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Rcsumo
Propõc-sc uma implcmcntação computacional da análisc do nuxo da produção para uma cmprcsa dc pcqucno porrc. isw
é. o "softwa rc" GROUPTEC. Através do GROUPTEC elaborou-sc um cstudo dc caso, relativo a uma emprcsa Paranaensc
do ramo dc produws manufaturados cm al umínio. Rcalizaram-sc quatro a náliscs quc co mpõem a aná lisc do fluxo da produção,
a sabcr. análisc do fluxo da fábrica, an,ílisc dc grupo. análisc dc linha c análise do fcrramcnta!. Após a aplicação dcsta técnica ,
chcgaram-sc aos rcsultaJos finais quanw às célubs tccnológicas c sc us elcmenws co nstituintes, as fam ílias dc peças c os
grupos de máq uina s, cm um arra njo ccl ubr otimizado, com uma cficiência dc agrupamento dc aproximada m cntc 98% .
Estimou-se um ganho dc produtividadc de 30% do tempo de movimento das pcças c o dc fibs de cspcra ao pé-da-máqu in a.
Abslmct
/n tlús work, a comp"tational implemmtation o[ lhe prodllction flow analysis for a small company, namelfy. the software
CROUPTEC, Ilas bem proposed Using CROUPTEC a case sllld} Ilas bem divised and applied lO a "Paranaense " compan} fi'om
lhe bmncll o[ aluminllm manllfoctllred prodllcls. FOllr anafyses o[ lhe prodllction {low anafysis have bem performed, Ihat is. lhe
foctor} flo/U anafysis, gro up anafysis, line anafysis and 1001 anllfysis. After Ibe Ilpplimtion o[ lhe Ilbove teclmiqlle, Ibe finlllremlts
relllled lo the technologiclll alls Ilnd Iheir constiwmt elements. pllrl fomilies Ilnd mllcbinery groups lelld to (//1 0plimized ali
Ilrmngemem. /Uilh a grouping efficimc} o[ Ilpproximlllefy 98%. A productivity gllin 0[30% has bem estimllted /Uilh Ibe time-in-
movement o[ the pllrts Ilntl time-in-/Ullitin~-lines Ilt tlle mllchine.
Palavras C haves:
Manufatura, C lM , Tecnologia, G rupo, Cel ul ar.
Key words:
Manufocturing, Technology, Group, Cellular
66
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~PRODUÇÃO
lo para minimizar os movimentos intercelulares Neste trabalho, consideram-se os seguintes
utilizando distância como medida. Um algoritmo tipos de " Iay-outs" de produção, baseados no
de busca em árvore truncada foi testado por ele arranjo das máquinas, cuja conceituação vem a
em vários problemas obtidos da literatura. O segUIr.
autor também apresenta uma comparação de seus " Layout" em linha de produção: as máqui-
resultados com os de outros autores. nas são organizadas em seqüência obedecendo às
Aprcsentam-se, a seguir, alguns conceitos etapas a serem cumpridas para a fabricação do
básicos que serão utilizados neste trabalho. produto, ou seja, cada linha serve a apenas um
produto final ou a um conjunto específico de
2. Evolução do conceito CIM e Organização produtos.
dos Sistemas Produtivos "Layout" por organização funcional: todas
as máquinas que executam operações semelhantes
A tecnologia de grupo (TO) vem sendo são colocados dentro de um mesmo departamen-
utilizada há cerca de um século pelas indústrias to. Os produtos, então, caminham através dos
para organização da fábrica, desde I-Ienry Ford departamentos produtivos que são necessários à
até os dias de hoje . No passado eram técnicas sua fabricação. Este arranjo é também conhecido
esparsas sendo , hoje em dia, um conjunto siste- como "job shop".
