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UNIVERSIDADE JOSÉ EDUARDO

DOS SANTOS
FACULDADE DE MEDICINA DO
INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO DO SITÍO CIRURGICO
HUAMBO
EM PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE
CIRURGIA GERAL DO HOSPITAL GERAL DO
HUAMBO. AUTORES:

Jamba Flávio Makiko


DE JULHO-DEZEMBRO
HUAMBO
DE 2021
Josefina Nair Casaco
ABRIL, 2022 Karla Maria Reyes
UNIVERSIDADE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS-FACULDADE
DE MEDICINAINTRODUÇÃO
DO HUAMBO

 Na metade do século XIX, os pacientes cirúrgicos


desenvolviam ʺfebre irritativaʺ pós-cirúrgica,
seguida por secreção purulenta da ferida e
evolucionavam a um quadro séptico, que os
conduzia frequentemente a morte.

 Joseph Lister. introduziu os princípios de anti-


sepsia, fins da década 1860 diminuiu
substancialmente a morbilidade pelas infecções pós-
cirúrgica. a cirurgia passou a ser uma disciplina que
eliminava o sofrimento e prolongava a vida.
HUAMBO-
• O termo “infeção do sítio Cirúrgico” (ISC) foi introduzido em 1992 para substituir a
denominação prévia, “infeção da ferida Cirúrgica” (IFC). Atualmente as ISC são a principal
causa de infeção nosocomial em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos.(Zetina
et al., 2010) 3
• A incidência global de ISC de 3,4% encontrada foi maior do que a verificada em trabalhos
realizados em países desenvolvidos; França, de 1,0% e Itália, 2,6%. Entretanto, mostra-se
menor que dados reportados da Índia e da Turquia, que apresentaram uma incidência de
ISC de 5,0%(16) e 4,1%(17) respetivamente. Estudos brasileiros envolvendo a ISC em
cirurgias gerais apresentaram taxas mais elevadas que a incidência identificada quando
comparada às pesquisas internacionais, variando entre 6,4% e 11,0%. Estudo sistemático
realizado na Nigéria12 dão conta de incidência do sítio cirúrgico de 14,5% e na África
subsariana a incidência está entre 6,8% a 26%10.Da mesma forma apresentou-se no
trabalho de Zaire e outro realizado em Luanda por o Doutor Rafael Rdguez mostram uma
incidência do 25,2%18.
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Introdução
DE MEDICINA DO HUAMBO

A Organização Mundial da Saúde


(OMS) estima:
 1 em cada 10 pacientes, é vítima
de erros ou eventos adversos
evitáveis durante a assistência à
saúde.

 Esta realidade impulsionou a


OMS e a Aliança Mundial para a
Segurança do Paciente a buscar
alterações nesse cenário,
instituindo no período de 2007-
2008, o Programa Cirurgias
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OBJECTIVOS GERAL:

 Determinar a incidência da infecção do sítio cirúrgico em pacientes


operados que desenvolveram infecção no serviço de cirurgia do
hospital geral do Huambo de Julho ao Dezembro de 2021.

ESPECÍFICOS:
 Descrever as variáveis sócio-demográficas dos pacientes estudados;
 Identificar as características clínica-epidemiológicas dos pacientes
operados;
 Expor os indicadores de avaliação relacionados com a infecção
HUAMBO-do
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A nível mundial a infecção associada a atenção


em saúde se constitui um problema de saúde
pública de grande impacto e transcendência,
JUSTIFICAÇ
não só para sua frequência e severidade, mas
ÃO
também do ponto de vista social e económico.

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A infecção do sítio cirúrgico é uma das co-
morbirdades mais frequentes associadas ao
cuidado de saúde, tendo impacto sobre o paciente,

PROBLE no seu estado de saúde físico, mental e elevando o


risco de mortalidade, para hospital há o aumento
MA
dos gasto financeiros. Indaga-se qual a real taxa de
incidência da infecção do sitio cirúrgico bem como
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quais factores relacionados.
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O estudo e identificação das principais


causas da infecção do sítio cirúrgico podem
contribuir no melhoramento do atendimento
e cuidados intra-hospitalares em pacientes
HIPÓTESE submetidos a intervenção cirúrgica,
reduzindo a sua taxa de incidência.

