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WBA0825_v1.

APRENDIZAGEM EM FOCO

ENGENHARIA
REVERSA E
PROTOTIPAGEM
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Isabelle Simão
Leitura crítica: Guilherme Fernando Ribeiro

O estudo da disciplina de Engenharia Reversa e Prototipagem visa realizar


a introdução do aluno aos principais conceitos deste tema.

Inicialmente, abordaremos assuntos que envolvem as aplicações e


etapas sobre a Engenharia Reversa. Além disso, aspectos legais e
também a relação da Engenharia Reversa com a Indústria 4.0 serão
mencionados neste primeiro momento.

Em seguida, ainda, exploraremos os métodos e principais


equipamentos utilizados durante o processo de Engenharia Reversa,
bem como as etapas de aquisição de dados e, também, alguns
problemas operacionais existentes no processo.

Posteriormente, será estudado a relação da Engenharia Reversa com a


Prototipagem Rápida. As principais tecnologias de prototipagem e suas
aplicações são o tema central neste momento.

Por fim, discutiremos a relação dos processos de prototipagem rápida


junto ao desenvolvimento de produtos. Ademais, apresentaremos
os conceitos do ciclo de desenvolvimento de produtos, bem como
a definição de suas etapas, representação de produtos, técnicas de
obtenção das representações e a finalidade delas dentro do processo
de desenvolvimento de produtos.

Bons estudos!

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INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira


direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática
profissional. Vem conosco!

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 1

Engenharia Reversa:
Conceitos e aplicações
______________________________________________________________
Autoria: Isabelle Simão
Leitura crítica: Guilherme Fernando Ribeiro
DIRETO AO PONTO

A Engenharia Reversa é definida como a prática de estudar um


objeto existente para criar uma réplica ou um simples modelo do
objeto, contudo, isso não se trata de um conceito novo. É possível
afirmar que seu ciclo completo, considerando a medição até a
fabricação do modelo, é composto de cinco importantes estágios:
a medição tridimensional, a reconstrução da superfície, a
usinagem dos pontos digitalizados, a verificação da qualidade da
geometria e a interface para protótipo conforme ilustra a figura a
seguir (AVIZ, 2010).

Figura 1 – Ciclo da Engenharia Reversa

Fonte: adaptada de Aviz (2010).

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O que vem se transformando nos últimos anos é a existência
de uma gama impressionante de tecnologias disponibilizadas
aos preços acessíveis. O leque de aplicações das ferramentas e
técnicas de Engenharia Reversa é igualmente ampla:

• Capturar a forma de uma peça existente, possivelmente


obsoleta, para que uma peça de reposição possa ser fabricada,
corrigida ou, até mesmo, um novo modelo seja criado.

• Inspecionar objetos, modelos, produtos e, até mesmo, corpos


de prova.

• Captura da geometria de uma fábrica existente ou planta de


processo.

• Medição de desgaste de ferramentais.

Na indústria, essa lista de aplicações parece interminável, além


disso, existem aplicações na medicina, como design e fabricação
de próteses, arqueologia, animação, engenharia civil, naval e
muitas outras áreas.

Nos últimos anos, diversas técnicas de Engenharia Reversa foram


desenvolvidas para converter dados de nuvem de pontos, obtidos
por meio de digitalização em modelos CAD. Esses modelos CAD
podem ser usados para fabricação por métodos convencionais
de remoção de material, como o fresamento, por exemplo, ou
métodos de adição de material, isto é, prototipagem rápida.
Nesse caso, o modelo CAD no formato STL (abreviatura da
palavra Stereolithography) é primeiramente dividido em camadas
2D. A eficiência e a precisão da fabricação estão relacionadas
à espessura das camadas e, também, outros parâmetros de
processo.

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Existem diversos estudos e pesquisas sobre o desenvolvimento
de técnicas de fatiamento para determinar o número mínimo de
camadas necessárias sob um erro de forma permitido, ou seja,
estudos ligados à influência de parâmetros de processo. Ao usar
prototipagem rápida para fabricar uma peça com base em seus
dados de nuvem de pontos, o erro de forma obtido na peça fabricada,
dificilmente poderá ser controlado de forma eficaz. Nesse caso, o
processo de modelagem por engenharia reversa e o processo de
fatiamento devem ser integrados (RAJA; FERNANDES, 2008).

Referências
AVIZ, D. Estudo da técnica de engenharia reversa para construção de
geometrias complexas focando erros de forma e métodos de digitalização
geométrica. 2010. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Sociedade
Educacional de Santa Catarina, Joinville, 2010.
RAJA, V.; FERNANDES, K. J. Reverse engineering – an industrial perspective.
Londres: Springe, 2008.

PARA SABER MAIS

A Engenharia Reversa é utilizada de diversas maneiras e vem


demonstrando grandes benefícios em aplicações voltadas à área
médica, como no planejamento cirúrgico, implantes, criação de
próteses, estudo da anatomia, entre outros.

