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EPÍGRAFE

“Consciente ou inconscientemente a arquitectura e a estrutura nascem juntos.

( Rebello, 2003 )

“Nada se sustenta sem uma estrutura bem feita.”

Beatriz de Mello
DEDICATÓRIA

A todo o pessoal do grupo, que independentemente das as dificuldades


e dos afazeres dedicaram do seu tempo para realizarmos o presente trabalho.
AGRADECIMENTOS

A Deus primeiramente por nos ter dado a vida e a capacidade de


conseguirmos concluir este trabalho, e a cima de tudo por nos ter ajudado a
ultrapassar obstáculos que foram surgindo ao longo da pesquisa.

Aos nossos pais, irmãos, amigos que ao longo deste tempo, abdicaram da
nossa companhia para que pudéssemos nos dedicar na elaboração deste
trabalho.

Agradecemos ao professor Kai e ao restante dos docentes, pela


orientação e ensino que incansalmente nos têm passado.

Aos colegas de turma e do departamento, pelos bons momentos que


temos passados juntos, tanto em momentos de muita pressão como em
momentos de descontração.
RESUMO

Tecnologia estrutural. Trabalho apresentado na Faculdade de engenharia


Departamento de Arquitetura da Universidade Agostinho Neto (FEUAN) como trabalho
Prático do Modulo de Tecnologia estrutural do colégio do 5º Ano no 10º Semestre. Ano
acadêmico 2022/2023.
Arquitetura moderna foi um conjunto de movimentos e ideias que predominaram na
arquitetura durante boa parte do século XX. Ela surgiu a partir do movimento
Modernista, que também influenciou a arte e a cultura nesse período. A palavra
Moderno é usada para se como antónimo de Antigo e por essa razão passou a ser
designada como Contemporâneo. No entanto a arquitectura Modernista é muito
diferente da contemporânea. Porquê? Porque a arquitetura modernista é influenciada
pelo Cubismo nas suas formas, e a valorização da fachadas. Apesar de um momento
multifacetado da produção arquitectónica Internaional, o modernismo manifestou
algums principios que foram seguidos por um sem-número de arquitectos, das mais
Variadas escolas de Tendências. Neste ponto explico quais são algumas caracteristica
do modernismo. Neste artigo, vou explicar o que é arquitetura moderna, quando ela
surgiu, quem são os principais arquitetos e dar alguns exemplos de projetos no mundo e
em Angola.

Palavras-chave: I. Estrutura.
INDICE

EPÍGRAFE

DEDICATÓRIA

AGRADECIMENTOS

RESUMO

ABSTRACT

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................
INTRODUÇÃO

As estruturas, também denominadas de sistemas estruturais, devem ser entendidas como


disposições racionais e adequadas de diversos elementos estruturais, classificando-se
como elementos estruturais os corpos sólidos elástico-deformáveis que possuem
capacidade de receber e de transmitir ações.

Estes elementos, em função das suas três dimensões externas principais, podem ser
divididos em três categorias:

Quando duas dimensões são da mesma ordem de grandeza e muito menores que a
terceira dimensão, tem-se o elemento estrutural linear denominado barra.

Quando duas dimensões são da mesma ordem de grandeza e muito maiores que a
terceira dimensão, tem-se o elemento estrutural de superfície, que pode ser denominado
folha, placa, chapa ou casca.

O elemento estrutural que tem as três dimensões da mesma ordem de grandeza é


denominado bloco, sendo um elemento de volume, em que não há predominância de
uma dimensão sobre as outras.
PROBLEMÁTICA

Como trabalho prático do curso de Arquitetura e Urbanismo, escolheu-se para modulo


de tipologia estrutural, analisarmos os sistemas estruturais.

Com base na análise do tema surgem-nos as seguintes questões:

O que são Sistemas Estruturais?


