Você está na página 1de 12

d) Agentes Químicos:

Os empregados da COMÉRCIO E DISTRIBUI-


DORA DE VIDROS Ltda. realizam atividades de
instalação de vidros em caixilhos de vitrôs, portas, co-
berturas translúcidas, podendo utilizar cola siliconada
(adesivo à base de borracha de silicone) para fixação. Os
riscos de contato quando da aplicação podem ocorrer,
porém, devido ao uso de Equipamentos de Proteção
Individual (EPI), os riscos são neutralizados. Observa-
mos que as atividades descritas acima ocorrem de for-
ma eventual.

e) Agentes Biológicos:
Realizadas avaliações nos postos de trabalhos. Não
foram evidenciadas nas atividades exposição aos agen-
tes biológicos.

1.1.6. Avaliações Ambientais – Conclusões

1) Níveis de ruído:
Realizadas avaliações quantitativas através de me-
dições do NPS (nível de pressão sonora) pontual de ru-
ído foram encontrados níveis de ruído entre o nível de
ação e LT (limite de tolerância) acima dos limites de to-
lerância estabelecidos, somente na atividade de utiliza-
ção da serra de corte e furadeira elétrica, exigindo o uso
de proteção auditiva, o que neutraliza os riscos a níveis
aceitáveis, atendendo o Anexo 1 da NR15 Atividades e
Operações Insalubres.

30
2) Níveis de exposição ao calor:
Realizadas avaliações qualitativas nos postos de
trabalho, não foram evidenciadas fontes de calor que
pudessem causar efeitos nocivos ou prejudiciais à saú-
de, com base no disposto pelo Anexo 2 da NR15 – Ati-
vidades e Operações Insalubres.

3) Radiações não ionizantes:


Evidenciadas atividades que expõem os traba-
lhadores às radiações não ionizantes – luz solar, con-
forme estabelecido pelo Anexo 07 da NR15 – Ati-
vidades e Operações Insalubres. A exposição fica
neutralizada pelo uso de vestimentas de manga lon-
ga, calça comprida, calçados de segurança e utiliza-
ção de protetor solar.

4) Outros agentes:
Os agentes frio, radiações ionizantes, pressões
anormais, vibrações e umidade não foram evidenciados
em avaliações qualitativas realizadas.

5) Agentes químicos:
Realizadas avaliações qualitativas nos postos de
trabalho, ficou evidenciada a manipulação de cola sili-
cone quando da fixação das placas de vidro, porém, a
exposição é neutralizada pelo uso de equipamentos de
proteção individual:
• Mãos: Utilizar luvas de polietileno, polipropileno
ou neoprene.
• Olhos: Utilizar óculos de segurança.

31
• Pele e corpo utilizar vestimentas de manga longa
e calça comprida e calçados de segurança.

6) Agentes biológicos:
Realizadas avaliações nos postos de trabalhos, não
foi evidenciada exposição aos agentes biológicos nos
setores operacionais, pelo uso de equipamentos de pro-
teção individual e práticas gerais de higiene e limpeza,
não sendo, portanto, considerada atividade nociva à
saúde dos trabalhadores expostos, conforme estabele-
cido pelo Anexo 14 Agentes biológicos da NR15 que
trata sobre Atividades e Operações Insalubres.

1.1.7. Cronograma de Ações e Metas

32
1.1.8. Bibliografia

Deverá ser apresentada toda a bibliografia consul-


tada para elaboração do PPRA.

Desta forma, o modelo acima pode ser uma refe-


rência para elaboração de PPRA – Programa de Pre-
venção de Riscos Ambientais.
Apresentada a metodologia empregada para desen-
volvimento do PPRA e definidas as responsabilidades
envolvidas, cabe ao empregador cumprir suas etapas,
executar o cronograma de ações e divulgar os resulta-
dos. Cabe ainda ressaltar que Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais (PPRA), por ser um programa,
não se resume apenas a um documento.

