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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

PÓS-GRADUAÇÃO - M. ENG. EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E A QUALIDADE DE ENERGIA - Of. 1/2022


MÁQUINAS ELÉTRICAS E ACIONAMENTOS
(Abordagem de aspectos associados à Eficiência Energética e à Qualidade da Energia Elétrica)
AULA 3

Transformador

17/02/2022 MAQ - 0F. 1 - 1S 2022 1


MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

Aula 3 – Parte 1

Caracterização geral dos Motores de Indução

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

• Motor Elétrico:
Conversor eletromecânico de energia.
• Conversão eletromecânica: um dos pilares de sustentação da
evolução tecnológica (industrialização em escala).
• Uso Final “Força Motriz”: cerca de 50 % do consumo
industrial/comercial e 1/3 do consumo total no Brasil.
• Principais Aplicações Industriais:
.Fluidomecânica;
.Transporte de Materiais;
.Processamento de Materiais;
.Outras aplicações específicas.
• Motores de Indução Trifásicos:
 97 % do número de unidades instaladas e da
representatividade no consumo de energia elétrica desse
uso final de energia (força motriz).

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

• Idade média do parque motriz instalado e em operação no Brasil:


em torno de 17 anos (cerca do dobro da idade média em países desenvolvidos)
• Custos médios ao longo da vida de operação
(considerando-se um motor operante por um período de 10 anos)
.aquisição:  2,5 %
.manutenção:  1,5 %
.energia elétrica consumida:  96 %

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• Potenciais estimados de economia / melhoria da eficiência energética


.Estimativas do Ministério das Minas e Energia / ANEEL:
O potencial médio de melhoria da eficiência energética (otimização do consumo de energia elétrica) nos
sistemas de força motriz é da ordem de 11 %.
.Em alguns segmentos / aplicações:
Potencial de otimização da ordem de até 30 % (geralmente em processos dependentes da operação de
máquinas de fluxo  bombas, exaustores, ventiladores, compressores....).
.Outras projeções de especialistas:
Reduzindo-se o consumo de energia dos motores elétricos em 5 %  economia da ordem de 4.000 GWh/ano.
(10 % de todo o consumo de energia elétrica do Estado de Minas Gerais)
.Segundo o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), até 2030 terão sido
consumidos sob a forma de uso ineficiente / desperdício cerca de 25.000 GWh (25.000.000.000 kWh) nos
sistemas de força motriz no Brasil.... o que poderia ser (pelo menos parcialmente...) evitado.

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• Potencialidades de otimização do consumo de energia elétrica em sistemas de força motriz (do ponto
de vista do usuário):
.não se restringem a ações sobre os motores propriamente ditos;
.melhores oportunidades podem decorrer da avaliação / investigação dos contextos nos quais os
motores estão inseridos.
• Em Auditorias / Diagnósticos energéticos para a detecção de potenciais de economia, as avaliações
podem / devem contemplar:
.substituições de motores superdimensionados (melhores rendimentos operacionais);
.adequações e otimizações operacionais em sistemas mecânicos associados aos motores;
.emprego de sistemas de variação de rotação, sempre que possível;
.eliminação de desperdícios (p.ex. : operações desnecessárias em vazio);
.melhorias em sistemas de transmissão mecânica de movimento;
.cuidados com aspectos relacionados à manutenção;
.investigação de aspectos relacionados à Qualidade da Energia.

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O universo dos
Motores Elétricos

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• Motores de Indução (Assíncronos) - BT e MT


.robustos, de custo baixo, manutenção mais simplificada;
.expectativa de vida útil : 20 anos ou mais;
.os mais utilizados na indústria e em outros segmentos, atendendo à imensa
maioria das aplicações;
.sob frequência de rede, operam com variações bastante estreitas de rotação
(dependente da carga);
.sempre giram com rotação um pouco abaixo da rotação síncrona [abaixo da
rotação do campo girante no estator, ou seja, com r.p.m  (120 x f)/p];
.trifásicos e monofásicos;
.desde potências fracionárias a até milhares de cv (MT);
.tipos: “gaiola de esquilo” e rotor bobinado (anéis);
.aplicações: todas as que não requeiram as características específicas dos
motores de corrente contínua ou dos motores síncronos (porém, já substiuem
os MCC em várias aplicações);
.ampla aplicação se acionados por conversores de frequência (rotação variável).

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• “Invenção” (princípio de
funcionamento) : Nikola
Tesla (1882/1887) – “campo
magnético girante”;
• Evolução da relação peso-
potência (ver figura) – avanços
na tecnologia de materiais
(maior suportabilidade à
temperatura);
• Peso/volume/potência: para
a mesma potência, a relação
peso/potência dos motores
atuais representam cerca de
5 % da relação para motores
da virada do século XIX para
o século XX.

