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DOI: 10.5585/ExactaEP.v11n2.

4343 Artigos

Sistema de codificação e sua relação com


controle de projetos: um estudo de caso
Coding system and its relationship to project control: a case study

Elpidio Oscar Benitez Nara


Doutor em Gestão da Qualidade e Produtividade pela
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Professor do
Departamento de Engenharia de Produção na Universidade de
Santa Cruz do Sul – UNISC.
Santa Cruz do Sul, RS [Brasil]
elpidio@unisc.br

Jorge André Ribas Moraes


Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal
de Santa Catarina – UFSC, Professor do Departamento de
Engenharia de Produção na Universidade de Santa Cruz do
Sul – UNISC.
Santa Cruz do Sul, RS [Brasil]
Resumo
Liane Mahlmann Kipper A automatização com código de barras é uma forma bastante confortável
Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade de eliminar falhas de registros e de entrega de produto errado ao cliente,
Federal de Santa Catarina– UFSC, e Coordenadora do
Mestrado em Sistemas e Processos Industriais na Universidade
entre outras. Neste estudo, objetivou-se analisar o sistema de codificação
de Santa Cruz do Sul – UNISC. utilizado em uma empresa de tecnologia eletrônica, apresentar os principais
Santa Cruz do Sul, RS [Brasil] sistemas citados na literatura e propor alternativas de codificação para essa
organização. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, aliada à
João Carlos Furtado pesquisa-ação. Após análises, foram propostas duas alternativas: a primeira,
Doutor em Computação Aplicada pelo Instituto Nacional de
mais simples, com resultados no curto prazo, visando a resolver os pontos
Pesquisas Espaciais, Professor do Departamento de Ciências da mais problemáticos; e a segunda, alterando completamente o método, com
Computação na Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. mais onerosidade de recursos e tempo, entretanto, com a resolução de todos
Santa Cruz do Sul, RS [Brasil]
os problemas identificados. Concluiu-se que a modificação é um processo
com resultados no curto prazo e remanescência de alguns problemas, en-
André Luiz Emmel Silva quanto a substituição é uma opção mais complexa de implantação, todavia,
Mestre em Tecnologia Ambiental pela Universidade de melhor a longo prazo.
Santa Cruz do Sul – UNISC, Professor do Departamento de
Engenharia de Produção na Universidade de Santa Cruz do Palavras-chave: Codificação, Código de barras, Controle de projetos,
Sul – UNISC.
Santa Cruz do Sul, RS [Brasil]
Sistema de codificação decimal.

Fernanda Zinn Iserhard Abstract


Graduanda no curso de Engenharia Civil na Universidade de
Santa Cruz do Sul – UNISC. Automation with barcode is a fairly comfortable way to correct faults re-
Santa Cruz do Sul, RS [Brasil]
cords and delivery of wrong product to the customer, among others. This
study aimed to analyze the coding system used in a company of electronic
Fábio Hoffmann technology, show key systems cited in the literature and propose alternate
Graduando no curso de Engenharia de Produção na encoding for this organization. The methodology used was the literature
Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. research, combined with action research. After analysis, we proposed two
Santa Cruz do Sul, RS [Brasil]
alternatives: the first and simplest one yields results in the short term in order
to solve the most problematic points; and the second one, using a completely
different method, consumes more resources and time but solves all the
identified problems. We concluded that modification is a process that yields
short-term results but leaves some problems unresolved, while replacement,
although a more complex implementation, is better in the long-term.
Key words: Barcode, Decimal coding system, Encoding, Project control.

