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Nome: Felipe Lima dos Santos

Professor: Werlei Gomide


Data: 15/05/2019

ATRIBUTOS COMUNICÁVEIS E INCOMUNICÁVEIS DE DEUS

Os atributos de Deus são reflexos do Seu perfeito caráter. Ele é o único da espécie, infinito
e santo. Logo não há como nenhuma criatura conhecê-lo em Sua essência. Somente é possível
conhecê-lo pelo o que se existe na Escrituras e, mesmo assim não é tudo sobre Ele.
Na Bíblia existem atributos de Deus que são comunicáveis e incomunicáveis. Os
comunicáveis são aqueles que “comunicam” aos outros (aspectos da natureza Divina que são
concedidos aos seres criados) e, os “incomunicáveis” que não comunicam aos outros (aspectos
da natureza que Divina que não podem ser concedidos aos seres criados).
Deus é eterno, ou seja, sempre existiu e, sempre vai existir. Esta concepção de que Deus
é eterno se contrasta com o que rege a filosofia grega, pois eles não acreditam que existe relação
de Deus com o tempo (TRATADO DE TEOLOGIA, 2017, v. 9, p. 124). A eternidade é um dos
atributos incomunicáveis de Deus (algo que só pode ser competido a Ele). Muito embora este
atributo seja algo exclusivo dEle, também está ligado aos seres humanos (Deus prometeu que
os seres humanos receberão o dom da eternidade se aceitarem a Cristo como Salvador). Outro
atributo incomunicável de Deus é Sua imutabilidade (Sua capacidade de não mudar). Deus
revela por meio do Seu caráter princípios eternos, que nunca mudam. Os seres humanos
mudam. Eles precisam ter como exemplo o caráter imutável de Deus (o reflexo desse atributo
incomunicável de Deus atinge as pessoas). Lamentavelmente existe uma teologia tradicional
que equipara imutabilidade com impassibilidade (esta equiparação é baseada na concepção
atemporal de eternidade), que diz que Deus possui vida estática (TRATADO DE TEOLOGIA,
2017, v. 9, p. 125). Esta concepção não se harmoniza com o que diz as Escrituras: Em Deus
não existe variação ou sombra de mudança (Tg 1:17). Existem outros atributos incomunicáveis
de Deus que são compreendidos de maneira indevida (ex. a teologia clássica sustenta que a
transcendência de Deus é absoluta) e, que precisam ser atestados pelas Escrituras. Deus também
é onisciente (conhece todas as coisas) e onipresente (está em todos os lugares ao mesmo tempo,
isto é, transcende o espaço, enquanto que os seres humanos só conseguem estar em um lugar
de cada vez). Diante das evidências que as Escrituras apresentam sobre os atributos
incomunicáveis de Deus é possível concluir que as faculdades apresentadas acima (eternidade,
imutabilidade, transcendência, onisciência e onipresença, dentre outras) não podem ser de fonte
humana, mais sim Divina.
Por outro lado, os atributos comunicáveis são aqueles que podem ser competidos aos seres
humanos, isto é, transmissíveis a eles. Existem vários exemplos para expressar este conceito:
Deus ama, e os seres humanos também tem a capacidade de amar; Deus é justo e o seres
humanos também podem ser justos; Deus é misericordioso assim como os seres humanos
também podem usar de misericórdia para com os outros; Deus tem conhecimento, assim como
os seres humanos também podem obtê-lo (GRUDEM, 2009 p. 203). O amor é um atributo que
expressa a amorável natureza intima de Deus, “não só nos atos de criar o Universo e se
comunicar com ele, mas também, e mais notavelmente, no ato de elaborar e implementar um
surpreendentemente sábio e complexo plano da salvação” (TRATADO DE TEOLOGIA, 2017,
v. 9, p. 126). Deus conhece todas a coisas; no que diz respeito a salvação das pessoas, Ele
conhece efetivamente as suas decisões até que elas tenham sido tomadas. Este esclarecimento
cancela a possibilidade de considerar que Ele fica entediado por saber o fim desde o princípio.
“A presciência de Deus jamais viola a liberdade humana” e “o conhecimento de Deus penetra
o futuro sem alterá-lo” (NISTO CREMOS, 2000, p. 40). Sendo assim os seres humanos também
podem aprender, e continuarão aprendendo por toda a eternidade de acordo com Ellen G. White.
Está claro que existem relações de alguns atributos divinos que são transmissíveis as pessoas;
muito embora não haja como equiparar a capacidade Divina com a capacidade humana, os
atributos não deixam de serem reflexos da imagem de Deus.
REFERÊNCIAS

GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. Tradução Miguel Messias; José Martinez; Osmar
Diaz de Arce. ed. revisada. Zondervan: Miame, 2009.

NISTO Cremos: 27 Ensinos dos Adventistas do Sétimo Dia. 6. ed. Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 2000.

TRATADO de Teologia: Adventista do Sétimo Dia. Tradução José Barbosa da Silva. 1. ed.
Casa Publicadora Brasileira, 2017. (Logos, 9).

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