Como Sistemas podem ser?
Quais os Requisitos que os Sistemas de Estruturais cumprem?
JUSTIFICATIVA

O desenvolvimento deste trabalho dará bases solidas para poder propor respostas e
soluções para aquilo que são as problemáticas encontrada nas edificações.
Poderá dar capacidade para propor a nível de sistemas estruturais matérias que possam
ser sustentáveis.
METODOLOGIA

A metodologia utilizada durante o processo de elaboração deste trabalho recorreu-se à


técnicas de análise e recolha de informação, bem como por meio de pesquisa
documental que visa o conhecimento do tema em estudo.
OBJECTIVOS

Geral

• Avaliar os fundamentos dos sistemas estruturais.


• Analisar os requisitos das estruturas.

Específicos

• Caracterizar os Sistemas Estruturais e os Requisitos das Estruturas

•Identificar as estruturas Lineares, os Elementos Estruturais de Superfície, Cabos e


Membranas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Desde o início da história, os humanos passaram a construir seus próprios abrigos


utilizando os elementos naturais ao seu redor. Posteriormente, as estruturas adquiriram
características cada vez mais complexas, reflexo do desenvolvimento das técnicas.
Passou-se então, a utilizar conhecimentos científicos nesta área, de forma que as
dimensões, a resistência e outros atributos de uma determinada obra podiam ser
estimados. Novos materiais passaram a ser utilizados, sobretudo ferro e cimento, que
possibilitaram o surgimento das grandes estruturas que hoje compõem o cenário do
mundo moderno.

A Revolução Industrial trouxe consigo novas técnicas e materiais pertinentes à


engenharia. A Ponte de Ferro, no Reino Unido, foi a primeira ponte de arco construída
somente com ferro fundido, o que é considerado um marco na história. Conforme
ocorria o crescimento econômico, era cada vez maior a necessidade de se acelerar os
transportes. Por isso, houve grande ampliação do sistema de canais e posteriormente
surgiu a primeira ferrovia. A utilização do ferro como elemento estrutural causou
grandes mudanças, especialmente por conta de sua resistência, capacidade de pré-
fabricação e facilidade de montagem. Os engenheiros civis, a partir de então, puderam
inovar no formato dos prédios, além de agilizar sua construção. Houve ainda inovação
no que se refere à construção de túneis, a partir do primeiro construído sob o rio Tâmisa
em Londres para a criação do sistema metroviário londrino.

A partir do século XX, a engenharia como um todo passou a se desenvolver e se


especializar sobretudo por conta dos avanços científicos e fundamentações teóricas do
comportamento dos materiais. A partir de então surgiram grandes estruturas antes
inimagináveis, como o Viaduto de Millau, na França, a mais alta ponte para veículos do
mundo, e o Burj Khalifa, o mais alto edifício do mundo, com mais de oitocentos metros
de altura. A Sociedade Americana de Engenheiros Civis compilou uma lista com as sete
maravilhas do mundo moderno, das quais destacam-se o Eurotúnel, sob o estreito de
Dover entre o Reino Unido e a França, o canal do Panamá, que liga o oceano Pacífico
ao Atlântico e a Usina Hidrelétrica de Itaipu entre o Brasil e o Paraguai.
ESTRUTURAS LINEARES

As estruturas formadas por uma ou mais barras são denominadas de estruturas


lineares. De fundamental importância na construção civil, destacam-se entre elas as
vigas, os pilares, as treliças, os arcos, os pórticos, etc. Assim, por exemplo, nas
estruturas de concreto armado dos edifícios correntes, as vigas, que suportam as ações
oriundas das lajes e das paredes, apoiam-se sobre pilares que transmitem as referidas
ações às fundações.

As treliças, outro tipo de estrutura linear, usualmente de madeira, aço ou


alumínio, são largamente empregadas em coberturas e em pontes. As estruturas de
barras, que podem ser planas ou tridimensionais, dependendo do arranjo de seus
elementos, são estudadas segundo hipóteses estabelecidas na Resistência dos Materiais
e na Estática das Construções, observando-se, como é natural, os aspectos peculiares de
cada uma. A seguir são apresentadas as definições de alguns elementos estruturais e das
principais estruturas lineares.

