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BELÉM-PA
2021
BRUNA RIBEIRO CHAGAS
BELÉM-PA
2021
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia
Gerada automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
CDD 711.4
BRUNA RIBEIRO CHAGAS
BANCA EXAMINADORA
A busca por melhoria de vida intensificou o fluxo migratório em direção aos centros urbanos
resultando em um processo de ocupação desordenada das cidades. A expansão dos limites
urbanos, aliado a falta de planejamento e gestão deixa a deseja em vários aspectos. Entre os
vários setores, o sistema de transporte público, essencial para mobilidade urbana, está
perdendo eficácia, principalmente, no que diz respeito a infraestrutura de paradas de ônibus,
elo entre os usuários e os meios de transporte urbano. Dessa forma, o objetivo desse trabalho
foi avaliar a infraestrutura dos pontos de parada de ônibus em cinco vias do município de
Belém utilizando geoprocessamento. Para a execução desse projeto, foram utilizados o
aplicativo Moovit e a plataforma Google Earth para coleta dos pontos, além do software QGis
2.18.28 para processamento dos dados e confecção dos produtos cartográficos. Para análise,
foram definidas quatro classes de infraestrutura: com abrigo e placa de sinalização, somente
abrigo, somente placa de identificação e sem abrigo e placa de identificação. Ao todo foram
coletados 122 pontos de paradas de ônibus, sendo 4 na Avenida Presidente Vargas, 3 na
Avenida Nazaré, 5 na Avenida Magalhães Barata, 34 na Avenida Almirante Barroso e 76 na
Rodovia Augusto Montenegro. Os resultados obtidos apontaram que 45,9% dos pontos de
paradas contêm somente abrigo, em muito dos casos necessitando de reforma ou substituição.
A classe “sem abrigo e placa de identificação” ocupou a segunda posição, com 23,8%. As
classes “com abrigo e placa de identificação” e “somente placa”, corresponde a um porcentual
de 13,1 e 17,2, respectivamente. Espacialmente, a Rodovia Augusto Montenegro detém maior
variedade de infraestrutura, enquanto a Avenida Almirante Barroso é composta, em grande
parte, de ponto de parada somente com abrigo. Conforme a análise bibliográfica, todas as
paradas são classificadas como simples, em decorrência da quantidade de elementos
presentes. Após o desenvolvimento da pesquisa, foi possível observar também que a
aplicabilidade do geoprocessamento na identificação dos pontos de paradas de ônibus
permitiu aquisição dos dados de forma rápida, fornecendo informações, a fim de reverter os
problemas do processo de ocupação desordenada do solo que, consequentemente, influencia a
qualidade do sistema de transporte público.
The search for a better life has intensified the migratory flow towards urban centers, resulting
in a process of disorderly occupation of cities. The expansion of urban limits, together with
the lack of planning and management, leaves something to be desired in several aspects.
Among the various sectors, the public transport system, essential for urban mobility, is losing
effectiveness, especially with regard to the infrastructure of bus stops, the link between users
and the means of urban transport. Thus, the objective of this work was to evaluate the
infrastructure of bus stops on five lanes in the city of Belém using geoprocessing. To carry
out this project, the Moovit application and the Google Earth platform were used to collect the
points, in addition to the QGis 2.18.28 software for data processing and production of
cartographic products. For analysis, four classes of infrastructure were defined: shelter and
signpost, shelter only, nameplate only and without shelter and nameplate. In all, 122 bus stop
points were collected, 4 on Avenida Presidente Vargas, 3 on Avenida Nazaré, 5 on Avenida
Magalhães Barata, 34 on Avenida Almirante Barroso and 76 on Rodovia Augusto
Montenegro. The results obtained showed that 45.9% of the stopping points contain only
shelter, in many cases needing renovation or replacement. The “homeless and nameplate”
class ranked second, with 23.8%. The classes “with shelter and nameplate” and “only plate”
correspond to a percentage of 13.1 and 17.2, respectively. Spatially, Rodovia Augusto
Montenegro has a greater variety of infrastructure, while Avenida Almirante Barroso is
largely made up of a stopover point with shelter only. According to the bibliographic analysis,
all stops are classified as simple, due to the amount of elements present. After the
development of the research, it was also possible to observe that the applicability of
geoprocessing in the identification of bus stop points allowed the acquisition of data quickly,
providing information in order to reverse the problems of the disorderly land occupation
process that, consequently, influences the quality of the public transport system.
