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Hidrografia Bacia
Hidrografia Bacia
Hidrografia
Hidrografia é a ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta Terra. Os
mapas dos mares e das partes navegáveis dos rios servem não apenas para mostrar a
profundidade das águas, mas também a amplitude das marés, velocidade e direção das
correntes, a forma do litoral e até a natureza do fundo do mar, para fins de navegação. Esses
dados oceanográficos obtidos com esse estudo, têm sido úteis para pesquisas submarinas,
procura de petróleo e gás natural.
O volume global de água da Terra é estimado em 1,42 milhões de metros cúbicos e
abrange oceanos, mares, geleiras, águas do subsolo, lagos, água da atmosfera e rios. Os
oceanos e mares ocupam 71% da área do globo. As águas continentais possuem um volume
total de 38 milhões de km cúbicos, cerca de 2,7% da água do planeta. A água doce
congelada (geleiras e calotas polares) corresponde a 77,2% das águas continentais; a água
doce armazenada no subsolo (lençóis freáticos e poços), 22,4%; a água dos pântanos e
lagos, 0,35%; a água da atmosfera, 0,04% e a água dos rios, 0,01%.
Oceano: Vasta extensão de água salgada que cobre a maior parte da Terra e envolve os
continentes. Os oceanos são importantes fontes de recursos para a humanidade. Eles
apresentam reservas de minerais, além de petróleo, gás natural, enxofre e potássio no
interior das rochas.
Mares: São diferentes dos oceanos pela dimensão e posição geográfica. São consideradas
partes dos oceanos, localizando-se entre limites continentais. Também são menos
profundos, variam a salinidade, densidade, temperatura e transparência das águas.
Lagos: São depressões do solo cheias de água e podem ou não possuir ligação com o mar.
Alguns ficam no interior de bacias fechadas. Outros, por sua grande extensão e água
salgada, são chamados de mares. Os LAGOS, por influírem sobre a umidade do ar, têm
ação reguladora do clima, assim como os mares. Na vizinhança dos lagos, o clima é sempre
mais ameno e temperado que nas outras regiões. A maioria dos lagos não tem área maior de
300 km quadrados, quase todos se situam acima do nível do mar.
Rios: São cursos naturais de água que se deslocam de níveis mais altos (nascentes) até
níveis mais baixos (foz ou desembocadura). Os rios podem ser perenes quando
desembocam, escoam o ano todo, ou temporários, quando escoam nas estações de chuva e
secam no período de estiagem. Em seu curso, as águas dos rios transportam quase sempre
uma grande quantidade de detritos. Se as águas correm calmas, os detritos depositam-se no
fundo do rio, mas quando as águas se lançam em um mar de águas impetuosas, os detritos
se acumulam perto da foz e se espalham em todas as direções. Há um grande
relacionamento entre os seres que vivem nos rios e os que vivem nas margens ou
proximidades dos cursos de água. As folhas das plantas e os insetos que caem na água
servem de alimentação para muitos animais. Tudo isso representa uma incessante entrada e
saída de matéria orgânica do curso de água.
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Percurso de um rio
Bacias Hidrográficas
São regiões geográficas formadas por rios que deságuam num curso principal de
água.
Os rios têm grande importância econômica; eles irrigam terras agrícolas, abastecem
reservatórios de água urbanos, fornecem alimentos e produzem energia através das
hidrelétricas. O transporte fluvial também tem grande importância e é muito utilizado em
razão da economia de energia e grande capacidade de carga dos navios.
A produção brasileira de energia em 1997 é de 185.961.000 tep (toneladas
equivalentes de petróleo), enquanto o consumo total é de 227.279.000 tep. O déficit de
41.318.000 tep é suprido com importações. A produção nacional concentra-se em energia
primária renovável – energia hidráulica, lenha e derivados de cana-de-açúcar – que alcança
70,7% do total. As formas de energia primária não renovável, que incluem petróleo, gás
natural, carvão, urânio (U308), são responsáveis por 29,3% da produção interna.
Processada em hidrelétricas e refinarias, a energia primária transforma-se em eletricidade,
gasolina, óleo diesel etc.