O rápido desenvolvimento tecnológico proporcionou um avanço


expressivo dos sistemas CAD que envolvem a obtenção de projetos
(protótipos virtuais) auxiliado por computador. A integração
da tecnologia CAD à Imaginologia amplia as possibilidades de
manipulação das imagens virtuais de estruturas anatômicas. As
informações obtidas a partir de tomografia computadorizada,
ressonância magnética ou ultrasonografia podem ser transferidos
para softwares especiais de computação gráfica do sistema CAD,
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que executam o processamento das informações. Além disso, a
tomografia computadorizada pode assumir o papel da digitalização
da região que se pretende criar. Nesse caso, segundo Lima (2003),
necessita-se utilizar um software específico para a área médica,
para que as camadas criadas pelo sistema de tomografia se
mantenham sobrepostas e possam gerar uma malha triangular. A
fim de melhorar ainda mais o diagnóstico e o plano de tratamento,
as imagens geradas no computador podem ser exportadas para
estações de biomodelagem ou prototipagem rápida e fabricados
biomodelos sólidos, ou seja, peças reais (SILVA, 2005).

Ademais, a Engenharia Reversa está inserida no processo de


construção de implantes dentários. Para exemplificar esse fato,
pode-se citar a digitalização da forma geometria de um dente. Nesse
caso, necessita-se de um scanner específico para procedimentos
odontológicos, o qual permite realizar uma cópia do dente. É
possível, inclusive, realizar o mapeamento dos dentes, coletando
diversas informações que podem ser utilizadas no processo de
construção do implante (LIMA, 2003).

Referências
LIMA, C. B. S. Engenharia Reversa e Prototipagem Rápida – Estudo de
Casos. 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 2003.
SILVA, A. C. Uma Sistemática para Garantia da Qualidade Metrológica
Aplicada em Ambiente Industrial. Dissertação de Mestrado, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.

TEORIA EM PRÁTICA

A crescente busca pela competitividade, que visa a permanência das


empresas no mercado, traz resultados em que a oferta de produtos

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e serviços podem ser realizadas a custos e prazos decrescentes e
qualidade assegurada.

Para prolongar o ciclo de vida de produtos com boa aceitação,


pode-se acrescentar modificações nos produtos, a fim de alcançar
novos mercados. Para isso, se faz necessário a duplicação de
moldes e matrizes, então, para que possam continuar atendendo
as necessidades dos clientes. Entretanto, é muito comum que a
documentação desses moldes esteja desatualizada, principalmente
devido a alterações manuais realizadas no dia a dia. Nesses casos,
a Engenharia Reversa se mostra um recurso muito importante
para a recuperação desses ferramentais que necessitam retornar à
produção rapidamente.

Imagine-se em uma indústria automobilística onde alguns modelos


de carros com mais de trinta anos tiveram seus ferramentais
construídos artesanalmente, com pouca documentação eletrônica
computacional e você precisa continuar produzindo peças,
entretanto, um dos ferramentais foi danificado. Vamos praticar
um pouco de Engenharia Reversa? Escolha um objeto de sua casa,
pode ser um brinquedo ou, até mesmo, um aparelho eletrônico
que esteja estragado/danificado, algo que você possa desmontar,
assim poderemos partir de um modelo já existente e descobrir
o que há por dentro, seus componentes e, por fim, praticar um
pouco de reconstrução. Reflita sobre como organizar os passos e
descreva quais etapas você precisará percorrer para a utilização da
Engenharia Reversa nesse contexto.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

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LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O artigo científico indicado teve como objetivo realizar um experimento


utilizando superfície livre e complexa para construção de modelo CAD
por meio da técnica de Engenharia Reversa, procurando descrever as
etapas do processo.

SHIOU, F. J.; LIN, Y. F.; CHANG, K. H. Determination of the Optimal


Parameters for Freeform Surface Measurement and Data Processing
in Reverse Engineering. The International Journal of Advanced
Manufacturing Technology, [s. l.], v. 21, ed. 9, p. 678-690, 2003.

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Indicação 2

O artigo científico indicado teve como objetivo apresentar uma


abordagem de projeto integrado para o desenvolvimento de produto
de uma peça quebrada, utilizando sistemas de Engenharia Reversa
para infundir características ágeis no projeto e desenvolvimento
proposto.

FAHRAZ, A.; CHOWDARY, B. V.; GONZALES, L. An integrated design


approach for rapid product development: A case study through
application of reverse engineering, re-engineering and fast prototyping
tools. Journal of Engineering, Design and Technology, [s. l.], v. 11, ed.
2, p. 178-189, 2013.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da
questão.

1. Reproduzir um objeto físico para que ele possa se transformar


em um modelo digital, ou também chamado modelo
matemático, caracteriza-se pelo processo de Engenharia Reversa.
Nesse contexto, pode-se afirmar que são três as etapas que
compreendem a Engenharia Reversa.