mático de conceitos, aplicado nas indústrias "Layout" Celular: agrupam-se as máquinas
numa escala ampla e abrangente. Muitos concei- de tipos variados, necessárias à produção de uma
tos e estratégias foram desenvolvidos após o família de peças. A lista de máquinas utilizadas
advento das máquinas automáticas e das máqui- para executar cada processo é chamada de unida-
nas de controle numérico (CN). Seguindo a de produtiva (UP) e conjuntos destas vão formar
evolução natural na busca da maior produtividade as células.
chegou-se à tecnologia controle numérico A manufatura celular é resultado da aplica-
computadorizado (CNC). Desenvolveram-se as ção da TO a "job-shops", tendo como objetivo a
aplicações de controle adaptativo (CA); criou-se decomposição do sistema produtivo. Esse tipo de
o conceito de centros de usinagem (CDU), de produção é também chamado de "cell shop" e
sistemas flexíveis de manufatura (F MS), projeto aplica-se a sistemas produtivos com médio volu-
e fabricação auxiliados por computador (CAD/ me de produção e média variedade de produtos.
CAM), manufatura integrada por computador v. Figura 1.
(CIM) etc.
6i
PRODUÇÃO ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Os sistemas produtivos são classificáveis 3. Facilidade de Projeto utilizando TG,
conforme o volume de produção e a variedade de Identificação e Tamanho do Problema
produtos a manufaturar. Lacerda (1993) apresen-
ta uma classificação dos sistemas de manufatura, Quando as peças são agrupadas em famílias,
onde o tipo de sistema produtivo é uma relação determinar como arranjar as máquinas na fábrica
direta entre o volume de produção por tipo de pode se tornar um grande problema. A reorgani-
peça e a variedade de produtos; vide Figura 2. zação do "layout" existente, seja ele em linha de
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PeQ Mêd
68
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ PRODUÇÃO
No entanto, a AFP requer um certo poder de Planos de processos (ou folhas de processos)
análise,j ulgamento e decisão . Como resultado são documentos contendo todas as informações
disso, muitas técnicas foram e vem sendo desen- necessárias à produção de um componente qual-
volvidas para auxiliar no agrupamento de máqui- quer, ou seja, neles estão contidas todas as infor-
nas e na formação de famílias de peças. mações sobre o componente, desde quando ele
Retornando à tecnologia de grupo, cumpre entra no setor produtivo ainda como matéria
lembrar que a mesma constitui uma filosofia de prima até sua transformação em peça acabada.
manufatura calcada num conceito básico relativa- O desenvolvimento de um módulo de classi-
mente simples: identificar e agrupar peças e ficação e codificação de atributos para agrupa-
processos, através de critérios de semelhança, mento em uma base de dados, bem como a cria-
obtendo vantagens ao longo de todos os estágios ção desta base de dados, é extremamente impor-
de projeto e manufatura (Gallacher e Knight, tante para uma ferramenta de "software" em TG.
1986). A definição dos atributos constitui base Os atributos poderão ser especificados de maneira
fundamental para o emprego da TG. Os atributos personalizada para cada empresa e dependem do
para agrupamento são baseados em forma geo- que a empresa produz e dos processos utilizados
métrica, função e planos de processos para as na produção.
peças. Segundo Kusiak (1990) e Souza (1991) o
As formas geométricas são utilizadas em tamanho do problema em TG depende do núme-
sistemas CAD, CAM, CAE e CAPP. Nestes ro de máquinas e peças processadas pelo setor
sistemas as famílias de peças podem ser formadas produtivo e classifica-se de acordo com a Tabela
conforme características geométricas simi lares . I. Quanto maior o número de máquinas e peças,
As funções podem ser utilizadas em sistemas mais complexos se tornam a avaliação e a
semelhantes para formarem famílias de peças otimização do chão de fábrica.
conforme sua função. Já o agrupamento baseado Para cada tamanho de problema existe a
em planos de processC's é utilizado para organizar escolha natural dos melhores algoritmos de TG
o setor produtivo no sentido de aumentar a que conduzem à solução e otimização da planta
produtividade e flexibilidade minimizando os em termos de eficiência de agrupamento, tempos
custos associados à produção. de execução etc.
