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UNIDADE1 Didáctica de Física I Ensino à Distância

Lição nº1
As dificuldades de ensino e aprendizagem da Física
Segundo Lopes 2004, a aprendizagem da Física é uma tarefa bastante exigente. Alunos, pais
e outros agentes educativos queixam-se das suas dificuldades. Os professores de Física, por
seu lado, apresentam as mesmas queixas todos anos, relativamente aos seus alunos que não
aprendem e às escolas que não têm instalações e equipamento e ao sistema educativo com
programas longos a serem cumpridos em turmas numerosas.
Entre a diversidade de opiniões existem aspectos comuns que caracterizam o ensino e a
aprendizagem da Física na sala de aulas. Se você, caro estudante, já é professor de Física no
Ensino Secundário Geral, reflicta neste momento sobre quais são os problemas do ensino e
aprendizagem da Física nas suas próprias aulas e na sua escola. Actividade Neste momento,
faça um levantamento geral, com base na sua experiência profissional ou sobre o que você já
ouviu dizer, dos problemas que, na sua opinião, enfermam o ensino e a aprendizagem da
Física na sua escola. O processo de ensino e aprendizagem da Física apresenta algumas
dificuldades que são já do domínio do senso comum. Quem o diz é Lopes 2004.

O seguinte quadro apresenta alguns exemplos, mais ou menos estruturados de indicadores


sobre alguns problemas pertinentes no ensino-aprendizagem, em áreas que têm sido objecto
de investigação no âmbito da Didáctica. São nomeadamente concepções alternativas,
resolução de problemas, aprendizagem da Física, a actividade experimental e
concepções/práticas de ensino dos professores.

Tipo de Indicadores
Institucionais
*O índice de reprovações em Física é bastante elevado tanto no Ensino Secundário como nos
cursos universitários;
• O investimento em instalações e equipamento e respectiva manutenção foi sempre bastante
pobre ou praticamente inexistente;
• O tempo reservado ao ensino-aprendizagem da Física, como de outras ciências naturais é
bastante reduzido comparativamente aos programas longos das diferentes classes.
Opinião dos alunos
Consideram que a Física, tal como é ensinada na sala de aulas:
- não está ligada ao dia-a-dia;
- recorre demasiado a fórmulas, para tudo;
- utiliza situações pouco reais;
- utiliza exemplos de problemas totalmente desfasados dos
do mundo real;
- não recorre a experiências, o que seria mais interessante e
facilitaria a aprendizagem dos alunos;
• Queixam-se, afirmando que:
- a abordagem dos diferentes assuntos é demasiado teórica, não acompanhada de actividades
práticas que permitam ver e viver o desenrolar dos fenómenos;
- quando há experiências nunca participam na sua realização e muito menos na preparação.
Opinião dos professores
• Consideram que os alunos:
- não entendem os problemas e não apresentam requisitos em termos de conhecimentos
teóricos adequados;
- não têm capacidade de raciocínio lógico, não têm hábito de estudo e não gostam da Física
• Queixam-se sistematicamente:
- da falta crónica de meios;
- da extensão dos programas de ensino, razão pela qual não têm tempo para realizar
experiências;
• Assumem que:
- não têm alternativa face à extensão dos programas de ensino de face à inexistência de
condições materiais para realizar experiências;
- fazer experiências exige muito mais tempo de preparação;
- não possuem preparação psico-pedagógica adequada;
- não conhecem as experiências ideias a realizar nos diferentes assunto abordados pelos
programas de ensino.
Observação da prática lectiva
Trabalho experimental na sala de aulas de Física
- É rara ou quase inexistente a sua realização e quando existe tem um carácter mecanicista;
- Assume, quase sempre, o carácter de ilustração/ visualização/ verificação de conhecimentos
previamente construídos teoricamente.
• Perante uma situação física colocada, os alunos recorrem a conhecimentos/saberes do senso
comum, independentemente da formação anterior.
• Resolução de exercícios e/ ou problemas:
- Os exercícios e/ ou problemas são resolvidos de forma mecanicista;
- Na maior parte das vezes os exercícios e/ ou problemas são meramente reprodutivos;
- Os problemas são resolvidos sempre após a apresentação dos conteúdos, representam
sempre o mesmo estágio académico de tratamento dos conteúdos e tipo de questões
apresentadas induzem o uso imediato de fórmulas;
• Os assuntos são apresentados de maneira lógica (portanto do ponto de vista do professor) e
não atendendo às necessidades psicológicas (do ponto de vista dos alunos).
Os casos arrolados no quadro anterior representam apenas alguns exemplos de indicadores da
situação do ensino-aprendizagem da Física na escola. Atente para alguns dos indicadores aqui
apresentados.
1.1. Concepções alternativas
Segundo Lopes 2004, várias pesquisas realizadas em diferentes países, com diferentes alunos
(com escolaridade diferente) e em diferentes conteúdos da Física, evidenciam que grandes
percentagens de alunos (e de alguns professores) mobilizam ideias com uma determinada
estrutura lógica, em contextos diferentes, e estes diferem do conhecimento físico padrão,
independentemente do grau de instrução e dos contextos culturais. Perante uma situação
física, a abordagem que se faz é diferente da abordagem feita por um físico. Estas
constatações desacreditam a eficácia do ensino da Física centrado na exposição cuidada e
bem estruturada dos conteúdos a aprender, por parte do professor.
Noutras palavras, os resultados destas pesquisas revelam uma inadequação gritante das
estratégias de ensino-aprendizagem, a uma aprendizagem eficaz desta disciplina.
Um exemplo prático disso é o frequente fracasso dos alunos e mesmo de alguns estudantes,
na aplicação do conceito de movimento sob acção de forças na prática. Mesmo depois do
tratamento das leis de Newton, estes argumentam com frequência na base do conceito
aristoteliano (384-322 antes de Cristo) ou de outros filósofos da era antes de Galileu e de
Newton, segundo o qual, “só existe movimento de um corpo quando uma força se exercer
continuamente sobre ele e estiver orientada na direcção do movimento do corpo”. Ou ainda,
que “a velocidade de um corpo é tanto maior quanto maior for a força exercida sobre ele”.

