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SOFT SKILLS

Contemporaneidade
e inteligência
emocional
Pablo Bes

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Explicar o significado de ser contemporâneo, a partir da explicação de


Agamben.
>> Definir inteligência emocional.
>> Reconhecer o papel da inteligência emocional no mundo do trabalho con-
temporâneo.

Introdução
Do gestor contemporâneo, são exigidas capacidades técnicas que foram pre-
dominantes em outras épocas no mundo do trabalho, além de capacidades
sociais e comportamentais que surgiram a partir da globalização. Salienta-se
que é a partir da globalização que as organizações atuantes no mercado se
reconfiguram em busca de adaptação e flexibilidade para sua sobrevivência
e seu crescimento.
A inteligência emocional desponta como uma dessas capacidades sociais e
comportamentais e pode contribuir para a vida tanto pessoal quanto profissio-
nal do indivíduo, devido à possibilidade de promover um convívio social com
maior qualidade. Por envolver o conhecimento das emoções e a sua regulação
por parte dos sujeitos, bem como propor que se percebam os aspectos psico-
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lógicos do outro, por meio do exercício da empatia, a inteligência emocional se


associa diretamente com os relacionamentos intrapessoal e interpessoal. Esses
são aspectos exigidos hoje e que nos diferenciam em um mercado altamente
competitivo e concorrencial.
Neste capítulo, você vai aprender sobre o conceito de contemporâneo, conforme
proposto por Agamben. Você também vai compreender a soft skill denominada
inteligência emocional e vai perceber como esses dois conceitos se alinham hoje
no funcionamento das organizações.

O que é ser contemporâneo?


As palavras “contemporâneo” e “contemporaneidade” são amplamente utiliza-
das em nosso cotidiano, muitas vezes de forma simplista e descontextualizada
de todos os significados que trazem consigo. A palavra “contemporâneo”
normalmente se encontra associada a um aspecto temporal; porém, ainda
que envolva a questão cronológica, possui sentidos que vão além desta,
o que discutiremos ao longo deste tópico inicial.
Compreender o contemporâneo contribui para que consigamos perceber
como chegamos ao estágio em que nos encontramos, denominado ontologia
do presente. Isso pode ser feito correlacionando os fatos e os contextos que
nos fizeram chegar ao que somos e ao que pensamos no presente. Ao definir
a ontologia do presente, que inspirou muitos filósofos ao longo dos séculos,
Veiga-Neto (2007, p. 39) comenta o seguinte:

Em que consiste a ontologia do presente? Talvez a maneira mais simples de res-


ponder tal pergunta seja a partir da famosa questão kantiana ‘quem somos nós?’
[...] A ontologia do presente é uma ontologia crítica de nós mesmos; ela desloca a
questão (kantiana) para uma outra questão, também já presente em Kant, porém
enfatizada por Nietzsche e que pode ser formulada da seguinte maneira: ‘que se
passa com nós mesmos?’.

Assim, o conceito de contemporâneo exige uma maior atenção da nossa


parte, para que possamos compreender criticamente o porquê de nos tor-
namos quem somos. Para isso, precisamos compreendê-lo de forma mais
minuciosa, a partir da proposta de Agamben (2009). Faremos isso com base
na análise dos itens que compõem a Figura 1.
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Atualidade/ Desconexão e
Anacronismo Reatualização
presente dissociação

Encontro entre
Descontinuidade/ Possibilidade de
O não-vivido tempos e
cesura transformação
gerações

Figura 1. Elementos que fazem parte do conceito de contemporâneo.


Fonte: Adaptada de Agamben (2009).

Analisando a Figura 1, podemos entender que o contemporâneo se as-


socia com a atualidade, com o tempo presente em que nos inserimos, pois
este servirá de referência para que possamos exercer nosso olhar, elevar
nossa percepção sobre as coisas. Porém, e a partir disso, o contemporâ-
neo se expande para muitos outros aspectos. É justamente isto o que nos
torna contemporâneos: não simplesmente vivermos a nossa época e os fa-
tores que a constituem, mas termos a capacidade de discernir a partir dela,
de perceber tanto os fatores que se revelam de forma facilitada, aparente,
quanto aqueles que são sutis, quase que imperceptíveis. Aqueles fatores
que são somente acessados a partir de uma capacidade de questionarmos o
entorno e desenvolvermos nossas próprias impressões de mundo, indo além
do que é generalizado no senso comum.
Nesse sentido, Agamben (2009, p. 59) afirma que “[...] a contemporaneidade,
é uma singular relação com o próprio tempo, que adere a este e, ao mesmo
tempo, dele toma distâncias”. Isto é, o ser contemporâneo é aquele que
possui uma atitude diferenciada em relação ao seu tempo. Esse indivíduo não
simplesmente adere ao seu tempo com tudo o que ele impõe, mas é capaz de
refletir sobre ele, de se distanciar daquelas verdades que ali se estabelecem
e de perceber os regimes de verdade que se digladiam no cotidiano, conforme
comenta Foucault (1979):

