Uma nova visão do poder:

Michel Foucault

SOCIOLOGIA - 3º ANO
PROFª ROBERTA FERREIRA
Uma nova visão sobre o poder

Durante muitos anos, a sociologia tratou a questão do poder de maneira

tradicional, refletindo sobre como o poder se estabelecia a partir do
Estado, do sistema político, dos partidos e líderes.

A partir da segunda metade do século XX, uma série de trabalhos

procurou pensar o poder para além da política formal, analisando como
ele se expressava no cotidiano e outras formas de poder repressivo.

Michel Foucault foi um dos filósofoS que se debruçou sobre os

micropoderes, ou seja, outras formas de poder que se estabelecem a
partir de saberes, como o médico, a psiquiatria e a sexualidade, ou
instituições, como as prisões, igrejas e escolas.
Michel Foucault (126-1984)
Michel Foucault foi um filósofo francês. Suas ideias foram influenciadas pelo
pensamento de Nietzsche, Marx e pela psicanálise de Jacques Lacan e
Sigmund Freud.

Apesar de filósofo, trabalhou também com psicologia e linguística. Foi

atuante também no movimento de maio de 1968, quando os estudantes
questionaram o sistema de educação e valores tradicionais nas universidades
e na sociedade francesa.

Tem uma vasta obra

bibliográfica, mas seus
trabalhos mais conhecidos são
Microfísica do Poder, Vigiar e
Punir e História da
Sexualidade.
O poder nas sociedades modernas
Para o filósofo, o poder na modernidade se expressa de diversas maneiras.
Diferentemente do poder nas sociedades do Antigo Regime, não havia mais
um soberano com direito de morte sobre seus súditos.

Na sociedade moderna, o poder seria mais sutil e se expressaria nos saberes

técnicos e científicos e através de arranjos institucionais. Esses arranjos e
saberes não tem o objetivo apenas de reprimir e punir o indivíduo, mas de
controlar e moldar suas ações. Para Foucault, a medicina, a psiquiatria, o
sistema jurídico e prisional, criaram formas de submeter e disciplinarizar os
corpos.
Sociedade de controle
Outro filósofo, Gilles Deleuze, percebeu que além dessas instituições
estudadas por Foucault, que se especializaram em um poder disciplinar,
existem outras formas de poder. O objetivo desse poder não é moldar o
indivíduo, mas controlá-lo.

Em uma sociedade de controle, o poder seria ainda mais rebuscado. Esse

poder se expressa sobre os corpos através da mídia, da indústria de
cosméticos, do consumo. No trabalho, o empregado, mesmo que não esteja
submetido ao trabalho disciplinado da indústria, é submetido a metas de
desempenho, sistemas de bônus, sem falar de coachs e discursos de
autoajuda que auxiliam na padronização das expectativas.