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Assinale a alternativa que descrevem corretamente as etapas
citadas.

a. Digitalização, fabricação da peça e criação das seções.


b. Confecção do modelo CAD, criação das seções e fabricação.
c. Criação das seções, modelo CAD e digitalização.
d. Digitalização, criação das seções e confecção do modelo CAD.
e. Digitalização, criação das seções e prototipagem rápida.

2. Criar novos objetos ou melhorá-los, inspecionar e documentar


produtos são algumas das várias aplicações da Engenharia
Reversa na indústria.
Assinale a alternativa que não descreve corretamente algumas
dessas aplicações.

a. Criação de um objeto novo: ocorre com a concepção de um novo


item a partir de um objeto já existente.
b. Inspeção de um produto: o projetista inspeciona o produto
visualmente e relata se está qualificado ou não.
c. Correção de um modelo: a engenharia reversa possibilita por
meio de diversas ferramentas e facilita a confecção de um novo
modelo, corrigindo detalhes com problemas, fora do dimensional
ou danificados, por exemplo.
d. Reprodução de um modelo já existente: possibilidade de
reproduzir fielmente todas as características de uma peça,
auxiliando na confecção de um novo modelo.
e. Recuperação de documentação: quando as informações de
um projeto se encontram perdidas, ou danificadas ou até
mesmo inacabadas. Por meio da Engenharia Reversa e de suas
tecnologias é possível refazer todos esses processos.

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GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: O primeiro passo ocorre com a digitalização de um
modelo físico através de qualquer tecnologia para assegurar a
informação da geometria na forma de pontos tridimensionais. Em
seguida, estes pontos são segmentados em seções para posterior
alimentação e confecção em uma ferramenta CAD para dar
origem ao modelo.
As demais alternativas são incorretas, pois apresentam a ordem
das etapas invertidas e com definições alteradas.
Questão 2 - Resposta B
Resolução: A aplicação definida pela inspeção de um produto
ocorre quando o arquivo resultante da digitalização é sobreposto
e comparado com o arquivo CAD, arquivo 3D da peça física, com
as medidas reais. Com a inspeção é possível encontrar erros
dimensionais e verificar possíveis desgastes do objeto medido,
grande ferramenta dentro dos processos produtivos.
As demais alternativas descrevem suas respectivas aplicações
corretamente.

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 2

Métodos e Equipamentos na
Engenharia Reversa
______________________________________________________________
Autoria: Isabelle Simão
Leitura crítica: Guilherme Fernando Ribeiro
DIRETO AO PONTO

Os métodos de digitalização estão em constante evolução. A


digitalização está relacionada a captura de informações coletadas
a partir de uma superfície física, cujo sistema de coordenadas
cartesianas está referenciado.

Contudo, diferentes digitalizadores são capazes de capturar


diferentes parâmetros tais como: pontos, cor, temperatura e,
também, inclinação.

Há diversas tecnologias disponíveis para digitalização sendo


comercializadas. Essas tecnologias, por sua vez, são classificadas
pelo seu princípio de funcionamento: com contato e sem contato.

Na digitalização por meio de contato com o modelo, um apalpador


toca o produto e copia o seu perfil. Já na aquisição sem contato,
o sensor seja ele óptico ou por luz, são projetados em direção a
superfície e copiam a superfície, conforme ilustra a figura a seguir.

Figura 1 – Digitalização com contato (a) e sem contato (b)

Fonte: adaptada de Wimpenny, Kobbelt e Botsch (2009 apud AVIZ, 2010).

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Atualmente, vários equipamentos voltados para a digitalização
com e sem contato são oferecidos pelo mercado em questão.
Algumas máquinas de fresamento CNC (Comando Numérico
Computadorizado) de três eixos, por exemplo, permitem a utilização
de um apalpador para algumas medições durante a trajetória de
manufatura.

Os equipamentos articulados ou braços articulados de medição


utilizam encoders para informar a posição de um apalpador
no espaço tridimensional. Esse trabalho de digitalização é
inteiramente manual e o volume de medição dos braços é do tipo
esférico. Algumas das vantagens de escolher este método é o fácil
deslocamento, portabilidade e menor custo em relação aos outros
equipamentos de digitalização.

As máquinas de medição por coordenadas, em relação a outros


métodos, são equipamentos mais antigos utilizados para
digitalização de forma manual ou, então, por meio de programação.
Trata-se de equipamento muito precisos, porém, para garantia
de pequenas incertezas, eles devem funcionar em ambiente
climatizados e controlados.

Quanto a categoria de digitalização sem contato, o princípio é


o mesmo, o que muda é a tecnologia para realizar a aquisição
que passa a ser mais avançada, conforme Figura 2. A forma
como os dados aquisitados são calculados podem ser através
de triangulação, time-of-flight, interferometria ou, até mesmo,
algoritmos de processamento de imagem.

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Figura 2 - Classificação das tecnologias sem contato

Fonte: adaptada de Aviz (2010).