1.2. Resolução de problemas


Este é um dos métodos de trabalho das ciências físicas. Na sala de aulas a resolução de
problemas é reconhecida, tanto pelos alunos como pelos professores, como muito importante.
Porém alguns aspectos implícitos enfermam a actividade de resolução de problemas, como
por exemplo, o facto de:
• Os problemas terem de ter sempre uma solução;
• Os problemas só poderem ser apresentados e resolvidos depois da matéria dada;
• O enunciado dever ser preciso e explícito (ter todos os dados e nenhum a mais);
• Analisar qualitativamente o enunciado e discutir o resultado ser uma perda de tempo;
• Copiar a resolução no quadro ser, para o professor, suficiente para o aluno perceber o
exercício/problema e a sua resolução;
• A orientação do professor estar padronizada ora para a busca da fórmula correcta, ora para o
raciocínio do professor, ora para tirar algumas dúvidas;
• Os professores acreditarem pouco que podem diminuir as dificuldades dos alunos na
resolução de problemas;
• As dificuldades crónicas dos alunos derivarem de factores pessoais.

1.3. Aprendizagem da Física


As pesquisas didácticas têm revelado que o processo de ensino-aprendizagem enfrenta
dificuldades de vários tipos. Lopes 2004, refere que a natureza do conhecimento físico tem
certas particularidades que exigem uma análise dos conceitos e da sua natureza
e um aprofundamento do processo de criação do conhecimento.
Questões como: Qual é natureza dos conceitos físicos? Que semelhanças e diferenças existem
entre os processos de criação de conhecimento científico efectuados pelos cientistas e pelos
alunos?, são determinantes para uma aprendizagem efectiva da Física.
A aprendizagem da Física envolve muitas dimensões tais como: pensar e pensar sobre o
pensar, identificar e formular questões correctas relativamente às situações físicas e ao
conhecimento, abordar qualitativamente os problemas, dominar técnicas de cálculo, construir
e/ou utilizar modelos teóricos, dominar técnicas experimentais, confrontar os resultados
experimentais com modelos teóricos, etc. O problema didáctico é justamente saber de que
forma é possível facilitar que todas estas dimensões sejam trabalhadas, aprendidas e o seu
domínio efectivo seja progressivo quantitativa e qualitativamente. “Os conceitos fazem parte
de uma estrutura conceptual, estão em rede entre si” (Lopes 2004).
É esta rede que representa as relações existentes entre os conceitos que precisa de evoluir e
não os conceitos em si individualmente. Por isso, a reestruturação dos conceitos é uma tarefa
didáctica que deve estar sempre presente no professor e na aula, através do diagnóstico e do
plano de acção. Por exemplo, a formação do conceito aceleração na Cinemática, é feita
em interligação com outros conceitos como os conceitos de movimento, velocidade, variação
da velocidade, tempo, etc.

1.4. Trabalho experimental


“O Trabalho experimental (TE) é um aspecto chave da Edução Científica desde há mais de
100 anos” (Wellington, 2000). Hoje em dia o TE constitui um tema de grandes debates e de
reflexão no âmbito da educação em ciências. São várias e por vezes divergentes as
intervenções que têm surgido de todos os sectores da comunidade educativa.
Apesar disso, a crença nas potencialidades do TE como meio de ensino em ciências,
particularmente da Física, é amplamente partilhada por professores e órgãos decisores de
currículos, podendo mesmo afirmar-se que o TE tem um papel central e importante nos
programas de Ciências em muitos países, referem Matos e Morais (2002) citando
(Woolnoug1991).

Não obstante, segundo Lopes 2004, o TE faz parte da própria essência da construção do
conhecimento científico Como acontece com a resolução de problemas, a que nos referimos
anteriormente, o TE constitui um dos métodos fundamentais de trabalho das ciências naturais
e da Física em particular. Lopes 2004, afirma que o TE no ensino da Física nas escolas é
caracterizado por três tipos de dificuldades:
• Há poucas condições para se realizar trabalho experimental de forma exaustiva e
sistemática (tempo curricular e condições materiais para a preparação das experiências e
para a sua realização na sala de aulas);
• A forma como o TE é integrado no currículo da disciplina de Física prejudica a sua
efectiva realização. A aplicação do TE na aprendizagem tem variado, do ponto de vista
pedagógico, entre os papéis de fonte directa de conhecimento ou como verificação da
validade de construções teóricas, supostamente acabadas sem possibilidades de levantar
novas questões. Este segundo papel deixa transparecer que o TE só é realizado depois de
todos os conhecimentos teóricos terem sido abordados.
• A concepção dos professores de Física sobre o TE na ciência condiciona de forma decisiva
a forma como estes integram o TE no currículo, a forma como preparam as actividades
experimentais e a forma como organizam o trabalho na sala de aulas.