Figura 5 - Coleta dos pontos de paradas de ônibus na plataforma Google Earth. .................. 35
Tabela 1 - Número de habitantes dos 16 bairros que tem ponto de parada nas vias em análise.
.................................................................................................................................................. 50
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
2. PROBLEMÁTICA ............................................................................................................. 13
3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 14
4. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 15
6. METODOLOGIA............................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 55
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1. INTRODUÇÃO
Os recursos que os centros urbanos proporcionam tem despertado atenção dos
interioranos os quais têm se deslocado em busca de oferta de emprego, educação e acesso à
infraestrutura básica, assim a consequência desse processo é o aumento da ocupação desordenada
do espaço urbano. Diante desse cenário, entra em pauta a qualidade e eficácia do transporte
público, devido à falta de planejamento em atender as necessidades da população.
A expansão dos limites urbanos e a localização das atividades, sejam econômicas ou de
moradias, estão vinculadas a existência de um sistema de transporte coletivo, realidade que
aponta a acessibilidade um elemento determinante para o progresso das cidades (SANTOS,
2015).
A capacidade de transportar um grande volume de pessoas usando poucos recursos torna
o transporte público, do ponto de vista de deslocamento, mais eficiente e menos agressivo ao
meio ambiente, porém faltam melhorias no que diz respeito as infraestruturas, principalmente,
quando se trata de pontos de paradas de ônibus. (TRINDADE, 2014).
Muitos dos casos, a implantação dos pontos de paradas de ônibus não seguem
parâmetros de espacialização, essencial para que o maior número de usuários tenham acesso ao
transporte coletivo percorrendo menor distância; densidade populacional, fundamental no fluxo
do trânsito, ao passo que o tempo de embarque e desembarque depende número de passageiros; e
roteamento dos ônibus, qual descreve a geometria da rede e a frequência dos veículos em cada
ponto de parada (TRINDADE, 2014; SILVEIRA; FILHO, 2006).
Como forma de intervir nas dinâmicas do espaço urbano e do sistema de transporte, tem-
se utilizado de uma ciência que há séculos vem sendo empregada, a cartografia, e junto com as
inovações tecnológicas as ferramentas de geoprocessamento, tem aperfeiçoado técnicas e
metodologias com o propósito de entender os fenômenos que ocorrem na superfície da terrestre.
Entende-se Geoprocessamento como uma área do conhecimento que utiliza ferramentas
computacionais e matemática para representar de maneira rápida o espaço terrestre e seus
fenômenos em diferentes escalas. Já o chamado Sistema de Informação Geográfica (SIG),
automatiza a interpretação dados complexos e a produção dos produtos cartográficos (CÂMARA
et al, 2001).
A jugar como instrumento de apoio, o geoprocessamento disponibiliza uma gama de
dados que auxiliam os diversos campos de estudo, entre eles o planejamento do Sistema de
Pransporte Público (STP), fornecendo base para o administrador público identificar os problemas
e então intervir com as ferramentas adequadas (TRINDADE, 2014).
.
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2. PROBLEMÁTICA
Belém é composta por três sistemas de transporte: aéreo, fluvial e terrestre
(ANUÁRIO ESTATÍSTICO DE BELÉM, 2012), no entanto, maior parte da população
belenense recorre ao transporte terrestre, seja transporte individual (veículos particulares) ou
por transporte coletivo, como ônibus, vans e motocicletas que por sua vez é predominante
entre os usuários do transporte público. Essas categorias de transportes permitem a
mobilidade no espaço urbano.