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS
Evolução
MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

• Curiosidade...............
Um dos primeiros motores de indução trifásico utilizado na prática... (fabricação G.E.).

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - Principais Partes Constituintes

1. Carcaça (ferro fundido, alumínio ou aço injetado)


2. Estator - Núcleo de chapas de aço magnético
3. Rotor - Núcleo de chapas de aço magnético e
barras geralmente em alumínio
4. Tampa lateral
5. Ventilador (incorporado ao eixo)
6. Tampa defletora
7. Eixo
8. Enrolamento trifásico – estator
9. Caixa de ligação
10. Terminais para conexão
11. Rolamentos
12. Barras de curto-circuito – rotor (geralmente em
alumínio)
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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS - Vista explodida (tipo “gaiola de esquilo”)

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• Motores de Indução (Assíncronos) - BT e MT


MOTORES DE INDUÇÃO 3Ø - Tipos de Rotor

• “Gaiola de esquilo”

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• Motores de Indução (Assíncronos) - BT e MT


MOTORES DE INDUÇÃO 3Ø - Tipos de Rotor

• Rotor bobinado (motor de anéis)

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• Motor de Indução de Rotor Bobinado (também conhecido como “motor de anéis”):


.o rotor possui condutores de cobre, em enrolamento trifásico;
.terminais do rotor acessíveis, através de anéis coletores deslizantes montados no eixo;
.utilizado em casos específicos: variação da rotação da carga mecanicamente acoplada ao eixo (inserção de
resistências no circuito rotórico), com a possibilidade adicional de se obter torque máximo na partida
(resistência externa totalmente inserida). Vamos visualizar isso mais adiante, nesta aula.....

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PARÊNTESIS..... PORQUE AS BARRAS DA GAIOLA DE ESQUILO (E TAMBÉM ESTRUTURA
MAGNÉTICA NO ROTOR BOBINADO) SÃO “TORCIDAS”/OBLÍQUAS/”ENVIEZADAS” E NÃO SÃO
PARALELAS AO EIXO DO MOTOR??....... “SKEWED ROTOR”......
O detalhamento específico disso foge ao escopo central dessa disciplina. Mas, para
quem se interessar, há muito material na internet sobre isso.....
De qualquer modo, e apenas como um spoiler do assunto, o “skewed rotor” tem sua
razão de ser e seus objetivos são:
• Evitar o fenômeno COGGING (significa: “relutante”, difícil de girar....): possibilidade de
“travamento magnético” (o rotor pode “hesitar” ou relutar em partir se as barras do
rotor forem perfeitamente alinhadas com os slots do estator);
• Reduzir o ruído audível do motor: por evitar fluxos oscilantes no entreferro;
• Evitar o fenômeno CRAWLING (significa: “rastejando”, ”engatinhando”): torques
resultantes oscilantes em função da eventual presença de fluxos harmônicos que
gerem torques opostos (ou mesmo aditivos) ao torque fundamental (60 Hz),
provocando instabilidade no processo de partida do motor;
• Incrementar o fator de potência do rotor e, consequentemente, melhorar o torque do
motor: o torque é diretamente proporcional à resistência do rotor e,
consequentemente, ao seu FP. (guardem esse conceito... será usado na Aula 4).

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - Placas de Identificação – Motores BT

Placas mais antigas Placa dos anos 2000


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Inserir aqui a placa mais nova


possível

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”)
Exemplos de placas de identificação de motores importados

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”)
Exemplos de placas de identificação de motores importados

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - Placa de Identificação – Motor de Média Tensão

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - Detalhamento de uma placa de Identificação – Motor BT
• Fabricante / Tipo / Modelo / Norma / Nº de fases / Código do tipo de carcaça /
Data de fabricação;
• Frequência (Hz);
• Potência mecânica (kW, cv, hp) – associada a uma máxima temperatura ambiente
e a uma máxima altitude (que também são dados de placa);
note-se que: 1 cv = 0,7355 kW e 1 hp = 0,7457 kW;
• Rotação nominal (rpm);
• Tensões nominais (V);
• Correntes nominais (A), para cada tensão de aplicação;
• Fator de Serviço (FS)  1, 1,15, 1,2, 1,25
• Isolamento (ou classe de isolamento)  (A=105°C; E=120°C; B=130°C; F=155°C; H=180°C);
• Ip / In; (em motores antigos ou importados, também é expresso como “Letra-Código”);
• Regime de Serviço (REG)  S1 ou contínuo, S2, S3, S4, S5, S6, S7 e S8;
• Categoria (CAT)  N, H ou D;
• Grau de Proteção (IP)  Ex: IP-23, IP-44, IP-54, IP-55, etc;
• Rendimento % (a 100% de carga);
• Fator de Potência (a 100 % de carga);
• Esquemas de identificação dos terminais as ligações possíveis;
• Outros: códigos dos rolamentos, tipo de graxa para lubrificação, peso total, registros
de órgãos certificadores (Etiquetagem Inmetro / Procel).