1.5. Concepções/ práticas de ensino dos professores


Basicamente, as concepções de ensino dos professores têm forte relação com aquilo que
foram as vivências como alunos, da prática dos que foram seus professores na infância e na
adolescência. Essas memórias funcionam como referência da prática de ensino actual.
Alguns aspectos que caracterizam estas práticas são:
• A prática lectiva é alicerçada nas concepções mais profundas do professor, entre outras, as
convicções pessoais e o reportório das práticas de anteriores professores;
• A variedade das estratégias utilizada é apenas para motivar os alunos;
• A prática e a concepção de ensino encontram-se profundamente marcadas pela justificação
do tempo como factor limitador, sem que isso corresponda, necessariamente, a uma procura
de formas eficazes de o rentabilizar;
• O ensino é orientado para que os alunos tenham “sucesso” a qualquer custo, nas provas de
avaliação;
• As práticas de ensino têm poucas variedades de actividades lectivas e estão centradas na
apresentação de assuntos.

Todos estes aspectos revelam claramente que o estudo das concepções e práticas de ensino
dos professores é uma área de investigação absolutamente essencial para que as mudanças
nas práticas de ensino possam ser efectivas e delas resultem aprendizagens de maior
qualidade.

2. Algumas exigências da Física e do seu ensino-aprendizagem

Neste ponto pretende-se apenas levantar alguns aspectos que são características típicas da
Física como um corpo de conhecimentos sobre a Natureza.
A Física, como ciência da natureza, está intrinsecamente, ligada ao mundo físico e, em larga
medida, directa ou indirectamente, também a vida quotidiana dos cidadãos. Constitui um
exemplo prático, as suas aplicações na tecnologia em prol do nosso bem-estar no dia a dia.
As suas leis permitem explicar a evolução do Universo e da Terra e os fenómenos naturais
que ocorrem em nossa volta. A Física dá-nos acesso a importantes conhecimentos sem os
quais, a conservação do nosso planeta e dos habitats nele existentes não seria inteiramente
realizável.
Simplesmente é preciso perceber que a Física, tal como acontece com outras Ciências, tem
uma forma muito específica de se relacionar com o mundo real. Nunca o faz directamente. A
Física estabelece esta ligação através de modelos teóricos, usados como idealizações da
realidade, e que se enquadram nas teorias físicas mais vastas, complexas e abstractas Além
disso, ela, como um corpo de conhecimentos, apresenta-se como um sistema conceptual
muito bem estruturado e formalizado.
É provavelmente isto que torna o ensino e a aprendizagem intrinsecamente difíceis. E o ponto
crítico é, sem dúvida, que o ensino da Física tem que ajudar o aluno a perceber a relação entre
a Física e a sua vivência do dia-a-dia assim como quanto é interessante o seu estudo.
Mais ainda, é importante que ao se ensinar Física se reconheça sempre a característica de que
a esta recorre a modelos teóricos para se relacionar com a realidade.

3. Porquê e para quê ensinar/aprender a Física?

A ciência e a educação científica jogam um importante papel na compreensão da natureza


pelo homem e, preparam-no para que possa encontrar as respostas às questões referentes aos
problemas do seu dia-a-dia.
• A Física como uma das ciências da natureza permite a aquisição de conhecimentos exactos
e sistemáticos sobre os fenómenos e regularidades da natureza, assim como sobre a
aplicação destas leis para o bem da humanidade. Ela fornece ao jovem uma concepção
científica e filosófica correcta do mundo e das transformações que ocorrem na natureza e na
sociedade, o que lhe possibilita descobrir a sua relação com o mundo e a sua identidade.
Argumentação: É com o domínio dos conhecimentos das ciências físicas que o homem se
torna capaz de resolver vários problemas em vários ramos da vida social, como por exemplo
na indústria, na agricultura, na economia, na medicina, no meio ambiente e na produção em
geral.
• Para além dos conhecimentos sólidos sobre a natureza, o ensino permite o desenvolvimento
da personalidade da juventude escolar, proporcionando-lhe novas capacidades, habilidades
e boas atitudes, úteis para a vida futura e para o trabalho.
Argumentação: Uma pessoa cientificamente preparada, ganha curiosidade, capacidades e
habilidades, facilidade de compreensão, adaptabilidade e flexibilidade espontânea,
entusiasmo e iniciativa criadora, facilidade em planificar, conceber e conduzir investigações.
Lição nº2
2. O Contributo da Didáctica da Física para o ensino e aprendizagem da
Física
2.1. Características da Didáctica de Física
Segundo Kirscher, Griwidz e Häuβler (2000) a Didáctica de Física é
caracterizada por vários aspectos a considerar:
1. A Didáctica da Física ocupa-se das teorias, métodos, modos de pensamento e resultados da
disciplina de Física, como também com a sua génese e sistemática em relação à
aprendizagem e ao ensino;
- Escolha de conteúdos para o processo de aprendizagem,
- Que papel joga a estrutura e sistemática da disciplina das ciências físicas para a concepção e
realização de uma aula de Física?
2. A Didáctica da Física trata dos fundamentos filosóficos do conceito da Natureza e da
relação entre o Homem e a Natureza;