A verdade é deste mundo; ela é produzida nele graças a múltiplas coerções e nele
produz efeitos regulamentados de poder. Cada sociedade tem o seu regime de
verdade, sua ‘política geral’ de verdade: isto é, os tipos de discurso que ela acolhe
e faz funcionar como verdadeiros; os mecanismos e as instâncias que permitem
distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se sanciona uns
e outros; as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a obtenção da
verdade; o estatuto daqueles que têm o encargo de dizer o que funciona como
verdadeiro (FOUCAULT, 1979, p. 12).
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Por se tratar de uma atitude acerca do tempo em que se vive, ser contem-
porâneo envolve mecanismos de desconexão e dissociação, que permitem
que os sujeitos possam remeter a outros contextos, outras épocas, captando
memórias de experiências anteriores, ou mesmo fazer projeções futuras,
visando a entender, explicar e aceitar (ou contestar) a vida atual. Agamben
(2009, p. 59) se refere ao tempo do contemporâneo afirmando que “[...] aqueles
que coincidem muito plenamente com a época, que em todos os aspectos a
esta aderem perfeitamente, não são contemporâneos porque, exatamente
por isso, não conseguem vê-la, não podem manter fixo o olhar sobre ela”.
Transpondo esse conceito para a questão do mundo do trabalho, mais espe-
cificamente para as teorias organizacionais e de gestão de pessoas, podemos
entender que ser ou se tornar um gestor contemporâneo, nesse caso, remete
à busca, ao mapeamento de tendências, que refutam verdades postas pelo
mercado, desenvolvendo e aprimorando competências, ou até mesmo criando-
-as — tanto as hard skills quanto as soft skills. Porém, isso é feito exercendo-se
as capacidades de crítica, de análise e de reflexividade a seu respeito.
Ao se referir à relação de desconexão e dissociação com o tempo presente
que deve existir naquele que é contemporâneo, Agamben (2009) admite existir
certa dose de anacronismo nessa relação, pois as coisas não seguem um fluxo
tão linear e ordenado. Logo, por vezes, vivenciamos experiências na atualidade
que já se fizeram presentes em outras épocas e eram contemporâneas àque-
les que as viveram anteriormente. O anacronismo se resume a um equívoco,
em que tentamos avaliar os fatos e fenômenos de um certo tempo histórico
a partir das lentes de outras épocas, o que produz sentidos distorcidos.
Diante disso, podemos nos perguntar: como não aderirmos e nos fixarmos
a determinados conceitos/impressões que nos subjetivaram ao longo da vida,
a partir da nossa cultura? Agamben (2009) busca responder essa pergunta
a partir da reatualização, que se faz necessária e em que são considerados
dois elementos, ao menos: a luz e a obscuridade. A esse respeito, o autor
acrescenta que:

[...] contemporâneo é aquele que mantém fixo o olhar no seu tempo, para nele
perceber não as luzes, mas o escuro. Todos os tempos são, para quem deles ex-
perimenta contemporaneidade, obscuros. Contemporâneo é, justamente, aquele
que sabe ver essa obscuridade, que é capaz de escrever mergulhando a pena nas
trevas do presente (AGAMBEN, 2009, p. 63).

O obscuro, nesse caso, não é algo inexistente ou simplesmente que não


possua luminosidade refletida sobre ele, mas real, que compõe esse tempo ao
lado de outros aspectos que nos parecem estar iluminados por fachos de luz
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(o que nos é mais nítido e naturalizado em nossa experiência de vida diária).


Ser contemporâneo significa perceber esses efeitos que, muitas vezes, se
articulam em nosso cotidiano. Inclui tanto o vivido pelo sujeito como o não
vivido no seu tempo, muitas vezes não vivenciado justamente por não ter
sido percebido, por se ter fixado o olhar naquilo que é posto como verdade,
como a luz. Acompanhe a seguir um exemplo que pode ilustrar o que estamos
aprendendo sobre o conceito de contemporâneo.

Moda e contemporaneidade

A moda nos ajuda a entender melhor o conceito de contemporâneo.