(m) (n)
6Y
PRODUÇÃO ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Cumpre observar que foi escolhido o modelo A análise é feita de forma progressiva,
de TO baseado em planos de processos (PP), através dessas informações, onde divisões natu-
descartando-se as abordagens por formas geomé- rais em grupos e famílias são obtidas, assim como
tricas e função das peças, em razão de a AFP elementos excepcionais que não se ajustam à
trabalhar com dados relativos aos processos de solução encontrada para a maioria.
fabricação visando à otimização da planta. Para a A técnica de análise do fluxo da produção
solução de problemas na TO, baseada em PP, são consiste em quatro estágios sucessivos; a saber,
utilizadas três tipos de metodologias: matricial análise do fluxo da fábrica (AFF), análise de
(álgebra linear), programação linear e grafos . grupo (AO), análise de linha (AL) e análise do
Escol heu-se a matricial, neste trabalho , pelo fato ferramental (AF) . Ao contrário de outras técnicas,
de sua implementação computacional ser mais uti lizadas para a geração de tecnologia de grupo,
simples. um sistema baseado em AFP requer uma
interação maior com o usuário. Os resultados
4. Análise do Fluxo da Produção (AFP) parciais devem ser analisados e decisões devem
ser tomadas antes do prosseguimento das etapas
Na AFP , a preocupação principal é com os subseqüentes, exigindo muito domínio do assunto
métodos de fabricação, não se levando em conta por parte da pessoa ou equipe que aplica o méto-
as características de projeto ou a forma dos do . No entanto, este tipo de análise se torna mais
componentes. Leva-se em consideração o fluxo fácil devido ao fato de o problema ser atacado
de materiais pela fábrica e sua manipu lação, ou por partes evitando a complexidade do tratamen-
seja, apenas as máquinas e ferramentas que estão to globalizado.
realmente em uso. A metodologia de AFP, esco lhida em. função
A AFP depende fundamenta lmente de das característ icas do problema de TO proposto,
informações procedentes dos planos de processos req uer as seguintes entradas: matriz de incidência
referentes às peças produzidas; vide Figura 3. de máquinas/peças, número de células, tempo de
.maH: webmlStet@dppg.ufelmg br
I GROUPTEC I
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Figura 4 - Te la de Abertura do Sistema.
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Elcepclonals FLUXOGRAMA DO SISTEMA
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Máquina
o Gráfico 2 mostra as rotas de processos Caso haja máquina não suportando o carre-
existentes no chão-de-fábrica, encontradas. A gamento em "layout" celular, a mesma deverá ser
freqüência de utilização das rotas de processos estudada para medida corretiva. Neste caso, a
para as peças foi levantada, onde se constatou máquina poderá sofrer alteração de "setup", ou
que algumas eram muito baixas ou muito altas em ser duplicada para atender à demanda e não se
relação à média global. Através desta informação, constituir num gargalo de produção. Fica estabe-
pôde-se visualizar as peças que constituíam lecido , então, o sistema de fluxo padrão entre os
exceções ao fluxo normal, ou seja, peças excepci- departamentos.
onais. A escolha do critério para eliminação das
peças excepcionais passou pelo crivo do estudo 6.2 Análise de grupo
de caso, analisando-se individualmente cada peça
e os processos envolvidos. Os critérios alternati- Na análise de grupo, tratou-se a matriz de
vos para eliminação das exceções são aqueles incidência, instituída através dos dados previa-
citados atrás no Capítulo 4. mente cadastrados nos planos de processos, pelo
Finalmente, realizou-se o teste do carrega- algoritmo ROC estendido que, reorganizou a
mento das máquinas, as quais deveri1 suportar o matriz através de permutações de linhas e colu-
75
7 Freqüência dos NRP's
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Gráfico 2 - Gráfico da Freqüência dos NRP.