Referências

AVIZ, D. Estudo da técnica de engenharia reversa para


construção de geometrias complexas focando erros de forma
e métodos de digitalização geométrica. 2010. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Mecânica) – Sociedade Educacional de
Santa Catarina, Joinville, 2010.
WIMPENNY, M.; KOBBELT, L.; BOTSCH, M. An interactive approach to
point cloud triangulation. Internacional Journal of Measurement,
[s. l.], v. 39, p. 724-737, 2009.

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PARA SABER MAIS

Você sabia que a escultura David, de Michelangelo, ganhou uma


réplica em tamanho real inteiramente construída por impressão
3D, passando pelo processo de Engenharia Reversa e sendo
digitalizada por equipamentos tecnológicos?

Exatamente! Uma equipe constituída por engenheiros, técnicos,


artesãos e restauradores se reuniram para tratar da “mais
avançada tecnologia atual” para construir uma réplica exata da
estátua.

Primeiramente, a escultura passou pelo processo de digitalização


utilizando scanners a laser e demais instrumentos industriais
de medição para auxiliar na aquisição da geometria única e
complexa e obter a resolução mais fiel possível. Em seguida, os
dados foram processados em ferramenta CAD (Computer Aided
Design), em que algumas falhas oriundas da peça bastante antiga
forma suavizadas e, consequentemente, enviado para impressão
3D. A manufatura selecionada para esse trabalho foi a impressão
a partir de resinas e outros materiais considerados inovadores,
mas não divulgados. A peça ainda passou por um procedimento
de polimento utilizando máquina e, posteriormente, um
polimento manual. A finalização ficou por conta dos próprios
restauradores adicionando outros detalhes.

Em outros momentos, a escultura de David já tivera passado


por Engenharia Reversa, porém para reprodução de peças em
escala menor, pela Universidade de Stanford. Entretanto, essa
foi a primeira vez que a escultura passou pelo processo com o
objetivo de reprodução fiel, além de representar ao mundo o real
significado da tecnologia.

18
Referências
CAPUANO, A. David, de Michelangelo, ganhará réplica 3D em tamanho real,
revista digital. Veja Abril, 1 out. 2020. Acesso em: https://veja.abril.com.br/
cultura/david-de-michelangelo-ganhara-impressao-3d-em-tamanho-real/.
Acesso em: 24 ago. 2021.

TEORIA EM PRÁTICA

A Engenharia Reversa tem sido bastante utilizada em aplicações


voltadas para fabricação de peças de aviões, sobretudo a etapa
de digitalização. Não somente para aeronaves mais antigas, mas
também para desenvolvimento e estudo de peças de aviões mais
atuais.

Em situações como essa, a Engenharia Reversa permite não apenas


recriar peças digitais, e sim reunir informações suficientes para que
se possa realizar a remanufatura de diversos modelos. É comum
quando um avião “multimilionário” está encostado, sem poder voar,
necessitando de reparos rápidos e de qualidade não duvidosa.
Nesse cenário, os scanners a laser estão inseridos, oferecendo
exatamente esse tipo de recurso.

Portanto, imagine-se em uma indústria de aviões onde um avião


civil está parado necessitando de reparos, referente a uma peça
específica que se concentra na asa da aeronave. Para isso, você
precisará utilizar a mesma peça de um avião igual e que não
apresenta problemas. O que fazer? Reflita sobre como planejar as
etapas de digitalização, quais tecnologias utilizar nesse contexto de
reconstrução. Descreva quais etapas você precisará percorrer para
que o avião continue atuando.

19
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O artigo científico indicado teve como objetivo descobrir e entender o


problema de compensação do laser de linha 3D para digitalizações, a
fim de obter maior precisão nos exercícios de inspeção.

XI, F.; LIU, Y.; FENG, H. Y. Error Compensation for Three-Dimensional


Line Laser Scanning Data. The International Journal of Advanced
Manufacturing Technology, Heidelberg, v. 18, Ed. 3, pp 211-216, 2001.

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Indicação 2

O artigo científico indicado teve como objetivo analisar os efeitos


de alguns fatores de digitalização que podem afetar o processo de
medição ao utilizar scanner a laser 3D de triangulação comercial.

GERBINO, S. et al. On the influence of scanning factors on the laser


scanner-based 3D inspection process. The International Journal of
Advanced Manufacturing Technology, Heidelberg, v. 84, ed. 9-12, p.
1787-1799, 2016.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da
questão.

1. Como são classificadas as tecnologias disponíveis para


digitalização de peças na Engenharia Reversa?

a. A partir da demanda de digitalização existente.


b. São classificadas a partir do preço dos equipamentos
comercializados.
c. Pelo número de série dos equipamentos.
d. Pelo princípio de funcionamento: contato e sem contato.
e. Pelo princípio da máquina de medição por coordenadas.
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2. Sobre as tecnologias de medição sem contato, assinale a
alternativa incorreta.

a. As tecnologias ópticas fazem parte do grupo reflexivo.


b. A classificação dos equipamentos sem contato é baseada
na tecnologia para realizar a aquisição que passa a ser mais
avançada e no processamento do sensor.
c. A aquisição sem contato compreende equipamentos mais
recentes, avançados e tecnológicos.
d. Os equipamentos de Tomografia computadorizada e de
Ressonância magnética fazem parte do grupo transmissivo.
e. Os equipamentos ópticos fazem parte do grupo transmissivos.

GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: De maneira geral, as tecnologias são classificadas
a partir do princípio de funcionamento, nesse caso, duas
categorias: com contato e sem contato. Na primeira, há contato
do apalpador digitalizador com a peça física. Na segunda
situação, os métodos avançados não utilizam contato com o
objeto medido.
As demais alternativas são incorretas pois não se inserem no
contexto da pergunta.
Questão 2 - Resposta E
Resolução: Fazem parte do grupo de tecnologias ópticas os
métodos de triangulação, luz estruturada, time os flight e
fotogrametria.
As demais alternativas são verdadeiras.

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 3

Prototipagem Rápida
______________________________________________________________
Autoria: Isabelle Simão
Leitura crítica: Guilherme Fernando Ribeiro
DIRETO AO PONTO

A Prototipagem Rápida, também conhecida pela sigla RP (Rapid


Prototyping), está relacionada ao agrupamento de tecnologias que
possibilitam a fabricação rápida (em relação aos outros processos
convencionais como a usinagem) de modelos de engenharia e na
qual as peças são fabricadas por um processo de adição de material
sólido. Alguns autores relacionam a prototipagem como sendo o
processo de menor tempo possível de execução aliado ao CAD. A
prototipagem integra diferentes tecnologias como, por exemplo,
fotoquímica e o laser, à computação gráfica, a partir de arquivos
CAD ou tomografias computadorizadas e, até mesmo, imagens de
ressonância magnética para criar modelos 3D (AJATA, 2012).

O termo Prototipagem Rápida tem evoluído, assim como as


tecnologias que representam o processo. Nesse contexto, algumas
entidades como a ASTM, nos Estados Unidos e a VDI, na Alemanha,
sugeriram utilizar o termo Manufatura Aditiva afirmando ser mais
apropriado, visto que as tecnologias empregadas não são aplicadas
somente na construção de protótipos e sim em diversos setores
industriais (LIMA, 2003).

O princípio de funcionamento das tecnologias é sempre o mesmo:


produção e união de camadas para formar uma peça. As camadas
são formadas em um plano bidimensional x-y e uma terceira
dimensão representa a camada adicionada sobre a anterior. Por
meio da Figura 1 é possível observar um esquema da geração do
modelo físico, a partir de um modelo virtual em um arquivo CAD
(AJATA, 2012).

24
Figura 1 – Geração de objeto em prototipagem rápida

Fonte: adaptado de Ajata (2012).

O fluxo do processo se inicia com a ideia do produto, seja ele como


modelo físico para, primeiramente, realizar a digitalização ou como o
arquivo digital modelado em um arquivo CAD. A seguir, os modelos
digitais são fatiados em seções transversais e, posteriormente,
reproduzidos camada por camada em processos automatizados
de manufatura. As espessuras das camadas variam conforme
preestabelecida via software, dentro de um range específico para
cada tecnologia, em seguida, o modelo é enviado para a máquina e
inicia-se o processo de fabricação (AJATA, 2012).

As aplicações da Prototipagem Rápida são bastante amplas, de


modo a abranger desde os seguimentos automotivo, aeroespacial,
biomédico, design e arquitetura e, até mesmo, na fabricação de
ferramentais, matrizes e moldes diversos (SIMÃO, 2019).

25
De modo geral, a ASTM vem classificando a manufatura aditiva em
sete categorias, conforme apresentado no quadro a seguir, cuja
diferença entre os processos é a tecnologia empregada para cada
modelo de fabricação (SIMÃO, 2019).

Quadro 1 - Resumo das principais tecnologias de RP

Categoria Processo/Tecnologia Material

Resinas curáveis por


Fotopolimerização Estereolitografia (SL). UV, ceras e materiais
cerâmicos.

Modelação por Jato Resinas curáveis por


Jato de Material
Múltiplo (MJM). UV e ceras.

Compósitos, polímeros,
Jato ligante 3D Printing (3DP).
cerâmicos e metais.

Modelação por extrusão de


Extrusão de material Termoplásticos e ceras.
Plástico (FDM).

Sinterização Seletiva a
Termoplásticos e metais.
Laser (SLS).

Fusão em camadas Fusão Seletiva a


Metais.
de pó Laser (SLM).

Fusão por Feixe de


Metais.
Elétrons (EBM).

Fabricação de Objetos por Papel, metais e


Laminação de Folhas
camadas (LOM). termoplásticos.

Deposição de Metal a Laser


Metais.
(LMD/LENS).
Deposição de energia direta
Fabrico Aditivo por Feixe
Metais.
de Elétrons (EBAM).

Fonte: adaptada de Mattos (2019).

