a diferenciação
das pessoas por função, não passou de um ponto a ser destacado).

Mostrando que a lei 9.795 levou em observância a conferência em sua totalidade. No entanto
teve um caráter mais genérico em seus deveres.

5 – Discuta as vantagens e desvantagens de cada uma das linhas principais de Educação


Ambiental segundo Michele Sato (1 ponto).

 Na vertente positivista existe uma forte base progressista, na vontade de qualificar e
quantificar logicamente os comportamentos, nessa base há pouca busca pela interação e
grande foco no rigor estatístico e validade dos resultados. Segundo Michele Sato, nesse
sistema o professor está focado na validade dos resultados muito mais do que avaliar de
maneira critica o trabalho, dessa maneira aquele professor que desconhece do tema, não tem
competência para realizá-lo, o que enrijece o sistema educativo.

Na Vertente construtiva a realidade é multifocal, é divergente com base na visão e construída


dentro de um foco/contexto. A partir de um conceito implícito prévio, uma discussão é gerada
e dentro dela os pontos são interpostos e discutidos. Mas segundo Sato (2003, p. 9) a grande
crítica ao método é que essa reflexão não tem intenção de mudar as visões de mundo
colocadas a prova, onde a justificativa é base suficiente para ordenar uma visão e essa é valida
dentro de sua própria justificativa. Tudo isso em detrimento de um real processo de
transformação da realidade.

Na Vertente Sócio-construtivista há uma mistura das tendências onde o caráter avaliativo


técnico se dá por meio de uma lógica pré suposta, ou seja, a análise se dá dentro de um
contexto e a lógica se fundamenta na presença ou não de sincronia com corrente de
pensamento determinada, onde o expositor vai mostrar seus pontos, mas não somente isso
dar exemplos de quais foram as medidas tomadas com base nesses princípios, sua
aplicabilidade, solidez. Dessa forma o modo de fala se torna mais simples, sem o rigor técnico
de uma corrente positivista, que de certo modo limitavam a discussão sobre o tema (EA).

6 – Quais as principais críticas que podem ser feitas a Educação Ambiental no Brasil na
atualidade (0,4 ponto).

O ponto mais crítico em minha opinião é sua falta de aparição. Veja, é comum ver pessoas
extremamente formadas, independente da área, que mal ouviram falar sobre o que é EA, que
nunca se levaram a refletir os conceitos básicos apresentados dentro desse tema, como
relação com ambiente, natural x artificial, ou seja, a coletividade, parcela essa que mais
impacta o ambiente, ou mal suspeita disso, com ideias no estilo de "mundo infinito com
espaço pra todos". Para um processo lento de assimilação, como é característico de toda
grande mudança, isso faz o tema perder tempo importante.

Outra questão seria referente ao sistema de ensino mas isso também cabe à educação
ambiental. Mais do que qualquer argumento voltado para a falta de recurso, devemos
observar como o atual recurso tem sido utilizado. Em um formato de ensino utilitário voltado
ao mercado de trabalho e não à formação do indivíduo em si, fica irrisória a necessidade de
conceitos como EA, que abrem o campo de reflexão sobre as ações e consequências da
sociedade perante ao meio em que vive. Isso somado a falta de presença do tema é um
grande fator agravante. Muita das vezes o tema é comentado nas entrelinhas mas tem pouca
força representativa.

O ultimo ponto que me vem a mente é referente a lei 9.795/1999 que aborda conceitualmente
bases muito importantes que foram transfiguradas dentro da norma. O problema é a forma, a
aplicabilidade da norma não ter ficado clara, mesmo com a formação de uma polícia especial
com competência para fazer valer a lei. Partindo para uma interpretação social da lei ela possui
pouca aplicabilidade prática, ponto esse já posto por diversos juristas.

Referências Bibliográficas.

http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=321

Loureiro, C. F. B. Premissas teóricas para uma educação ambiental transformadora. Ambiente


e Educação, Rio Grande, v. 8, 2003.

https://jus.com.br/artigos/48484/politica-nacional-da-educacao-ambiental-formal-e-nao-
formal

Reis, L. C. L.; Semêdo, L. T. de A. S.; Gomes, R. C. Educação Ambiental: da Educação Formal a


Não Formal, Revista Fluminense de Extensão Universitária, Vassouras, v. 2, n. 1, 2012.

https://www.mma.gov.br/destaques/item/8065-recomenda%C3%A7%C3%B5es-de-tbilisi

Sato, M.; Santos, J. E. Tendências nas pesquisas em educação ambiental. In Noal, F.; Barcelos,
V. (Orgs.) Educação ambiental e cidadania: cenários brasileiros. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, p.
253-283, 2003.

https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=o_VADwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT20&dq=Educa%C3%A7%C3%A3o+ambiental:
+a+forma%C3%A7%C3%A3o+do+sujeito+ecol
%C3%B3gico.&ots=5HA91bT9GH&sig=dSRPxag6qZOIj1aHJ8vIO4jG6e0#v=onepage&q&f=true

https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/conferencia-de-
tbilisi-1977/27425

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