Vigas

As vigas são barras que suportam ações entre seus apoios, em virtude da sua resistência
aos esforços de flexão e de cisalhamento (Esforço cortante). Podem ser dispostas
horizontalmente ou inclinadas.

Foram usadas desde a antiguidade, em pedra ou em madeira, e posteriormente


em ferro fundido, na construção de habitações, pontes, fortificações, viadutos e demais
construções.

Embora sem entender exatamente o seu comportamento estrutural, os


construtores antigos desenvolveram uma acusada intuição que lhes permitiu construir
todas as edificações que foram idealizadas, até o desenvolvimento do cálculo estrutural.

Podem ser confeccionadas de madeira, aço, ferro fundido, concreto (armado ou


protendido) e alumínio, com aplicações nos mais diversos tipos de construções.

Principais tipos de vigas

Os principais tipos de vigas são:

Viga em balanço: são vigas cuja as cargas são transferidas para um único ponto de
Fixação.

Figura – Viga em balanço.

Viga simplesmente apoiada: são viga com dois apoios, que podem ser simples ou
engastados.
Figura 11 – Viga bi-apoiada.

Viga bi engastada: são vigas com as duas extremidades engastadas;

Viga Gerber: são vigas articulada e isostática, sobre mais de dois apoios;

Figura 12 – Viga Gerber.

Viga Contínua: são vigas com mais de dois pontos de apoios;

Figura 13 – Viga contínua.

Viga Balcão: são vigas de eixo curvo ou poligonal, com carregamento não pertencente
ao plano formado pela viga;

Figura 14 – Viga balcão.

Viga Coluna: barra com solicitações de flexão e de compressão;

Viga-armada
Viga constituída por uma barra em que os esforços solicitantes predominantes são
momentos fletores e por outras barras em que só há esforços normais.

Viga Vierendeel
Vigas de banzas paralelos, contendo só montantes.

Viga de alma cheia


Viga, cuja alma não tem espaços vazios.

Viga de alma vazada


Viga, cuja alma tem espaços vazios

Viga treliçada
Treliça de banzas paralelos.
Comportamento Estrutural

Pensemos hipoteticamente em uma viga submetida somente a esforço de momento


fletor:

Através do uso de um modelo simples de espuma, pode-se observar que ocorre


um encurtamento da distância entre as fibras da viga em uma face e alongamento na
face oposta. Portanto, conclui-se que metade da seção da viga estará submetida a tração
e a outra metade a esforço de compressão.

PILARES

Barra, geralmente verticalmente, em reta, que os com eixo quase sempre disposto
esforços solicitantes predominantes são forças normais de compressão.

Este é mais um elemento estrutural conhecido e utilizado desde os tempos mais


remotos. Foi empregado com arte e muito bom gosto nos templos egípcios, gregos e
romanos, e em construções habitacionais. Executado inicialmente com pedra e madeira,
com o advento do ferro, do aço e do concreto, adquiriu novas formas e novas seções,
limitadas quase que tão somente pela criatividade do projetista.
Assim como as vigas, as seções mais empregadas são a retangular, a quadrada (que
pode ser considerada corno urna variante da retangular), a circular, e a em "I". A
escolha da seção, quando não é condicionada pelo projeto de arquitetura, costuma ser
definida objetivando minimizar o consumo de mater1al ou de mão-de-obra envolvida na
fabricação.

Nas estruturas em concreto armado, o emprego de seções maciças, quadradas,


retangulares ou circulares, justifica-se pela facilidade de execução das formas, da
armadura e do lançamento do material. Quando executadas em madeira, pode ser
possível ut1lizar seções maciças, mas só quando for possível obter as seções previstas
diretamente das serrarias, o que costuma encarecer bastante o produto. Para diminuir
este custo de produção, costumam-se utilizar seções obtidas a partir das seções
comerciais, que são retangulares, formando-se as seções em "I",
"T" ou caixão.