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O rio Paraguai nasce no estado do Mato Grosso, desloca-se para o sul, recebendo
vários tributários, principalmente do lado leste, até desembocar no rio Paraná. A
precipitação média anual é de 1700 mm na parte alta da bacia e de 1100 mm na região do
pantanal, uma extensa planície de 180.000 Km², a oeste do estado do Mato Grosso. A
declividade dessa planície é de aproximadamente 40 cm/Km de leste a oeste e de 2cm/Km
de norte a sul. Os rios da região têm capacidade de suportar as descargas médias, mas
durante fortes cheias alaga-se uma área de aproximadamente 30.000 Km². As enchentes
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A ÁGUA NO BRASIL
ser protegida na fonte, na bacia. Essa água, depois, vai ser submetida a um tratamento para
ser usada pela população. Mas, mesmo a estação de tratamento tem suas limitações. Ela
retira com facilidade os produtos de uma floresta, de uma condição natural. Mas esgotos
pioram muito, e a presença de substâncias tóxicas vai tornando esse tratamento cada vez
mais caro. Acima de um certo limite, o tratamento nem mais é possível, porque existe uma
limitação para a capacidade depuradora de uma estação de tratamento. Então, a água se
torna totalmente imprestável.
Esses problemas atingem também os principais rios e represas das cidades
brasileiras, onde hoje vivem 75% da população. Em Porto Alegre, o rio Guaíba está
comprometido pelo lançamento de resíduos domésticos e industriais, além de sofrer as
conseqüências do uso inadequado de agrotóxicos e fertilizante. Brasília, além de enfrentar a
escassez de água, tem problemas com a poluição do lago Paranoá. A ocupação urbana das
áreas de mananciais do Alto Iguaçu compromete a qualidade das águas para abastecimento
de Curitiba. O rio Paraíba do Sul, além de abastecer a região metropolitana do Rio de
Janeiro, é manancial de outras importantes cidades de São Paulo e Minas Gerais, onde são
graves os problemas devido ao garimpo, à erosão, aos desmatamentos e aos esgotos. Belo
Horizonte já perdeu um manancial para abastecimento - a lagoa da Pampulha - que precisou
ser substituído pelos rios Serra Azul e Manso, mais distantes do centro de consumo.
Também no rio Doce, que atravessa os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a
extração de ouro, o desmatamento e o mau uso do solo agrícola provocam prejuízos
enormes à qualidade de suas águas.
"Em seu processo de crescimento, a cidade foi invadindo os mananciais que outrora
eram isolados , estavam distantes da ocupação urbana. E também é muito importante frisar
que toda ação que ocorre numa bacia hidrográfica vai afetar a qualidade da água desse
manancial. Não é simplesmente a ação em torno do espelho d'água que faz com que você
degrade mais ou menos. Muito pelo contrário: pode ocorrer o surgimento de uma área
industrial distante desse espelho d'água principal, mas com grande capacidade de poluição
e, portanto, com possibilidade de degradar totalmente esse manancial. Os corpos d'água são
entes vivos. Eles conseguem se recuperar, mas possuem um limite. Portanto, é muito
importante que a população esteja consciente de que é preciso disciplinar todo tipo de uso e
ocupação do solo das bacias hidrográficas, principalmente das bacias cujos cursos d'água
formam os mananciais que abastecem a população".
BACIAS HIDROGRÁFICAS NA
HIDROLOGIA
GENERALIDADES
REGIÕES HIDROLÓGICAS
Bacia Hidrográfica:
O balanço de água nesse sistema pode ser representado pela equação hidrológica:
É necessária uma altura mínima na superfície para que haja escoamento, mas à
medida em que o temporal se intensifica a altura de água retida sobre a superfície (detenção
superficial) aumenta.
Quando o temporal acaba a água retida sobre a superfície continuará escoando como
vazão efluente. Porém existem perdas, parte da água é evaporada ou infiltra-se no solo e
durante todo o curso de escoamento a água continuará sendo evaporada, mesmo sendo
quantidades pequenas não podem ser desprezadas.
Considerando estes processos teremos as seguintes expressões matemáticas:
P - R + Rg - Es - Ts - I = Ss
I + G1 - G2 - Rg - Eg - Tg = Sg
Divisores:
A Bacia Hidrográfica contornada por um divisor, que é uma linha que divide as
precipitações que caem nas bacias vizinhas e que encaminha o escoamento superficial para
outro sistema fluvial. O divisor segue uma linha rígida em torno da bacia atravessando o
curso somente no ponto de saída. O divisor une os pontos de máxima cota entre bacias, não
impedindo que cada bacia tenham picos isolados em seu interior.