“Entre os anos de 2000 a 2012 a Região Metropolitana de Belém (RBM) apontou
perda na eficácia da mobilidade urbana apesar de aberturas de novas vias, prolongamento e
requalificação de vias existentes” (CASTRO, 2015, p. 15). A má qualidade do sistema de
transporte público afeta na qualidade de vida da população que faz uso desse serviço, porém a
ineficácia não está restrita somente as vias de circulação ou aos meios de transporte, incluem-
se também as estruturas dos pontos de paradas de ônibus, pois elas inserem os usuários ao
STP, protege da ação do sol e da chuva e deve fornece informações importantes na tomada de
decisão dos usuários para o deslocamento.
“Os pontos de paradas de ônibus são espaços autorizados por órgão competente,
localizado ao longo do itinerário do veículo, que permite o embarque e desembarque de
pessoas, inclusive as com deficiência” (ABNT NBR 15320, 2005, p. 2). Em Belém, segundo a
Bessa (2016) há cerca 1.513 pontos de paradas de ônibus distribuídas pela capital a disposição
de cerca de 1 milhão de pessoas que circulam diariamente na capital e em maior parte as
paradas de ônibus encontram-se em péssimas condições: estrutura enferrujada, sem abrigos,
sem sinalização, sem acessibilidade a pessoas com deficiência, ausência de bancos, entre
outros.
A infraestrutura dos pontos de ônibus que é oferecida aos usuários do transporte
público de Belém é de boa qualidade? As paradas de ônibus apresentam sinalização
adequada? Há uma metodologia de implantação dos pontos de paradas de ônibus?
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3. JUSTIFICATIVA
O município de Belém, foi marcado por um aumento da população, conforme os dados
dos censos de 2000 e 2010, passando de 1.280.614 em 2000 para 1.393.399 em 2010,
representando cerca de 9% de acréscimo. No mesmo período a Região Metropolitana
registrou o crescimento da população em torno de 14% (IBGE, 2000 e 2010). Entre os
municípios que compões a RMB, no ano de 2010, Ananindeua correspondeu ao município
com o maior quantitativo de população que se desloca para Belém para estudar e trabalhar,
92.606, seguidos de Marituba, 10.881; Benevides, 3.824; Castanhal, 1.138; Santa Isabel do
Pará, 1.193; e Santa Bárbara do Pará, 758 (SOARES, 2017).
Frente a situação do crescimento populacional do município de Belém e da Região
Metropolitana, esbarramos no problema o qual está relacionado diretamente os efeitos
negativos desse crescimento, que é a qualidade do sistema de transporte, sendo o transporte
público o mais usado entre as pessoas que precisam se deslocar na área urbana.
Com o aumento dos habitantes, consequentemente aumenta a necessidade do
deslocamento, que, no município de Belém vem perdendo qualidade, sendo visível a lentidão
na fluidez do trânsito e a saturação das principais vias do município, principalmente nos
horários de pico. Para que haja a dinâmica de movimentação utilizando os meios de
transporte, principalmente, o transporte público, há necessidade de um elo entre os agentes
que transportam e os que são transportados, sendo representados pelos pontos de parada de
ônibus.
Tanto as estruturas quanto à disposição espacial dos pontos de parada de ônibus
interferem na qualidade do sistema de transporte de passageiro. Para os passageiros, a
infraestrutura adequada pode proporcionar conforto, segurança, diminuição no tempo de
espera, dependendo da localização, no transporte público pode interferir de forma positiva no
fluxo dos corredores viários, se bem distribuídos, essa melhoria reflete também na saúde de
todos que estão envolvidos no processo de transporte, pois segundo Rezende (2012) a fumaça
emitida pelos automóveis pode ocasionar doenças cardíacas e estresses.
Pensando nisso, o presente trabalho realizará uma análise qualitativa da infraestrutura
dos pontos das paradas de ônibus nas vias de maior circulação de coletivos da capital
paraense. Os abrigos de ônibus com infraestrutura adequada podem influenciar na melhor
qualidade do transporte público que é oferecido a população, além de contribuir para a melhor
gerenciamento e planejamento do município, principalmente, no que diz respeito à gestão do
sistema de transporte público.