nas, para apontar as células tecnológicas. Na Na busca de uma solução ótima, fizeram-se
Figura 6, está representada a matriz de incidência algumas modificações relativas aos planos de
original gerada pelo sistema GROUPTEC, a processos (PP) e quanto ao número de máquinas
partir dos planos de processos das cinqüenta e do mesmo tipo existentes na indústria. Após tais
oito (58) peças processadas pelas trinta e seis alterações, alcançou-se uma eficiência de agrupa-
(36) máquinas da empresa .. mento de 98,9%, o que é um sucesso. As altera-
Após submeter a matriz da Figura 6 ao ROC ções nos PP constituíram-se na alteração de rotas
estendido, a eficiência de agrupamento alcançada de processos, alteração do "setup" de algumas
foi de aproximadamente 39,4%, considerada máquinas, inclusão e exclusão de máquinas, troca
muito baixa. Isto se deve ao fato de os elementos de máquina para realizar a mesma operação
não nulos da matriz de incidência estarem desafogando uma máquina gargalo e utilizando
dispersos, em decorrência das características outra com baixa freqüência em uso .
intrínsecas aos processos envolvidos e da infra- Assim, houve a alteração de alguns planos
estrutura da indústria. O processo de transforma- de pro,cessos para algumas peças. com a inclusão
ção da matriz em questão não convergiu, de de algumas máquinas que necessitavam duplica-
pronto, para uma solução ótima devido ao grande ção. As máquinas duplicadas foram as seguintes:
número de elementos excepcionais existentes, cortadeira redonda chapa fina até 2mm.
nesse tratamento inicial, sem modificações dos arrebitadora, furadeira semi-automática e
planos de processos. seladora. Essas alterações explicam a presença de
PRODUÇÃO
numerações novas, nos gráficos e tabelas que uma célula e retomar à mesma para que o ciclo de
seguem, correspondentes às novas máquinas. manufatura seja complementado.
Procurando obter uma eficiência' maior, os Com a aplicação dos resultados da análise,
planos de processos foram, afinal, reformulados custos de movimentações intercelulares foran1
para quase todas as peças. reduzidos ao mínimo. A eficiência de agrupamento
Note-se, portanto, que o processo global das alcançada de 98,9% pode ser considerada
várias etapas de análise visando uma solução excelente. Constatou-se, também, que algumas
otimizada tem, em geral, um procedimento máquinas utilizadas não eran1 necessárias e foram
recursIvo. retiradas dos planos de processos.
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77
Figura 7 - Matriz de Incidência Reorganizada após I (uma) iteração.
com pouca utilização pudessem ser melhor aprovei ta- examinar se a máquina suportará a nova carga de
das. Algumas máquinas foram então duplicadas e trabalho a que se submeterá; é feito utilizando-se os
outras retiradas dos processos produtivos, conforme tempos das operações, os tempos de ajuste de
dito anteriormente. Para tanto, verificou-se a "setup", os tempos de troca de ferramentas e os
necessidade da realização dos testes de carregamen- custos associados a esses tempos. Tais medidas
to para as máquinas do mesmo tipo, que aparecem foram tomadas para a confinnação da análise de
em mais de uma célula, para o levantan1ento dos grupo. Após realizadas, demonstraram que as
custos associados e dos tempos em operação. O máquinas não estavam submetidas a sobrecarga
teste de carregamento serve para significativa. A máquina I (um) por ser necessá-
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6.3 Resultados Obtidos Após AFP e ótima obedecendo às rotas de processo mais
Decisões Tomadas utilizadas. Após as três análises citadas, realizou-se
a análise do ferramental , com o objetivo de
Inicialmente, os resultados obtidos evidencia- encontrar, em seguida, as seqüências ótimas de
ram a ineficácia do sistema produtivo praticado pela utilização das ferramentas .