33
A metodologia apresentada é a estabelecida pela
NR9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais,
disponível em: http://portal.mte.gov.br

1.2. Metodologia para elaboração


do PCMAT

O Programa de Condições e Meio Ambiente de


Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT é parte
integrante da NR18 - Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção.
A Indústria da Construção vem crescendo no
Brasil com ênfase na última década, favorecida pelo
aquecimento da economia, melhoria do poder aqui-
sitivo da população, melhoria de renda e inclusão das
classes C e D em programas habitacionais do governo,
financiamentos públicos e privados para a aquisição da
casa própria, obras do PAC – Plano de Aceleração do
Crescimento do Governo Federal, lançado em 2007,
propiciando investimentos e projetos de infraestrutu-
ra com vistas ao saneamento básico, transportes, ha-
bitação, energia e recursos hídricos, criando polos de
desenvolvimento e geração de empregos. Mais recen-
temente, obras de construção de estádios e mobilidade
urbana em função da Copa do Mundo de Futebol são
exemplos significativos de geração de emprego no setor
da construção.
Contudo, a segurança do contingente de trabalha-
dores deste segmento tem sentido contrário. Toman-

34
do como exemplo a construção dos estádios para os
jogos da Copa, foram registrados até o momento da-
dos estatísticos alarmantes: Seis trabalhadores mortos
em decorrência de acidentes nos canteiros de obras de
construção dos estádios, conforme abaixo apresentado:

Em junho/2012, um trabalhador caiu de uma altura


de 30 metros durante a construção do estádio Mané
Garrincha, no Distrito Federal – DF;
Em junho/2013, dois trabalhadores morreram ao
serem atingidos por tombamento de guindaste que po-
sicionava a estrutura metálica da cobertura do estádio
Itaquerão, em São Paulo – SP;
E ocorreram três mortes na Arena Amazônia, as-
sim distribuídas: em maio/2013 um trabalhador caiu
de uma altura de 40 m; em dezembro/2013 um traba-
lhador caiu de uma altura de cinco metros, e em feve-
reiro/2014 mais uma queda de trabalhador resultando
em acidente fatal.

Estes números negativos contrastam com o am-


biente festivo esperado para o evento esportivo do
porte da Copa do Mundo de Futebol, mas também
evidenciam uma realidade. A indústria da construção,
obviamente, não apenas na construção de estádios, é
uma atividade de alto risco, que exige das empresas
programas de gestão de segurança e medidas rígidas de
controle, sob pena de perdas de vidas humanas, atrasos
em cronogramas, comprometimento da credibilidade

35
da empresa, prejuízos e todos os transtornos causados
por acidentes desta magnitude.
Considerando que no país a fonte com dados mais
precisos e confiáveis a respeito de acidentes do traba-
lho é de procedência do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) que se limita aos trabalhadores formais
e que são aqueles cobertos pelo Seguro Acidente do
Trabalho (SAT) e que representam em torno de 1/3
da população economicamente ativa do país, temos a
informação de que o número de óbitos por acidentes
do trabalho vem diminuindo. No entanto, na Indústria
da Construção este valor vem oscilando, sendo que no
ano 2009 a quantidade de óbitos foi maior que no ano
2000, segundo o Anuário Estatístico da Previdência So-
cial (AEPS).
Além dos casos de óbitos, acidentes de trabalho
não fatais, segundo a Previdência Social, tem aconte-
cido, sendo que as quantidades oscilam tanto para as
ocorrências na Indústria da Construção como em ou-
tros ramos de atividades. Para todos os ramos de ativi-
dades, em 2007, foram 127.019 acidentes de trabalho
não fatais e no ano 2000 ocorreram 82.502 casos. No
mesmo período para a Indústria da Construção, foram
11.108 casos em 2007 e 6.579 casos no ano 2000, se-
gundo a Previdência Social.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT)
tem atuado como líder mundial para a Segurança e
Saúde no Trabalho e tem havido destaque para a In-
dústria da Construção nas convenções, resoluções,
campanhas e recomendações técnicas. Nesse sentido,

36
propõe que sejam desenvolvidos programas que pro-
movam ambientes de trabalho seguros e saudáveis,
com a participação de empregados e empregadores,
mas estes com responsabilidade jurídica. Assim, estes
têm várias responsabilidades que no Brasil são expres-
sas pela legislação vigente e quanto às exigências de
Segurança do Trabalho são estabelecidas pelas Nor-
mas Regulamentadoras.
As modernas técnicas de engenharia inseridas na
área da Construção Civil em virtude de novas tecno-
logias fazem com que, além do cumprimento da le-
gislação, sejam permanentemente desenvolvidas ações
para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais
promovendo a saúde e proteção dos trabalhadores e da
comunidade do entorno dos empreendimentos.
A NR18 Condições e Meio Ambiente de Traba-
lho na Indústria da Construção, revisada em julho de
1995, determinou a obrigatoriedade da elaboração pe-
las empresas do PCMAT - Programa de Condições e
Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Constru-
ção, permitindo, assim, o gerenciamento do ambiente
de trabalho no segmento da construção. Este programa
tem sua elaboração e cumprimento obrigatórios para os
estabelecimentos que reúnam 20 (vinte) ou mais traba-
lhadores, observando-se o cumprimento das exigências
da NR18, assim como de outras medidas de segurança.
O gerenciamento do ambiente de trabalho da
construção civil deve levar em consideração as diferen-
tes atividades que, por apresentarem inúmeros riscos,
exigem medidas de controle mais complexas.