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4. OBJETIVOS
5. REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 Importância do Planejamento em Área Urbana
Historicamente o processo de urbanização sofreu forte influência provida da
Revolução Industrial e das transformações tecnológicas aliadas aos avanços no setor
econômico, aumento da expectativa de vida e longevidade e buscar por conquistas de novos
territórios (CABRAL; CÂNDIDO, 2019). Dados da United Nations (2014a, 2014b) apontam
que em 2050 a concentração das áreas urbanas corresponderá a 66% e que haverá, entre os
anos de 2014 e 2050, um acréscimo de 2,5 bilhões de população urbana.
A expansão das áreas urbana implica no crescimento desordenado e mal planejado,
causando desequilíbrio e desigualdade social, surge então a necessidade de cuidar da cidade e
melhorar a qualidade de vida dos residentes, a começar pelos serviços públicos, por se tratar
de uma necessidade coletiva. A melhoria nos serviços públicos resulta aumento da força de
trabalho e consequentemente, na circulação de capital, assim, é fundamental a prestação desse
serviço com qualidade e que seja acessível a todos.
Em busca de melhores condições de vida, o fluxo migratório em direção aos centros
urbanos tem se tornado cada vez mais frequentes, esse deslocamento favorece a ocupação
urbana desordenada. Para acompanhar as transformações do território, faz-se necessário a
atuação da Administração Pública no exercício da gestão e planejamento (SILVA, 2004).
Para Moura (2017) gestão e planejamento são atividades diferentes. Planejar a cidade
corresponde em adotar medidas e solucionar problemas visando maiores escalas de tempo e
espaço, enquanto a gestão tem o objetivo de acompanhar as mudanças do espaço urbano em
menor escala.
Silva (2004) ressalta que é preciso planejar a expansão urbana a curto, médio e longo
prazo como forma de prevenir as adversidades oriundos do processo de ocupação. Há
diversos instrumentos que dão suporte na implantação de planos de desenvolvimento urbano.
A Lei 10.257 de 2001, conhecida como Estatuto da Cidade, estabelece diretrizes gerais para o
bom desenvolvimento de políticas urbanas, em benefício da sociedade e do meio ambiente. A
nível municipal, entra em ação o Plano Diretor, trata-se do principal plano urbanístico voltado
ao desenvolvimento e expansão territorial. Outro instrumento importante é a Lei de Uso e
Ocupação do Solo, essa lei concerne princípios e orientações para melhor aproveitamento e
ocupação do espaço urbano (Bento et al, 2018).
As constantes mudanças dos espaços urbanos mostram a importância do planejamento
urbano, pois a partir dele são tomadas decisões considerando as características de cada área da
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Passageiro • Segurança;
• Tangibilidade;
• Preço;
• Lotação;
• Comunicação; e
• Imagem.
• Frequência;
• Regularidade;
• Número das Linhas;
• Horas de Operação;
• Contato com 0800;
Provedor de Serviços
• Idade da Frota;
• Lotação dos Veículos;
• Treinamento de Motoristas e Cobradores;
• Programas de Qualidade; e
• Redução dos Custos Operacionais.
• Planejamento e Programa dos Serviços;
• Delegação de Serviços;
• Fiscalização;
Poder Público
• Administração Tarifária;
• Disponibilização e Manutenção da Infraestrutura; e
• Administração dos Terminais dos Transportes Coletivos.
Fonte: Adaptado de Suguiy (2017).
Transporta pessoas;
Organiza o espaço urbano;
Viabiliza empreendimentos imobiliários - residenciais, comerciais e de lazer;
Melhora a situação ambiental;
Reduz acidentes;
Torna o trânsito mais fluido; e
Reduz atrasos e o absenteísmo da mão-de-obra e gera riquezas, apropriadas
principalmente pelo setor privado da economia.