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Sistema de codificação e sua relação com controle de projetos: um estudo de caso

1 Introdução Costa (2007), o mundo de hoje exige tais sistemas


informatizados na melhoria da gestão relacionada
Ao longo dos anos, foram desenvolvidas fer- aos produtos, como quantidade produzida, prazo
ramentas e métodos para o acompanhamento de e atendimento aos pedidos, visando a reduzir os
processos, coleta de informações, tomada de de- custos e atender melhor o cliente.
cisões, identificação e tratamento de ocorrências, A solução descrita por Viana (2002) para
entre outras finalidades. Porém, antes mesmo do identificar com facilidade a grande variedade de
início da produção, é recomendável e, às vezes im- produtos é fazer uso de conjuntos de símbolos al-
prescindível, que a organização defina suas dire- fanuméricos ou numéricos – os códigos – que tra-
trizes, tais como infraestrutura, layout e sistema duzem as características dos materiais de forma
de codificação, por exemplo. Para Santos (2000b), racional, metódica e clara.
as empresas ainda sofrem com a quantidade de da- Quando há grande quantidade de itens, é bas-
dos apresentados em processos de tomada de de- tante complicado e confuso identificar todos pelo
cisão, por haver muitas informações irrelevantes, nome, marca, tamanho, etc. Para isso, devem-se
situação que pode ser amenizada com um sistema classificar os itens de forma racional. A classifica-
de codificação. ção é um processo de catalogação, simplificação,
Já durante a produção, uma diretriz, como especificação, normalização e padronização de
o sistema de codificação mal formulado, dificul- todos os materiais do estoque (CHIAVANETO,
ta a administração, a produção e até mesmo a re- 2005).
lação com os clientes, uma vez que estes podem, A empresa em estudo, fundada em 2003, atua
por exemplo, receber o produto incorreto devido à no ramo de tecnologia eletrônica, oferecendo pro-
falha de digitação de um código. A empresa deve dutos nos segmentos de informação e entreteni-
adotar uma estrutura com uma linguagem que fa- mento. Dentre os produtos com foco em informa-
cilite e organize os processos de comunicação in- ção, especialmente em eletrônica e software, estão
terna e entre o cliente e o fornecedor (DUARTE, sistemas de acesso a eventos, painéis informativos
2006). O objetivo deste trabalho é analisar o sis- para estádios, terminais de autoatendimento para
tema de codificação utilizado em uma empresa de organizações e sistemas de gerenciamento de filas.
tecnologia eletrônica, apresentar os principais sis- No ramo de entretenimento, os produtos são vol-
temas citados na literatura e propor alternativas tados ao lazer familiar e infantil, como pistas de
de codificação para essa organização. boliche e games.
O sistema de codificação é um componente Problemas relacionados à codificação vêm
fundamental para a gerência de estoques e sis- ocorrendo desde o nascimento da empresa, mas,
temas de administração de materiais, uma vez à vista de um processo de certificação de quali-
que seria difícil encontrar, controlar e rastrear dade, é importante que as soluções sejam encon-
um item sem código. O aumento da quantidade tradas. Entretanto, apesar de não ter efetuado
de materiais utilizados nas empresas e o crescen- pesquisa sobre o assunto, a direção da organi-
te número de novos produtos fizeram com que se zação analisada vê de forma dispendiosa uma
criasse uma linguagem única – obtida por meio da mudança profunda no modelo de codificação
classificação e codificação dos diversos materiais – interna de produtos. Dentre as principais falhas
que permite identificar, de forma inequívoca, cada apresentadas por esse método, citam-se a falta
diferente material (GONÇALVES, 2004). Para de informação de versão de determinado pro-

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NARA, E. O. B. et al. Artigos

jeto, o cadastramento equivocado de materiais, tável de informação, e de custo expressivamente


erros de digitação e falta de distinção entre pro- baixo (DIEHL, 2004).
dutos projetados e matéria-prima. O método de pesquisa-ação consiste na bus-
Ponderando essas considerações, propõe-se ca por informações sobre certo indivíduo, famí-
criar duas alternativas: a primeira, mais simples, lia, grupo ou comunidade para analisar diferentes
com expectativa de resultados no curto prazo e aspectos de sua vida (CERVO, 2007). Segundo
com finalidade de resolver os pontos mais proble- Santos (2000), este estudo utiliza-se de procedi-
máticos; e a segunda, alterando completamente o mentos padrões, porém, dentro de condições es-
método, com mais onerosidade de recursos e tem- pecíficas.
po, no entanto, com a resolução de todos os pro- Partindo desses princípios, inicialmente,
blemas identificados nesse trabalho. analisou-se a estrutura de codificação de produ-
O código atual de qualquer produto, seja tos de uma empresa de tecnologia eletrônica a fim
ele de terceiros, manufaturado internamente ou de identificar oportunidades de melhorias em seus
acabado para venda, é formado por oito dígitos
métodos. Em seguida, o assunto foi exaustivamen-
separados por pontos, após o primeiro e o segun-
te estudado e pesquisado em importantes fontes
do par, resultando na estrutura XX.00.0000. Na
bibliográficas e em modelos de codificação já exis-
Figura 1, o código de um produto exemplifica a
tentes. Na última etapa, formularam-se duas pro-
estrutura de codificação utilizada na empresa atu-
postas de sistemas de codificação.
almente.