37
Assim, em conformidade com NR18. Item 18.3.4,
devem integrar o PCMAT:

• memorial sobre condições e meio ambiente de


trabalho nas atividades e operações, levando-se em con-
sideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e
suas respectivas medidas preventivas;
• projeto de execução das proteções coletivas em
conformidade com as etapas de execução da obra;
• especificação técnica das proteções coletivas e in-
dividuais a serem utilizadas;
• cronograma de implantação das medidas preven-
tivas definidas no PCMAT, em conformidade com as
etapas de execução da obra;
• leiaute inicial e atualizado do canteiro de obras e/
ou frente de trabalho, contemplando, inclusive, previ-
são de dimensionamento das áreas de vivência;
• programa educativo contemplando a temática de
prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupa-
cionais, com sua carga horária.

O PCMAT torna-se, portanto, um programa dinâ-


mico, pois deverá ser planejado para cada etapa da obra
abrangendo do projeto aos serviços finais, levando em
consideração os riscos de acidentes e doenças que pos-
sam estar presentes em cada uma das diferentes etapas.
A metodologia a ser adotada deve considerar o
desenvolvimento de projetos que deverão ocorrer du-
rante o tempo de duração da obra com o objetivo de
promover a melhoria das condições de trabalho, apre-

38
sentando metas tanto física como financeiras e estraté-
gias de execução.
Deverão ser considerados na elaboração do PC-
MAT a relação que este programa deve apresentar com
os outros programas, como:
• Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –
PPRA, estabelecido pela NR9;
• Análise Ergonômica do Trabalho, estabelecida
pela NR17, que embora não seja um programa, iden-
tifica e avalia agentes ergonômicos, apresentando re-
comendações para as condições que se encontram em
desacordo com as exigências técnicas e legais;
• Programa de Controle Médico de Saúde Ocupa-
cional – PCMSO, definido pela NR7.
No modelo serão apresentadas as informações
que devem ser contempladas no PCMAT.

1.2.1. Estrutura básica para elaboração do


PCMAT

39
Razão Social da Empresa

Empresa:

Endereço:

Bairro: Cidade:

Fone: Contato:

Quantidade de
trabalhadores: Empregados: Contratados:

A obra apresenta:

1. Instalações sanitárias: sim não

2. Vestiários: sim não

3. Local de Refeições: sim não

4. Área de Lazer: sim não

5. Alojamento: sim não

6. Cozinha: sim não

7. Lavanderia: sim não

8, Ambulatório sim não

Observações:

1.2.2. Situação atual

Nesta etapa do PCMAT devem ser identificadas e re-


gistradas informações que possibilitem o diagnóstico inicial.

1. Análise de:
• Projetos;
• Cronograma da obra;
• Processos e métodos de trabalho;

2. Estabelecimento de recursos financeiros para o


programa;

40
3. Descrição da obra:
Neste item devem estar identificadas informações
sobre todas as etapas da obra, sistema construtivo e
quantidade de trabalhadores prevista; Deverão também
ser relacionadas as empresas que atuarão em conjunto na
obra como empreiteiros e subempreiteiros, bem como
outros profissionais que prestarão serviços. Com relação
à mão-de-obra deverá ser caracterizado seu perfil;

4. Identificação das características geográficas e cli-


máticas da região onde se encontra a obra, contemplan-
do: capacidade de carga do terreno, altitude, temperatu-
ra, umidade relativa do ar, ventos (direção dominante e
velocidade), chuvas (precipitação pluviométrica).

1.2.3. Canteiro de obras:

Este item deve contemplar a organização do cantei-


ro de obras, sendo estabelecidos os seguintes usos: área
de vivência, escritórios, máquinas e equipamentos, ofici-
nas, almoxarifados, extintores de incêndio, dentre outros.
Para estes itens devem ser definidos o dimensionamento,
a locação e o leiaute, devendo haver o leiaute inicial e suas
atualizações, conforme o desenvolvimento da obra.
Devem ainda ser definidos: sinalização de seguran-
ça, transporte de pessoal e áreas de circulação para veí-
culos e pessoas; abastecimento de água, de eletricidade
e telefonia. Também devem ser previstos o escoamento
de esgoto e de águas pluviais.

41

Você também pode gostar