Pilares são elementos estruturais lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical,
em que as forças normais de compressão são preponderantes e cuja função principal é
receber as ações atuantes nos diversos níveis e conduzi-las até as fundações.
Junto com as vigas, os pilares formam os pórticos, que na maior parte dos edifícios são
os responsáveis por resistir às ações verticais e horizontais e garantir a estabilidade
global da estrutura.
As ações verticais são transferidas aos pórticos pelas estruturas dos andares, e as ações
horizontais decorrentes do vento são levadas aos pórticos pelas paredes externas.
PÓRTICOS

Estrutura linear plana, com solicitações coplanares que, não sendo constituída de barra
única de eixo teoricamente retilíneo, não recai na categoria de arco, cinta, viga ou
treliça.

Este é o sistema estrutural mais empregado atualmente, em pontes, edifícios e


residências. Os pórticos podem ser maciços, treliçados, de alma cheia e mistos,
(formados pela união de um ou mais destes). Alguns Por possuírem casos utilizam-se
um comportamento tridimensional, em pórticos engastados em uma direção e
contraventados na outra. Esta é uma solução típica para as construções industriais, em
aço ou madeira

TRELIÇAS

As treliças são utilizadas há bastante tempo nas construções. Uma primeira publicação
deve-se ao arquiteto Paládio, que procurou, por volta de 1540, organizar todo o
conhecimento então existente sobre esta alternativa construtiva.
Foram e continuam a ser empregadas em coberturas, telhados, pontes e equipamentos de
elevação e transporte. Possuem pequeno peso próprio em comparação com outros
estruturais de mesma função. Elementos Basicamente, todas as treliças são formadas a
partir da figura mais simples entre as "indeformáveis", que é o triângulo, pois dispondo
vários triângulos em um mesmo plano tem-se uma treliça plana; se dispostos em planos
distintos, tem-se as treliças tridimensionais, também denominadas espaciais. Vale,
portanto, estudar este elemento formador com um pouco mais de detalhes, como será
feito no item seguinte.
ESTRUTURAS LAMINARES

As estruturas laminares, também conhecidas como estruturas de superfície, ficam


definidas quando se conhecem a sua superfície média e a lei de variação da sua
espessura. Dentre as estruturas laminares, destacam-se as placas, as chapas e as cascas.
As cascas são amplamente empregadas em coberturas de grandes vãos e em
reservatórios, enquanto que as placas litóides (lajes) aparecem muito frequentemente em
pisos de edifícios de habitação. O estudo das estruturas laminares, bem mais complexo
que o estudo das estruturas lineares, é feito com teorias próprias Teoria das Placas,
Teoria das Chapas e Teoria das Cascas - que resultam de simplificações adequadas da
Teoria da Elasticidade. Definições e esquemas das principais estruturas laminares são
dadas a seguir:

Lâmina
Corpo em que uma das dimensões é muito menor do que as outras duas.

Folha
Estrutura constituída por uma ou mais lâminas.

Folheto médio
Superfície média de uma folha.

Plano Médio
Folheto médio de uma folha plana.

Chapa
Folha plana sujeita a esforços apenas em seu plano médio.

Viga-parede
Chapa disposta verticalmente sobre apoios isolados.

Placa
Folha plana sujeita principalmente a esforços fora do seu plano médio.

Laje
Placa de material litóide.

Casca
Folha curva sujeita a esforços no seu plano médio.

Membrana
Casca sujeita a esforços apenas nos planos tangentes ao seu folheto médio.

Casca cilíndrica
Casca cujo folheto médio é cilíndrico.

Abóboda
Casca cilíndrica sujeita principalmente a esforços normais de compressão.

Cúpula
Casca de dupla curvatura sujeita principalmente a esforços normais de compressão.

Folha poliédrica
Folha constituída por lâminas planas.

Folha prismática
Folha poliédrica de arestas paralelas.

