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Estrutura Metálica Espacial e suas Ligações: Processo de Fabricação

Wender Rioga Gomes1


Helbert E. Almeida 2

RESUMO

A presente pesquisa representa uma revisão de literatura sobre estrutura metálicas


espaciais e a relação das suas ligações os nós, visa compreender os aspectos
principais das atividades da estrutura espacial e seus tipos de ligações de acordo com
normas técnicas. Para elaboração deste estudo foi utilizado a pesquisa bibliográfica
como metodologia, viabilizando discursão sobre: apresentar estrutura metálica
espacial, descrever os principais tipos técnicos de ligações (nós) no Brasil, apontar as
principais vantagens das estruturas espaciais. Assim os resultados a pesquisa
evidenciam que o tema estrutura metálica espacial feito por treliças e suas ligações
tornou-se de suma importância o acompanhamento e o estudo de sua evolução
considerando seus processos de materiais utilizados fabricação e montagens, tendo
como principal objetivo demonstrar seus tipos, tecnologias, utilidades e aplicações
adotadas. Todas atividades realizadas pelos setores de engenharia têm como
obrigatoriedade ser fundamentados dentro das normas técnicas cabíveis e legislação
vigente. No decore do trabalho e seus respectivos capítulos foram apresentados de
forma detalhada os pontos principais do tema abordado. Buscando melhoria de
conhecimento sobre a matéria, contribuição sobre as diversas tecnologias de
estruturas metálicas e mais um subsídio para os setores acadêmicos e profissional,
estudantes, engenheiros, projetistas, montadores, técnicos e auxiliares.

Palavras-chave: Treliças espaciais. Tipos de nós na estrutura espacial. Ligações em


estrutura metálica. Vantagens nas estruturas espaciais.

1 INTRODUÇÃO

As estruturas metálicas a cada dia vêm crescendo no espaço do mercado,


dando uma ampla visão para os arquitetos, possuem menor custo, tempo de
execução, apresentam uma montagem simples com construção de grandes espaços
para armazenamento e obras de infraestruturas como hipermercados, indústrias,
lojas, sacolão e outros. A ligação de uma estrutura espacial é formada por
superposição de barras unidas dando forma de treliças construídas de diversas

1
Acadêmico(a) do curso de Engenharia Mecânica da Instituição Faculdade Pitágoras.
2
Orientador(a). Docente do curso de Engenharia Mecânica da Instituição Faculdade Pitágoras.
formas através de ligações com (nós típicos, nós de aço, nós com ponteira), tendo um
princípio de montagem e vantagens nos vãos livres. As edificações são projetadas
respeitando o peso da estrutura, comprimento e largura e todos os seus elementos
construtivos e suas instalações, também o resultado da ação de fenômenos naturais
como o vento de sucção nos balanços as chuvas na região, oferecem geração de mão
de obra, segurança, confiabilidade, praticidade e economia, obedecendo ao segmento
das normas ambientais.
Na engenharia a estrutura espacial está abrindo o leque no mercado, por
apresentar vantagens com relação às outras estruturas convencionais por ser mais
leve, flexibilidade dos pilares, vãos livres e grandes, com peças menores facilitando o
transporte, fabricação, montagem e desmontagem, obtendo rapidez, praticidade e
melhor aproveitamento do espaço. A relevância da pesquisa vem propiciar conhecer
fundamentalmente técnicas e reunir informações para entendimento da utilização dos
meios relacionados a estrutura metálica espacial com aplicações mais cabíveis,
visando buscar o tipo mais adequado e eficiente para desenvolvimento.
O assunto, por tratar-se de uma técnica hoje aplicada no segmento de
engenharia, vem agregar e contribuir na melhoria dos processos de construções e
alicerçar os conhecimentos, assim a presente pesquisa visa responder ao
questionamento. Quais são os processos de ligações utilizados na estrutura espacial
para a sua sustentabilidade e grandes vãos livres?
Tem como objetivo geral apresentar os aspectos principais das atividades da
estrutura espacial e seus tipos de ligações. Para alcançar este objetivo geral temos
os objetivos específicos: descrever os conceitos de estrutura metálicas espaciais;
conhecer os principais tipos de ligações (nós) no Brasil; identificar as vantagens das
estruturas espaciais.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Metodologia

O tipo de pesquisa a ser realizado tem como base revisões literárias, por meio
de pesquisa bibliográfica em livros, sites de banco de dados como Google Acadêmico
e a Scielo, bem como trabalhos acadêmicos e artigos técnicos, em busca de
informações cientificas, relacionadas ao tema Estrutura Metálica Espacial e suas
ligações, com as palavras chaves (treliças espaciais, tipos de nós na estrutura
espacial, ligações em estrutura metálica, vantagens da estrutura espacial), onde serão
selecionados alguns pontos relevantes no período de 10 anos. Buscando informações
acadêmicas para a melhor entendimento das construções de treliças espaciais e nós.