fábrica, antes da análise. O sistema anterior O cálculo da eficiência do processo produtivo
adotado, conforme planta existente, caracterizado antes e depois da análise não foi realizado face à
como um sistema em " Iayout" funcional, não se necessidade de restruturação fabril, cuja
apresentava como o melhor modelo de produção operacionalização implicaria em uma interrupção da
para o seu caso. Numa primeira análise, por produção para remanejamento das máquinas,
inspeção visual, foi detectado o emprego de compra de novas máquinas, treinan1ento de pessoal
máquinas tecnologicamente essenciais a quase todas e restruturação dos procedimentos para os setores
as peças, resultando na necessidade de células de projeto e produção. Levantou-se,
tecnológicas, onde o importante é a tecnologia
PRODUÇÃO ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
porém, a estimativa de que o rendimento da Em conclusão, o "software" desenvolvido
produção se elevaria para cerca de 30% após a revelou-se uma ferramenta capaz de propor solu-
migração para o novo sistema, o que significa um ções para reorganizar o sistema produtivo em
avanço considerável. Elaborou-se tal estimativa com indústrias de médio e pequeno porte do ramo
base num estudo rápido de análise de custos. A metalúrgico, através da análise do fluxo da produ-
empresa mostrou-se motivada em implementar as ção, metodologia essa fundamental para a aplicação
medidas recomendadas pelo estudo, caso uma da tecnologia de grupo.
metodologia de migração para o novo sistema fosse Uma análise de casos mais complexos pode-
apresentada, sem a interrupção da produção e com rá doravante ser feita de maneira rápida e segura.
prejuíws mínimos. Além disso, o acesso à tecnologia está assegurado a
pequenas e médias empresas, tendo como caracte-
7. Observações Finais e Conclusões rística principal não necessitar de elevados
investimentos para a obtenção de melhores
A análise do fluxo da produção, aplicada ao resultados quanto à produtividade, e, com isso,
caso da indústria Paranaense, evidenciou que os concorrer com as grandes empresas em melhores
processos produtivos antes utilizados minoravanl a condições. Com os códigos gerados é possível
produtividade e a flexibilidade da produção como integrar outros "softwares" de projeto e auxílio à
um todo. Além do mais, os processos adotados manufatura.
majoravam os custos de produção. Uma visão Em futuros trabalhos, pretende-se implementar
menos nítida, no início da análise, do processo como um sistema multi-empresa. Outra meta importante
um todo e de como otimizá-lo tornou-se clara, ao seria a realização da análise de tecnologia de grupo
final , e procedimentos de tomadas de decisões utilizando modelos que consideram características
puderam ser planejados para a otimização do de forma geométrica e planos de processos
,sistema produtivo. simultaneanlente. Akturk e 8alkose (1996)
Em conseqüência. o tratamento elaborado sugerem um modelo para TG que utiliza as duas
para a empresa enfocada apontou as seguintes características mencionadas. Outra característica
sugestões: alteração do modelo produtivo de importante seria a gravação e recuperação das
"layout" funcional para " layout" celular, fonnação de infonnações via disquetes, onde o próprio usuário
células tecnológicas baseadas em planos de poderia armazenar e selecionar os dados de
proce~sos e em características tecnológicas, trabalho pretendidos por ele. Na versão atual , o
restru'turação de todos os procedimentos para os usuário sempre tem disponíveis as últimas
setores de projeto e produção, treinamento de todos infonnações trabalhadas. Caso modifique os dados
os funcionários envolvidos com o sistema produtivo, ele perderá as infonnações antigas e ficará somente
elaboração de uma estratégia de migração para o com as mais recentes. Entretanto, o GROUPTEC
novo sistema sem prejuízo da produção, compra de disponibiliza um histórico das infonnações através
novas máquinas para duplicação das que são dos relatórios antigos emitidos pelo sistema, os
consideradas gargalo de produção, infonnatização e quais podem ser gravados em disquete. Uma
integração entre os setores de projeto e produção e solução menos comum, mas eficiente, é a de salvar
a utilização de um sistema CAD. (gravar) o subdiretório de dados em disquetes e no
8 ()
futuro copiar os dados de volta para o subdiretório, 9. Bibliografia
a fim de revê-los ou refazer as análises para aquela
empresa. ADIL, G. K ., RAJAMANI, O. , STRONG, D .