3. A Didáctica da Física enaltece a relação recíproca entre as ciências naturais, a técnica e a


sociedade;
4. A Didáctica da Física investiga a relevância social das ciências físicas e estabelece ligação
ente a Física da sala de aulas e as questões políticas, sociais e morais da actualidade;
5. A Didáctica da Física pesquisa as concepções alternativas (pré-concepções) dos alunos e
professores e o entendimento pré-escolar dos fenómenos físicos, considerando a
particularidade das dificuldades de aprendizagem que delas derivam;
6. Do ponto de vista da prática escolar, a Didáctica da Física caracteriza-se por:
- projectar e testar objectivos e tarefas do ensino da Física;
- desenvolver e testar alternativas metodológicas da realização de aulas de Física;
- testar e avaliar a eficácia de formas de organização e socialização da aprendizagem
(trabalhos de grupo, aulas em projectos, etc.).
7. A Didáctica promove a interdisciplinaridade na medida em que através de aulas-projecto
podem ser discutidos na aula de Física temas que também são objecto de estudo de outras
ciências.
8. A Didáctica dea Física ocupa-se com o desenvolvimento, avaliação e revisão de unidades
temáticas dos currículos escolares de Física.

2.2. O objecto de estudo da Didáctica de Física

“O objecto de estudo da Didáctica da Física é o ensino e a aprendizagem da Física em


ambientes específicos com intencionalidade didáctica. Ela reporta-se à promoção, acelerada e
eficaz, da Aprendizagem da Física em contextos de educação/cultura científica, de formação
técnico/científica ou de formação de cientistas” Lopes 2004. Outro campo de actuação da
Didáctica de Física é a formação dos agentes que facilitam e promovem a aprendizagem e os
próprios ambientais específicos.
Os ambientes específicos tanto podem ser mais formais como a sala de aulas, mas também
menos formais como os museus interactivos de ciências, oficinas, etc.
Lopes (2004) classifica em três os contextos de aprendizagem em que a Didáctica da Física
pode estar envolvida, nomeadamente:
• Educação/cultura científica: que permite a cada cidadão (criança, jovem, adulto)
compreender e participar e mesmo intervir no mundo tecnológico que o rodeia ou dos
problemas que afectam a humanidade;
• Preparação científica básica para uma formação profissional
(engenheiros, por exemplo) ou suporte básico para o desenvolvimento de competências
profissionais mínimas (por exemplo, um técnico de mecânica);
• A formação avançada de cientistas em laboratórios.
A formação de professores, agentes que devem promover e facilitar uma aprendizagem da
Física com qualidade em qualquer um dos três contextos constitui o ponto crítico da
articulação entre a investigação prática profissional.
2.3. Objectivos da Didáctica de Física

Um dos principais objectivos da Didáctica da Física como área de conhecimento é a


formulação de problemas sobre o ensino e a aprendizagem da Física, os seus contextos, os
ambientes em que ocorrem e a sua relevância social.
Para além disso, constituem objectivos mais pragmáticos e outros mais teóricos, os seguintes:
• Oferecer subsídios sobre o papel da Didáctica da Física, sobre os métodos específicos de
estudo e ensino da disciplina, assim como desenvolver competências no futuro professor
para a planificação e tomada de decisões que visem o melhoramento do processo de ensino
aprendizagem
• Perseguir e contribuir com as suas pesquisas para a qualidade do ensino-aprendizagem;
• Adequar o ensino da Física as novas exigências sociais;
• Conceber, implementar e avaliar desenhos curriculares de temas relevantes de Física com
fundamentação científica, epistemológica, didáctica e social;
• Conceber e testar actividades de ensino e aprendizagem inovadoras e fundamentadas na
investigação didáctica, visando elevar a qualidade de aprendizagem da Física nas escolas;
• Compreender os mecanismos de aprendizagem de conceitos e sua utilização em situações
físicas de sujeitos concretos;
• Compreender os factores externos ao sujeito que influenciam decisivamente na
aprendizagem;
• Compreender o papel dos professores no processo de ensino-aprendizagem;
• Formar professores reflexivos na acção com o objectivo de melhorar a aprendizagem dos
seus alunos;
• Integrar as actividades experimentais nas demais actividades de ensino e aprendizagem.
• Estudar factores pessoais e sociais relativos a professores e alunos que influem no ensino-
aprendizagem;
• Estudar factores internos e externos à escola que afectam professores e alunos e o ensino-
aprendizagem;
• Construir e usar modelos que permitam compreender e antecipar “factos didácticos”.
• Recolher, tratar e utilizar a investigação produzida pela Didáctica da Física, visando
garantir novas metodologias no Ensino da Física.

