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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"


Campus de Bauru

Calor de Combustão:
Magnésio. Experimento III

Laboratório de Química Geral II - Professor Doutor Fenelon Pontes


Laboratório de Química Geral II

Índice:

1. Objetivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 2

2. Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 2

3. Introdução Teórica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 3

3.1. Entalpia da Reação Química. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 3


3.2. Entalpias de Reação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 3
3.3. Calor de Combustão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 4

4. Experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 4

4.1. Material e Reagentes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 4


4.2. Procedimento Experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 4

5. Resultados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 5
5.1. Valores Obtidos Experimentalmente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 5
5.2. Calor (q) das reações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 6
5.3. ∆H das reações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 6
5.4. Quantidade de Moles de NaOH. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 6
5.5. ∆H/mol das reações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 6
5.6. Equação da Reação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 7
5.7. Estimativa de Erro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 7

6. Discussão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 7

7. Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 8

8. Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Página 8

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1. Objetivo
Verificar o valor do Calor de Combustão do Magnésio através de equações
intermediárias, baseando-se na lei de Hess.

2. Resumo
Neste experimento iremos aplicar a Lei de Hess para várias reações
intermediárias que combinadas nos dão a reação de combustão do Magnésio. Para isso
utilizaremos um calorímetro não ideal (garrafa térmica) e observaremos o
comportamento de três reações, com o auxilio de um termômetro para calcular as
variações de entalpia dos sistemas e chegar à equação final.

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3. Introdução Teórica

3.1. Entalpia da Reação Química:

A variação de entalpia é igual ao calor fornecido ao sistema em pressão


constante. Para um processo endotérmico, ∆H>0. Para um processo exotérmico, ∆H<0.
Variações de entalpia acompanham mudanças físicas, como a vaporização. Os
mesmos princípios se aplicam às mudanças de energia e de entalpia que acompanham as
reações químicas. As entalpias das reações químicas são importantes em muitas áreas da
química, como a seleção de materiais para bons combustíveis, o leiaute de instalações
químicas e o estudo dos processos bioquímicos.

3.2. Entalpias de Reação:

Qualquer reação química é acompanhada por transferência de energia, na forma


de calor. A reação completa com o oxigênio é chamada de combustão; a combustão do
metano, que é o componente principal do gás natural, é dada pela seguinte reação:
CH4 (g) + 2 O2 (g)  CO2 (g) + 2 H2O (l)

A calorimetria mostra que a queima de 1mol de CH 4 (g) produz 890 kJ de calor, em 298K
e 1bar. Para registrar esse valor, escrevemos:
CH4 (g) + 2 O2 (g)  CO2 (g) + 2 H2O (l) ∆H= -890 kJ

Essa expressão completa é uma equação termoquímica, isto é, uma equação


termoquímica, isto é, uma equação química associada à variação de entalpia do processo
correspondente. Os coeficientes estequiométricos indicam o numero de mols que
reagem para dar a variação de entalpia registrada. No caso acima, a variação de entalpia
é a que resulta da reação completa de 1mol CH 4 (g) e 2mols O2 (g). A variação de entalpia
em uma equação termoquímica refere-se à equação exatamente como ela está escrita.
Por exemplo, se a mesma reação fosse escrita com todos os coeficientes multiplicados
por 2, então a variação de entalpia seria duas vezes maior:
2 CH4 (g) + 4 O2 (g)  2 CO2 (g) + 4 H2O (l) ∆H= -1.780 kJ

Esse resultado faz sentido, porque a equação representa, agora, a queima de duas vezes
mais metano.
A entalpia de reação, ∆Hr, tem o mesmo valor numérico da quantidade ∆H que
aparece nas equações termoquímicas, mas sua unidade é quilojoules por mol (kJ.mol-1).
Interpretamos “por mol” o número de mols de cada substância, como indicado pelo
respectivo coeficiente estequiométrico na equação química. Por exemplo, na oxidação
do metano descrita, a entalpia de reação é registrada como ∆H r= -890 kJ.mol-1. Isso
significa que 890 kJ de calor são liberados por mol de moléculas CH 4 consumidas ou
por dois mols de moléculas H2O formadas.

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3.3. Calor de combustão ou entalpia de combustão:

É a variação de entalpia que ocorre na combustão de 1mol de substância, a 25ºC


e 1atm de pressão.

4. Experimental
4.1. Material e Reagentes:

- Balança analítica;
- Béquer 250 mL;
- Proveta de 100 mL;
- Espátula;
- Pisseta;
- Bastão de vidro;
- Termômetro.
- Funil;
- Magnésio metálico Mg(s);
- Óxido de magnésio MgO(s);
- Solução 1M de ácido clorídrico – HCl;
- Garrafa térmica (calorímetro).

4.2. Procedimento experimental:

Primeiramente foram lavadas todas as vidrarias utilizadas no experimento, e em


seguida calibrar a balança analítica.

4.2.1. Reação 1 – MgO(s) + 2 HCl(aq)  MgCl2 (aq) + H2O(l)


Em uma proveta de 100 mL foram colocados 100 mL de solução diluída de HCl
a 1molar, que foram transferidas para uma garrafa térmica (calorímetro). Com o auxilio
de um termômetro foi medida a temperatura inicial da água, que era de 21ºC.
Na mesma garrafa térmica foram acrescentados aproximadamente 1,0025g de
MgO pesados com o auxílio da balança analítica.
Depois de dissolver o MgO na solução HCl 1M, a temperatura de reação foi
medida e registrou-se 26ºC.