Listado o nível de satisfação que vai de Excelente, Bom, Regular, Ruim e Muito
Ruim, a amostra de 1500 usuários de transporte público de Belém aponta que entre os 12
parâmetros apresentados, nenhum foi qualificado como excelente; apenas acessibilidade
conceitua bom, porém, somente para quem circula na área central de Belém; o intervalo de
tempo do coletivo, a então, frequência, segundo a opinião dos usuários é ruim, sendo o único
parâmetro a receber esse conceito; a designação “muito ruim” engloba 4 dos 12 parâmetros,
são eles: sistema de informação, lotação, características das paradas (pontos de ônibus) e
segurança; e os 6 critérios restantes: tempo de viagem, confiabilidade, características dos
veículos, operadores, estado das vias e tarifa, pelo ponto de vista dos passageiros são
regulares.
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Para a ANTP (2017), entidade de cunho civil, fundada em 1977, que trata de assuntos
acerca do transporte público e do trânsito, descreve que os critérios para a implantação das
estruturas das paradas devem ser pensados de forma criativa e prática, sem se limitar aos itens
básicos como abrigo, iluminação, banco, lixeira, mapa e informação. Adotando certos
cuidados como:
- Colocar pontos de parada nos locais mais convenientes para os usuários e que ofereçam boas
condições de segurança na travessia; todavia, evitar colocá-los imediatamente após
cruzamento importante, em posição inadequada em relação ao semáforo, em locais de rampas
acentuadas ou junto à entrada de garagens e estacionamentos;
- Em vias expressas ou vias de alta velocidade, colocar baias para parada dos ônibus, nos
pontos de parada; quando o volume de ônibus for elevado, colocar pavimento rígido junto aos
pontos;
- Cobrir o ponto de parada para proteção contra intempéries e pavimentar e iluminar a
calçada; dimensionar o ponto de parada para o volume máximo de demanda prevista para o
local (às vezes não basta cobrir apenas o espaço da porta de embarque); adotar soluções
modulares que possam ser agrupadas segundo a dimensão necessária do ponto de parada;
- Dotar o ponto de parada de informações sobre as linhas de ônibus que passam no local e
também outras informações de interesse dos usuários;
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- Prever exploração publicitária nos pontos de parada como forma de ressarcimento dos custos
de implantação e manutenção dos abrigos.
“O espaçamento entre os pontos de ônibus deve ser determinado a partir das condições
físicas da via, bem como em função da extensão da linha, do tipo de uso e ocupação do solo,
do volume de ônibus atendido no corredor, do volume da demanda” (TRINDADE, 2014, p.
32), já a SEDU/PR – NTU (2002) julga as distâncias com base nas características das áreas:
300 m a 400 m nas áreas centrais, de 400 m a 600 m nas áreas intermediárias e 600 m a 800 m
em áreas periféricas.
A escolha do local de implantação deve atender parâmetros que envolva, segundo
Esteves et al. (2019): 1) a distância entre dois pontos, podendo variar a uma distância entre
200 m e 600 m dependendo da segurança e atendimento disponibilizado ao passageiro e das
características do local.
Nesse contexto, O SIG se consolida como uma ferramenta vantajosa e eficaz nos
processos de tomada de decisão e na rapidez da manipulação, análise e geração dos produtos.
Processos esses que se configuram com uma sequência como demonstrado na Figura 1
(HAMADA; GONÇALVES, 2007).
pelos seguintes autores a seguir: Hino et al. (2006), Camargos (2017), Oliveira (2009),
Pereira (2010) e Souza et al. (2014), respectivamente.
Meneses (2003) através da citação de diversos autores aponta as principais áreas
relacionadas ao planejamento de transporte onde pode-se aplicar o SIG, são: gerência de
pavimentos, transporte coletivo, rodoviário e de carga, engenharia do tráfego, localização de
facilidades e planejamento de transporte.
O acesso a esse serviço é um direito de todos, certificado pela Lei n.º 11.445 de 05 de
janeiro de 2007.
