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RESUMO DE “O Design de Brinquedos no brasil: Uma arqueologia do

projeto e suas origens”, Ligia Mefano

Nessa dissertação do ano de 2005, a autora Ligia Mefano aborda a


questões relacionadas ao setor de brinquedos com uma visão antropológica,
visando buscar a origem e o significado desses artefatos principalmente no
Brasil.
Primeiramente: de onde vem os brinquedos? Segundo a pesquisa da
autora, essa é uma indústria bastante recente, apesar de existirem indícios
desses há milhares de anos. A boneca, por exemplo, é um dos brinquedos
mais comuns e universais da história, sendo que já foram encontrados
inúmeros vestígios de estatuetas de adoração em regiões distintas como a Ásia
e a África datando 40 mil anos, havendo essa mudança de artefatos
ritualísticos para, de fato, brinquedos, no Egito há 5 mil anos.
Mais recentemente, a pesquisa destaca o histórico da produção de
brinquedos no Brasil, que até o início do século XX era unicamente artesanal,
feita exclusiva para o usuário senão até por ele mesmo. Esse tipo de
manufatura, apesar de hoje ter uma demanda relativamente menor, ainda
persiste em uma grande parcela do país; principalmente pela maior parte do
público-alvo (as crianças brasileiras) não possuírem poder aquisitivo para
consumir produtos industrializados. Além disso, a produção manual de
brinquedos engloba muito mais do que simplesmente a criação de objetos, há
uma tradição na qual esse conhecimento é passado de pessoa em pessoa,
sobrevivendo às provas do tempo e persistindo até hoje.
Quanto a indústria de brinquedos, a empresa Estrella foi uma das
pioneiras no mercado brasileiro. Fundada por imigrantes alemães (a Alemanha
foi o local marcado pelo início da produção industrializada de brinquedos), essa
empresa que começou com apenas bonecas de pano, ao longo dos anos foi
aumentando seu catálogo e caminhando com as novas tecnologias e seus
desafios, se adaptando o melhor possível. Um exemplo disso foi o
desenvolvimento de plásticos, que representou uma grande revolução no setor
de brinquedos no mundo inteiro, substituindo, por exemplo, bonecas de
serragem que facilmente quebravam. Nas últimas décadas, o que dificultou
uma maior circulação de produtos nacionais no mercado foi principalmente em
decorrência do crescimento industrial na China, que criou uma forte
concorrência no mercado por seus preços baixos.
Sobre o aspecto humano, a pesquisa apresenta que o ato de brincar
com brinquedos, a criança, com sua imaginação, é capaz de moldar os
significados, realçando suas interações com o mundo. Freud explica que a
criança, ao dominar objetos; “transforma a passividade em atividade”. Além
disso, segundo a autora, é possível observar que design de um objeto pode
carregar muitos significados atribuídos por quem se dispõe da peça de acordo
com sua leitura sobre a cultura e a sociedade a que pertence. Ou seja, os
objetos em si podem não necessariamente carregar um valor sentimental ou
social, mas a relação nas quais as pessoas mantêm com eles e em diferentes
meios sociais que os dão valor.

REFERÊNCIA

MEFANO, Ligia. O Design de Brinquedos no Brasil: Uma arqueologia do


projeto e suas origens. Rio de Janeiro, 2005.
RESUMO DE “Brinquedo e Educação Física: Uma revisão sistemática”,
Lucas José Alberto Guimarães

Nesse Trabalho de Conclusão de Curso do ano de 2021, o autor Lucas


José Alberto Guimarães busca relacionar o uso de brinquedos na educação
física de crianças.
No texto, o autor primeiramente expõe um pouco da origem do
brinquedo, artefato de importância cultural, essencial para relações sociais e
pensamento subjetivo. Ele explica a linha de pensamento de Walter Benjamin,
em que o brinquedo em si não determina a brincadeira, e sim corresponde ao
mediador dessa.
Em seguida, foi preciso explicitar o uso de brinquedos na Educação
Física por meio de pesquisas, afunilando artigos que contivessem a palavra
“brinquedo” em seu título. Assim, observou que o conceito de “brincar” é algo
livre que deixe a criança como centro, logo, ao sugerir que ela jogue em prol do
desenvolvimento, não se considera mais como brincadeira. Além disso,
destacou que a razão na qual a brincadeira é por vezes vista negativamente no
meio educacional é que, com base em Huizinga, ela é vista como uma
manifestação lúdica, que, com o advento de meios de produção, a eficiência e
produtividade se tornaram prioridade, fazendo o ato de brincar um sinônimo de
indisciplina.
Em outro artigo de Martini e Viana, o autor argumenta que, na educação
física, pela criança engajar com um jogo de forma lúdica, não só está se
exercitando como também está engajando socialmente e fortalecendo a
coletividade; Chicon e outros pensadores também afirmam que o brinquedo é
mediador entre criança e bricadeira, fluindo o imaginário da criança e criando
uma relação criança-brinquedo-professor.
Assim, apesar de brincadeiras terem sido vistas como não-produtivas
por muito tempo, o autor explicita que, de fato, brinquedos podem ajudar
significativamente com o desenvolvimento da criança, tanto no aspecto físico
quanto social e emocional.

https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/20708/1/LJAG26072021.p
df

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