As pessoas passam a se vestir, a seguir tendências e estilos, a adotar tipos
de vestuários e suas combinações específicas a partir daquilo que é definido
pela moda de cada época. Porém, a moda está sempre em busca de novas
inspirações, e os estilistas estão sempre criando e recriando conceitos que,
muitas vezes, retomam tendências já utilizadas em tempos históricos anteriores.
Assim, quando o sujeito admite “estar na moda”, ele se encontra distante dela,
pois ela já se deslocou para novos cenários, novos formatos, pois se transforma
constantemente a partir das ações, dos enunciados e das práticas daqueles
que a produzem. Então, a moda também possibilita dissociações, anacronismo
e mesmo reatualizações.
Analise a moda vista como “contemporânea”, que existe na atualidade.
Você vai verificar que ela retoma vestes, peças e acessórios de outras épocas.
Da mesma forma, perceba a obscuridade da moda, quais são os efeitos que
ela produz em nossas vidas, quais são os motivos que a fazem seguir esta ou
aquela tendência, o que ela nos propõe, com que regimes de verdade ela se
associa, como ela trata aqueles que com ela não compactuam. Esse exercício
traduz a contemporaneidade no sentido proposto por Agamben (2009) e somente
é possível a quem não fixa seu olhar e faz da moda a sua fonte de vida e a
balizadora de sua conduta social.

Partindo do exemplo anterior, podemos destacar outros aspectos que


compõem o contemporâneo: a descontinuidade e a cesura. A cesura é um
termo que significa realizar um corte, uma interrupção brusca em algo
que vinha sendo desenvolvido, porém, que deixa marcas ao ser realizado.
Em uma cirurgia, por exemplo, ao realizar uma cesura com o bisturi, o cirurgião
realiza o procedimento necessário, porém, o paciente carregará consigo a
cicatriz desse corte. O mesmo ocorre com o passar do tempo histórico; nos-
sos enunciados, ideias e ênfases vão surgindo e realizam cesuras em nossa
cultura, porém, certos resquícios (marcas) continuam a existir.
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Nosso mundo, nossa existência, embora algumas vezes tenha sido vista
assim, não ocorre de forma linear e ordenada, como se cada época fosse
pré-requisito das anteriores e como se a cada novo tempo tivéssemos virado
as costas para o passado. As ideias, os enunciados, as práticas e a cultura
de cada tempo histórico vão se somando e nos produzindo. Esse processo é
descontínuo e, por vezes, rompe com ideias potentes e predominantes, nos
levando a novos entendimentos, deixando verdadeiras cicatrizes com seus
acontecimentos. Bauman (2001), ao realizar um ensaio sobre a contempora-
neidade, reforça esse entendimento ao propor o conceito de modernidade
líquida. Nela, vemos em funcionamento uma era em que a fluidez parece
exigir-nos a todo instante a flexibilidade e a adaptação necessárias para a vida
em um mundo que assume não possuir a rigidez, a ordenação e a estabilidade
afirmada em outros séculos modernos.
Para ilustrar esse fato, podemos considerar a forma como as pessoas eram
vistas no início do século XX no ambiente organizacional quando surgiu a ciên-
cia da administração. A abordagem clássica, pioneira, considerava o operário
como um mero executor, plenamente racional, motivado exclusivamente pelo
dinheiro e ao qual era necessário supervisão funcional e coercitiva constante.
Esses preceitos se associavam à visão maquínica que se tinha das organizações
e aos pressupostos do homo oeconomicus. Com o surgimento de abordagens
humanísticas, essa visão se ampliou, abrangendo novas considerações para
a motivação, atentando para os aspectos psicológicos que constituem as
pessoas e que afetam seu desempenho, constituindo o homo socialis. Existia
aí uma cesura na forma como as pessoas eram consideradas no ambiente
organizacional, o que levou a outras teorizações, que desencadearam a atual
gestão humanizada de pessoas.
Caso houvesse de fato uma linearização e continuidade ao longo dos
séculos XX e XXI a esse respeito, não presenciaríamos organizações ainda
adotando os pressupostos clássicos da administração de pessoas do início
do século XX, não é mesmo? Porém, essas visões dicotômicas e contraditórias
acerca do ser humano no ambiente de trabalho ainda existem, sendo objeto
de disputa nas organizações atuais. Por isso mesmo, o contemporâneo pode
ser visto, segundo Agamben (2009), como o exercício de encontro e reencontro
entre os tempos e as gerações que a eles pertencem.
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Veja a seguir alguns conceitos.


„„ Homo oeconomicus — visão do homem como ser plenamente
racional e motivado unicamente pelo dinheiro.
„„ Homo socialis — visão que considera o homem como um ser social, de forma
holística, que se motiva a partir de recompensas sociais e simbólicas, como
o elogio, o reconhecimento, a valorização profissional etc.

A partir dos vários aspectos analisados, podemos perceber que sermos


contemporâneos exige de nós uma atitude diferenciada da que cotidianamente
assumimos em nossas vidas, pois significa compreender os detalhes, buscar
as entrelinhas, as conexões e as desconexões de nosso tempo em relação
tanto ao passado quanto ao futuro. Isso é o que Agamben (2009, p. 73) nos
provoca a refletir:

Isso significa que o contemporâneo não é apenas aquele que, percebendo o es-
curo do presente, nele apreende a resoluta luz; é também aquele que, dividindo
e interpolando o tempo, está à altura de transformá-lo e de colocá-lo em relação
com os outros tempos, de nele ler de modo inédito a história, de ‘citá-la’ segundo
uma necessidade que não provém de maneira nenhuma do seu arbítrio, mas de
uma exigência à qual ele não pode responder.