Oliveira (2009) apresenta as vantagens do uso do geoprocessamento no aprimoramento
de manejo e monitoramento dos recursos naturais com auxílio do AcquaGIS da Companhia
de Abastecimento D’Água e Saneamento do estado de Alagoas – CASAL, visto que o sistema
comporta grande capacidade de informação, o mesmo torna-se um instrumento capaz de
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melhorar a gestão do fluxo de água e esgoto, reduz gastos e intensifica a qualidade dos
serviços prestados.
6. METODOLOGIA
6.1. Área de Estudo
O município de Belém no estado do Pará, de coordenadas geográficas latitude de
01°27’20” S e longitude de 48°30’15” O, engloba 1.059,458 km² da área do território (IBGE,
2018) e faz fronteira com os municípios de Cachoeira do Arari, Ponta de Pedras, Barcarena,
Acará, Marituba, Ananindeua, Santa Bárbara do Pará e Santo Antônio do Tauá (Figura 1).
Segundo o IBGE (2019) a população estimada corresponde a 1.492.745 pessoas e uma
densidade demográfica de 1.315,26 hab./km² (IBGE, 2010).
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Software QGis 2.18.28: usado para processamento dos dados e confecção dos produtos
cartográficos.
Concomitante ao uso do Moovit, foi usado o Google Earth Pro para alocação dos
pontos de parada de ônibus e assim obter as coordenadas planas em UTM para o fuso 22, no
hemisfério Sul (Figura 5). A coleta teve início na Av. Presidente Vargas, seguindo pelas
avenidas Nazaré, Magalhães Barata, Almirante Barroso, até a rodovia Augusto Montenegro.
Com a função Street View foi possível realizar uma análise prévia quanto a estrutura do
objeto de estudo, servindo de base para a geração do banco de dados.
Figura 5 - Coleta dos pontos de paradas de ônibus na plataforma Google Earth Pro.
Somente abrigo
Somente placa
Fonte: Elaborado pela autora (2021). Imagens retiradas da plataforma Google Earth Pro.
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir dos dados processados, o procedimento seguinte foi iniciar a análise. A
estrutura segue da seguinte forma: foi primeiramente abordado uma análise geral, seguindo
para uma descrição por via. O tópico seguinte relaciona o quantitativo populacional dos
bairros com influência direta com às cinco vias. Por fim, analisou os pontos de parada de
ônibus segundo a literatura.
Das 122 coletas, 49 pontos de paradas de ônibus não possuem abrigos (40,2%) e 85
não tem placa de identificação (69,7%). Para os abrigos que contém placas de identificação,
foi definido dois tipos: 1) placas somente de identificação e 2) placas de identificação e
descrição das linhas de ônibus (Figura 7), com 69,6% e 9,8%, respectivamente.
Figura 8 - Mapa da distribuição espacial dos tipos de infraestrutura de paradas de ônibus na Avenida Presidente
Vargas
Figura 10 - Mapa da distribuição espacial dos tipos de infraestrutura de paradas de ônibus na Avenida Nazaré
Fonte: Plataforma Google Earth Pro, imagem capturada nos anos 2019 e 2020.
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Figura 12 - Mapa da distribuição espacial dos tipos de infraestrutura de paradas de ônibus na Avenida
Magalhães Barata.
Fonte: Plataforma Google Earth Pro, imagem capturada nos anos 2019 e 2020.
Figura 14 - Mapa da distribuição espacial dos tipos de infraestrutura de paradas de ônibus na Avenida Almirante
Barroso.
apresentar duplo sentido, aliado a grande extensão (Figura 16). Com relação à quantidade de
pontos de paradas, 35 possuem somente abrigos, representando 46,1% (Gráfico 3).
Espacialmente, o bairro Parque Verde concentra os pontos de paradas descritos
somente por placas, os demais tipos de infraestrutura apontam heterogeneidade no decorrer do
percurso. Ainda sobre placa, a rodovia em análise compreende um tipo de placa: placa
composta somente de sinalização, 20, os 56 pontos restantes não têm placa integrada a
infraestrutura, conforme mostra a Figura 17 os tipos de abrigo e placa.
Figura 16 - Mapa da distribuição espacial dos tipos de infraestrutura de paradas de ônibus na Rodovia Augusto
Montenegro.