3 Revisão teórica

Um dos fatores que mais interfere na quali-


dade da empresa é a forma com a qual as infor-
mações e os dados dos processos que ocorrem
Figura 1: Estrutura de codificação atual
dentro dela são classificados, pois classificá-los
de maneira precisa permite maior confiabilidade

2 Materiais e métodos nas decisões tomadas pelos setores dependentes


desses dados (RIBEIRO, 1997). A classificação
A metodologia utilizada para a concepção de materiais é realizada pela natureza específica
deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica, aliada de cada um deles, sendo uma ferramenta essencial
a uma pesquisa-ação. para o conhecimento de determinada área, que
A pesquisa bibliográfica é feita especial- possui como elemento construtivo a codificação
mente com auxílio de livros e artigos científi- de materiais que estabelece formas de representa-
cos, ou seja, com materiais já elaborados. Quase ção das diversas características do produto reali-
todos os estudos são submetidos a esse tipo de zado (SILVA, 2010). De acordo com Ingole et al.
trabalho, enquanto outros são desenvolvidos (2008), a classificação torna-se efetiva mediante
unicamente por meio de bases bibliográficas. boa informação e codificação de um produto que
Entre as vantagens no uso dessa metodologia influi diretamente no canal de distribuição e na
destaca-se o fato de ela ser uma fonte rica e es- propagação de informações para os usuários.

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Sistema de codificação e sua relação com controle de projetos: um estudo de caso

Viana (2002) diz que a codificação, constru- ções às demais partes do sistema, respondem às
ída a partir de uma análise dos materiais da em- consultas e geram relatórios.
presa, objetiva propiciar a requisição desses pelo
código no lugar de pela descrição, possibilitando 3.1 Sistemas de codificação mais
utilizar sistemas automatizados de controle, com usados
a finalidade de: Os sistemas de codificação mais utilizados
pelas empresas são o alfabético, o alfanumérico e
a) facilitar a comunicação interna na empresa o numérico e decimal. Sua escolha está condicio-
no que se refere a materiais e compras; nada a obtenção de uma codificação clara e pre-
b) evitar duplicidade de itens no estoque; cisa que não gere confusão e evite interpretações
c) permitir as atividades de gestão de estoques duvidosas a respeito do material.
e compras;
d) facilitar a padronização de materiais; • Sistema alfabético – é composto por um con-
junto de letras do alfabeto, suficiente para
e) tornar mais fácil o controle contábil dos
identificar o material. Apresenta limitações
estoques.
quanto à quantidade de itens, sendo de difícil
memorização, por isso, está caindo em desu-
Segundo Dias (1993, p. 189-190), a codifica-
so (DIAS, 1993).
ção trata de “[…] representar todas as informações
• Sistema alfanumérico – é uma combinação
necessárias, suficientes e desejadas por meio de
de letras e números, suportando um número
números e/ou letras […]”. Já para Messias (1979,
maior de itens, se comparado ao sistema alfa-
p. 87), a codificação “[…] consiste em ordenar os
bético, porém, menor do que o numérico ou
materiais da empresa segundo um plano metódico
decimal (DIAS, 1993).
e sistemático, dando a cada um deles um determi-
• Sistemas numérico e decimal – alguns autores
nado número.”
agrupam o sistema numérico e o decimal em
Criar um sistema de codificação claro e robus-
um só. Dias (1993) afirma que o sistema nu-
to, preferencialmente na formação da empresa, tem
mérico e decimal é o mais utilizado pelas em-
grande importância, uma vez que esse método de-
presas, apresentando grande amplitude e pos-
verá atender às necessidades por um longo período. sibilitando enormes variações. Costa (2002),
Sistemas de codificação mal elaborados tam- por sua vez, distingue o método numérico,
bém trazem dificuldades ao processo, bem como que é o simples uso de códigos formados por
aqueles confusos e extensos estão mais propensos a números, do sistema decimal. De acordo com
causar falhas. A automatização com código de bar- o autor, o método numérico serve como base
ras é uma forma bastante confortável de eliminar para o decimal, mas este último distingue-se,
problemas dessa natureza, evitando que erros de pois, além de utilizar números, identifica e
registros venham a ocorrer (BERTAGLIA, 2009). classifica os materiais de forma racional.
Os códigos também são a base para trans-
ferência de informações, sendo utilizados como 3.2 Sistemas desenvolvidos para
identificadores em toda a produção e armazena- entidades
mento. Moura (2008) relaciona-os com a alimen- Destacam-se os seguintes sistemas desenvol-
tação das bases de dados que fornecem informa- vidos para entidades:

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• Sistema de classificação de Dewey • Federal Supply Classification - FSC


Foi desenvolvido por Melville Louis Kossuth Esse sistema, criado pelo Departamento
Dewey, fundador da Associação dos Bibliotecários de Defesa dos Estados Unidos e estabelecido em
Norte-Americanos. De acordo com Francischini 1949, surgiu da grande dificuldade operacional
e Gurgel (2002), Dewey dividiu as obras relacio- com suprimento de materiais durante a Segunda
nadas ao conhecimento humano em dez grandes Guerra Mundial, uma vez que os vários órgãos de
grupos, abertos em subgrupos e seções, conforme defesa utilizavam sistemas de classificação pró-
mostra o exemplo da Tabela 1. prios. A adoção de um número único de estoque
Ele possibilitou, por meio de seu sistema, por meio de um sistema unificado de cataloga-
o acesso às publicações das grandes bibliote- ção de suprimentos possibilita que um item seja
cas com redução considerável do tempo de pes- encontrado em qualquer lugar da Administração
quisa, localização e atendimento aos usuários Federal (FRANCISCHINI; GURGEL, 2002).
(FERNANDES, 1981). Viana (2002) menciona que o FSC classifi-
Esse método é utilizado até os dias atuais ca, descreve e numera uniformemente os itens de
nas bibliotecas e é impresso nos próprios livros, suprimento de forma que possam ser encontrados
que contém um código, geralmente nas páginas em qualquer lugar do mundo onde atuam os ór-
iniciais. Gonçalves (2004), Francischini e Gurgel gãos do governo americano. Ainda, conforme o
(2002) e Fernandes (1981) dizem, ainda, que o autor, o FSC possui estrutura simples e flexível,
método de codificação de Dewey, apesar de criado permitindo seu uso em empresas, observando-se
para bibliotecas, deu origem, por intermédio de as adaptações necessárias.
adaptações, ao sistema decimal ou universal. O FSC é constituído por quatro algarismos,
divididos em dois pares que representam, respec-
Tabela 1: Sistema de Dewey com
tivamente, o grupo e subgrupo, como mostra a
desdobramento
SUBGRUPO SEÇÃO
Figura 2. A associação desses dois pares forma a
GRUPO (500 – Ciências classe, que compreende todo o universo de mate-
(540 – Química)
puras)
riais (FERNANDES, 1981).
000 – Obras 541 – Físico-
510 – Matemática
gerais química
542 – Laboratório e
100 – Filosofia 520 – Astronomia
equipamentos
543 – Química
200 – Religião 530 – Física
analítica geral
544 – Química
300 – Ciências
540 – Química analítica qualita-
sociais
tiva
550 – Ciências do 545 - Química ana-
400 – Linguística
solo lítica quantitativa
Figura 2: Estrutura do Federal Supply
500 – Ciências 560 – Paleonto- 546 – Química Classification
puras logia inorgânica
600 – Artes 547 – Química
aplicadas
570 – Antropologia
orgânica
Conforme Fernandes (1981), o grupo com-
700 – Artes/ porta os materiais que tem alguma relação entre
580 – Botânica 548 – Metalografia
recreações
si, possibilitando 99 variações. O subgrupo repre-
800 – Literatura 590 – Zoologia 549 – Mineralogia senta uma subdivisão dentro do grupo, juntando
900 – História  
itens que tem finalidade e características seme-
lhantes e possui igualmente 99 possibilidades.

