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EDUCAÇÃO E HISTÓRIA
O blog EDUCAÇÃO E HISTÓRIA publica textos, informações, artigos científicos, divulgação de eventos e
comentários a respeito dos campos da Educação e da História, com ênfase nos estudos sobre História da
Educação, História da Cultura, História da Ciência e Política. O blog é coordenado pelo Prof. Dr. Jorge
Carvalho do Nascimento (jorge@ufs.br), a partir do trabalho que realiza o Grupo de Pesquisa em História
da Educação da Universidade Federal de Sergipe.
período que vai da segunda metade do século XIX até o final da Segunda Guerra
Mundial, na década de 40 do século XX. A maior parte dos estudos sobre o problema
construiu uma representação segundo a qual a presença alemã no Brasil estaria reduzida
a essas regiões, obscurecendo as possibilidades de outras interpretações. Há, contudo,
muitos registros de imigrantes alemães em outras regiões do Brasil que ainda não
receberam a necessária atenção dos estudiosos da história que se dedicam a este tipo de
Seguir
problema.
É necessário analisar com mais cuidado a importância que teve a presença alemã na
região Nordeste do Brasil ao longo do século XIX, principalmente na constituição de Pesquisar este blog
modelos explicativos adotados por grupos que se opuseram ao regime monárquico
Pesquisar
(NASCIMENTO, 1999) e as suas contribuições ao desenvolvimento econômico. Tal
presença é visível principalmente na Província de Pernambuco, onde se desenvolveu o
movimento da chamada Escola do Recife, assentando as bases do culturalismo Arquivo do blog
brasileiro. O discurso da intelectualidade alemã foi apropriado por um grupo de
►
2011
(68)
intelectuais da Faculdade de Direito do Recife e ganhou força, transformando Tobias
Barreto em grande expressão do movimento. O trabalho de Tobias Barreto levou a ►
2010
(133)
intelectualidade pernambucana a assumir com muito entusiasmo as idéias de teóricos
▼
2009
(89)
como Ernest Haeckel, Rudolf von Jhering, Hermann Post e Eduard von Hartman. Mas,
►
Dezembro
(20)
os padrões explicativos alemães também foram fortes no movimento da Escola
Tropicalista Baiana, organizado em torno da Faculdade de Medicina da Bahia. Merece ►
Novembro
(10)
menção ainda a chamada Padaria de Idéias, “movimento que se organizou no Ceará em
▼
Outubro
(24)
face da influência de alguns intelectuais que se formaram sob a orientação intelectual do
A HISTORIOGRAFIA E A POLÍTICA
grupo da Escola do Recife” (NASCIMENTO, 1999, 8).
EDUCACIONAL DA DITAD...
A colonização alemã no Brasil começou em 1818, com a fundação da Colônia Leopoldina
no município de Mucuri, sul da Bahia, pelo cônsul alemão Peter Peycke e pelos O BACHAREL E A AGRONOMIA
naturalistas G. W. Freireiss e Morhardt.
O MAL ESTAR DOS ALEMÃES
Dessa colônia participavam 133 pessoas. Em 1822 uma outra colônia alemã foi fundada A HISTORIADORA MARIA THÉTIS
NUNES
no Vale do Peruíbe, bem próxima da Colônia Leopoldina. A Colônia Frankental, o
segundo núcleo, trouxe colonos da região de Francônia. No mesmo ano, Peter Weyll cria ANOTAÇÕES SOBRE A BOTÂNICA
uma outra colônia alemã na Bahia. Eram 161 pessoas que se estabeleceram na margem EM SERGIPE DURANTE A PR...
esquerda do rio Cachoeira, próximo ao atual município de Ilhéus. Naquela região do ANOTAÇÕES SOBRE A BOTÂNICA
Estado da Bahia são comuns sobrenomes como Lorenz, Schaun, Berbert, Holenwerger e EM SERGIPE DURANTE A PR...
Weyll (NASCIMENTO, 1999, 126).
PROBLEMAS DE MÉTODO NOS
ESTUDOS SOBRE O ENSINO
AGR...
Dados sobre a imigração alemã no Brasil revelam que entre 1836 e 1948 entraram no SOBRE OS ALEMÃES EM SERGIPE
país cerca de 260 mil alemães (BASTO, 1970). Somente os portugueses (1.766.771),
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24/02/2022 10:30 EDUCAÇÃO E HISTÓRIA: NOTAS PARA UM ESTUDO SOBRE A IMIGRAÇÃO ALEMÃ EM SERGIPE
italianos (1.620.344) e espanhóis (719.555) têm uma participação maior na colonização THÉTIS E A HISTÓRIA DA
do território brasileiro (NASCIMENTO, 1999, 124).
