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NOLASCO, L. R. Infância (s) no neoliberalismo: perspectivas sobre o brincar. 2020. 96 f.

Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica) - Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo,


São Paulo, 2020.

Moniqui Louraine Fraga dos Santos.

Objetivo geral: O capítulo da obra busca discutir sobre o brincar no mundo contemporâneo e sua
influência na formação da subjetividade da criança.

Palavras-chave: Criança, tecnologia, lúdico, brinquedos.

Principais ideias defendidas pelo autor:

No capítulo da obra fichada a autora faz o estudo sobre o brincar no mundo contemporâneo
e sua influência na formação da subjetividade da criança. Para isso, começa introduzindo sobre
aspectos históricos dos brinquedos, já que são depósitos de historicidade e ajudam na compreensão
de como ocorre a brincadeira atualmente. Apresenta a ideia de outro autor sobre esse entendimento:
“o brinquedo é algo eminentemente histórico, histórico em estado puro, pois em nenhum lugar
como em um brinquedo podemos captar a temporalidade da história e seu valor diferencial e
qualitativo”.
Em outro tempo, ainda citou: “(...) que com o passar da industrialização, os objetos vão
perdendo vínculo com o primitivo, trazendo para os brinquedos novos materiais, e cada vez mais
pensados pelos adultos (...)”. Após a industrialização os brinquedos tiveram tempo mais curto de
aquisição, favorecendo o consumismo.
Em outra discussão, o capítulo relata sobre o brincar na psicanálise, definindo a importância
do brinquedo para se emprestar à trama. Em suma, é delimitado: “Nesse sentido, importante
considerar que não há nenhuma atividade significativa no processo de simbolização da criança que
não passe pelo brincar. ” Nesse diapasão, em relação à brincadeira no mundo contemporâneo, a
obra retrata que o uso na contemporaneidade se retrata em face da crescente publicidade e do valor
demasiado dado para o objeto. Além disso, também retrata que os brinquedos atuais apresentam
poucos modos de ação sobre eles.
Para tratar dessa situação das brincadeiras atuais, o último assunto a ser estudado pela autora
é sobre a tecnologia e o brincar. Nessa questão é tratado sobre a internet: “(...) que precisa ser
compreendida não apenas como uma ferramenta tecnológica, mas como um elemento decisivo na
constituição da subjetividade contemporânea”. Com o avanço da internet e da tecnologia foi
alterada, essencialmente, as relações das crianças com a brincadeiras, já que estas ficam mais tempo
frente aos dispositivos que são utilizados como ferramentas para acesso.
Quanto a isso a autora chama a atenção: “(...) consideramos importante refletir sobre a
internet, que cada vez mais, com o saber daquele que projeta o sistema, através dos algoritmos,
interage diretamente com a criança, direcionando seu olhar, suas relações, sugerindo contatos. ”
Determina em seu texto o pensamento do autor Lacan (1969/2003): “ (...) para criar sujeitos é
preciso um desejo que não seja anônimo. Ou seja, é necessária uma mediação na relação da criança
também nesse novo espaço de interação. ”

Comentários pessoal:

No meu entendimento, no capítulo estudado, é apresentado, principalmente, que a


brincadeira é uma atividade essencial para o desenvolvimento da subjetividade da criança,
possibilitando que a mesma possa produzir respostas em relação ao desejo do Outro e se alocar no
laço social. Dessa maneira, trata um artigo: “O brincar é essencial para as crianças, pois é com esse
momento lúdico que elas aprendem como funciona a sociedade em que vivem, o que é certo e
errado, entre outros comportamentos sociais que podem ser assimilados”1.
Também achei interessante que a autora apresentou que toda atividade importante de
simbolização da criança passa pela brincadeira, delimitando sua real importância. No entanto, a
sociedade como um todo não tem esse entendimento, e sim o pensamento de que a brincadeira é
algo voltado apenas para diversão, e não para construção da subjetividade.
Frisou-se também como a tecnologia pode se inserir no brincar da criança, já que hoje em
dia percebe-se que cada vez mais encontram-se crianças conectadas com as redes sociais. Destacou-
se alguns pontos negativos no uso da tecnologia para brincadeiras, a exemplo do isolamento e
diminuição do laço social, fenômenos depressivos, déficit narrativo e entre outros pontos. Autores
estudados por esse trabalho abordam que somente o uso de dispositivos tecnológicos não suprem a
necessidade da função social na construção da subjetividade da criança, porque: “(...) limitam-se a
um objeto de manipulação que priva o desenvolvimento motor, o que muitas brincadeiras de
socialização oferecem”1.

1
FARIAS, Fernanda Chimende; DAL PIZZOL, Andrieli; SANTINELLO, Jamile. A tecnologia digital e a
relação com o brincar infantil: reflexões teóricas. Revista Sítio Novo, v. 4, n. 4, p. 271-281, 2020.

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