2.2 Resultados e Discussão

2.2.1 Estrutura espacial aspectos gerais


A estrutura espacial surgiu no século XVIII, na época eram usadas as treliças
planas ou arcos treplicados espaciais. Em 1907, Alexander Grahan Bell desenvolveu
um reticulado espacial de barras de mesma dimensão unidas por um tipo de nó,
garantindo capacidade e várias oportunidades de aplicação (SOUZA 2002. Apud DU
CHATEAU 1984). Segundo Du Chateau (1984 apud SOUZA; MALITE, 2005, p. 29),
“os exemplos comuns de treliças espaciais trata-se das espaciais planas - camadas
planas de barras, arcos treliçados e cúpulas. Segue exemplo desenvolvido por
Alexander Graham Bell em 1907”.

Figura 1. Estrutura espacial de Alexandre Graham Bell

Fonte: Du Chateau (1984).

A primeira estrutura foi levantada numa peça única formando uma torre de
observação de 30m de altura, feita com barras de ferro e nós de aço, ela servia de
observatório para experiências com aeroplanos. Só entre 1930 e 1940, com o
aperfeiçoamento da solda como meio de ligação, é que se iniciou o seu
desenvolvimento. Mas ela só se impôs no mercado de construção entre 1960 e 1970,
graças à utilização dos computadores pelos escritórios de cálculo.
Conforme Souza (2002) a evolução das tecnologias, as estruturas que eram
mais simples foram ao longo dos anos, sendo aperfeiçoadas: planas, espaciais e hoje
até tridimensionais. As tridimensionais têm como princípios a formação e encaixe de
suas peças com base triangular. As estruturas tridimensionais são feitas com peças
de aço e alumínio (treliças) conjugadas de forma triangulares, acopladas através do
sistema técnico de nós, usadas em galpões de grande porte com estética segurança
e valorização do imóvel.

Figura 2. Estrutura espacial

Fonte: Techneaço (2018).

De acordo com Makowski (1987 apud ASSIS; SOARES; MACHADO, 2021, P.


20) “essas estruturas são classificadas em três tipos: estruturas em malhas, treliça
espacial, estruturas suspensas de todas natureza coberturas sobre cabos e estruturas
em membranas metálicas”. Elas são compostas de malhas ou curvas tridimensionais,
interligadas por elementos estruturais (barras), entre si por intermédio de peças
chamados de nós. De acordo com Silva (1999) as estruturas espaciais são:

Compostas de malhas planas e curvas tridimensionais, interligadas por


elementos estruturais chamados de barras ou membros, conectados entre si
por intermédio de peças ou dispositivos especiais, chamados nós. São
formadas por duas malhas, uma inferior, outra superior, malhas estas que
geralmente são interligadas em suas juntas por diagonais, que formam assim
um conjunto de tetraedros ou pirâmides, regulares ou não, resultando o que
é chamado de malha espacial (SILVA, 1999, p. 01)
De acordo com Martini (2016) existem também as estruturas com superfícies
curvas, com chapas dobradas ou tubulares, que funcionam de modo integrada e boa
distribuição de cargas entre si, usando malhas cilíndricas ou esféricas.

Figura 3. Modelo estrutura espacial em curva

Fonte: Techneaço (2010).

De acordo com wikipedia (2022) a treliça e uma estrutura formada por 2 ou


mais unidades triangulares ligadas nas extremidades nós, contendo duas ou três
malhas chamadas de camadas de banzos.

Figura 4. Estrutura treliça

Fonte: Wikipedia (2022).

Conforme Frasseto (2018) uma treliça espacial simples pode ser obtida a partir
de três barras rotuladas em forma de tripé, as quais são acrescentadas três novas
barras não coplanares ligadas em rotula, a composta é obtida de duas ligações treliças
simples de uma rotula comum e uma barra. No módulo piramidal, suas principais
bases são: retangulares, quadradas, tetraédricas, com formações triangular,
equilátera ou isósceles.
Figura 5. Modulo piramidal

Fonte: Michelfrasseto (2018).

2.2.2 Material

O aço é um liga metálica basicamente de ferro e carbono com teor inferior a


2,0%, o aumento no carbono aumenta a sua resistência. É o mais utilizado na
construção de treliças espaciais, sendo possível utilizar o alumínio, a madeira, plástico
reforçado, pois a maior aplicação comercial e com o material metálico (aço). De acordo
com Souza (2002), o alumínio tem vantagens em relação ao aço, tais como
necessidade de manutenção reduzida, pois o material não está sujeito a corrosão
tendo maior resistência em ambientes agressivos, como as áreas litorâneas, e baixo
peso próprio da estrutura facilita no levantamento e na montagem.
As chapas de aço utilizadas nas construções são elas: chapas a frio, chapas
zincadas, chapas finas a quente, e chapas grossas. Fornecidas com espessura
padrão em bobinas ou chapas, para fabricação de diversos elementos.
Figura 6 Perfis e cantoneira

Fonte: Acoplano (2022).