EDUCAÇÃO EM SERGIPE
É propósito deste artigo contribuir para a compreensão da presença alemã em Sergipe. O UMA MULHER ALEMÃ EM
tema ainda não mereceu um estudo mais aprofundado por parte dos estudiosos da MARUIM
história sergipana, não obstante a sua importância. As notas aqui apresentadas foram
A CANA DE AÇÚCAR
obtidas a partir de diferentes textos e documentos sobre a história de Sergipe, nos quais
as referências estão dispersas. Além disso, foram examinados levantamentos sobre os NOTAS PARA UM ESTUDO SOBRE A
IMIGRAÇÃO ALEMÃ EM SE...
alemães em Sergipe que vêm sendo organizados pelo cônsul honorário da Alemanha em
Salvador, relatórios do Governo de Sergipe publicados em diferentes períodos, bem NOTAS PARA UM ESTUDO SOBRE A
IMIGRAÇÃO ALEMÃ EM SE...
como registros existentes na imprensa local e no Arquivo Geral do Poder Judiciário do
Estado de Sergipe.
NOTAS PARA UM ESTUDO SOBRE A
IMIGRAÇÃO ALEMÃ EM SE...
Iniciei a colonização estrangeira, com a localização, nos lotes adrede preparados, nesse
estabelecimento, de 22 famílias alemãs. Penso que surtirá bom resultado este
tratamento, que virá animar os proprietários agrícolas, que tanto sentem a falta de
braços para o tamanho de suas terras, a procurarem esse valioso elemento (SERGIPE,
1924, 24).
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24/02/2022 10:30 EDUCAÇÃO E HISTÓRIA: NOTAS PARA UM ESTUDO SOBRE A IMIGRAÇÃO ALEMÃ EM SERGIPE
EDUCAÇÃO É HISTÓRIA
Desde o século XIX a formação de colônias agrícolas com trabalhadores europeus era
Histoire de l'éducation française
defendida por intelectuais e políticos.
HISTÓRIA DE SERGIPE
HISTÓRIAS DA VIDA PRIVADA
No entender da intelligentsia nacional do século XIX, o principal problema brasileiro era REVISTA VEJA
o predomínio da população de origem africana e mestiça, de forma que o aumento do
estoque da população de origem européia era um objetivo em si mesmo, ainda que,
eventualmente, não resolvesse o problema de braços para a lavoura (PASSOS Subrinho,
2000, 280).
O projeto dos patronatos foi, em todo o país, tanto quanto possível, associado sempre à
instalação de colônias agrícolas. Estas eram vistas, também, como uma possibilidade de
fixar os egressos dos patronatos agrícolas, quando estes não conseguiam emprego nas
propriedades particulares ou nas repartições do governo. A Colônia do Quissamã
representava a contribuição do Estado de Sergipe ao projeto brasileiro de ampliar a
entrada de brancos no país, ao mesmo tempo em que se impedia a entrada de africanos e
asiáticos, ao lado de outras medidas que o presidente Graccho Cardoso tomara e que
diziam respeito a decisões que o governo do Brasil vinha adotando quanto a políticas de
saneamento, “de combate a epidemias tropicais, de higiene e o desenvolvimento de
projetos eugênicos (inclusive a defesa da esterilização dos considerados não
regeneráveis, como os deficientes, loucos, epilépticos, delinqüentes, dentre outros)”
(VAGO, 2002, 28).
melhor não pode ser o estado de desenvolvimento da colônia, pelo que se pode inferir da
boa disposição que os seus membros apresentam, resultante das ótimas condições
sanitárias e da adaptação fácil de todos aos costumes regionais. Eles estão atualmente
empenhados na cultura da cana, algodão, mandioca (SERGIPE, 1925).
[i] “Sem estações experimentais é inútil querer que se implante com resultados
satisfatórios, em qualquer país, o ensino agrícola adequado às necessidades locais”. A
frase é de Melo Morais, da Escola Agrícola Luiz de Queiroz, de Piracicaba, no Estado de
São Paulo. Cf. AZEVEDO, Fernando de. 1957. A educação na encruzilhada. São Paulo,
Melhoramentos. p. 147.
[ii] Na década de 1930, o Centro Agrícola Epitácio Pessoa foi transferido para o controle
do Ministério da Agricultura e se transformou na Estação Experimental de Plantas
Têxteis. Cf. BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. 1938. Relatório das atividades
do Ministério da Agricultura, durante o período de julho de 1934 a dezembro de 1935,
apresentado pelo Ministro Odilon Braga. Rio de Janeiro, Diretoria de Estatística da
Produção do Ministério da Agricultura. p. 15.
Postado por
Jorge
às
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