Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMARIO
a ) O Ipanema.
a ) Introdução
' ' I
.L
I11
i
No arquivo da Catedral, antiga matriz de Nossa Senhora i
i
.-I
da Ponte de Sorocaba, encontram-se elementos preciosos para
a elucidação das biografias de alguns notaveis bandeirantes que
nesta vila nasceram ou residiram. Oferecemos ao Correio Fag-
listano, jornal em que desde a nossa infancia soletramos os ma-
gistrais artigos do dr. Afonso d'E. Taunay, hoje reunidos na mo-
n~mentalHisteria Geral das Bandeiras Padistas, as primicias
desta's incursões gratíssimas no dominio das traças, e estamos
certos de prestar um serviço, pequeno mas bem docurilentado.
1
aos estudiosos da historia patria, que não são poucos. Começa-
mos hoje - após os sinceros agradecimentos ao Correio - com
o sargento-mor João Martins Claro.
Lá está, a fls. 35 do 1." livro de Obitos: "Aos 22 dia's do
ii
mez de Márço de 1725 annos falleceu desta vida presente Joáo
Miz Claro, natural da Cide. de Miranda, do Reino, fez testa- i
mento e ordenou q. deixava na disposição dos testamenteiros os
legados que lhe pudéssem fazer, porque as dividas excediam aos
bens q. testava. Foi sepultado na capella da Ordem 3." da V." dt
Itú de Nossa Snra. do Carmo donde era 3 . O ; foram testamen
teiros o R. Pe. Frei João Baptista de Jesus, o C. Matheus de
I
i
I
I
Mattos, o C. Christovam Monteiro de q. fiz este assento, dia, I
c>
Conseguimos assinalar a presenç~de João Martins Claro
em Sorocaba, a primeira vez que aparece nos livros da Paro-
quia, em 1693, a 23 de julho, quando foi testemunha no casa-
mento de Antonio de Almeida Cabral, filho de Manuel Bicudo
e Tomasia de Almeida, com Inacia de Almeida, filha de Tomé
de Lard de Almeida e Maria de Almeida. Era vigario o Pe. An-
tonio de Carvalho, que, segundo nossos livros, permaneceu aquí
até 1704, com um ano de intervalo, o de 1702, em que deve ter
explorado algum sertão, talvez desta zona da Ribeira e Parana-
panema, e pelos anos de 1730 é anotado como "vigario da vara
da villa de Iguape", no 1." livro do Tombo de Sorocaba.
A seguir, o sargento-mor testemunhou um casamento, em
1696; um, em maio de 97; o do apitá0 Gabriel Antunes Ma-
ciel, em 20 de dezembro de 98; um, em 1701 ; e aí acabam, até
1720, as referencias ao sargento-mor.
E m 8 de janeiro de 1720, casa-se Ana, filha dele e de dona
Inacia Pais de Barros, sua mulher, com Domingos Nogueira
Homem, filho de José Nogueira Homem e Maria Leme do Pra-
do, todos moradores de Sorocaba. Quem assiste a cerimoniã,
com delegação direta do Vigario da Vara de São Paulo, é o frade
minerador, frei João Batista, "religioso do Carmo". Lá está,
bem claro, "carmelita". A presença deste faz crer, com maior
fundamento, na' do amigo, pai da noiva.
Silencio nos livros. A 5 de maio de 1725, morre o sargento-
mor e vai ser enterrado na capela da Ordem Terceira do Car-
mo, em Itú.
Em 1726, 4 de março, outra filha, Luzia Leme de Barros,
casa'-se com José de Borba Gato, filho de Baltasar de Borba Gzto
e Mariana Domingues, defuntos, de Cotia. Ele estava morto,
vivia aquí a viuva, dona Inacia Pais.
As datas aquí conhecidas autorizam-nos a conjecturar que,
morta a sua mãe Joana, çonoubina, a quem fez enterro solene,
ausentou-se de Sorocaba, para os seus trabalhos de mineiro cru
gua'rda das minas. Imediatamente, em Itú, seria o seu casamen-
to (era sargento-mor tambem de Itú). Voltou para Sorocaba
já com uma filha casadeira. E aquí morreu.
Os seus descendentes aí se propagaram, humildemente, até
hoje. (1)
-
(1) Lê-se nos cronistas de Mato-Grosso que Artur e Fernão Pais
de Barros, descobridores do alto Paraguai Diamantjno, em 1733, eram
sorocabanos.
Após algum trabalho de buscas, encontramos o batismo de Fer-
não, filho de João Martins Claro e Luzia Leme de Barros. Era do
ano de 1700 e, pois, assinava o sobrenome do lado materno, a ser
O mesmo.. .
E' interessante como os velhos cronistas falaram a verdade, só
se enganando quanto ao grau de parentesco.
IV
NOSSA SENHORA DA P O N T E
b)
"AoL, nove dias do mez de Julho de mil setecentos e cin-
coenta e nove annos falleceu da vida presente Catharina Cor-
rea natural desta villa casada com Geraldo Domingues. Fez tes-
tamento em que ordenava que por sua alma se dissessem tantas
missas de corpo presente, quantos sacerdotes se achassem pre-
sentes; e que seu corpo amortalhado no h$bito de São Fran-
cisco fosse sepultado no Mosteiro de Sam Bento junto ao alta1
(sic) de Nossa Senhora do Pilar onde com effeito foi sepultáda
no habito de Nossa Senhora do Carmo por se não achar o habito
que pedia. Falleceu com todos os sacramentos e sendo da idade
ACHEGASá HISTORIA DE SOROCABA