Assim, devemos esperar que possamos assumir nossa contemporaneidade


nos locais onde partilhamos a vida, tanto no âmbito pessoal quanto no profis-
sional, que nos tornemos capazes de interpretar os fatores de nosso tempo,
de realizar a leitura dos fachos de luz que nos chegam e da obscuridade que
existe, e que possamos, nessa busca, transformar a nossa própria existência
e, com isso, a daqueles que conosco convivem. No próximo tópico, veremos
como o contemporâneo se coloca nas questões do mundo do trabalho, fazendo
surgir novas competências na atualidade, compreendidas como soft skills,
sendo uma delas a inteligência emocional.

Definindo a inteligência emocional


Com o avanço das ciências nas últimas décadas do século XX, ampliou-se
o entendimento acerca da constituição do homem e de suas inteligências,
rompendo com a visão reducionista alicerçada no coeficiente de inteligência
(QI), que se voltava para os aspectos cognitivos que as pessoas possuíam.
8 Contemporaneidade e inteligência emocional

O lançamento da teoria das inteligências múltiplas de Gardner, em 1983,


contribuiu diretamente para isso, uma vez que ela propõe que o ser humano
possui inteligências diversas, que focalizam questões distintas e que se arti-
culam ao longo da vida, podendo desenvolver as suas capacidades específicas.
Entre as inteligências propostas por Gardner (1995), destacamos duas que,
posteriormente, farão parte do conceito de inteligência emocional: a inteli-
gência intrapessoal e a inteligência interpessoal. Conforme propôs Gardner
(1995, p. 28), a inteligência intrapessoal se refere aos “[...] aspectos internos
de uma pessoa: o acesso ao sentimento da própria vida, à gama das pró-
prias emoções, à capacidade de discriminar essas emoções e eventualmente
rotulá-las e utilizá-las como uma maneira de entender e orientar o próprio
comportamento”. Já a inteligência interpessoal se baseia na capacidade de
“[...] perceber distinções entre os outros; em especial, [...] estados de ânimo,
temperamentos, motivações e intenções” (GARDNER, 1995, p. 27). Esses con-
ceitos serviram de inspiração para as novas teorizações que ocorreram no
campo da psicologia, da medicina, da pedagogia e de várias outras ciências
a partir da década de 1990, sobretudo para preparar o homem para viver
em sociedade e para atender às novas exigências do mundo do trabalho no
contexto posterior à globalização.
Com o entendimento do homem de forma sistêmica, compreendendo-se
que ele articula várias inteligências para cumprir os desafios de seu coti-
diano, ficou clara a necessidade de envolvimento entre aspectos racionais
e emocionais, que passaram a ter maior importância a partir de então. Isso
rompeu com pensamentos equivocados, que apontavam que o homem era
capaz de ser plenamente racional, apesar de todos os aspectos psicológicos
que o constituem. Assim, foi possível o surgimento do conceito de inteligência
emocional.
A primeira vez que o termo inteligência emocional apareceu nos escritos
acadêmicos foi em 1990, em um artigo dos autores Salovey e Mayer (1990).
Para esses autores, a inteligência social envolve o conhecimento dos sujeitos
sobre as suas emoções, a capacidade de controlá-las e a sua percepção em
relação às emoções alheias ao longo do convívio. Após esse primeiro movi-
mento, o debate sobre inteligência emocional teve alcance mundo afora com a
publicação da obra Inteligência Emocional, de Daniel Goleman, no ano de 1995.
Posteriormente, os autores seminais do conceito de inteligência emo-
cional a definiram como a “[...] habilidade para reconhecer o significado das
emoções e suas inter-relações, assim como raciocinar e resolver problemas
baseados nelas. A inteligência emocional está envolvida na capacidade de
perceber emoções, assimilá-las com base nos sentimentos, avaliá-las e
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gerenciá-las" (MAYER; CARUSO; SALOVEY, 2000, p. 267). Aqui já percebemos


os componentes que integram o conceito: as emoções, o seu envolvimento
subjetivo e o relacionamento com os outros. Assim, esse conceito tanto
amplia o conceito de inteligência, deixando claro que ela não é inata, quanto
qualifica as possibilidades do próprio convívio social.
Goleman (2011b, p. 446) declara que “[...] a boa notícia é que a inteligência
emocional pode ser aprendida. Individualmente, podemos adicionar essas
aptidões à nossa caixa de ferramentas para a sobrevivência numa época em
que a estabilidade do emprego parece uma estranha contradição”. Dessa
forma, com as pressões e novas exigências no contexto organizacional con-
temporâneo, a inteligência emocional passa a ser cada vez mais valorizada,
caracterizando-se como uma soft skill com potencial de contribuição e des-
fechos positivos para a performance em todos os campos profissionais.
Para a melhor compreensão do que abrange o conceito de inteligência
emocional, o Quadro 1 mostra as cinco dimensões criadas por Goleman (2011b)
para compor esse conceito.

