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29/03/2016 11h56
São Paulo
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Vítimas
A Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo convocou hoje uma reunião, fechada
à imprensa, com os parentes das vítimas para apresentar os resultados da sindicância.
Zenilda Caldeira Batista, dona de casa, representou o marido Expedito Batista, de 66
anos, aposentado que ficou cego do olho direito. Antes da cirugia, ele tinha 70% de
capacidade de visão.
“A cirurgia foi num sábado, no domingo ele estava bem, mas na segunda-feira de
manhã já não estava enxergando mais, com muita dor e o olho bem irritado. A gente
correu para o hospital e ele perdeu a visão mesmo. Agora ele não enxerga nada. No olho
esquerdo ele tem também catarata, mas ele não quer operar. Isso ele só vai pensar
futuramente, porque agora ele está com trauma”, conta.
A secretaria informou que vem prestando toda assistência às vítimas e que determinou o
envio do relatório divulgado hoje ao Ministério Público e à Polícia Civil para subsídio
às investigações, e aos Conselhos Regionais de Medicina (CRM) e de Enfermagem
(COREN), para que apurem e responsabilizem os profissionais.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-03/falta-de-esterilizacao-em-cirurgias-
deixa-pacientes-cegos-em-sao-bernardo
9/02/2016 08h07 - Atualizado em 09/02/2016 10h08
O aposentado Expedito Batista é uma das vítimas. Ele decidiu fazer a cirurgia buscando
maior qualidade de vida e continuar realizando uma de suas paixões, viajar de carro,
como condutor. “Eu tinha 70% da minha visão. Entrei bem pra operar, pra melhorar. E
perdi totalmente a visão do lado direito”, conta.
Letícia Meikoga, filha de uma das vítimas, afirma que o grupo pretende entrar com uma
ação pedindo indenização por danos morais, materiais e suporta para as famílias, além
de medicamentos.
Marialda Alves Sampaio, também filha de vítima, representa uma das famílias que
precisarão de ajuda a partir de agora. Ela conta que o pai dela, de 80 anos, era quem
cuidava da mulher, também idosa. Mas agora, sem um dos olhos, a família terá de
encontrar outra solução. “Nós trabalhamos, não podemos ficar lá o tempo todo. Eles vão
precisar de um acompanhante. E quem vai ter que bancar esse acompanhante?”,
questiona.
A secretária da Saúde, Odete Gialdi, afirma que o contrato com a clínica foi firmado em
2014. “No ano de 2015, essas mesma clínica realizou 945 cirurgias de catarata e não
houve nenhuma intercorrência. Há um processo de investigação em curso. Nós não
sabemos como essa bactéria entrou no centro-cirúrgico e como se deu a contaminação”,
diz.
Secretaria
A Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo informou que está prestando todo o
apoio às vítimas e seus parentes, o que inclui tratamento psicológico. A secretaria não
quis informar o nome do médico e dos assistentes que participaram das cirurgias e disse
que todas as informações estão sendo passadas para o Ministério Público e outras
autoridades competentes.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/02/mutirao-de-cirurgia-de-catarata-deixa-mais-
de-20-contaminados-por-bacteria.html
Pacientes ficam cegos após infecção em
mutirão de cirurgias de catarata
os-infeccao-em-mutirao-de-cirurgias-de-catarata
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10/02/2016 21h47
São Paulo
Pacientes ficaram cegos após cirurgia no mutirão de catarata do Hospital das Clínicas
do Alvarenga, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Das 27 pessoas que
fizeram a cirurgia no dia 30 de janeiro, 21 tiveram infecção ocular e alguns desses
tiveram que retirar o globo ocular por causa da gravidade da contaminação pela bactéria
pseudomonas.
A paciente Ilda de Matos Correia, 64 anos, perdeu a visão do olho esquerdo no dia
seguinte à cirurgia. Após ser encaminhada pela assistente do médico que realizou a
cirurgia a diferentes clínicas e hospitais, Ilda finalmente chegou ao Hospital Brigadeiro,
na capital paulista, onde foi operada em 5 de fevereiro para conter a infecção pela
bactéria pseudomonas.
“Eles [os médicos] falaram que, se realmente a infecção fosse o que eles estavam
conseguindo visualizar, ótimo, eles iam remover a infecção, remover a bactéria que
estava lá dentro e tudo bem. Se, por acaso, abrissem e vissem que a infecção estava
maior do que eles podiam visualizar, teriam que retirar o globo ocular. A Ilda ficou
arrasada”, contou um parente que não quis se identificar.