Seção normal de uma folha


Seção da folha resultante da sua interseção por uma superfície gerada por retas normais
ao seu folheto médio.

Seção transversal de uma folha prismática ou cilíndrica


Seção normal de uma folha prismática ou cilíndrica resultante de sua intersecção com o
plano normal e suas arestas ou geratrizes

PLACAS E CHAPAS

Como já definido, são elementos planos, com urna dimensão, no caso a espessura,
muito menor que as outras duas. As placas diferem das chapas não só pela espessura,
que costuma ser menor nas chapas, mas, principalmente, pelo comportamento estrutural,
pois denominamos de placas os elementos planos solicitados por ações normais ao seu
plano, e de chapas os solicitados segundo o seu plano médio.

Flexão em Placas

Admitindo uma placa retangular com comprimento grande em presença da largura, e


uniformemente carregada, as máximas tensões, assim corno o deslocamento máximo
surgirão no meio do vão.
Várias situações podem ocorrer em função das Vinculações das bordas, vejamos três
casos frequentes:

Flambagem de chapas
As chapas, quando solicitadas por tensões normais de compressão ou de cisalhamento
podem perder a estabilidade, assim como qualquer outro elemento comprimido.
Entretanto, por serem elementos planos conduzem a formulações um pouco diferentes
das determinadas para as barras.
Analisando inicialmente urna chapa comprimida em uma só direção, sem apoio ao
longo das bordas não comprimidas, pode-se fazer a analogia desta com uma barra
comprimida. Então:

ESTRUTURAS DE BLOCOS

Os blocos são elementos estruturais comumente empregados nas fundações das


construções, com a finalidade de transmitir ao solo as ações da superestrutura. O estudo
dos blocos é feito através da Teoria da Elasticidade ou da Teoria da
Plasticidade. Alguns blocos podem ser apoiados diretamente sobre o solo, dependendo
da capacidade suporte do mesmo.

Quando necessário, costuma-se construir estacas ou tubulões, até a profundidade onde


se consegue transmitir as ações ao solo, e sobre estas estacas ou tubulações constroem-
se blocos de concreto, para unir entre si estes elementos e para distribuir melhor as
ações aplicadas.

Nas fundações de edificações, em alguns casos podem ser usadas fundações ditas
"rasas", como blocos rígidos, sapatas flexíveis ou sapatas corridas. Em outros casos
podem se tornar necessárias fundações "profundas", como estacas ou tubulões, que
possuem um bloco de coroamento em concreto armado. Quem determ1na o tipo de
fundação, em geral, são os aspectos geotécnicos associados à aspectos estruturais e
construtivos.

Escolho do tipo de fundação Bloco rígido


Escolho flexível Sapata Corrida

Bloco Sobre Estacas


EM BLOCOS

São assim considerados os sistemas empregados em barragens, muros de contenção e


em fundações em geral.
Nas barragens, em alguns casos, o bloco pode ser ancorado na rocha, diminuindo assim
o volume de concreto a ser ut1lizado, caso o equilíbrio do bloco fosse assegurado
apenas pelo seu peso próprio.

Bloco prismático Bloco hiperbólico

Bloco ancorado na rocha


CABOS

A característica principal destes elementos é que os mesmos absorvem as ações externas


por meio de esforços normais de tração.
A forma destes elementos, no caso ideal, coincide precisamente com o fluxo dos
esforços, e assumem, portanto, como forma externa, o caminho que as forças aplicadas
percorrem até os apoios.
Pelas características descritas, estes elementos são os mais indicados para cobrir grandes
vãos e formar grandes áreas livres. Porém, desenvolvem empuxos nos apoios, cuja
absorção constitui o maior problema no projeto, devido à direção e intensidade destes
empuxos.
Os fios são normalmente utilizados isoladamente sendo submetidos à ação do peso
próprio, vento e variações de temperatura. É o caso de linhas de transmissão, sinalização
ou comunicações.
Os cabos, além das ações já descritas, podem suportar também as ações concentradas ou
distribuídas provenientes de outros elementos que porventura componham a estrutura.
Na antiguidade, foram utilizadas cordas de cânhano ou de rami na construção de pontes
corno a do rio Pampas no Peru, do rio Ganges na índia e sobre inúmeros precipícios da
região Himalaia.