2.4. A investigação em Didáctica de Física


A investigação na Didáctica da Física inicia nos finais da década 60, quando se detectam os
primeiros sinais da crise no ensino da disciplina, particularmente nos países mais
desenvolvidos. As actividades de investigação predominantes na Didáctica da Física
resumem-se aos seguintes aspectos:
• Estudo da evolução conceptual que passa pela reflexão sobre as ideias dos alunos e o seu
desenvolvimento, fazendo com que se aproximem cada vez mais da matriz conceptual da
Física, tanto no que se refere à qualidade dos conceitos físicos como no
concernente à forma de os utilizar .
• Concepção, teste e aplicação de modelos de intervenção pedagógica, visando o
desenvolvimento de competências cognitivas e metacognitivas;
• Estudo sobre o trabalho experimental, sua importância para a aprendizagem das Ciências
físicas, as formas de as aplicar, organizar em aula e a sua mediação didáctica no contexto
da relação entre as dimensões teórica e experimental da Física;
• Estudos sobre a resolução de problemas e sobre os modelos didácticos para a sua própria
mediação;
• Estudos sobre o pensamento e as práticas dos professores e dos processos por eles
mediados na transposição dos diferentes saberes.
.
2.5. Ligação entre a Didáctica da Física e outras áreas do saber
A Didáctica da Física, como área do saber, estabeleceu desde os primeiros momentos
ligações estreitas com a própria Física e com a Psicologia da Aprendizagem. Actualmente,
ela está relacionada com outras áreas do saber como é o caso da História da Física, das
Neurociências, da Sociologia, da Epistemologia e da Pedagogia. A par disso, estabelece uma
relação com a prática lectiva em várias dimensões.
A História da Física contribui para a compreensão da evolução conceptual dos indivíduos.
A Epistemologia contribui para esclarecer a natureza dos conceitos físicos e a sua génese.
A Sociologia contribui para esclarecer as influências do contexto social nos ambientes de
aprendizagem da Física, da sua relevância social, etc.
Enquanto isso as Neurociências entram com conhecimentos básicos sobre determinados
aspectos da aprendizagem e as suas condicionantes
2.6. Articulação investigação-ensino-formação de professores
O modelo de articulação mais utilizado é o da racionalidade técnica comum às ciências
naturais, que se caracteriza por um encadeamento linear e unidireccional entre a investigação,
a formação de professores e a inovação no ensino, com um ponto de partida e um ponto de
chegada. Entre a produção do conhecimento (investigação) e a sua utilização há uma
separação temporal e espacial.
Entre os três momentos cruciais ocorre sempre alguma perda de informação. Um outro
modelo de articulação mais recente é aquele que estabelece uma ligação espacial e temporal
entre a produção do conhecimento e a sua utilização. Neste modelo a investigação é feita não
só com professores mas também pelos professores, ou seja, os professores são objecto e
sujeito da investigação em curso. A participação dos professores na investigação, como
investigadores, permite que estes articulem a lógica da produção e os códigos em que o
conhecimento produzido se encontra, tornando possível a sua utilização imediata sem
muitas perdas de informação. Neste modelo a investigação, a formação de professores e a
inovação no ensino beneficiam directamente. O ponto de partida pode ser um problema de
ensino cuja resolução necessita de uma investigação e formação de professores. O ponto de
chegada será a eventual resolução do problema de ensino, o desenvolvimento do corpo
de conhecimento da educação científica e o aperfeiçoamento da prática profissional dos
envolvidos.
Lição nº3
O papel da motivação na aprendizagem da Física
Numa publicação electrónica Medel (2008) refere que o dicionário Silveira Bueno, apresenta
como sinónimos de motivação, a exposição de motivos ou causas; animação; entusiasmo. Daí
se pode concluir que estar motivado para fazer algo é estar animado ou entusiasmado para
essa actividade.
E aqui uma questão se coloca: Como atingir esse estado de animação e entusiasmo?
Na área educacional os professores estão sempre a reflectir sobre o que devem fazer para que
os seus alunos realmente aprendam.
Qualquer coisa que se faça na vida, é necessário primeiro haver vontade de realizá-la, senão
nada acontece. Isso também ocorre na educação. A educação requer uma acção e como
resultado dessa acção, há o APRENDIZADO. Mas para que se realize a acção e esta resulte
no aprendizado é necessário, inicialmente, que haja a VONTADE, nesse caso, a vontade de
aprender.
O professor deve descobrir estratégias e recursos para fazer com que o aluno queira e tenha
vontade de aprender. Por outras palavras, o professor deve fornecer estímulos para que o
aluno se sinta motivado para aprender. A aprendizagem é influenciada por múltiplos factores,
que se implicam mutuamente e que embora possamos analisá-los separadamente, fazem
parte de um todo que depende, quer na sua natureza, quer na sua qualidade, de uma série de
condições internas e externas ao sujeito. Aprender é uma construção que envolve toda a
actividade do ser humano: biológica, psicológica, social e cultural, nos seus múltiplos
aspectos.
É neste fio de pensamento que Lima (2008), considera a aprendizagem de um fenómeno
extremamente complexa, envolvendo aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos,
psicossociais e culturais e ainda que esta resulta do desenvolvimento de aptidões e de
conhecimentos, bem como da transferência destes paranovas situações. Assim, para aprender
é imprescindível “poder” fazê-lo, o que faz referência às capacidades, aos conhecimentos, às
estratégias e às destrezas necessárias. Mas para isso é necessário “querer” fazê-lo, ter
disposição, intenção e motivação suficientes. Podemos assim distinguir dois tipos de
motivação, a intrínseca e a extrínseca.