Os terrenos de uma bacia são delimitados por dois tipos de divisores de água:
água subterrânea de onde é derivado o deflúvio básico da bacia, muda de posição com as
flutuações do lençol.
- Perenes: Estes cursos contém água durante todo o tempo, o lençol subterrâneo mantém
uma alimentação contínua e não desce nunca abaixo do leito do curso d’água, mesmo
durante as secas mais severas.
- Efêmeros: Estes cursos d’água existem apenas durante ou imediatamente após os períodos
de precipitação e só transportam escoamento superficial. A superfície freática encontra-se
sempre a um nível inferior ao do leito fluvial, não havendo, portanto a possibilidade de
escoamento de deflúvio subterrâneo.
Muitos rios possuem seções dos três tipos, dependendo da variação da estrutura
geológica ao longo de seu curso, o que torna difícil à catalogação destes rios por tipo. A
maioria dos grandes rios é perene, enquanto os rios definidos como efêmeros são
normalmente bastante pequenos.
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Área de Drenagem
É a área plana de uma bacia (projeção horizontal) inclusa entre seus divisores
topográficos. A área da bacia é o elemento básico para o cálculo das outras características
físicas. Normalmente é determinada por planimetria em mapas com escalas razoavelmente
grandes (1:50000) e expressa em km2 ou hectares.
Forma da Bacia
Kc = 0,28. P/ A
- Fator de Forma (Kf): É a relação entre a largura média e o comprimento axial da bacia.
Mede-se o comprimento da bacia (L) quando se segue o curso d’água mais longo desde a
desembocadura até a cabeceira mais distante na bacia. A largura média (Lm) é obtida
quando se divide a área pelo comprimento da bacia.
Kf = L’/L
Kf = A/L2
L’ = A/L
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Sistema de Drenagem
O sistema de drenagem de uma bacia é constituído pelo rio principal e seus
tributários, o estudo das ramificações e do desenvolvimento do sistema é importante, pois
indica a maior ou menor velocidade com que a água deixa a bacia hidrográfica.
- Ordem dos cursos de água: Reflete o grau de ramificação ou bifurcação dentro de uma
bacia. Diz-se de primeira ordem as correntes formadoras, ou seja, os pequenos canais que
não tenham tributários; quando dois canais de Primeira ordem se unem formam um
segmento de Segunda ordem. A junção de dois rios de Segunda ordem dá lugar à formação
de um rio de Terceira ordem, e assim, sucessivamente.
- Densidade de drenagem (Dd): É expresso pela relação entre o comprimento total dos
cursos d’água de uma bacia e a sua área total. Varia de 0,5 Km/Km² para as bacias de
drenagem pobre, a 3.5 ou mais, para bacias excepcionalmente bem drenadas.
Dd = L/A
Sin = L/Lt
- Declividade da Bacia: A declividade dos terrenos controla em boa parte a velocidade com
que se dá o escoamento superficial, afetando o tempo que leva a água da chuva para
concentrar-se nos leitos fluviais que constituem a rede de drenagem das bacias. A
magnitude dos picos de enchente e a maior ou a menor oportunidade de infiltração e
susceptibilidade para erosão dos solos dependem da rapidez com que ocorre o escoamento
sobre os terrenos da bacia.
L = KcA/1,12.[1+1 - (1.12/Kc)2
l = KcA/1,12.[1+1 - (1.12/Kc)2
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- A descarga anual cresce de montante para jusante à medida que cresce a área da bacia
hidrográfica.
- Em uma dada seção, as variações das vazões instantâneas são tanto maiores quanto menor
a área da bacia hidrográfica.
- Para uma mesma área de contribuição, as variações das vazões instantâneas serão tanto
maiores e dependerão tanto mais das chuvas de alta intensidade quanto: maior for a
declividade do terreno; menores forem as depressões retentoras de água; mais retilíneo for
o traçado e maior a declividade do curso de água; menor for a quantidade de água
infiltrada; menor for a área coberta por vegetação.
- O coeficiente de deflúvio relativo a uma dada precipitação será tanto maior quanto
menores forem as capacidades de infiltração e os volume de água interceptados pela
vegetação e obstáculos ou retidos nas depressões do terreno.
BIBLIOGRAFIA
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Universidade/UFRGS, 2000.
10. Textos fornecidos sobre tópicos específicos.
11. Apostila de Hidrologia e Drenagem, 2002.