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS BT (“gaiola de esquilo”) - Dados de Catálogo dos Fabricantes (Fonte : WEG)

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS BT (“gaiola de esquilo”) - Folha de dados técnicos (Fonte : WEG)

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS - Rotação Síncrona, Rotação do Rotor e Escorregamento (s)

• Rotação Síncrona (campo girante no estator) : rpm = (120 x f) / p


• Rotações Síncronas (p/ 60Hz):
2 pólos = 3.600 rpm, 4 pólos = 1.800 rpm, 6 pólos = 1.200 rpm, 8 polos = 900 rpm,........ 24 pólos = 300 rpm,..... 32 pólos = 225 rpm...
• O rotor de um MI sempre gira com uma rotação inferior à do campo girante do estator (efeito da Lei de Lenz) – daí vem a denominação
“Motor Assíncrono”; a rotação do rotor depende da carga no eixo;
• A diferença entre a rotação do campo (velocidade do campo magnético síncrono girante no estator/entreferro) e a rotação mecânica do
rotor é o ESCORREGAMENTO ou DESLIZE (s);
• Maior carga no eixo  maior escorregamento (a rotação do rotor cai e se afasta da rotação do campo girante);
• Menor carga no eixo  menor escorregamento (a rotação do rotor aumenta e se aproxima da rotação do campo girante).
• Motor operando sem carga: a rotação do rotor é muito próxima da rotação síncrona e o escorregamento é próximo de zero (mas nunca
chega a zero...).

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - Curvas Operacionais Características

• Curva Conjugado x Rotação (A)

Obs: Conjugado = TORQUE

Mas, afinal.......O que significa TORQUE??...

• Curva do comportamento da corrente de


partida (B)

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - Curvas Operacionais Características
• Curva Conjugado x Rotação (ou Torque x Rotação)

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - Curvas Operacionais Características
• Curva Conjugado x Rotação (ou Torque x Rotação)

Escorregamento ou Deslize (s):


s(pu) = (rpm-SÍNCRONA – rpm-TRABALHO)
rpm-SÍNCRONA

s(%) = (rpm-SÍNCRONA – rpm-TRABALHO) x 100


rpm-SÍNCRONA

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - Curvas Operacionais Características
• Curva Conjugado x Rotação (ou Torque x Rotação)

EQUAÇÃO GERAL
DA CURVA

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (no caso do motor de rotor bobinado) - Curvas Operacionais Características
• Curva Conjugado x Rotação (ou Torque x Rotação)

R’’2
R’2
Torque resistente da carga
(apenas exemplo)
R2
RROTOR

RROTOR: R2 < R’2 < R’’2

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
• Curva Conjugado x Rotação (ou Torque x Rotação)
Conceito de conjugado médio acelerante ou torque
médio de aceleração
Ca = Torque motor médio – Torque resistente médio

Para que isso serve??


Para estimar o tempo que o motor leva para acelerar a
carga até a rotação de trabalho do conjunto.

TAC = _____GD2 x rpm_____ Ca (kgf.m)


375 x (TM-médio – TR-médio)
.GD2 (kgf.m2): momento de inercia prático ou efeito de inércia
do sistema (carga + transmissão + motor); equivale a 4J
(4 vezes o Momento de Inércia); AGUARDAR AULA 4
.rpm é a variação de rotação do motor desde o início do
movimento até a rotação de trabalho; se o motor parte do
estado de repouso, rpm = rotação de trabalho do motor em
r.p.m.;
.TAC é o tempo de aceleração em segundos.

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - Curvas Operacionais Características
• Corrente de partida (sob tensão nominal)

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - Corrente de partida
• Corrente de partida (sob tensão nominal)
 Porque geralmente ela atinge um valor elevado?
 E porque ela é invariável ?? (desde que mantidas a tensão e frequência nominais...)
Para o melhor entendimento desses fenômenos, é interessante recorrer ao circuito equivalente simplificado
do MI.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - Curvas Operacionais Características

• Curvas de Operação e
Desempenho em Função
da Condição de Carga

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - ASPECTOS DE DESEMPENHOELETRO-ENERGÉTICO
FATOR DE POTÊNCIA
• Expressa a parcela da potência total absorvida da rede (kVA), que Potência Aparente: S = VI
Potência Reativa
é transformada em potência ativa, em kW (KW carga no eixo + Q = VIsen

kW Perdas):
FP = kW / kVA = cos Potência Ativa
Q = VIcos
Obs. : A parcela restante é a energia reativa (kVAr) necessária
para produzir o campo magnético responsável por manter o giro P
FP = cos =
do rotor (kVA2 = kW2 + kVAr2) S