Está-se na presença de uma motivação intrínseca quando ela é um processo que se dá no


interior do sujeito. Isso significa que, na base da motivação, está sempre um organismo que
apresenta uma necessidade, um desejo, uma intenção, um interesse, uma vontade ou uma
predisposição para agir. Neste caso, existe vontade própria para alcançar o objectivo.
Por outro lado, a motivação, está intimamente ligada às relações de troca que o indivíduo
estabelece com o meio, principalmente, seus professores e colegas, no caso de situações
escolares. O interesse é sim indispensável para que o aluno tenha motivos agir no
sentido de apropriar-se do conhecimento. Contudo, muitas vezes, essa predisposição para
acção precisa de ser estimulada pelo ambiente com que ele se relaciona. Estamos assim a
falar da motivação que vem de fora, ou seja, da motivação extrínseca.
Por exemplo, muitas vezes, uma pessoa sente-se levada a fazer algo para evitar uma punição
ou para conquistar uma recompensa.
A iniciativa para a realização da tarefa não partiu da própria pessoa, mas de um terceiro,
que a estimulou de alguma forma para que ela se movimentasse em direcção ao objectivo
pretendido. A pessoa não teria caminhado em direcção ao objectivo caso não houvesse a
“punição” ou a recompensa. As pessoas podem, também, agir levadas por um impulso
interno, por uma necessidade interior, existe motivação, que pode ser transformada
em movimento permanente por meio de uma determinada estimulação. Daí que a acção de
motivar deve ser considerada uma tarefa primordial do professor, identificar e aproveitar
aquilo que atrai o aluno, aquilo de que ele mais gosta. O professor deve procurar atrair,
encantar, prender a atenção, seduzir o aluno, utilizando o que ela gosta de fazer como forma
de engajá-lo cada vez mais no processo de ensino-aprendizagem.
Bock 1999, apresenta algumas sugestões de como criar interesses:
1. Propiciar a descoberta. O aluno deve ser desafiado, para que deseje saber, e uma forma
de criar este interesse é dar-lhe a possibilidade de descobrir.
2. Desenvolver nos alunos uma atitude de investigação, uma atitude que garanta o desejo
mais duradouro de saber, de querer saber sempre. Desejar saber deve passar a ser um estilo
de vida. Essa atitude pode ser desenvolvida com actividades muito simples, que começam
pelo incentivo à observação da realidade próxima do aluno - da sua vida quotidiana -, os
objectos que fazem parte de seu mundo físico e social. Essas observações sistematizadas
vão gerar dúvidas (por que as coisas são como são?) e aí é preciso investigar e descobrir.
3. Falar ao aluno sempre numa linguagem acessível e de fácil
compreensão.
4. Os exercícios e tarefas deverão ter um grau adequado de complexidade. Tarefas muito
difíceis, que geram fracasso, e tarefas fáceis, que não desafiam, levam à perda do interesse.
5. Compreender a utilidade do que se está aprendendo é também fundamental. Não é difícil
para o professor estar sempre retomando nas suas aulas a importância e utilidade que o
conhecimento tem e poderá ter para o aluno. As pessoas estão sempre “pré-dispostas” a
aprender coisas que são lhes úteis e têm sentido para sua vida.
A motivação é, portanto, o processo que mobiliza o organismo para a acção. A partir de uma
relação estabelecida entre o ambiente, a necessidade e o objecto de satisfação, apresenta-se
como aspecto dinâmico da acção: é o que leva o sujeito a iniciar uma acção, a orientá-la em
função de certos objectivos, a decidir a sua prossecução e o seu termo.
Uma das maiores virtudes da motivação é melhorar a atenção e a concentração do indivíduo
naquilo que faz. Ao sentir-se motivado o indivíduo tem vontade de fazer algo torna-se capaz
de manter o esforço necessário durante o tempo necessário para atingir o objectivo proposto.
Neste sentido, na área educacional, faz-se necessária a presença da motivação nas instituições
de ensino, não só motivação dos alunos, mas também motivação de professores e
profissionais envolvidos no processo educativo, a fim de que obtenhamos maior prazer em
aprender e melhores resultados na hora de ensinar.
Alunos motivados mostram melhores desempenhos; professores motivados demonstram
maior envolvimento. Algumas formas para se alcançar esse estado de motivação são por
exemplo:
• Dar tratamento igual a todos os alunos;
• Aproveitar as vivências que o aluno já tem e traz para a escola no momento de montar o
currículo, incluir temas que tenham relação, isto é, estejam ligados à realidade do aluno, a
sua história de vida, respeitando a sua vida social, familiar;
• Mostrar-se disponível para o aluno, ou seja, mostrar que ele pode contar sempre com o
professor;
• Ser paciente e compreensivo com o aluno;
• Procurar elevar a auto-estima do aluno, respeitando-o e valorizando-o;
• Utilizar métodos e estratégias variadas e propostas de actividades desafiadoras;
• Mostrar-se aberto e afectivo para e com o aluno;
• Dar carinho e limites na medida certa e no momento adequado;
• Manter sempre um bom relacionamento com o aluno, e consequentemente, um clima de
harmonia;
• Fazer de cada aula um momento de real reflexão;
• Ter expectativas positivas acerca do aluno;
• Saber ouvir o aluno;
• Não ridicularizá-lo;
• Amar muito o que faz, a sua profissão de professor;
• Mostrar para o aluno que ele pode fazer a DIFERENÇA, isto é, que ele tem o seu lugar e o
seu valor no mundo;
• Perceber que ele, o professor, pode fazer a DIFERENÇA, para o aluno;
3.2. Definição do termo “motivação” para a aula:
A motivação para a aula pode ser vista em dois eixos: do ponto de vista didáctico e do ponto
de vista metódico.
1. Do ponto de vista didáctico a motivação definida como a abertura mental (do
intelecto) para uma atitude positiva em relação à uma determinada temática (dentro e
fora da escola).
2. Do ponto de vista metodológico a motivação é o estímulo
para o processo de ensino-aprendizagem.
Neste ponto de vista motivar é procurar criar no aluno condições ideais para o sucesso da
aula, de modo a que ela:
• direccione a sua atenção para um certo objectivo;
• estimule uma opinião eufórica (atitude positiva/aceitação) por parte do aluno, em relação
ao tema em causa;
• permite o reconhecimento da problemática inserida no tema
da aula e
• estimule a prontidão para a pesquisa da reconhecida problemática
(desenvolvimento da inteligência investigadora).