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Sistema de codificação e sua relação com controle de projetos: um estudo de caso

• Federal Stock Number - FSN uma nova sequência a cada classe, o que aumenta
O Federal Stock Number é um sistema de a quantidade de números possíveis. Porém, para
codificação que faz parte do sistema federal de não cair em exagero de algarismos, o identificador
suprimentos dos Estados Unidos (GONÇALVES, pode ser reduzido, geralmente, para quatro dígitos.
2004). Ele é composto por 11 algarismos, sendo O número de algarismos que forma um siste-
estruturado conforme mostra a Figura 3. ma de codificação deve ser o menor possível a fim
de facilitar a sua utilização e evitar erros de trans-
crição e digitação (FERNANDES, 1981).

• GS1 / European Article Number - EAN


Segundo a EAN Brasil, citada por Francischini
e Gurgel (2002, p. 129), o sistema EAN “[…] é
Figura 3: Estrutura do Federal Stock Number um desenvolvimento global de padrão aberto mul-
tissetorial de identificação não significativa de
De acordo com Eddy e Arnett (2003), os produtos, serviços e locais, com o objetivo de pro-
quatro primeiros dígitos formam a classe e são mover a linguagem comum em negócios, interna-
originados do Federal Supply Classification. Os cionalmente […]”. O autor afirma que o código de
sete dígitos seguintes formam o número de iden- barra EAN é a forma de entrada de dados em sis-
tificação. Trata-se de um número sequencial e co- temas informatizados mais conhecida e tem como
dificado por um único órgão da Defense Logistics benefícios o baixo custo, a fácil utilização e a alta
Services. O décimo segundo será o dígito verifica- velocidade de captura de dados.
dor (VIANA, 2002). Os tipos de código de barras mais conheci-
Fernandes (1981) afirma que os sete dígitos dos são o EAN-8, EAN-13, EAN/UCC-14 e EAN-
podem servir como um número identificador ou 128. De acordo com a GS1 (2009), o código mais
um de série. No caso do FSN, o número é atri- utilizado para identificação de produtos no Brasil
buído sequencialmente, independentemente da e no mundo é o EAN-13, com 13 dígitos. A estru-
classe. Uma adaptação, segundo o autor, é iniciar tura desse código pode ser vista na Figura 4.

Código de Barras EAN-13 (padrão


EAN/UPC requerido
GTIN-13 exclusivo para para leitura óptica nos check-outs
cada item comercial, deve das lojas no varejo.
ser atribuído pelo detentor
da marca do produto.
Dígito verificador
Prefixo GS1 de empresa
licenciado pela GS1 Brasil Numeração de cada item
pode conter de 7 a 11 dígitos. comercial (varia sua capacidade
Essa definição ocorrerá no de combinações conforme o
momento da filiação da prefixo que a antecede).
empresa.

Figura 4: Estrutura do código GS1 EAN-13

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Tabela 2: Exemplo de estrutura dos grupos