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Referências
AJATA, F. Análise de equipamento protótipo de sinterização a laser para
a fabricação de peças poliméricas com gradação funcional de material.
2012. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Universidade Federal
de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
LIMA, C. B. S. Engenharia Reversa e Prototipagem Rápida – Estudo de
Casos. 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 2003.
SIMÃO, I. Utilização de peças padrão para avaliação de erros geométricos
gerados em processos de fusão seletiva a laser. 2019. Dissertação (Mestrado
em Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Joinville,
2019.

PARA SABER MAIS

Você já ouviu falar em bioimpressão? Ou biofabricação? A bioimpressão


é uma ramificação da biofabricação e está relacionada a aplicação de
tecnologias de prototipagem rápida e da fabricação aditiva em tecidos
ou órgão artificiais.

Exatamente! São muitos desafios para a área da medicina


reconstrutiva, mas uma nova técnica desenvolvida na Universidade de
Buffalo nos EUA, que utilizou a estereolitografia (impressão a base de
resina) para impressão rápida de modelos em hidrogel na escala de
centímetros.

Segundo o professor e coautor do projeto Ruogang Zhao, a ideia era


desenvolver uma técnica a fim de salvar inúmeras vidas que acabam se
perdendo devido à falta de doadores e, principalmente, de órgãos.

O material utilizado na pesquisa foi o hidrogel, um material bastante


conhecido e utilizado na produção de lentes de contato ou como
suporte nas engenharias dos tecidos. A técnica desenvolvida busca
reduzir problemas e danos biológicos gerados no processo de
impressão, por meio da impressão mais rápida. Além disso, alguns
27
métodos convencionais de impressão geram deformações ou lesões
celulares, o que segundo os pesquisadores foi outro objetivo superado.

Ainda há muitas barreiras quando o assunto é medicina, mas também


há muito desejo para o avanço de pesquisas e investimentos em
tecnologias de bioimpressão 3D. As demandas por órgãos para
transplantes são infinitas, temos filas de pessoas à espera aumentando,
e a bioimpressão 3D pode atuar nessa vertente, como também com
tecidos e órgãos artificiais para fins não terapêuticos.

Será que estamos próximos de imprimir tecidos e órgãos?

Referências
RIGUES, R. Nova técnica permite impressão rápida de órgãos em 3D. Olhar
Digital, 2021. Disponível em: Nova técnica permite a impressão rápida de
órgãos em 3D - Olhar Digital. Acesso em: 24 maio 2021.

TEORIA EM PRÁTICA

O Processo de Desenvolvimento de Produtos é o modo como as


etapas das atividades do projeto são efetuadas. Nesse contexto,
planejar o produto é também primordial e refere-se ao processo de
desenvolver uma programação de como serão alocados os recursos
de projeto, sejam recursos humanos, tempo e, também, monetários.
Ao final dessa programação, um time de projeto é delineado e
composto por várias especialidades, como engenheiros, gerente,
técnicos, desenhistas, marketing e, até mesmo, estagiários. Assim, por
meio de uma boa equipe multifuncional, as ideias mais promissoras
darão origem a proposta de produto.

Imagine-se trabalhando em uma equipe de projetos que necessita


desenvolver um protótipo específico e necessita demonstra-lo para

28
avaliação física perante seus clientes. Reflita sobre como planejar as
etapas do desenvolvimento desse estudo. Quais métodos utilizar?
Quais tecnologias e equipamentos utilizar. Descreva quais etapas você
precisará percorrer para que o cliente visualize o produto final.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O artigo científico indicado teve como objetivo propor um método


automático e direto de manipulação de parâmetros globais, a partir

29
de um modelo de malha STL de um objeto com característica de
parede fina (espessura) para prototipagem e simulação.

ADHIKARY, N.; GURUMOORTHY, B. Direct global editing of STL mesh


model for product design and rapid prototyping. Rapid Prototyping
Journal, Bangalore, v. 23, ed. 4, p. 781-795, 2017.

Indicação 2

O artigo científico indicado teve como objetivo apresentar como


obter uma peça complexa por meio da prototipagem rápida, usando
tecnologia de modelagem por deposição fundida e verificação por
digitalização 3D, por meio de um estudo de caso para um impulsor
de bomba.

STANASEL, I. BUIDOS, T. CRACIUN, D. Rapid prototyping technology


and 3d scanning verification - Case study. Nonconventional
Technologies Review, Romania, v. 21, ed. 1, 2017.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

30
1. Quais são as principais etapas da Prototipagem Rápida?

a. Construção do modelo CAD, digitalização, reconstrução do


modelo digitalizado e impressão 3D.
b. Construção do modelo CAD, fatiamento digital, construção das
camadas e modelo físico.
c. Fatiamento digital, modelamento CAD, construção das
camadas e fabricação.
d. Construção CAD e manufatura.
e. Digitalização e manufatura.