3.3. Função das medidas de motivação na aula de Física


Por estamos a falar de Didáctica de Física voltaremos as nossas atenções aos aspectos de
motivação na aula de Física. As medidas de motivação na aula de Física devem provocar de
uma forma contínua uma abertura em relação aos problemas da natureza e da técnica.
Isto significa que os alunos devem: ganhar interesse em relação aos conteúdos de
aprendizagem na aula de Física ,interessar-se por questões físicas de uma forma geral;
desenvolver interesse pelos processos dos fenómenos naturais; Ter consciência de
responsabilidade para com a natureza e para com o meio ambiente. Tratando-se apenas de um
tema de aula, o papel da motivação será o de mover os alunos para uma “auto-disposição”
para a participação no processo de ensino e aprendizagem nessa aula.
3.4. Condições que influenciam a motivação dos alunos
Vamos, apoiados em ”Willer, Jörg (1977)” diferenciar 4 classes de condições:
1. A personalidade do professor, fonte de motivação para os seus alunos;
2. A personalidade do aluno;
3. A situação concreta do processo de ensino-aprendizagem (especialmente dos métodos de
ensino);
4. A experiência que o aluno já tem em relação às condições iniciais da aprendizagem.
Está claro que a aprendizagem significativa, processa-se quando um novo conteúdo (ideias
ou informações), relaciona-se com conceitos relevantes, claros e já disponíveis na sua
estrutura cognitiva.
Quanto à 1: também chamada motivação relacionada com o professor
A motivação do aluno é influenciada pelo:
• Nível de conhecimentos científicos do professor e o
• Engajamento e o prazer do professor durante a aula (ser
exemplar).
Quanto a 2: também chamada motivação relacionada com aluno
A motivação do aluno é influenciada por factores imanentes à sua
personalidade, que constituem as condições em que a personalidade
do aluno se baseia, como por exemplo:
Condições gerais:
• A idade (a motivação depende da idade)
• O género (várias pesquisas têm mostrado que as raparigas se
interessam pouco por questões das ciências da natureza);
• O meio ambiente e questões a ela ligadas, ambiente social, o
quotidiano do aluno;
• O nível de pretensões (exigências) individuais : o Rendimentoo Exigência na qualidade de
uma experiência (precisão de uma medição, ou êxito numa construção) Condições especiais,
eventualmente com motivos ligados aopassado:
• A indiferença quanto a conhecimentos;
• A aversão para com determinados temas;
• A indeferença geral;
• A aversão para com tarefas escolares;
• A perda da auto-confiança;
• A decadência geral do rendimento.
Quanto a 3: Motivação relacionada com a aula
- Como influência positiva:
• Usar possibilidades de visualização;
• Estabelecer ligações com a aplicação, mostrar em particular, as
ligações interdisciplinares;
• Realizar experiências do aluno e do professor;
• Prestar atenção aos requisitos e às condições iniciais de aprendizagem;
• Dar mais autonomia ao aluno para a construção do conhecimento, bastando para isso uma
perfeita orientação do professor;
• Diversificar os métodos e actividades de aprendizagem. - Como influência negativa:
• Limitação na apresentação verbal da aula;
• Repetição frequente dos mesmos procedimentos de condução da aula.
Quanto a 4: Condições iniciais de aprendizagem – Experiências dos
alunos A ligação com os conhecimentos sobre os factos, capacidades e actividades já
existentes, pode tornar o processo de aprendizagem do aluno mais interessante.