3.3 Sistema de codificação
de um sistema de codificação decimal
decimal ou universal (resumido)
O sistema decimal, segundo Kuehne Número Dígito
Grupo Subgrupo
Identificador Verificador
(2008), é o mais utilizado pela facilidade de or-
01 – Disjuntor
denação sequencial de itens diversos e quando se
02 – Relé
busca a informatização do estoque. Por sua sim- 1 – Instalação
elétrica 03 –
plicidade e possibilidade de cadastramento de Transformador Dígito
uma grande quantidade de itens e informações, nn –… Número proveniente
sequencial de um cálculo
esse sistema é o mais usado pelas organizações 01 –
com determi- baseado
Compressor
(DIAS, 1993). Messias (1979) o recomenda por nado número nos dígitos
2 – Instalação 02 – Motor
de dígitos que formam
ser mais funcional que outros e pela facilidade pneumática
03 – Válvula criado para o grupo,
de inclusão de novos materiais. Genericamente, cada novo subgrupo
nn –…
é divido em três chaves, a saber: a primeira re- componente. e número
01 – Bomba identificador.
presenta o grupo; a segunda, o subgrupo, e a
3 – Instalação 02 – Motor
terceira, o número de identificação, comumente hidráulica 03 – Válvula
sequencial. Ao final, acrescenta-se um dígito ve- nn –…
rificador, valor obtido como consequência das
demais partes que formam o código. A Figura 5
mostra um exemplo da estrutura desse método Nesse caso, um relé seria codificado como
de codificação. sendo 1.04.0001-2; uma válvula pneumática,
2.03.0002-9, e uma bomba hidráulica, 3.01.0003-
9, considerando que esses sejam os primeiros itens
cadastrados e o número identificador possua qua-
tro dígitos.

• Grupo ou chave aglutinadora


Figura 5: Exemplo de estrutura de código Francischini e Gurgel (2002) afirmam que
para um sistema decimal a primeira chave, chamada de aglutinadora, é
responsável por identificar um grupo abran-
Ainda não há um plano de codificação pa- gente de materiais com características relati-
drão que sirva a qualquer organização, ou seja, vamente comuns. Em linha semelhante, Viana
cada uma deve desenvolver um sistema de acor- (2002) diz que essa chave divide o universo de
do com seu porte e particularidades (VIANA, materiais em grandes grupos, de acordo com o
2002). seu emprego.
Viana (2002) diz que após definida a estru-
tura do código, é preciso identificar os grupos de • Subgrupo ou chave individualizadora
materiais da empresa, as classes relacionadas a A segunda chave agrupa os diversos ma-
cada grupo e, finalmente, a sequência numérica. teriais em cada grupo (CHIAVENATO, 2005).
A Tabela 2 exemplifica como poderia ser Para Francischini e Gurgel (2002), a chave indi-
constituída essa divisão em uma empresa que tra- vidualizadora separa os materiais com caracterís-
balha com produtos de automação industrial. ticas semelhantes dentro de cada grupo.

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Sistema de codificação e sua relação com controle de projetos: um estudo de caso

7 8 9 1 0 0 0 1 5 4 1 0
x 1 3 1 3 1 3 1 3 1 3 1 3
• Número identificador 7 24 9 3 0 0 0 3 5 12 1 0 = 64

A terceira chave identifica cada item no sub-


grupo (FRANCISCHINI; GURGEL, 2002). Portanto, o dígito de controle é 6, e o códi-
go completo do exemplo, 789100015410 6. Costa
• Dígito verificador ou dígito de controle (2002) lembra, ainda, que se o somatório dos pro-
O dígito verificador, também conhecido dutos for igual a um múltiplo de 10, o dígito de
como dígito de controle, é uma ferramenta de se- controle será 0.
gurança constituída por um ou mais algarismos
adicionados ao código com o objetivo de evitar
que erros de digitação sejam aceitos pelo sistema 4 Resultados
(COSTA, 2002).
Entende-se que não há uma metodologia úni-
ca que convenha a todas as empresas. Ainda as-
De acordo com Moura (2008), se for solici-
sim, os métodos demonstrados servem como base
tado a uma pessoa escrever 30 códigos de cinco
e, a partir dessa, pode-se adequar o sistema às ne-
caracteres cada, certamente será encontrado pelo
cessidades de cada organização.
menos um erro, e 25% a 30% cometerão três ou
Conforme citado na justificativa, o objetivo é
mais erros. Para Banzato et al. (2003), erros de
propor duas alternativas. A primeira, com ajustes
movimentação podem ser diretamente quantifica-
no método atual, funcionando como uma solução
dos pelos custos de movimentações, estoque em
rápida que prolongaria a vida do sistema em mais
excesso, validade da matéria-prima, reembalagem
alguns anos com a resolução das principais difi-
e re-separação.
culdades. A segunda, sugerindo um método com-
Costa (2002) afirma que o método de cálcu-
pletamente diferente, baseado no sistema decimal,
lo do dígito verificador pode variar em conformi-
oferecendo maior segurança e sanando os proble-
dade com o sistema, com suas aplicações e com
mas detectados.
o tipo de código. O autor exemplifica o modelo
utilizado pelo sistema padrão de código de bar-
4.1 Adaptação do método atual
ras EAN (European Article Numbering) / UCC Considerando os problemas relatados, es-
(Uniform Code Council) – 13, para o código tudando as possibilidades e buscando alterar o
789100015410_?_, que será detalhado, a seguir. mínimo possível o atual sistema, a solução aqui
Abaixo de cada dígito, colocam-se os algaris- proposta é manter exatamente a mesma estrutu-
mos 3 e 1, alternadamente, iniciando pela direita ra em casos de produtos comprados de terceiros.
com o 3. Quando o produto for projetado pela empresa,
7 8 9 1 0 0 0 1 5 4 1 0 propõe-se adicionar um ponto ao final do códi-
1 3 1 3 1 3 1 3 1 3 1 3 go, seguido de mais dois dígitos, resultando na
estrutura XX.00.0000.00, conforme exposto na
Após, multiplicam-se os dígitos pelos algarismos e Figura 6, onde:
somam-se os produtos. O resultado é “70 - 64 =” Com a adição dos dois dígitos, seria mantido
diminuído do seu múltiplo de 10 imediatamente um histórico de projeto pelo controle de versões.
superior. Os dígitos finais, iniciando em “01”, seriam incre-