• O FP do motor aumenta com o aumento da carga no eixo; Potência Ativa (W)

• Motores de potência mais elevada apresentam melhor FP se


comparados com motores menores, considerada uma mesma
condição de carga no eixo; Potência
Reativa (VAr)

• Perante harmônicas, FP  cos


Distorção do
Potência Sinal (VA)
Aparente (VA)

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MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - ASPECTOS DE DESEMPENHO ELETRO-ENERGÉTICO


RENDIMENTO ou EFICIÊNCIA ()

• Expressa a parcela da potência ativa (kW) absorvida da rede, que é transformada em potência
mecânica útil no eixo (kW total - kW Perdas) :
 = kW eixo = kW linha - kW Perdas
kW linha kW linha

•  aumenta com o aumento da carga no eixo;

• Motores de potência mais elevada apresentam melhor  se comparados com motores menores,
considerada uma mesma condição de carga no eixo.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - ASPECTOS DE DESEMPENHO ELETRO-ENERGÉTICO
PERDAS
P a p a re n te

P m ag P m ag
Triângulo de Potências

P

Q
S
P ú til

P Cu P Fe P m ec P sup

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - ASPECTOS DE DESEMPENHO ELETRO-ENERGÉTICO
PERDAS

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS (“gaiola de esquilo”) - ASPECTOS DE DESEMPENHO ELETRO-ENERGÉTICO


PERDAS

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
MOTORES DE INDUÇÃO (“gaiola de esquilo”) - ASPECTOS DE DESEMPENHO ELETRO-ENERGÉTICO
Caracterizacão média/aproximada das Perdas
 Perdas ôhmicas nos enrolamentos ou Perdas no Cobre (efeito Joule)
.Nos enrolamentos do estator  R.I² (nos 3 enrolamentos, no caso de motor trifásico);
.No rotor (na “gaiola de esquilo”)  R.I²;
(nos motores de indução de rotor bobinado, tais perdas ocorrem nos enrolamentos de cobre do rotor)
.Variam quadraticamente com a carga no eixo e, sob carga nominal, geralmente representam algo da ordem
de até 2/3 das perdas totais (sob carga nominal, predominam as perdas ôhmicas no estator).
 Perdas no Ferro ou Perdas Magnéticas (estator e rotor) PFE
(estator  aprox. 50 %; rotor  aprox. 50 %) Histerese Foucault
.Histerese e Correntes parasitas induzidas (“Eddy-Currents” / Foucault):
.Se a tensão e a frequência aplicadas são fixas, tais perdas também são fixas, independendo da carga no
eixo;
.Sob carga nominal representam cerca de 20 a 25 % das perdas totais; em vazio são predominantes ( 2/3).

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
MOTORES DE INDUÇÃO (“gaiola de esquilo”) - ASPECTOS DE DESEMPENHO ELETRO-ENERGÉTICO
Caracterizacão das Perdas (cont.)
 Perdas Mecânicas ou Perdas por Atrito e Ventilação
.Atrito nos rolamentos / mancais, potência necessária para o acionamento do ventilador e pelo arrasto
aerodinâmico provocado pela geometria irregular do rotor girante;
.Como a velocidade de um motor de indução varia dentro de limites estreitos, essas perdas podem ser
consideradas praticamente fixas, independente da carga;
.Em carga nominal representam algo da ordem de 3 a 5 % das perdas totais;
.Em vazio representam cerca de 10 % das perdas totais.
 Perdas Suplementares (dispersão no entreferro e outras)
.Fluxos dispersos no entreferro (espaço entre o estator e o rotor);
.Perdas devido à distribuição não uniforme de correntes no cobre;
.Perdas adicionais no ferro decorrentes de fluxos desuniformes;
.Variam com a carga no eixo e, sob carga nominal, podem representar até 4 % das perdas totais. Entre meia
carga e carga nominal, o valor típico é da ordem de 1 a 2 %. Abaixo de meia carga podem ser consideradas
praticamente desprezíveis.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

Aula 3 – Parte 2

Utilização de Motores de Indução Trifásicos

Investigações e Análises visando a Melhoria da


Eficiência Energética

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
Utilização de Motores de Indução Trifásicos - Investigações e Análises visando a Melhoria da Eficiência Energética
• Introdução – Qual é o contexto no qual o MOTOR DE INDUÇÃO está envolvido??