3.5. Exemplos de medidas com influência motivadora na aula de


Física:
• Motivar através de experiências em Black-Box (demonstrar sem comentários e reservar a
explicação dos resultados para depois);
• Colocar questões paradoxais, (por exemplo: “Pode a água escorrer para cima?”;
• Mostrar fenómenos que constituam surpresa;
• Criar situações de conflito cognitivo;
• Explicar fenómenos naturais (como por exemplo o arco-íris);
• Dar tarefas de observação (por exemplo: Observar a relação entre a pressão do ar e o
tempo durante uma semana);
• Verificar hipóteses dos alunos em experiências (por exemplo: circuitos em paralelo);
• Superar dificuldades em tarefas experimentais, (por exemplo: identificar um erro num
circuito eléctrico);
• Mostrar modelos funcionais no lugar de desenhos (por exemplo: um motor);
• Realizar visitas de estudo (por exemplo: Fábrica, Museu, Barragem, etc.);
• Fornecer a visão histórica de um dado facto (como se fazia no passado?);
• Mostrar filmes;
• Estimular o diálogo através de slides ou fotos ;
• Realizar pequenas aulas-projecto (por exemplo: construção de
uma câmara escura) e discutir sobre os erros de construção;
• Promover situações de jogos;
• Organizar competições na experimentação em trabalhos em grupo (quem obteve a melhor
medição?);
• Dar pequenos e adequados trabalhos de casa em forma de experiências caseiras (uma
ocupação intensiva e autónoma com um determinado assunto pode ser bastante motivadora).
Exercícios Lição nº1
1. Faça depoimento de meia página sobre o que é para si ensinar e aprender Física.
2. Liste a partir do quadro 1.1 apresentado os aspectos que mais se identificam com o seu
processo de ensino-aprendizagem na aula de Física.
3. Indique 5 aspectos essenciais sobre os quais você mais incide durante a resolução de
problemas com os seus alunos na sala de aulas.
4. Faça, com a ajuda dos livros escolares de Física, o levantamento dos modelos teóricos que
a Física usa para falar dos fenómenos naturais que ela estuda.
5. Calcule o espaço percorrido por um objecto que se desloca ao longo de uma trajectória
rectilínea segundo a equação 254025 ttx −+= (SI) nos primeiros 5s. Tente inferir os modelos
explicativos subjacentes a sua resposta.
6. Uma mãe aflita pelo facto de o seu filho estar doente, lhe coloca a mão na testa para
verificar se este está ou não quente (com febre). E ela depois exclama dizendo: “o meu filho
está com temperatura”, para depois sair correndo com o seu filho para a unidade sanitária
mais próxima. Comente este procedimento. Como é você iria proceder e porquê? O que seria
de uma criança sem temperatura?
7. Fazer uma experiência na sala de aulas é suficiente para que os alunos aprendam? Que
acções adicionais você acha importantes serem realizadas tanto pelo aluno como pelo
professor?
8. Leia o texto “Trabalho experimental nas aulas de ciências físico- químicas do 3º Ciclo do
ensino básico: Teorias e práticas dos professores” de Margarida Matos e Ana Maria Morais,
Revista de Educação XII (2) 75-93 (2004), disponível na Net pelo endereço:
http://revista.educ.fc.ul./pt. Sintetize os principais pontos gerais sobreas convicções e práticas
dos professores relativamente ao trabalho experimental. Nota: O texto físico também pode ser
encontrado no seu centro de recursos
Exercícios Lição nº2
1. Identifique um livro de Didáctica de Física no seu centro de recursos ou na sua biblioteca
particular e produza uma ficha de leitura contendo os seguintes elementos:
• Identificação do livro (autor, ano de publicação, título, cidade,
editora);
• Principais assuntos tratados e respectivos enfoques;
• Palavras-chave;
• Ligações com a Física.
2. Leia o texto “A emergência da Didáctica das Ciências como campo específico de
conhecimento” Cachapuz, Praia, Peréz, Carrascosa e Terrades 2001, in Revista portuguesa de
Educação; e faça um resumo sobre a história evolutiva da Didáctica das Ciências;
3. Leia o texto “Investigação em Didáctica das Ciências em Portugal: um balanço
crítico”(Cachapuz, 1997) e responda às seguintes questões: i) Qual é a importância da
investigação em Didáctica para o ensino? ii) Explique a articulação entre a investigação e o
ensino.

4. Busque dos assuntos tratados na lição anterior três exemplos de situações e formule três
problemas relevantes para a investigação em Didáctica. Proponha métodos de abordagem e
de resolução para cada caso.
5. Com que áreas de conhecimento se relaciona a Física como ciência e como objecto de
estudo na educação em ciências? Faça um esquema.
Exercícios Lição nº3
1. Organize um jogo de palavras cruzadas sobre um tema de Física a sua escolha, o qual deve
ser resolvido pelos alunos, como actividade de motivação no início de uma aula;
2. Uma das formas de motivação dos alunos é a realização de experiências simples que
provoquem curiosidade sobre a essência das coisas. Prepare pelo menos 5 experiências
simples e a mão livre para a motivação dos alunos na introdução do conceito de pressão;
3. De que modo a atenção do professor para com os requisitos e as condições iniciais da
aprendizagem é útil para a motivação dos alunos?
4. Quais são os requisitos para a aprendizagem do tema movimento rectilíneo uniforme?
5. A partir dos Manuais Escolares de Física ou outras fontes disponíveis na sua escola
identifique, em todos os capítulos, quais das experiências nelas descritas se adequam a
finalidade de motivação dos alunos para a aula.

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