Quadro 1. As dimensões da inteligência emocional

Saber o que está sentindo em um determinado momento


e utilizar as preferências que guiam a tomada de decisão;
Autopercepção fazer uma avaliação realista das próprias capacidades
e possuir uma sensação bem fundamentada de
autoconfiança.

Lidar com as próprias emoções de forma que facilitem a


tarefa que se tem pela frente, em vez de interferirem nela;
Autorregulação
ser consciencioso e adiar a recompensa a fim de perseguir
as metas; recuperar-se bem de aflições emocionais.

Utilizar as preferências mais profundas para se


impulsionar e se guiar na direção de suas metas, a fim
Motivação
de ajudar a ter iniciativa, a ser altamente eficaz e a
perseverar diante de reveses e frustrações.

Pressentir o que as pessoas estão sentindo, ser capaz de


Empatia assumir sua perspectiva e cultivar o rapport e a sintonia
com uma ampla diversidade de pessoas.

Lidar bem com as emoções nos relacionamentos e ler


com precisão situações sociais e redes; interagir com
Habilidades
facilidade; utilizar essas habilidades para liderar, negociar
sociais
e solucionar divergências, bem como para a cooperação e
o trabalho em equipe.

Fonte: Adaptado de Goleman (2011b).


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Acompanhando as dimensões apontadas no Quadro 1, percebemos o quanto


elas remetem em grande parte aos aspectos internos, subjetivos. Estes se
iniciam com a capacidade de percepção de como as emoções são vivenciadas
pelos sujeitos, para que, então, possam ser gerenciadas para respostas mais
adequadas ao contexto e ao ambiente em que se inserem. Assim, caso a pessoa
perceba que está se envolvendo em algum local ou situação em que se sente
fragilizada e prestes a perder o controle emocional, por exemplo, ela pode
saber como agir, procurando afastar-se por um momento, respirando fundo,
buscando relaxar e diminuir o nível de estresse que está sentindo.
É importante esclarecer que não temos como impedir que as emoções se
desenvolvam, especialmente porque parte de nossas emoções depende, em
primeiro lugar, da agência do sistema nervoso autônomo, sobre o qual não
temos controle — é o mesmo que controla nossos batimentos cardíacos. O que
podemos fazer é direcionar as respostas psicofisiológicas que resultam delas.
A motivação também é um fator interno importante para a nossa rela-
ção com o entorno, pois, a partir dela, conseguimos seguir em frente rumo
aos objetivos traçados, inclusive desenvolvendo outro aspecto importante,
a resiliência. Convém esclarecermos que, ao nos depararmos com obstáculos
ou adversidades em nosso cotidiano, tendemos a elaborar novas estratégias
para agir a partir de então. Essas ações são denominadas coping. Antonia-
zzi, Dell’Aglio e Bandeira (1998, p. 273) comentam que o coping se refere ao
“[...] conjunto das estratégias utilizadas pelas pessoas para adaptarem-se
a circunstâncias adversas ou estressantes”. Assim, o coping costuma estar
relacionado com a resiliência que precisamos possuir para seguir em frente
com nossos projetos e objetivos mesmo quando fatores estressores ou
obstaculizantes venham a nos confrontar.
Além disso, entender a motivação no conceito de inteligência emocional
nos faz perceber o quanto o ambiente de trabalho e as relações que de-
senvolvemos com os colegas são fundamentais e se relacionam com outros
conceitos potentes, como o de clima organizacional e de qualidade de vida
no trabalho. Da mesma forma, a empatia é parte essencial da inteligência
emocional, pois não basta termos autoconhecimento e gerenciarmos bem
nossas emoções, se desconsideramos os outros e o quanto as suas emoções
também são afetadas pelo que realizamos, não é mesmo? Perceba no exemplo
a seguir como a empatia contribui para as relações sociais.
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A empatia expande a percepção

Ao se referir à importância fundamental da empatia para a inteligência


emocional, Goleman (2011a) narra uma situação que vivenciou ao conversar
com uma mulher, que havia sido traída pelo marido e que, após superar esse
ocorrido, havia reestruturado sua vida e sua carreira, criando os filhos e sendo
vista como exemplo de pessoa bem-sucedida na sociedade. Ao perguntar a ela
como lidava com a separação, essa mulher respondeu que nem pensava mais
no marido, que isso havia ficado no passado; porém, seus olhos se encheram
de lágrimas ao responder. Foi então que ele constatou:
Aquele lacrimejar de olhos poderia passar facilmente despercebido. Mas, por um
tipo de compreensão que acontece através da empatia, os olhos marejados em uma
pessoa indicam que ela está triste, não importa o que tenha expressado em palavras.
A empatia é um ato de compreensão tão seguro quanto a apreensão do sentido das
palavras contidas numa página impressa. O primeiro tipo de compreensão é fruto da
mente emocional, o outro, da mente racional. Na verdade, temos duas mentes — a
que raciocina e a que sente (GOLEMAN, 2011a, p. 37).