4.2.3. Reação 2 – Mg(s) + 2 HCl(aq)  MgCl2 (aq) + H2(g)

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Em uma proveta de 100 mL foram colocados 100 mL de solução de HCl 1M,


que foram transferidas para uma garrafa térmica (calorímetro). Com o auxilio de um
termômetro foi medida a temperatura inicial da água, que era de 22ºC.
Posteriormente foram acrescentados aproximadamente 0,526g de Mg pesados
com o auxílio da balança analítica.
Depois de dissolver, com a ajuda de um bastão de vidro, o Mg na solução
contida no calorímetro , a temperatura de reação foi medida e registrou-se 37ºC.

5. Resultados
5.1. Valores Obtidos Experimentalmente:

Reação 1 Reação 2

Volume 1,0M HCl 100 mL 100 mL

Temperatura Inicial (T1) 21ºC 22ºC

Temperatura Final (T2) 26ºC 37ºC

Mudança na temperatura 5ºC 15ºC

Massa do sólido 1,0025g 0,5026g

Calor (q) J J

∆H J J

Moles mol mol

∆H / mol kJ/mol kJ/mol

OBS: Reação 3: H2 (g) + 1/


2 O2 (g)  H2O (l)

Não foi realizada em laboratório, os resultados usados para essa reação serão retirados
da teoria.

5.2. Calor (q):


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Considerando que a densidade e o calor específico das soluções diluídas em água são
muito próximas da água pura usaremos d = 1g/mL e cp = 4, 184 J/gºC

Reação 1:
q1 = m.cp.∆t
q1 = 100g.4,184 J/gºC . 5ºC
q1 = 2092J

Reação 2:
q2 = m.cp.∆t
q2 = 100g. 4,184 J/gºC .15 ºC
q2 = 6276J

5.3. ∆H das reações:

Para reações exotérmicas, temos: ∆H = - q.


Reação 1: ∆H1 = -2,092 kJ
Reação 2: ∆H2 = -6,276 kJ
Reação 3: ∆H3 = - 285,83 kJ .mol-1

5.4. Moles de NaOH:

Numero de moles (n) = m/M.


Reação 1: 1,0025g / 40,31g = 0,02486976 mol
Reação 2: 0,5026g / 24,31g = 0,02067462 mol

5.5. ∆H/mol das reações:

∆H /nºmols = ∆H de 1mol da reação


Reação 1: -2092J/0,02486976 mol = -84,118 kJ .mol
Reação 2: -6276J/0,02067462 mol= -303,56 kJ .mol

5.6. Equação das Reações:

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1 MgO(s) + 2 HCl(aq)  MgCl2 (aq) + H2O(l) ∆H1 = -84,118 kJ/mol


2 Mg(s) + 2 HCl(aq)  MgCl2 (aq) + H2O(l) ∆H2 = -303,56 kJ/mol
3 H2 (g) + 1/2 O2 (g)  H2O (l) ∆H3 = -285,83 kJ/mol

Invertento a equação 1, teremos:

1 MgCl2 (aq) + H2O(l)  MgO(s) + 2 HCl(aq) ∆H1 = 84,118 kJ/mol


2 Mg(s) + 2 HCl(aq)  MgCl2 (aq) + H2(g) ∆H2 = -303,56 kJ/mol
3 H2 (g) + 1/2 O2 (g)  H2O (l) ∆H3 = -285,83 kJ/mol

4 Mg(s) + 1/2 O2 (g)  MgO(s) ∆H4 = -505,27 kJ/mol

Portanto, a ∆H/mol do Mg para a reação 4, é de -505,27 kJ/mol.


Em contraste o valor teórico é -601,70 kJ/mol.

5.7. Estimativa de Erro:

Valor teórico – valor prático x 100


Valor teórico

[(-601,70 kJ/mol – (-505,27 kJ/g) / -601,70 kJ/mol] * 100 = 16%

6. Discussão
As reações ocorreram dentro do esperado.
Pode-se notar que a reação de liberação do hidrogênio (reação 2) foi uma reação
extremamente exotérmica, liberando muito calor, e sendo portanto, muito perigosa já
que o hidrogênio poderia entrar em combustão com um pequeno adicional de calor.

A discrepância nos valores encontrados e o erro de 16% decorrem do fato de


estarmos utilizando um calorímetro (garrafa térmica), que foi utilizado com a superfície
aberta, sendo possível a troca de energia e matéria, portanto um calorímetro não ideal.
Além disso, o sistema foi trabalhado fora dos padrões em que o valor teórico utilizado
foi estabelecido, ou seja, temperatura diferente de 25ºC e pressão diferente de 1atm.

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7. Conclusão
Neste experimento vê-se novamente a aplicação da Lei de Hess, observada no
experimento anterior, com algumas diferenciações.
A partir dos dados coletados em laboratório e da literatura consultada pode-se
concluir que o experimento III ocorreu em um calorímetro não ideal apresentando assim
troca de calor com a vizinhança, o processo caracteriza-se por exotérmico, pois, nota-se
a variação da energia interna do sistema após a junção dos reagentes, aumentando a
temperatura do produto, variando assim a entalpia.
Por ser um processo de combustão seu calor de reação leva o nome de Entalpia
Padrão de Combustão, caracterizado pela variação da entalpia observada no processo de
combustão completa de um mol de substância, que deve estar em seu estado padrão.
Portanto, obedecendo a Lei de Hess para a combustão, a entalpia total da reação é a
soma das entalpias de reação das etapas em que a reação pode ser dividida.

8. Bibliografia
ATKINS, Peter; JONES. Loretta. Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna
e o Meio Ambiente. 3ªedição. Bookman, 2006. 965p.

SALLES, Antônio Mário. Físico-Química I. São Paulo: Coleção Objetivo CERED,


2007.243p.

Dados para os cálculos:


RUSSEL, J.B.; Química Geral Vol. 1; Makron Books; 2ª Edição; São Paulo 1994.

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