Acredita-se que o emprego destas cordas f antecessoras dos cabos de aço atuais f tenha
sido ditado pela ausência de outros materiais no local da construção f ou pelas
dimensões a serem vencidas, que obrigou os construtores da época a desenvolverem
engenhosos sistemas estruturais baseados no uso destas cordas.
Na arquitetura grega antiga, a cobertura dos espaços destinados a teatros e templos,
representou um desafio que foi vencido com o emprego de tetos suspensos. Há registros
que os romanos tentaram cobrir desta forma, o Coliseu Romano, no ano
70AC, que possui forma elíptica, com eixos medindo 189m e 156m. que resultaria em
urna área coberta de quase 23.000m2
.
Das tendas dos povos nômades originou-se a cobertura em membrana que, por vários
milênios, não sofreu alteração de forma ou de material.
Com a revolução industrial surgiram os cabos de aço, que possibilitaram a construção
de pontes pênseis com mais de 1.000rn de vão, coberturas com áreas superiores a
10.000m2, como por exemplo o pavilhão de São Cristóvão, construído no Rio de
Janeiro em 1959 com 32.000m2, e corno última evolução das tendas, a cobertura
olímpica de Munique para as Olimpíadas de 1972 com 7 5. 000m2 de área coberta total,
sem esquecer da impressionante cobertura do terminal do aeroporto de Jeddah, na
Arábia Saudita, que cobre urna área total de 500.000m2
.
Estas obras monumentais atestam a facilidade com que os cabos vencem grandes vãos
ou cobrem grandes áreas, mas não invalidam a sua aplicação em obras de menor porte.

COMPORTAMENTO ESTRUTURAL

Os fios e os cabos possuem pequena resistência à flexão e quase nenhuma resistência à


compressão. Para fins práticos costuma-se desprezar estas resistências e só se considera
a resistência à tração. Devido a estas características, estes elementos costumam assumir
como forma estrutural ou configuração de equilíbrio, aquela determinada pelo tipo de
ação a que estão submetidos.
Como exemplo pode-se analisar o cabo da figura 2.1, submetido a uma força P, vertical,
sendo desprezado o peso próprio ao cabo.

ALGUNS SISTEMAS ESTRUTURAIS

EM CABOS

Possível realizar coberturas com uma série de cabos livremente suspensos, ou com
cabos treliça, ou ainda, com rede de cabos, pretendidas ou não. Estas coberturas podem
ter curvatura simples, também conhecidas como cilíndricas, quando confeccionadas
com cabos simples ou com os cabos treliça. Com as redes, constroem-se coberturas com
dupla curvatura, de mesmo sentido, quando os cabos não são pretendidos e reversas
quando pretendidos.
Estas coberturas podem ser construídas sobre pilares ou fixadas diretamente ao solo.
Entretanto, como os empuxos nestas estruturas costumam ser relativamente altos, a
ancoragem destes empuxos exige bastante atenção do projetista.
Nas pontes são possíveis dois sistemas estruturais, os estaiados e os pênseis.
MATERIAL

Existem hoje duas famílias de tecidos de alta resistência, que são utilizadas na
confecção de coberturas tensionadas. São elas:

a) A membrana de poliéster revestida com PVC, com garantia na faixa dos 15 anos com
uma durabilidade estimada entre 25 e 30 anos. Este é um tecido com boa flexibilidade,
quanto às formas geométricas, e de menor custo unitário. Existem vários níveis de
qualidade nas membranas PVC, algumas com durabilidade bem menor. As membranas
PVC com acabamento PVDF (podem ser apresentadas como PVC / PVDF) têm
durabilidade superior.

b) A membrana de fibra de vidro revestida com PTFE (teflon), com durabilidade


mínima também de 25 anos e é um material bem mais caro que o PVC. A durabilidade
das membranas de PTFE, segundo os fabricantes, vai de 30 a 35 anos. Cada família de
membrana têm referências que variam de gramatura e de resistência para atender a
todos os tipos de projetos: grandes e pequenos, com mais ou menos tensão aplicada ao
material. As membranas de PVC não são menos resistentes que as membranas de PTFE.
Podem e são utilizadas em projetos de grandes dimensões, cobrindo grandes vãos,
característica comum às duas famílias de membranas.