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NARA, E. O. B. et al. Artigos

ou substituições para acompanhar a evolução


tecnológica.
Como mencionado na revisão bibliográfica, é
aconselhável utilizar a menor quantidade de dígitos
na formulação de um sistema de codificação, obser-
vando, porém, que essa seja suficiente para atender
Figura 6: Estrutura de código da adaptação as necessidades atuais e futuras da empresa no que
do método atual se refere a segmentos e número de componentes.
A proposta recebeu influências do National
mentados a cada nova versão de desenho, manten- Stock Number, sistema conhecido pela sua ampli-
do sempre a versão anterior. Sendo possível, então, tude de possibilidades, no quesito da separação em
ter as versões “01”, “02”, “03”,…”nn”. Também grupos e subgrupos e adoção de código sequencial
haveria a possibilidade de diferenciar itens proje- único, indiferente às classes.
tados internamente de componentes comprados de O grupo é constituído de dois algarismos que,
terceiros. Esse recurso agilizaria a localização de de 01 a 49, representam componentes projetados
peças uma vez que direcionaria a busca à base de pela empresa, portanto, com desenho, e, de 50 a
dados específica. Em outras palavras, quando não 99, itens comerciais como componentes eletrôni-
houvesse os dois dígitos no final do código de um cos, mecânicos, etc. Isso se deve justamente para,
produto, seria possível determinar que esse com- observando uma longa lista de materiais, clarear
ponente não possui desenho técnico, ou seja, não a percepção do que é produzido pela empresa e
foi projetado pela empresa. do que é comprado comercialmente. Essa simples
observação direciona a busca ao servidor correto,
4.2 Criação de um novo método poupando tempo e trabalho.
A adoção, tanto do sistema alfabético quan- Enquanto isso, o subgrupo enquadra compo-
to do alfanumérico, atende as necessidades de al- nentes com finalidade semelhante, como parafu-
gumas empresas em diferentes ramos. Entretanto, sos, adesivos e resistores.
ao buscar um sistema robusto, dinâmico e perso- O dígito de versão é um algarismo adicio-
nalizável, a escolha acaba sendo pelo decimal ou nado ao código a fim de manter um histórico de
universal. alterações de projeto. Sabe-se que, até o momen-
Optou-se pelo método decimal ou universal, to, nenhum projeto sofreu mais de três alterações
pois, dentre as alternativas, é o que atende, da me- substanciais e, por isso, um dígito é suficiente para
lhor forma, o vasto leque de produtos projetados, guardar essa informação.
preenchendo as lacunas observadas pelo atual O dimensionamento do número identifica-
sistema. Também há de ressaltar-se que, como já dor se deu prevendo uma expansão da empresa e
mencionado, por ser o mais usado foi, assim, am- dos itens utilizados e resultou em seis dígitos que
plamente testado, demonstrando um bom nível de possibilitam o cadastramento de 999.999 itens.
confiabilidade. De forma semelhante aos grupos, o número iden-
No caso da empresa em estudo, o número tificador de 0 a 299.999, representa código de
de produtos é grande, devido ao uso de compo- projeto ou componente projetado e de 300.000 a
nentes mecânicos e, principalmente, eletrônicos, 999.999, matérias-primas e insumos. Um levan-
com grande variedade e constantes modificações tamento realizado na empresa apontou que, atu-