AULA DE HOJE (21/02/22)

Sistemas Mecânicos /
Cargas Acionadas
Alimentação Elétrica /
Qualidade da Energia Características
do Acionamento
Transmissões
Mecânicas

Dimensionamento /
Escolha do Motor /
Operação
Todos estes elementos podem interferir na operação, no desempenho/eficiência do conjunto e no consumo de energia elétrica do motor.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

 Aspectos associados à Alimentação Elétrica / Qualidade da Energia Elétrica


DESVIOS NA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO
DESEQUILÍBRIOS / DESBALANÇOS NA TENSÃO
DISTORÇÕES HARMÔNICAS

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

DESVIOS NA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO


+20

o
im
Corrente de

áx
Variação na Performance do Motor (%)
• Motores de Indução são projetados para operar

eM
Plena Carga
+15
com tensões entre 90 e 110 % de Vn;

i da
a rt
+10

eP
• Variações de +/-5 % de Vn causam desvios Fa

ed
to r
consideráveis na performance operacional; + 5 de

rq u
Po
tê n

To
c ia
• V entre 95 e 85 % de Vn: 0 d im e n to
R en
.queda de 2 a 4 % no rendimento (maiores

a
-5

t id
correntes, maiores perdas no cobre e maior

ar
P
temperatura de operação);

de
-1 0

e
nt
re
or
• V superior a 105 % de Vn:

C
-1 5
.aumento das perdas no ferro (mas redução das
perdas no cobre), e redução do fator de potência; -2 0

• Resultado dos desvios de tensão excessivos, na


-1 5 -1 0 -5 0 + 5 +10 +15
prática : operação menos eficiente.
V a ria çã o d e T e n s ã o (% )
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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

DESVIOS NA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO - NBR-17094/2018 - Zonas de Operação Normalizadas para Tensão


e Frequência

• As características de desempenho nominais (placa, catálogo,


curvas, etc) só são atendidas plenamente na interseção dos
eixos;
• Geralmente a frequência não varia (preservada pelo
“barramento de potência infinita”);
• Zona A: o motor desempenha sua função, mas pode apresentar
ligeiros desvios relativamente a seu desempenho desejável;
• Zona B: o motor deve ser capaz de desempenhar sua função,
mas os desvios serão superiores e operar nessa zona não é
recomendável;
• Além (fora) da Zona B: não há obrigação do fabricante em
garantir o desempenho do motor.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

DESVIOS NA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO

• Causas Comuns (Elevação ou Redução da Tensão nos terminais de um motor):


.Tap’s de transformador(es) ajustados para tensões mais baixas ou mais elevadas no secundário;
.Quedas de tensão excessivas (circuitos sobrecarregados, / mal dimensionados, contatos elétricos com
alto grau de deterioração);
.Presença de capacitores estáticos: podem elevar a tensão em seu local de instalação
[ V%  ( Pc(kVAr) x XL(ohms/Km) x D(km) ) / (10 x VF-F2(kV) ) ];
.Problemas internos ao transformador que alimenta o motor;
.Presença de componentes harmônicas na alimentação do motor (correntes harmônicas gerando quedas de tensão
harmônicas nas impedâncias da rede, e deformando / depreciando a tensão resultante aplicada aos terminais do motor;

.Fornecimento de energia com tensões mais baixas (“pontas de linha”, durante períodos de carga alta no
sistema).

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

DESVIOS NA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO

• Recomendações

Quedas de tensão permanentemente superiores a 5 % nos bornes de alimentação dos motores (ou
detectadas no primeiro ponto de medição a montante) devem ser investigadas e corrigidas, de forma que
a operação se dê, preferencialmente, na Zona normalizada A.

Os limites mínimos recomendáveis nas tensões mais usuais industrialmente, são (para motores BT):
.220 V  209 V
.380 V  361 V
.440 V  418 V
.480 V  456 V

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

PARÊNTESIS.........

Frequência (Hz) da tensão aplicada


 Quanto à freqüência, o que ocorre quando, por exemplo, um motor projetado para 50 Hz é ligado a uma rede de
60 Hz (padrão brasileiro), mantendo-se sua tensão nominal??
.a velocidade síncrona do campo girante no estator aumenta em 20 % (relação direta com a frequência);
.a rotação do motor aumenta em cerca de 20 % ( rpm  f, descontado o deslize / escorregamento );
.o torque se reduz em cerca de 17 % ( T  1 / f, como será visto mais adiante );
.pode-se considerar que a potência nominal do motor permanece praticamente constante (a potência é um produto
Torque x Rotação, como será visto mais adiante);
.a corrente nominal (de placa) praticamente não varia; e
.a corrente de partida se reduz em cerca de 17 %, uma vez que, em freqüência superior, as reatâncias indutivas dos
enrolamentos do motor se elevam (aumentando a impedância global da máquina na partida).