Tabela 1 - Número de habitantes dos 16 bairros que tem ponto de parada nas vias em análise.
Bairros Nº de Habitantes
Campina 6156
Águas Negras 6890
Souza 13190
Curió-Utinga 16642
Agulha 19712
São Brás 19936
Nazaré 20504
Castanheira 24667
Campina de Icoaraci 26722
Tenoné 30429
Parque Guajará 34778
Mangueirão 36224
Parque Verde 39126
Coqueiro 51776
Marco 65844
Tapanã 66669
Marambaia 66708
42 mil, já classe “com abrigo e placa de identificação” compete em termo de quantidade (6)
entre os bairros de população que variam de 18 a 30 e 30 a 42 mil habitantes (Figura 18,
Gráfico 4).
Figura 18 - Mapa de população e tipo de infraestrutura de parada de ônibus.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos resultados da infraestrutura dos pontos de parada de ônibus nas avenidas
Presidente Vargas, Nazaré, Magalhães Barata e Almirante Barroso e na Rodovia Augusto
Montenegro, foi possível observar que 62% dos pontos encontram-se na Rodovia, 28% na Av.
Almirante Barroso e às três vias restantes somam 9%. A alta porcentagem de pontos de
paradas referente a Rodovia Augusto Montenegro está em função das características das vias:
mão dupla, extensa e localiza os bairros mais populosos.
No que diz respeito a estrutura física, 72 possuem abrigos todo de metal e, 37 têm
placa sinalização. Quanto a qualidade dos abrigos foi adotada a classificação boa, média e
ruim, os parâmetros utilizados foram: não precisa de reparos ou substituição: para estrutura
mais conservada, pouco enferrujada e pouca publicidade colada no abrigo; necessita de
reforma: estrutura conservada, com pouco sinal de deterioração e quantidade razoável de
publicidade colada no abrigo; e necessita de substituição: estrutura muito deteriorada, muito
enferrujada e grande quantidade de publicidade.
Com base nos critérios de qualidade, foram considerados 4 abrigos com boa qualidade,
33 classificados como médios e 36 ruins. A mesma classificação equivale para as placas,
sendo 16 boas, 12 médias e 9 ruins.
Ainda sobre a pesquisa, detectou que não há pontos de paradas com todos os
elementos indicados na bibliografia, visto que a maioria configura ponto de parada de ônibus
simples. No entanto, é crucial um ponto de parada de ônibus com maior número de elementos
possíveis para melhor conforto dos usuários, seja pessoa com deficiência ou não, além de
proteção de intempéries, tendo em vista as condições climáticas da região.
A utilização do geoprocessamento no levantamento das paradas de ônibus permitiu
visualizar o comportamento espacial da infraestrutura ao longo das vias em diferentes escalas
e relacionar com a outras variáveis, dessa forma conclui-se a eficiência da aplicação da
ferramenta de geoprocessamento em diversas áreas de estudos.
Portanto, é fundamental prosseguir no estudo visto que os produtos gerados deste
trabalho podem subsidiar o Poder Público na gestão e planejamento da infraestrutura dos
pontos de paradas de ônibus, uma vez que é um serviço essencial que deve ser ofertado com
qualidade a população que resulta no bem-estar dos moradores das áreas urbanas.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Casa Civil. Lei n° 10.257, de 10 de junho de 2001. Estatuto das Cidades. Brasília:
Casa Civil, 2001.
FERRAZ, A. C. P.; TORRES, I. G. E. Transporte público urbano. 2 ed. São Carlos: Rima,
2004.
UN. United Nations – UN. Department of Economic and Social Affairs Population
Division. (2014a). World Urbanization Prospects: the 2014 revision. New York: United
Nations. Recuperado em 20 de abril de 2015.
UN. United Nations – UN. Department of Economic and Social Affairs Population Division.
(2014b). World Urbanization Prospects: the 2014 revision (pp. 517). New York: United
Nations. Recuperado em 20 de abril de 2015.