Cumpre, ainda, observar que o conhecimento Cell forrnation considering alternate routeings. In/. J
pode ser embutido no sistema de maneira que o Prod. Res., V. 34, n.5 , p.1361-1380, 1996.
próprio "software" julgue e decida numa escala
cada vez maior, retirando o ônus de decisão por AKTURK, M. S., BALKOSE, H. O. Part-
parte do usuário, tomando-se um sistema especia- machine grouping using a multi-objective cJ uster
lista. Esta medida visa reduzir enganos durante a analysis. In/. J Prod. Res., V. 34, n. 8, p.2299-
fase de implantação da tecnologia de grupo. 2315,1996.
Demais, é possível embutir no sistema outras
técnicas de classificação e codificação diferentes da BOCTOR, F. F. The minimum-cost, machine-
utilizada e, até mesmo, a possibilidade de escolha part cell forrnation problem. [n/. J Prod. Res., V. 34,
por parte do usuário. É possível, ainda, incluir o n. 4, p.1 045-1 063, 1996.
modelo de formação de células utilizando rotas de
processos alternativas (Adil et aI. 1996), para BURBIDGE,1. L. Production flow analysis.
analisar cada uma delas e escolher a melhor rota de The Produc/ion Engineer, p. 139-152, april-may,
processo. 1971.
É mister enfatizar que a TG é uma excelente
ferramenta de suporte à tomada de decisões no CHENG, C. H., MADAN, M. S.,
processo produtivo que, como a maioria das ferra- MOTW ANI, 1.. Designing cellular manufacturing
mentas, não dispensa a experiência e competência systems by a truncated tree search. [n/. J Prod.
do usuário tanto no que afeta ao " know-how" do Res., v.34, n. 2, p.349-361 , 1996.
processo de manufatura quanto à utilização da
técnica de TG. Quanto maior o grau de CHOI, M. J. An exploratory study of
competência, maior será o proveito que se fará da contingency variables that affect the conversion to
ferramenta. Finalmente, é mister ponderar que a cellular manufacturing systems. [nl. J Prod Res., V.
análise permitida pela TG faz parte do processo 34, n. 6, p.1475-1496, 1996.
global de gerencianlento da empresa, o qual envolve
problemas outros que escapam ao escopo de CHOOBINEH, F. A framework for the design
tratamento ofertado pela TG. of cellular manufacturing systems. Inl. J Prod. Res.,
v.26, n. 7, p. 1161-1172, 1988 .
8. Agradecimentos
CRAMA, Y., OOSTEN, M. Models for
Os autores agradecem ao CNPq (Proc. machine-part grouping in celular manufacturing. [n/.
30.0407/84-cc) e FINEP (Conv. 77.97.0779.00) J Prod. Res., v.34, 11.6, p.1693-1713 , 1996.
pelo suporte à pesquisa.
GALLACHER, C. c., KN1GHT, W. A.
Group /echnology produc/ion me/hods in
manufac/uring. John Willey & Sons, 1986, 190p.
8/
PRODUÇÃO ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
GODOY, C. A .. Tecnologia de Grupo: Um SOUZA, 1. U.F. de. Tecnologia de grupo:
ambiente Compu/acionaI. Curitiba, Paraná. 1992. algoritmos eferramenta gráfica. Dissertação de
Mestrado, CPGEIICEFET -PR, 1991, 203p.
GUPT A, Y., GUPTA, M. , KUMAR, A,
SUNDARAM, C .. A genetic algorithm-based
approach to cell composition and layout design
problems. Int. J Prod. Res., v. 34, n. 2, p.447-
482 , 1996.
82