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Sistema de codificação e sua relação com controle de projetos: um estudo de caso

almente, existem cerca de 10 mil itens de projeto, recursos, cumpre a tarefa de resolver os princi-
e 15 mil de matéria-prima e insumos. O número pais problemas e poderia ser implantada de for-
identificador deve ser único para cada produto, ma imediata. Essa alternativa usa a base da es-
independentemente do grupo ou subgrupo. trutura atual de codificação, com adição de dois
Por fim, adicionou-se um dígito verificador dígitos que trazem, como principais benefícios,
baseado apenas no número identificador. O in- o controle de versões de projeto e a diferencia-
tuito é evitar que o dígito mude numa eventual ção de componentes projetados em relação aos
reclassificação do material para outro grupo ou itens de matéria-prima. A segunda alternativa é
subgrupo, ou mesmo uma alteração de versão de mais robusta, segura e estável; contudo, com al-
projeto. Para itens de matéria-prima, esse dígito terações mais profundas em sistemas de controle
será sempre zero. O cálculo utilizado foi baseado de estoques e produtos. O método é baseado nas
na codificação GS1/EAN-13. recomendações da bibliografia, em sistemas in-
A sugestão de estrutura de codificação, base- ternacionais e na observação de sistemas de codi-
ada na decimal, está exposta na Figura 7. ficação de outras empresas. Nele, é possível man-
ter um controle de versões de projeto facilmente
identificável pelo código, diferenciar um item de
projeto de um comercial e agrupá-los em áreas
afins e reduzir, com o uso do dígito verificador,
as chances de erro de digitação ou captação do
código. O número identificador, por sua vez,
formado por seis dígitos, garante um período de
emprego expressivo já que o atual método, com
Figura 7: Estrutura de código da criação de
um novo método quatro dígitos, ainda não apresenta saturação.
Pode-se dizer, portanto, que a modificação
é um processo com resultados no curto prazo e
5 Considerações finais remanescência de alguns problemas, enquanto a
substituição é uma opção mais complexa de im-
A empresa em estudo trabalha com diversos plantação, todavia melhor quando se vislumbra o
grupos de materiais entre ferragens, componen- longo prazo.
tes mecânicos, hidráulicos, pneumáticos, além de É importante lembrar que, independentemen-
eletrônicos, havendo ampla variedade de itens e te do método utilizado, o adiamento da adequa-
constante evolução tecnológica, o que implica em ção do sistema ocasiona o aumento no número de
seguidas atualizações ou substituições. Foi possí- produtos e projetos registrados no sistema antigo
vel verificar também, que esse tipo de organização e, portanto, no acúmulo de itens a ser corrigidos
trabalha fortemente com produtos personaliza- no futuro.
dos, acarretando em grande e crescente número
de projetos e, por conseguinte, desenhos.
Ao longo do trabalho foram apresentadas Agradecimento
duas alternativas de adequação do método de
codificação de produtos internos e de matéria- Os autores Liane Mählmann Kipper (orien-
prima. A primeira, simplificada, utiliza poucos tadora) e Fernanda Iserhard (aluna bolsista) agra-

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Recebido em 20 maio 2013 / aprovado em 21 ago. 2013

Para referenciar este texto


NARA, E. O. B. et al. Sistema de codificação e sua
relação com controle de projetos: um estudo de caso.
Exacta – EP, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 213-223, 2013.

Exacta – EP, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 213-223, 2013. 223

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