2. Sobre o conceito de Prototipagem Rápida, assinale a


alternativa incorreta.

a. A prototipagem é também definida como Manufatura Aditiva.


b. A Prototipagem integra diferentes tecnologias, como a
fotoquímica e o laser.
c. Na PR as peças são fabricadas por um processo adição de
material sólido.
d. O termo rápido está relacionado ao tempo que o produto final
leva para entrar no mercado.
e. A PR é definida como várias tecnologias que possibilitam a
fabricação a partir de modelos matemáticos.

GABARITO

Questão 1 - Resposta B
Resolução: Inicialmente, o modelo digital sai do software CAD,
é fatiado em seções transversais, as camadas são construídas
no equipamento de fabricação e, finalmente, obtém-se o
modelo físico.

31
As demais alternativas são incorretas, pois estão com a ordem
das palavras trocadas e definições que não estão inseridos nas
etapas de RP.
Questão 2 - Resposta D
Resolução: O termo “rápido” está associado ao tempo
de fabricação de peças, comparado a outros processos
convencionais como, por exemplo, o fresamento e o
torneamento.
As demais alternativas são verdadeiras.

32
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 4

Prototipagem e o Desenvolvimento
de Produto
______________________________________________________________
Autoria: Isabelle Simão
Leitura crítica: Guilherme Fernando Ribeiro
DIRETO AO PONTO

O desenvolvimento de um novo produto está relacionado ao


processo composto por diversas atividades e fases que se
estendem desde a criação da ideia até a entrega final, com todas as
informações correspondentes ao produto já capaz de ser fabricado.
A criação de um protótipo compreende uma importante etapa.
Esse pode ser definido como um modelo da ideia ou, até mesmo,
uma versão preliminar do produto e que assim pode ser testado e
validado pelas equipes de projeto para ser enviado para a fabricação
final (VOLPATO, 2006).

A integração das fases de projeto de produto com o projeto do


processo que o produz traz grandes benefícios, os quais estão
relacionados principalmente com a redução de tempo de algumas
atividades do projeto, desde a elaboração do conceito até a sua
introdução ao mercado (Figura 1). Ser capaz de identificar e de
resolver os problemas encontrados no início do processo de
desenvolvimento de produto resulta em diminuição de custos.
Nesse sentido, as tecnologias de Prototipagem Rápida se fazem
promissoras, pois permitem a fabricação de modelos físicos dos
produtos e que consequentemente auxiliam as equipes nas decisões
em várias fases, antes mesmo da conclusão do projeto (VOLPATO,
2006; ROZENFELD, 2006).

34
Figura 1 - Fases do PDP

Fonte: adaptada de Volpato (2006).

O processo de Prototipagem Rápida está intimamente ligado as várias


etapas de um projeto (conceitual, planejamento, implementação e
conclusão) devido as suas diversas aplicações, como: integração de
equipes e pessoas, aprendizagem de todos os envolvidos e nos marcos
de projeto. Adicionalmente, em todas as etapas de projeto onde se
utiliza qualquer tecnologia de prototipagem, ganhos e experiências são
traduzidos em informações que nortearão as equipes de projeto para
incrementos e melhorias (VOLPATO, 2006).

Logo, por meio das representações visuais, as quais abrangem desde


descrições mais amplas do objeto pelos esboços e rascunhos até
projeções mais detalhadas e refinadas e que auxiliarão nas instruções
para montagem do item em desenvolvimento. Volpato (2006) descreve
diferentes métodos para realizar as representações no PDP (Processo
de Desenvolvimento de Produto):

35
• Maquete: bastante utilizado em trabalhos arquitetônicos, elas
podem ser classificadas como experimentais, analógicas e
didáticas.

• Modelos Volumétricos: uma espécie de rascunho tridimensional


onde utilizam-se materiais mais em conta e desprendem-se de
confecções mais simplórias.

• Mock-ups: refere-se a um modelo físico muito semelhante


ao produto final, principalmente quanto a escala. Utilizado
principalmente para testes e avaliações ergonômicas.

• Modelos de apresentação: construções com o máximo da


aparência final do produto. Muito utilizado em eventos e
exposições para demonstrações.

• Protótipo físico ou visual: também conhecido como protótipo


conceito, pois, utiliza-se como teste rápido de ideias ou
montagens experimentais como encaixe, rosca, entre outros.

• Protótipo analítico ou virtual: nesse caso, utiliza-se dos meios


computacionais para realizar análises e avaliações.

• Protótipo parcial ou focalizado: protótipo que utiliza algumas das


características do produto, ou seja, são representações de apenas
alguns atributos, para estudar e analisar detalhes específicos.

• Protótipo completo ou funcional: refere-se ao modelo que utiliza


todos ou a maioria das características do produto final e em
escala real, na maioria dos casos. Utilizado para testes funcionais
ou de engenharia.

Referências
ROZENFELD, H. et al. Gestão de desenvolvimento de produtos: uma
referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva, 2006.

36
VOLPATO, N. Prototipagem Rápida – Tecnologias e Aplicações. São Paulo:
Edgard Bluncher, 2006.

PARA SABER MAIS

5 erros mais comuns no PDP

Você já parou para pensar que algumas decisões podem gerar


fracasso total no ciclo de desenvolvimento de produtos? A seguir,
você encontrará uma sugestão de cinco atitudes a serem evitadas
em todas as etapas do PDP.