O quadro de Ilda não foi um dos piores e a infecção foi controlada, mas ela ainda está
em observação. “Não precisou tirar o globo ocular, graças a Deus”, disse o parente
aliviado. Apesar disso, a paciente perdeu a visão.
Maria Helena Lucena de Godoy, 55 anos, também perdeu a visão de um dos olhos por
causa da infecção pela bactéria pseudomonas após a cirurgia de catarata em São
Bernardo. Na sexta (5) foi operada no HC do Alvarenga e continua internada até hoje,
segundo sua filha Kathyllin Costa.
“As reações vieram no dia seguinte [à cirurgia], no domingo. Ela teve dor no olho e dor
muito forte de cabeça. Até terça-feira, ela via vultos, via alguma coisinha. Já na quarta-
feira ela não enxergava mais nada”, disse a filha. “Corremos para o pronto-socorro no
domingo. Já corri atrás e, quando cheguei lá, já tinham vários pacientes com a mesma
coisa”, contou.
Na primeira vez que foi atendida no pronto-socorro, Maria Helena foi medicada e
informada que os sintomas poderiam ser algum tipo de reação à cirurgia de catarata.
“Até então todo mundo achou que seria só aquilo, mas só foi complicando a cada dia
que passava”, contou a filha.
Investigação
A prefeitura de São Bernardo do Campo disse, em nota, que desde o início da semana,
quando identificou as ocorrências após os pacientes procurarem o serviço municipal de
urgência e emergência, a Secretaria de Saúde adotou um conjunto de medidas de
urgência de assistência aos pacientes e familiares e também ações administrativas e de
vigilância.
A Secretaria de Saúde informou que vai manter a assistência aos pacientes, com
procedimentos de reabilitação e acompanhamento profissional após a recuperação
cirúrgica.
Dos 27 pacientes que atendeu, mutirão de cirurgias deixou 22 com infecção e 17 cegos
Segundo o documento, isso ficou apontado "uma vez que não foi apresentada a
comprovação de que os mesmos tenham sido esterilizados". Ainda segundo o parecer da
comissão, isso representa um "forte indicativo para a origem da infecção causadora do
surto de endoftalmite".
Falhas
O relatório aponta também que, durante todo o processo investigativo, "ficaram
evidentes" falhas nos processos de trabalho da equipe. Faltaram diversas medidas de
proteção preconizadas pelas normas de segurança do paciente.
Técnicas assépticas (de higiene e limpeza), como lavagem das mãos, troca de avental
cirúrgico e esterilização de materiais, "não foram utilizadas" naquele dia, o que não
segue as orientações de boas práticas cirúrgicas. Houve, conforme apuração, o
compartilhamento de material perfurocortante, que tinha contato direto com a córnea,
entre os pacientes, aumentando a possibilidade de infecção e disseminação bacteriana
entre os pacientes.
Ainda de acordo com a sindicância, o surto de endoftalmite foi causado pela bactéria
Pseudomonas aeruginosa, segundo análise laboratorial das secreções oftalmológicas
dos pacientes acometidos. Embora as análises laboratoriais dos materiais, medicamentos
e instrumentais encaminhados ao Instituto Adolfo Lutz (IAL) não puderam indicar a
presença da bactéria, a causa do surto ficou comprovada após análise laboratorial das
secreções oftalmológicas dos pacientes acometidos.
O último item das conclusões do documento descarta uma possível relação do ambiente
hospitalar que pudesse ter causado infecção de sítio cirúrgico nos pacientes submetidos
à cirurgia. Não há hipótese de contaminação por bactéria multirresistente, geralmente
encontrada em ambiente hospitalar, aponta o laudo.
http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/cidades/instrumentos-nao-foram-
esterilizados-conclui-relatorio-sobre-caso-da-catarata/?
cHash=607e62253a94dab69024c07e27e9f816
Pacientes operaram os olhos no dia 30 de janeiro: reações começaram um dia depois das cirurgias
Metodologia
Defesa
A advogado José Luiz Macedo, que faz a defesa da clínica santista, alega que eles ainda
não receberam o relatório da Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo.
"Recebemos o comunicado por terceiros. Eles (Prefeitura de SBC) ficaram de nos
apresentar o material amanhã (quinta-feira, 31) para nos explicar como eles chegaram às
conclusões", disse.
Por enquanto, ele considerou precipitado qualquer tipo de avaliação que envolva
responsabilidades ao Instituto Oftalmológico. "Temos informações divergentes em
relação ao que é apresentado. Por isso, é muito importante que a gente esclareça como é
que eles chegaram às informações. Houve filmagem? Como sabem que não lavaram as
mãos? Opinião pessoal?".
Instrumentos não foram esterilizados,
conclui relatório sobre caso da catarata