Acompanhando o relato exemplificado, percebemos como a empatia permitiu


que o autor entendesse de forma mais ampliada o que a mulher estava sentindo
no momento, por meio da análise de sua atitude corporal, que denunciou aspectos
contrários ao que ela expressou com palavras. Assim, mesmo com a mulher
procurando ser racional, isentando-se do que ainda sentia em relação ao fato
ocorrido, as emoções estavam ali, sendo demonstradas e contribuindo para que
a comunicação se efetivasse. Isso permitiu que aquele que a escutava pudesse
reagir de forma condizente, procurando apoiá-la naquele momento. Caso não
houvesse empatia, as palavras simplesmente iriam servir para a conclusão sobre
o passado, o que, porém, apresentaria um entendimento equivocado.

A inteligência emocional proposta por Goleman (2011b) envolve a busca pelo


desenvolvimento de um conjunto de habilidades que nos capacitam para o
convívio com as outras pessoas e que atualmente são requeridas no ambiente
de trabalho. Entre elas, estão as capacidades de interação, de liderança,
de gerenciamento de grupos e equipes e de negociação, que compõem as
soft skills que pautam o mundo do trabalho no século XXI.
Resumindo tudo o que aprendemos ao longo deste tópico de aprendizagem,
podemos definir que a “[...] inteligência emocional refere-se à capacidade de
identificar nossos próprios sentimentos e os dos outros, de motivar a nós
mesmos e de gerenciar bem as emoções dentro de nós e em nossos relaciona-
mentos” (GOLEMAN, 2011b, p. 448). Ou seja, a inteligência emocional apresenta
grande importância no contexto organizacional para o gestor contemporâneo
e proporciona maior qualidade ao nosso convívio cultural. Assim, deve-se
12 Contemporaneidade e inteligência emocional

buscar desenvolver essa soft skill, ampliando a nossa capacidade de entender


e lidar com as nossas emoções e com as daqueles com quem convivemos.
No próximo tópico, relacionaremos o conceito de inteligência emocional com
vários dos conceitos e processos que ocorrem no ambiente organizacional e
que nos desafiam ao longo de nossas carreiras de gestores, principalmente
se nos tornamos contemporâneos de fato.

Inteligência emocional e o mundo


do trabalho contemporâneo
O mundo do trabalho se alia com a racionalidade neoliberal, que ocorre de
forma hegemônica ao redor do mundo, sendo vista como o princípio político
e econômico predominante na contemporaneidade e que foi se configurando
ao longo das últimas cinco décadas, aproximadamente. Nesse contexto, o
neoliberalismo promove o empresariamento como base, tanto para as organi-
zações quanto para os sujeitos, fazendo com que a concorrência e a competição
sejam estimuladas. Isso faz com que os indivíduos tenham que se envolver
na busca por novas competências para manterem a sua empregabilidade.
Conforme destacam Dardot e Laval (2016, p. 7), “[...] o neoliberalismo não é
apenas uma ideologia, um tipo de política econômica. É um sistema normativo
que ampliou sua influência ao mundo inteiro, estendendo a lógica do capital
a todas as relações sociais e as esferas da vida”. E justamente por se tratar
de uma racionalidade que envolve o capital e as questões do trabalho e do
emprego, a sua conquista e a sua manutenção passam a ser de responsabi-
lidade predominante dos sujeitos, muitas vezes isentando o Estado dessa
questão, sob o conceito de empregabilidade.
Entre as reconfigurações que ocorrem no mundo do trabalho impulsionadas
pela globalização e que colocam o neoliberalismo como a “nova razão do
mundo” (DARDOT; LAVAL, 2016), percebem-se mudanças também no conceito
de competências. Na atualidade, a ênfase que antes existia nas competências
técnicas (hard skills) se desloca para as competências sociais e comporta-
mentais (soft skills), cujas capacidades podem ser mais bem desenvolvidas
por meio da inteligência emocional.
Convém destacar que o mundo do trabalho cada vez mais acompanha o que
aprendemos sobre o contemporâneo. Isso porque ele exige que desenvolvamos
repertórios que possam conciliar diferentes teorias, práticas e processos de
percepção e compreensão de várias épocas, com profissionais de gerações
diversas esforçando-se para atender às demandas presentes — entre elas, as
Contemporaneidade e inteligência emocional 13