 E a ligação de um motor projetado para 60 Hz a uma rede de 50 Hz?? Os efeitos são inversos.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

DESEQUILÍBRIOS / DESBALANÇOS NA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO

• Circulação de correntes desequilibradas nos enrolamentos do motor;

• Elevação das perdas ôhmicas e suplementares;

• Sobreaquecimentos devido à concentração de pontos quentes em determinadas regiões da máquina;

• Aumento do desgaste e redução da vida útil de mancais (esforços mecânicos geometricamente


desequilibrados);

• Se os desequilíbrios são muito acentuados, além da elevação do consumo de energia elétrica, há a


possibilidade real de queima do motor em curto prazo, caso as proteções não atuem.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

DESEQUILÍBRIOS / DESBALANÇOS NA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO

Determinação do desequilíbrio percentual entre


as tensões das 3 fases (na prática, em levantamentos de campo):

ΔV% = Vmáx (fase-fase) – Vmed (fase-fase) x 100


Vmáx (fase-fase)

 Desequilíbrio máximo recomendável (situação ideal): 1 %;


 Na prática, são “aceitáveis” valores não superiores a 1,5 % continuamente.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

DESEQUILÍBRIOS / DESBALANÇOS NA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

DESEQUILÍBRIOS / DESBALANÇOS NA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO


Rendimento do Motor sob Tensões Desbalanceadas

Rendimento do Motor (%)


Condição de
Carregamento do Motor
Desbalanço de Tensão
(%)
0% (Equilíbrio) 1% 2,5%
100 94.4 94.4 93.0
75 96.1 95.5 94.1
50 95.2 95.1 93.9

• Resultados obtidos em teste prático (motor de 100 cv, 4 pólos, alto rendimento);
• A tendência de redução do rendimento perante tensões desequilibradas normalmente se verifica
independentemente da potência do motor e da condição de carga.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

DESEQUILÍBRIOS / DESBALANÇOS NA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO


• A norma ANSI – NEMA MG1 – 2016 (“Motors and Generators”) recomenda, em sua seção 14.36 (“Effects of Unbalanced
Voltages on the Performance of Polyphase Induction Motors”), a aplicação de um fator de “de-rating” (redução /
atenuação) sobre a potência nominal do motor em função do desbalanço em suas tensões de alimentação.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

DESEQUILÍBRIOS / DESBALANÇOS NA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO


• Causas Comuns dos Desequilíbrios / Desbalanços de Tensão :
.Distribuição bastante desigual de grande número de cargas monofásicas entre as 3 fases do sistema trifásico;
.Cabos elétricos de bitolas diferentes no circuito de alimentação do motor, gerando quedas de tensão desiguais
nas 3 fases;
.Operação de capacitores estáticos sobre condições de desequilíbrio (defeito interno), ligados ao barramento de
alimentação do motor;
.Problemas internos no transformador associado ao circuito de alimentação do motor;
.Quedas de tensão localizadas (contatos elétricos precários) em uma ou mais fases;
.Faltas fase-terra não francas (através de impedâncias elevadas), que não tenham sido identificadas / sanadas,
produzindo sobrecorrentes desequilibradas;
.Fornecimento de energia com tensões desbalanceadas ou instáveis;
.Queda de uma fase no circuito de alimentação primário (rede pública).

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

DESEQUILÍBRIOS / DESBALANÇOS NA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO

• Recomendações

Desequilíbrios de tensão permanentemente superiores a 1,5 % nos bornes de alimentação


dos motores (ou detectadas no primeiro ponto de medição a montante), devem ser
investigados e, sempre que possível, corrigidos.

Obs.: O desequilíbrio de tensão constitui-se como um dos distúrbios relativamente comuns na indústria, com efeitos
que podem ser associados ao tema “Qualidade da Energia”, da mesma forma que as sub e sobre tensões, e
as distorções harmônicas.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
INFLUÊNCIAS DAS DISTORÇÕES HARMÔNICAS

• Causas das harmônicas em instalações:


-Operação de equipamentos baseados na eletrônica de potência (retificadores, conversores de frequência,
etc);
-Fontes de alimentação monofásicas (chaveadas);
-Reatores eletrônicos;
-Fornos a arco, soldas a arco, lâmpadas de descarga em alta intensidade.