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SÍTIO CIRÚRGICO: É o espaço anatómico compreendido desde a incisão
na pele até qualquer cavidade, espaço ou região onde se gera a ferida. o
trajecto do proceder vai desde a pele, tecido celular subcutâneo, aponeurose,
músculos peritónio até chegar ao órgão ou área onde se desenvolveu a
operação.
INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO: É a infecção, que ocorre na
incisão cirúrgica ou em todos tecidos manipulados durante o procedimento
cirúrgico e diagnosticada até 30 dias após a data do procedimento

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CLASSIFICAÇÃO DA FERIDA CIRÚRGICA:
1. LIMPA;
2. LIMPA-CONTAMINADA;
3. CONTAMINADA;
4. SUJA OU INFECTADA.

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Tabela : Incidência global de Infeção do sitio cirúrgico
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Países Desenvolvidos
Países Incidência de Infecção do Sitio Cirúrgico

França 1,0%
Itália 2,6%
Países Sub-Desenvolvidos

India 5.0%
Brasil 6,4-11%
Turquia 4,1%
Nigéria 14,5%
Angola
Fonte: (Luanda
Elaboração e Zaire)
própria com dados de Centers For Disease Control 25,2% HUAMBO
And Prevention (CDC). The National Healthcare, 2008. ABRIL, 2022
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MATERIAL
DE MEDICINA E DO
MÉTODO
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 Estudo descritivo longitudinal retrospectivo com pacientes operados
que desenvolveram infecção do sítio cirúrgico
 Local: secção de cirurgia geral do hospital geral do Huambo
 Período: Julho a Dezembro de 2021.
 Universo de 512 pacientes operados,
 A amostra: 132 pacientes que desenvolveram a infecção.
 Fonte de Dados:
 Histórias clínicas individuais dos pacientes,
 livros de registo
 base de dados do departamento de estatística do hospital Geral
do Huambo HUAMBO-ABRIL,
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CRITERIOS DE INCLUSÃO:

Todos pacientes pós-operados que desenvolveram Infecção no


sítio cirúrgico de Julho-Dezembro 2021.

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO:

 Pacientes < de 15 anos pós-operados;


 Pacientes pós-operados que não desenvolveram infecção do
sitio cirúrgico;
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OPERACIONALIZAÇÃO DAS
VARIÁVEIS DO ESTUDO: Os resultados foram
 IDADE;  DURAÇÃO DO
 SEXO; armazenados em
 ANTIBIÓTICO; uma base de dados
PROVENIÊNCIA;
 TRATAMENTO  TEMPO DE APARIÇÃO criada no:
EFECTUADO;  Microsoft Excel
 DOS SINAIS DE SEPSE;
TIPO DE CIRURGIA; 2016;
 COMPLICAÇÕES  CLASSIFICAÇÃO DA
 Infostat 2018;
ASSOCIADAS;
 CIRURGIA;  Usou-se estatística
TEMPO DE
INTERNAMENTO; descritiva e analise
 DIAGNOSTICO DE
 ESTADO DE SAÍDA; de correlação de
 INTERNAMENTO; Pearson para as
ANTIBIOTICOPROFIL
AXIA; variáveis
 TEMPO DE DURAÇÃO
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Grafico 1. Incidência por idade dos
DE MEDICINA
pacientes que desenvolveram ISC DO Gráfico 2.Incidência de ISC por
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género
> 55
50 a 54 5%
5% Feminino Masculino
45 a 49 15 a 19
5% 32%

40 a 44
10%
43%

35 a 39 57%
8%

30 a 34
1% 25 a 29 20 a 24
6% 29%

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Gráfico 3. Proveniência do pacientes que Gráfico 4. Classificação da ferida cirúrgica
desenvolveram ISC. nos pacientes que desenvolveram ISC.