capacidades transversais. Isso é feito, porém, sem descartar as capacidades


técnicas de outrora, ainda as valorizando e requerendo, mas constatando que
já não são mais suficientes para respondermos às contingências do contexto
heterogêneo e tecnologizado.
Ser um gestor contemporâneo, nesse sentido, é entender como isso ocorre,
fazer perguntas à realidade, colocar-se como aprendiz no curso da interpreta-
ção e saber fazer uso dessas ferramentas e da possibilidade dessas análises a
nosso favor. Ainda, esse gestor deve se manter ativo e em constante processo
de busca por tendências e ajustes às exigências que surgem a todo momento.
A partir do conceito de inteligência emocional e de suas dimensões, po-
demos citar alguns aspectos que a relacionam com o contexto do mundo do
trabalho contemporâneo, apresentados na Figura 2.

Relacionamento Gestão de Clima


Liderança
interpessoal pessoas organizacional

Qualidade de Gestão de Comunicação/


vida no trabalho conflitos feedback

Figura 2. Aspectos em que a inteligência emocional pode contribuir no mundo do trabalho


contemporâneo.
Fonte: Adaptada de Goleman (2011a, 2011b).

Nosso relacionamento interpessoal está diretamente relacionado com a


forma como lidamos com as nossas emoções e como percebemos os efeitos
de nossas atitudes nas emoções alheias. A partir da inteligência emocional,
podemos compreender melhor o quanto somos seres que funcionam de forma
racional e emocional articulada, o que nos faz agir, muitas vezes, reagindo
aos estímulos e às situações do ambiente e do contexto em que nos inseri-
mos. Assim, um gestor que desenvolveu sua inteligência emocional saberá
se conduzir de forma mais adequada perante os grupos e as equipes em que
atua, comunicando-se de forma mais apropriada e percebendo as reações
daqueles que lidera, mapeando possíveis indícios de problemas de ordem
emocional e conflitos expressos e latentes que possam ali existir.
14 Contemporaneidade e inteligência emocional

A gestão de pessoas necessita desse entendimento do ser humano de


forma holística, composto pelos aspectos físicos e emocionais, o que facilita
o direcionamento das condutas de todos em busca da performance que as
organizações requerem. A inteligência emocional auxilia na mensuração dos
impactos que os objetivos e as metas podem estar ocasionando na vida dos
colaboradores, permitindo gerenciar, por meio da empatia, os quadros de
ansiedade e estresse, ajudando a prevenir doenças mentais mais graves,
como a depressão e a síndrome de burnout, entre outros aspectos.

A síndrome de burnout é um estado de exaustão física e mental que


costuma ser relacionado com a vivência profissional em ambientes
altamente estressantes. Assim, o sujeito passa a ter um esgotamento visível,
apresentando irritabilidade, desânimo persistente, sentimentos de inferioridade
e incapacidade, entre outros aspectos.

Entre os atributos que hoje se referem à liderança bem-sucedida e eficaz,


em relação tanto aos objetivos pessoais quanto aos objetivos organizacionais,
podemos considerar a importância da inteligência emocional. Isso porque os
colaboradores costumam reagir à forma como são considerados e ao nível
das relações a que estão expostos no dia a dia nas organizações. Ao analisar
as relações de poder existentes no ambiente organizacional, Goulart (2010,
p. 264) acrescenta que “[...] as pessoas que detém o poder devem manifestar
vontade política, a fim de incentivar posturas e práticas de interdependên-
cia, trabalho cooperativo e disponibilidade para ouvir e respeitar o outro”.
Essas posturas e práticas voltadas para o relacionamento interpessoal mais
qualificado podem ser mais facilmente atingidas a partir do desenvolvimento
da inteligência emocional pelo líder e pelos liderados.
O clima organizacional, traduzido no sentimento que as pessoas possuem
em relação ao seu trabalho, ao ambiente organizacional, ao gostar ou não
gostar, também se relaciona diretamente com a existência (ou não existência)
da inteligência emocional entre as pessoas, sejam elas pares ou líderes.
O clima organizacional se relaciona diretamente com “[...] o modo como as
pessoas interagem umas com as outras, com os clientes e fornecedores inter-
nos e externos, bem como o grau de satisfação com o contexto que as cerca”
Contemporaneidade e inteligência emocional 15