• Uma boa ideia nem sempre é um bom produto: é comum


confundir uma ideia genial com o surgimento de um bom
produto. A criação de algo novo que será introduzido ao
mercado depende de muito fatores e muita pesquisa.

• Esquecer que o principal foco é o consumidor: em alguns


casos, muitos detalhes e funcionalidades são inclusas no
modelo ou produto, então, esquece-se do público alvo e da
demanda de consumo.

• Copiar ideias da concorrência: na maioria das vezes é muito


comum inspirar-se em soluções já existentes, porém, deve-se
tomar cuidado para não prejudicar a credibilidade da empresa.

• Errar no estudo da concorrência: esse item exige muita


atenção pois está relacionado a concorrência e nos custos da
produção, bem como o seu retorno.

• Falhar na divulgação: em algumas situações, errar nas etapas


de distribuição, promoção e principalmente na divulgação
podem ser fatais. Cuidado com as escolhas dos canais de
publicidade e comunicação.

37
Referências
CAMPOS, K. 7 etapas do processo de desenvolvimento de novos produtos
que levam ao sucesso. Poder da Escuta, 2019. Disponível em: https://www.
poderdaescuta.com/7-etapas-do-processo-de-desenvolvimento-de-novos-
produtos/. Acesso em: 24 maio 2021.

TEORIA EM PRÁTICA
Apesar da importância de se utilizar representações tridimensionais
de produto, muitas empresas evitavam esta atividade alegando ser
dispendiosa e demorada a sua obtenção. A introdução de tecnologias
de Prototipagem Rápida promoveu um grande avanço na área de
uso de protótipos nos aspectos custo e tempo de manufatura [...].
(VOLPATO, 2006, p. 62)

Que tal utilizar sua criatividade e inovação e se imaginar fazendo


parte de uma equipe de PDP, a qual necessita apresentar a
sugestão de um novo produto. A partir desta nova ideia, disserte
sobre esta experiência, descreva as etapas do PDP e como você as
aplicaria cada uma delas. Descreva qual o método escolhido para a
categoria do dispositivo, como faria a prototipagem e como seria o
lançamento desse produto.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

Referências
VOLPATO, N. Prototipagem Rápida – Tecnologias e Aplicações. São Paulo:
Edgard Bluncher, 2006.

38
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O artigo científico indicado teve como objetivo investigar a influência


do design de novos produtos e do gerenciamento do processo de
desenvolvimento de novos produtos em empresas do Taiwan.

LIU, P. L.; TSAI, C. H. Research on the Influences of New Product


Design and New Product Development Process Management on New
Product Development Performance in Taiwan’s Industries. Asian
Journal on Quality, [s. l.], v. 10, ed. 1, p. 89-106, 2009.

39
Indicação 2

O artigo científico indicado teve como objetivo estudar e analisar


a tecnologia de impressão tridimensional que promove o
desenvolvimento futuro de design de inovação de produto.

LIU, L.; WANG, X.; GUO, P. Influences of three-dimensional printing to


product innovation design thinking. MATEC Web of Conferences, [s. l.],
v. 100, 2017.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. Sobre as fases de um projeto, assinale a alternativa correta.

a. Modelo CAD, planejamento, esboço e impressão 3D.


b. Modelo CAD, Fatiamento digital, Construção das camadas e
modelo físico.
c. Modelo conceitual, digitalização, certificação, conclusão.
d. Construção CAD e manufatura.
e. Conceitual, planejamento, implementação e conclusão.

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2. Sobre a relação da prototipagem rápida com o processo de
desenvolvimento de produtos, assinale a alternativa incorreta.

a. O processo de Prototipagem Rápida está intimamente ligado


às várias fases do PDP, devido as suas diversas aplicações.
b. O termo rápido está relacionado ao tempo que o produto final
leva para entrar no mercado.
c. A criação de um protótipo compreende uma importante etapa
dentro do PDP.
d. Todas as etapas de projeto onde se utiliza a prototipagem
são traduzidas em informações que nortearão as equipes de
projeto para incrementos e melhorias.
e. A Prototipagem Rápida se faz promissora pois permite a
fabricação de modelos físicos e auxilia as equipes nas decisões
antes mesmo da conclusão do projeto.

GABARITO

Questão 1 - Resposta E
Resolução: As fases de um projeto são definidas como conceitual,
planejamento, implementação e conclusão. As demais alternativas
são incorretas, pois, estão com a ordem das palavras trocadas e
definições que não estão inseridos nas fases de projeto.
Questão 2 - Resposta B
Resolução: Dentro do PDP, a prototipagem rápida utiliza o
termo “rápido” para associar o tempo das fabricações de
peças em comparação com outros processos convencionais,
como o fresamento e o torneamento.
As demais alternativas são verdadeiras.

41
BONS ESTUDOS!

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