Existe diversos tipos de perfis, transversal tubular, retangular, soldados,
laminados, cantoneiras entre outros, a escolha do perfil, está ligado na concepção
arquitetônica e finalidade da estrutura a ser realizada. Segundo Pratti (2015), são
produtos ocos, de seção retangular ou redonda. Podem ser produzidos soldado
chapas dobradas, sendo chamados de tubos com costura, ou através de laminadores
como os perfis chamados tubos sem costura.

2.2.3 Ligações entre barras - nos

O encontro das barras em uma estrutura denomina-se nó, para as treliças


espaciais o tipo das seções das barras irá determinar o tipo de nó, desde o mais
simples conectados por um parafuso até os de aço e com ponteira. Segundo Martini
(2016) os nós são de maior importância na resistência, no comportamento e no valor
final de uma estrutura. A escolha do sistema a ser utilizado está relacionada ao perfil,
à quantidade e à arranjamento das barras, a demais, o nó deve demostrar, as
hipóteses de cálculo adotadas. A maioria das montagens apresentadas tem ligações
parafusadas, pois as ligações soldadas possuem o custo muito elevado e com difícil
execução podendo comprometer a eficiência da ligação.

Figura 7 Tipos de nós de aço

Fonte: Souza (2002)


Nó típico é o mais comum, merece mais atenção quanto ao seu desempenho
dentre as ligações, formado pela superposição de barras e seção tubulares com
extremidades unidas amassadas por um único parafuso. E um sistema espacial
comum mais desenvolvido no Brasil, nó Típico ou com as pontas amassadas das
barras, denominando-se “borboleta” (porque em uma vista superior, vê um parafuso
central e quatro asas, como uma borboleta).
Segundo Porto, (2016,p.9) “Este nó também é chamado de sistema Sarton,
composto basicamente da união de tubos, com as extremidades achatadas, por um
único parafuso”. As pontas destas barras, amassadas, sobrepõem umas às outras,
formando os banzos e as diagonais, sendo presas por parafusos de alta resistência
Esse tipo de nó apresenta uns problemas, o fato de as barras serem ligadas
por apenas um parafuso, é fácil perceber excentricidades na ligação, o que provoca o
fletores nas barras, que provoca a plastificação precoce nas extremidades
amassadas, sobre tudo nas diagonais que também têm as extremidades dobradas.
Nó de aço é formado de barras e seção tubulares com extremidades
amassadas, conectado por parafuso e aletas de aço soldadas. No Brasil adaptou o
sistema pela facilidade e a ausência de excentricidade de fabricação. Em Brasília, a
maior parte das obras é feita com o sistema Cruzeta, por ser eficiente e com a
fabricação simples, sendo necessárias apenas uma prensa e uma máquina de solda.
Foram feitos vários ensaios pela ABECEM3 de São Paulo, comprovando baixo custo
de produção e a eficácia do sistema. De acordo com Porto, (2016).

O sistema Cruzeta também é chamado por alguns, em Brasília, de Nox frame


ele foi desenvolvido e fabricado por vários engenheiros e indústrias, cada um
adaptando-o de acordo com o projeto e os vãos a vencer. Atualmente já
evoluído, com as barras presas ao nó por dois parafusos de alta resistência,
reduzindo o cisalhamento, nada mais é que o nó Nox frame aperfeiçoado.
(Porto,2016, p.15)

Nó com ponteira são duas chapas paralelas soldadas em abertura na


extremidade do tubo sem amassar, conectado aos nós. Segundo BATISTA &
BATISTA (1997 aput SOUZA, 2003, P.32) ensaios realizados mostraram que os
mecanismos de colapso de ligações com chapas de ponteira podem ser associados
à formação de charneiras plásticas nestas chapas e nas chapas de nó, provocadas
por flexão perpendicular ao plano destes elementos.
2.2.4 Vantagens da estrutura espacial e montagem
As estruturas espaciais necessitam de grandes vãos de área livres, como
utilizado em supermercado, ginásios, edifícios e outros e tem fatores que contribuem
com esse tipo de estrutura em relação as convencionais. Para Souza (2002 p.1) são:
• Grande rigidez, sendo possível a realização de obras de grandes vãos;
• Facilidade de fixação de instalações, devido à grande quantidade de nós
nos quais podem ser fixados suportes;
• Liberdade arquitetônica na locação de apoios;
• Beleza arquitetônica, permitindo explorar as mais diversas formas;
• Possibilidade de ampliação, e fácil montagem e desmontagem para
estruturas não permanentes;
• Menor peso e menor custo para grandes vãos (acima de 40 m);