(CHIAVENATO, 2014, p. 470). Assim, de acordo com Chiavenato (2014, p. 470), a


inteligência emocional propicia que esse clima seja “[...] agradável, receptivo,
caloroso e envolvente, em um extremo, ou desagradável, agressivo, frio e
alienante em outro extremo”. O ideal é que possamos analisar qual é o clima
organizacional no local onde trabalhamos, percebendo o quanto as emoções
estão envolvidas e como essa soft skill, a inteligência emocional, contribui
decisivamente para um sentimento de satisfação e bem-estar coletivos.
A qualidade de vida no trabalho também pode ser associada ao conceito
de inteligência emocional, pois envolve os processos capazes de produzirem
bem-estar dentro da organização, envolvendo desde aspectos ergonômicos
e físicos até questões de natureza psicológica que afetam a satisfação e a
motivação dos colaboradores que ali atuam. Cabe salientar que, atualmente,
a partir da World Health Organization Quality of Life (1998), a Organização
Mundial da Saúde definiu critérios para a avaliação das condições de qualidade
de vida das nações, envolvendo as áreas físicas, psicológicas, ambientais e
de relacionamento social a que as pessoas estão expostas em seu cotidiano
pessoal e profissional. Percebe-se que todas essas áreas podem se beneficiar
do desenvolvimento dessa habilidade social e comportamental denominada
inteligência emocional.
Outra habilidade que se exige atualmente dos profissionais de forma geral
e, principalmente, daqueles que atuam como gestores dentro das organiza-
ções, independentemente da sua natureza, é a capacidade de gerenciamento
de conflitos. Como os conflitos geralmente ocorrem pela divergência de
pensamentos entre as pessoas, podendo elevar-se e comprometer inclusive
a integridade física dos envolvidos, torna-se imprescindível saber identificar
as reações emocionais que ali se encontram presentes e que podem ajudar
a mediar e solucionar tais problemas. A empatia, dimensão importante da
inteligência emocional, também auxilia muito nessa gestão.
Da mesma forma, ao nos comunicarmos utilizando a inteligência emocional,
podemos atingir nossos objetivos de forma mais persuasiva e envolvente,
levando os receptores a se engajarem naquilo que acreditamos ser o mais
adequado frente aos objetivos que a organização requer, produzindo a eficácia
esperada. Ao tratar sobre a comunicação interna organizacional e a relacionar
com a inteligência emocional, não se pode deixar de demarcar a importância
do feedback, seja ele de reconhecimento, orientação ou avaliação, uma vez que
este costuma ter efeitos na subjetividade daquele que o recebe. No Quadro 2,
são caracterizados esses tipos de feedback.
16 Contemporaneidade e inteligência emocional

Quadro 2. Tipos de feedback, seus objetivos e sua relação com aspectos da


inteligência emocional

Tipo de
Objetivo do emissor
feedback

Reconhecimento Reconhecer, conectar, motivar e agradecer. Funciona


como forma de recompensa simbólica e subjetiva aos
colaboradores pela sua atuação.

Orientação Ajudar o receptor a aumentar seus conhecimentos,


aprimorar suas técnicas, aperfeiçoar suas capacidades
ou sua qualificação. Serve como norteador em relação às
ações futuras que serão desencadeadas.

Avaliação Classificar ou comparar com um padrão, ajustar


expectativas, subsidiar a tomada de decisões. Impacta as
expectativas do receptor, podendo gerar engajamento,
confiança e segurança ou, ainda, frustração, dependendo
da forma como for realizado.

Fonte: Adaptado de Stone e Heen (2016).

Além de todos esses benefícios associados à inteligência emocional no


ambiente de trabalho, essa soft skill também contribui decisivamente para
a qualidade de nosso convívio e nossa interação social com a família e os
amigos. A todo momento, é exigido que tenhamos controle e saibamos como
regular nossas respostas emocionais ao desempenharmos nossos papéis
sociais nesses contextos. Ao exercermos a paternidade ou a maternidade,
ao ocuparmos a posição de marido, esposa ou companheiro(a), por exemplo,
sendo hábeis em todas as dimensões que compõem a inteligência emocional,
favoreceremos o bem-estar subjetivo, promovendo o surgimento das emoções
positivas de que precisamos para sermos felizes.
Como podemos perceber ao longo deste capítulo, o gestor contemporâneo
é aquele que desenvolve a capacidade de viver o seu tempo, valendo-se dos
aspectos que o constituíram, das experiências passadas e dos conhecimentos
acumulados ao longo do tempo na cultura humana, percebendo os aspectos
que, por vezes, se encontram imperceptíveis à primeira análise. Aplicando-
-se esse entendimento ao campo da gestão das pessoas nas organizações,
a inteligência emocional contribui de forma direta para que as possibilidades
de sucesso no alcance dos resultados sejam atingidas. Afinal, nossa humani-
Contemporaneidade e inteligência emocional 17

dade se constitui pela soma das questões físicas, psicológicas e sociais; logo,
devemos ser hábeis tanto em relação ao nosso corpo quanto em relação à
nossa mente, o que nos tornará pessoas e profissionais diferenciados.

Referências
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18 Contemporaneidade e inteligência emocional

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