URB
7% CONTAMINADA
27%

RURAL
36%

SUB LIMPA-CONTAMIN
58% SUJA 7%
64% LIMPA
2%

RURAL SUB URB

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DE associadas
Gráfico 5. Complicações MEDICINA DOque
nos pacientes HUAMBO
desenvolveram ISC.
80
72
70
60
50
40
30 24
20
12
9 6
10 5
1 2
0
IA E
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Gráfico 6. Antibioticoterapia DO
nos pacientes que HUAMBO
desenvolveram ISC.
70
59 61
60
50
40
30
20
10
10
0

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Gráfico 7. Cirurgia efectuada nos pacientes que desenvolveram ISC.

ADESIOLISE
5%
APENDICECTOMIA
12%

ENTERORRAFIA
8%

GASTRORRAFIA
2%

LAP EXPL ILEOSTOCMIA


63% 10%

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Gráfico 8. Diagnóstico de internamento dos pacientes que desenvolveram ISC.

APENDECITE
TRAUMA ABDOMINAL 13%
5%

OCLUSÃO INTESTINAL
PVO 9%
36%

PERITONITE GEN-
ERALIZADA
37%

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Tabela 1. Medias DE MEDICINA


e desvio padrão dasDO HUAMBO
variáveis quantitativas.
  n Media MIN MAX
IDADE 132 27,85 ± 12,5 15 57
Temp Pre
operatorio (horas) 132 12,77 ± 8,7 1 40

Temp Pos
operatorio (dias) 132 14,07 ± 5 6 30
TMPO DE APARIÇ SS
DE SEPSE.. (dias) 132 4,3± 1,15 3 9

TEMP DURAÇÃO DA
CIRURGIA (horas) 132 2,49 ± 1,04 0,5 4

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Tabela 2. DE MEDICINA
Coeficiente DO HUAMBO
de correlação de Pearson.
  Idade Temp Pré- Temp Pós – tempo de temp duração
operatório operatório apariç. ss duração da antibiotic
de sepse. cirurgia

Idade 1 0,29 0,03 0,02 0,08 0,04


Temp Pré-operatório 0,09 1 0,17 0,83 0,92 0,17
Temp Pós-operatório 0,19 -0,12 1 0 0,71 0
Tempo de apariç. Ss de 0,21 -0,02 0,56 1 0,54 0
sepse.

Temp. Duração da 0,15 0,01 0,03 0,05 1 0,92


cirurgia

Duração antibiotic. 0,18 -0,12 0,99 0,55 0,01 1

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DEde
Gráfico 9. Estado MEDICINA DO HUAMBO
saída dos pacientes que desenvolveram ICS.

A PEDIDO FALECIDO
2% 3%

Coeficiente de correlação de Pearson

MELHORADO
95%

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CONCLUSÕES
1- A faixa etária predominante de infecção de sito cirúrgico foi
entre 15 a 19 anos, seguido da faixa entre 20 a 24 anos.
2-A incidência da infecção do sítio cirúrgico no período em estudo
foi de 25%.
3- A maioria dos pacientes não teve complicações associadas
referidas.
4- A anemia severa predominou como a complicação associada
mais frequente.
5- A maioria dos pacientes esteve submetido ao regime antibiótico
triplo, dada por ceftriaxona, metronidazol e gentamicina.
6- A laparotomia exploratória foi o procedimento cirúrgico mais
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RECOMENDAÇÕES
1-SAÚDE PUBLICA: DE MEDICINA DO HUAMBO
 Difusão em diversos meios de informações de saúde.
2-DEPARTAMENTO DE ANESTESIA:
 Priorizar os casos de emergência.
3-ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR:
 Equipar adequadamente as instalações de forma a ultrapassar a demanda de pacientes.
 Alocar recursos e pessoal às mesmas instalações.
4-MÉDICOS INTERNOS INICIANTES DE CIRURGIAS, E PESSOAL
ASSOCIADO:
 Reconhecer os sinais de sepse oportunamente.
 Requerer ajuda quando necessário.
5-CIRURGIÕES:
 Determinar se o fechamento tardio é como pratica de rotina no departamento.
 Encaminhamento precoce para área de tratamento de feridas para feridas.
6-ENFERMARIA:
 Comunicação efectiva com a equipa, dos sinais precoces de infecção do sitio e factores
associados

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