• Alguns sintomas (motores de indução):


-sobreaquecimentos aparentemente ‘inexplicáveis” ;
-disparos / atuações “aparentemente” indevidos de disjuntores / fusíveis de proteção no circuito do motor
(instrumentos que não são “True-RMS”, medem apenas as grandezas fundamentais, ou seja, em 60 Hz);
-vibrações anormais e aumento do nível de ruído audível da máquina.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
INFLUÊNCIAS DAS DISTORÇÕES HARMÔNICAS

• Conteúdos harmônicos na tensão de alimentação do motor e a circulação de correntes harmônicas em seus enrolamentos,
provocam a elevação das perdas, a redução do rendimento e um maior aquecimento da máquina.
Ocorrem:
.a elevação das componentes de perdas no ferro variáveis com f 2 (“eddy-currents” / Foucault);
.a elevação das componentes de perdas no ferro variáveis com f (histerese);
.a elevação das perdas no cobre (aumento do efeito pelicular);
.sobreaquecimentos no motor.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
INFLUÊNCIAS DAS DISTORÇÕES HARMÔNICAS
 Efeitos das harmônicas em motores elétricos de indução
Torques opostos ao torque fundamental (harmônicas de sequência negativa), principalmente os gerados pela corrente de 5ª
harmônica (comum em ambientes elétricos industriais) eventualmente circulante nos enrolamentos dos motores.

Campo de Seq. -
(5ª harmônica)

Campo de Seq. +
(1ª harmônica ou ROTOR
Fundamental 60 Hz)

O motor “enxerga” um acréscimo virtual de carga no eixo (somdo ao torque resistente da carga e exercendo efeito frenante)
 absorção de parcela adicional de corrente no estator.
Em uma situação limite e mais duradoura, caso a condição de carga seja elevada e as proteções de sobrecorrente/sobrecarga
estejam mal dimensionadas, mal ajustadas ou não “enxerguem” adequadamente a presença das harmônicas, o motor pode
até “queimar”...

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

PARÊNTESIS TEÓRICO......
• A explicação matemática para a sequência negativa da 5ª harmônica
FUND.
Seq.+
(ABC)
5ª h
Seq. –
V1c (ACB)

V1a

V5b
V1b

V5a

V5c

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
 Efeitos das harmônicas em motores elétricos de indução

Pulsação em 6ª harmônica, com possíveis reflexos mecânicos no eixo do motor, como se fôssem “micro-solavancos”
periódicos e de curtíssima duração...

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
 Efeitos das harmônicas em motores elétricos de indução

Pulsação em 6ª harmônica, com possíveis reflexos mecânicos no eixo do motor, como se fôssem “micro-solavancos”
periódicos e de curtíssima duração...

A eventual presença de tensões de 5ª e 7ª harmônicas na alimentação de um motor pode resultar no surgimento de


torques mecânicos pulsantes que geram flutuações e instabilidade na rotação, e podem provocar fadiga mecanica no
eixo, mancais e rolamentos.

Essa pulsação se dá pela diferença relativa entre:

 o campo girante à frequência fundamental (60 Hz) e o campo girante provocado pela 7ª harmônica (420 Hz), que
estão em sequência positiva; isso resulta em uma pulsação em 6ª harmonica (360 Hz); e, cumulativamente...

 o campo girante à frequência fundamental (60 Hz) e o campo girante provocado pela 5ª harmônica (300 Hz), estando
ambas em sequencias opostas (positiva para 60 Hz e negativa para 300 Hz); isso também resulta em uma pulsação
mecânica em 6ª harmônica (360 Hz); nesse caso, não há 6ª harmônica elétrica na linha de alimentação do motor.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
 Efeitos das harmônicas em motores elétricos de indução
Estimativa do aumento das perdas em motores de indução perante a presença de distorções harmônicas na
tensão de alimentação

PERDAS ADICIONAIS DEVIDO ÀS HARMÔNICAS


(% DE ACRÉSCIMO EM RELAÇÃO ÀS PERDAS
NORMAIS PARA A CONDIÇÃO DE CARGA
OPERACIONAL)

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

 Efeitos das harmônicas em motores elétricos de indução

 Percentual máximo recomendável de DHTv (ou THDv) nos terminais de um motor de indução (relativamente à
tensão fundamental): 5 % (mas é desejável menos....);
(algumas normas são mais exigentes, p.ex., IEC: máximo de 3,5 %);

 Adequações: correto dimensionamento e especificação de filtros de harmônicas e/ou outros procedimentos


associados às fontes geradoras de tais distúrbios  procedimentos requerem análise mais especializada;
(essa abordagem, no âmbito da QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA, é bastante específica e extensa, fugindo do
escopo central dessa disciplina).

• “The Induction Machine Handbook” (Ion Boldea / Syed A. Nassar, 2001) recomenda “de-rating” de 10 % na
potência nominal de um motor BT padrão quando alimentado por um conversor de freqüência com modulação
PWM.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

 Efeitos das harmônicas em motores elétricos de indução

• Motores alimentados por conversores de frequência  elevação das perdas no núcleo dos motores (perdas no
ferro) em função do efeito de componentes harmônicas de mais alta freqüência presentes na tensão gerada pelos
conversores PWM.