De acordo com Makowski (1981), uma outra vantagem é o comportamento


tridimensional que permite uma distribuição de esforços homogêneo entre as barras
que constituem a estrutura, deixando as estruturas padronizadas e baixo peso próprio
da estrutura. De acordo com Magalhães e Malite (1998) existem basicamente três
técnicas de montagem para as treliças espaciais. São elas: a montagem por elemento
ou montagem “in loco”, a montagem método “lift-slab” e a combinação dos métodos
anteriores ou mista. A montagem in loco é indicada para obras que exige menor
número de equipamentos pesados, com ajuda de andaimes a estrutura (barras e nós)
são montados na posição definitivas. O método lift-slab possibilita a montagem das
malhas no chão e depois com ajuda de maquinas para colocar na sua posição
definitiva, indicado para grandes superfícies.

3 CONCLUSÃO

Conclui-se que o estudo efetuado sobre estrutura metálica espacial e suas


ligações, permitiu aprimorar os conhecimentos e a importância referente as evoluções
na arquitetura. Baseadas nas primeiras estruturas espaciais desenvolvidas por
Alexandre Graham Bell em 1907, surgiram pontos de inspirações para arquitetos e
engenheiros, desenvolverem novos projetos para cobrir grandes vãos livres, devido
suas diversidades e flexibilidades exigidas pelo mundo moderno. Com a evolução da
tecnologia, as estruturas foram sendo aperfeiçoadas em formas triangulares ligadas a
um sistema técnico com amarração em nós, hoje usadas em projetos de grande porte.
A presente pesquisa buscou respostas para o seguinte problema: Quais são os
processos de ligações utilizados na estrutura espacial para a sua sustentabilidade e
grandes vãos livres? Teve como objetivo geral, apresentar os aspectos principais das
atividades da estrutura espacial e seus tipos de ligações. Foram expostos capítulos
que descrevem a estrutura metálica espacial, seus principais tipos técnicos de
ligações (nós) no Brasil e vantagens estruturais.
Mediante ao estudo realizado, muitas são as vantagens de uma estrutura
espacial nos dias de hoje, levando-se em conta a produção de peças em escala, fácil
manuseio, transporte, montagens e desmontagens e apresentando facilidade de
fixação devido aos nós, reduzindo pilares e distribuindo os esforços entre barras com
simetria e segurança.
A fundamentação teórica do estudo/pesquisas bibliográficas, tornou-se
possível afirmar que os objetivos foram alcançados. Sugerindo novos estudos sobre
o comportamento das estruturas e nós típicos hoje adotados, durante o decorrer do
tempo, visando o aprimoramento dos sistemas de ligação e padronização.

REFERÊNCIAS

ACOPLANO. https://www.acoplano.com.br/blog/conheca-os-tres-principais-tipos-de-
perfil-metalico/ .acesso em 22 de abr. 2022

ASSIS, B.W.O.DE; SOARES, B.O. MACHADO.D.H.O. Estruturas espacaiais:


Vantagem das estruturas espaciais. 2021. 80p. Graduação - Curso de
Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia de Minas Gerais- Belo Horizonte. 2021.

FRASSETO, M. Conhecimentos da Engenharia Civil.


http://michelrasseto.blogspot.com/2018/09/atividade-trelicas.html. acesso em: 22
abr. 2022

MAIOLA, C. H. Análise teórica e experimental de treliças metálicas espaciais


constituídas por barras com extremidades estampadas. Mestrado em Estruturas-
São Carlos: Universidade de São Paulo, 11 dez. 2017.
MARTINI, R. J. Estrutura de cobertura metálica em malha treliçada espacial.
Curso especialização em estruturas. Universidade federal de Minas Gerais, 2016.

PORTO , C. Tipologias Arquitetônicas de Estruturas Espaciais em Brasília.


Fonte: docomomo brasil: https://docomomobrasil.com/wp-
content/uploads/2016/01/036R.pdf, 2016

SOUZA, A. C.DE. Contribuição ao estudo das estruturas metálicas espaciais.


1998. 162 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Estruturas, Escola de
Engenharia de São Carlos, São Carlos, 1998.

TECHEAÇO. Estrutura espacial. https://www.techneaco.com.br/estrutura-


espacial.html. acesso em: 20 abr. 2022

WIKIPEDIA. Treliça. https://pt.wikipedia.org/wiki/Treli%C3%A7a. acesso em: 26 abr.


2022

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