• Estudos técnicos publicados por universidades de renome indicam que a utilização de conversores PWM pode vir a
ocasionar uma redução do rendimento da ordem de até 10 % para motores de pequena potência e de cerca de 5 %
para motores de potências médias e mais elevadas. Entretanto, o comportamento da máquina dependerá de uma
série de fatores, dentre eles, a freqüência de chaveamento ajustada no conversor e a carga efetivamente aplicada
ao eixo para uma dada rotação.

• O rendimento operacional de um conjunto conversor-motor será razoavelmente inferior ao rendimento de cada


um desses componentes separadamente, situando-se, tipicamente, no caso das aplicações mais comuns (variações
de rotação entre 50 e 100 % da rotação nominal), na faixa entre 80 e 85 %. Isso se deve à conjugação das perdas
no motor e no próprio conversor.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

 Efeitos das harmônicas em motores elétricos de indução

Exemplo: RENDIMENTOS para um conjunto motor-conversor de 5 cv – 4 pólos – 380 V (testes de laboratório)

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

 Efeitos das harmônicas em motores elétricos de indução


• Elevação das componentes de perdas no ferro (Histerese + Foulcault) e perdas no cobre (aumento do efeito pelicular).
Exemplo para um motor trifásico de 3 cv, 220 V, 4 pólos, 50 Hz, testado em laboratório e alimentado:
a) diretamente pela rede; e
b) por um inversor de frequência ajustado para 50 Hz e chaveado a 5 kHz, introduzindo harmônicas no motor.

20 40 60 80 100 20 40 60 80 100
Condição de carga % Condição de carga %

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

 Efeitos das harmônicas em motores elétricos de indução


• Fórmula prática de cálculo para a estimativa do rendimento médio operacional de um motor já existente, acionado
por um conversor de freqüência:

2
DHF
c 
1
 DHF 2
1

. = rendimento do motor (em P.U.) para alimentação senoidal (rede), para a condição de carga de operação do motor;
.c = rendimento estimado do motor (em P.U.) para alimentação através do conversor, para a mesma condição de carga
considerada;
.DHF (conforme NEMA MG1-30.1 / 2016) = fator de redução do torque (em P.U.) em função do conteúdo harmônico da
tensão gerada à saída do conversor ou fator harmônico da tensão, FHV (tela seguinte).

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
 Efeitos das harmônicas em motores elétricos de indução
2
DHF
•O parâmetro DHF pode ser extraído pelo gráfico, em função do c 
parâmetro FHV(%). 1
 DHF 2
1

•O parâmetro FHV expressa o conteúdo harmônico (de maneira
ponderada) previsto para a tensão de alimentação do motor e,
sempre que possível, deve ser analisado em conjunto com o
fabricante do conversor.
Tal parâmetro é abordado pelas normas ANSI NEMA MG-1 e IEC 60034 - Part
17 / 2002 (“Guide for Application of Cage Induction Motors when Fed From
Converters”).

•Cálculo do FHV % (análise para conversores de baixa tensão, 6


pulsos):

FHV % x 100

.n = ordens harmônicas ímpares não incluindo as divisíveis por 3 (harmônicas de sequência zero), presentes na tensão de saída do conversor (alimentação
do motor de indução);
.Vn = amplitude em P.U. (por unidade) de cada harmônica relativamente à tensão fundamental que possa ter alguma representatividade ou magnitude
considerada não desprezível.

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
 Efeitos das harmônicas em motores elétricos de indução
• EXEMPLO:
Tensões de alimentação de um motor de indução com componentes
harmônicas de 5ª, 7ª, 11ª e 13ª ordens com magnitudes em P.U.
equivalentes a 0,10, 0,07, 0,045 e 0,036, respectivamente.

FHV % x 100 = 5,46 %

Pelo gráfico, DHF (em p.u.) corresponderia a 0,95, o que traduz-se em


uma recomendação para se limitar a potência máxima em 95 % da
potência de placa.
Se o rendimento do motor sob análise para alimentação senoidal e para
uma dada condição de carga equivaler a, por exemplo, a 0,88 (88 %), seu
5,46
rendimento estimado na mesma condição de carga para alimentação
através de um conversor PWM seria:

DHF2
c  c = 0,952 / [ (1/0,88) + 0,952 – 1 ] = 0,9025 / ( 1,136363 + 0,9025 – 1 ) = 0,868 (ou 86,8 %).
1
 DHF2 1

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MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO

FIM DA AULA 3

MAQ - 0F. 1 - 1S 2022 72 17/02/2022

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