Ambos os materiais são impermeáveis e antiestáticos evitando o acúmulo de umidade e


poeira. As sujeiras ficam na superfície das membranas e são mais fáceis de remover. As
membranas também têm tratamento anti UV, anti mofo e anti capilaridade. São
autoextinguíveis.

As membranas de PTFE são menos sensíveis à sujeira e mantém o tom de branco por
mais tempo que as membranas de PVC. Já nas membranas de PVC, os produtos são
protegidos das agressões exteriores graças a um tratamento de PVDF (solução
fluoretada anti-aderência) em ambos os lados, que impede que a umidade e a poeira
penetrem no material. Elas também devem ser limpas para manter uma boa aparência.
No caso das membranas PVDF, essa manutenção é menos frequente e muito mais fácil,
mas deve existir. A chuva pode ajudar mas não substitui as limpezas.

RESISTÊNCIA AO FOGO

Os tecidos sintéticos utilizados na fabricação de membranas tensionadas não propagam


as chamas, são auto-extinguíveis e não “pingam” se submetidos ao fogo. Enquadram-se
no código europeu de resistência aos incêndios, e tem a aprovação para sua utilização
em qualquer tipo de edificação.

FABRICAÇÃO

O mesmo sistema computacional, após ter gerado os resultados das informações


geométricas, é integralmente utilizado para o procedimento de planejamento e
otimização da fabricação e corte do tecido.

Este é divido em grandes faixas que são posteriormente tecidas e costuradas entre si por
processos de selagem especial.3.

MONTAGEM

A montagem de estruturas em membrana, é bastante simples, requerendo porém, mão


de obra bastante especializada.

Áreas da ordem de 2.000 a 3.000 m2 podem ser montadas em menos de 2 semanas,


dependendo do tipo de suportes projetados.

O equilíbrio da tensoestrutura, se dá com o esticamento ou tensionamento passo a passo


dos cabos de estaiamento e do tecido, em contraponto à compressão dos mastros, únicos
elementos a resistirem a esse tipo de esforço, até que o conjunto alcance a forma final
para a qual a cobertura foi concebida.
VANTAGENS

As coberturas tensionadas em tecidos, apresentam grandes vantagens em comparação


com outros sistemas mais convencionais:

• Simplicidade na concepção. Todos os seus elementos


trabalham em total tração ou compressão;
• Incrível beleza arquitetônica;
• Translucidez, deixando passar até 20% da luz natural;
• Permite infinidade de formas;
• Excelente isolante térmico e acústico,
dependendo do tipo de tecido aplicado;
• Impermeabilidade total;
• Vence grandes vãos;
• Não propaga o fogo em caso de incêndios;
• Leveza e resistência face às cargas do projeto
e efeitos do vento;
• Durabilidade e resistência à intempérie;
• Facilidade total no transporte e montagem
BIBLIOGRAFIA

1- AFANASIEV, A.M. - MARION, V.A. "Práticas de Laboratório sobre Resistencia de


Materiales", Ed. Mir, Moscou, 1978.

2- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND


Técnico de Estruturas, São Paulo, 1967. Vocabulário

3- BARBATO, R.L.A. - 11 Teoria das Estruturas 1", UFSCar, 1986.

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1981.

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1981.11 Sistemas de Estruturas 11, Ed. Hemus, São Paulo,

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11Mul ti-storey Buildings in Steel", Ed. Nichols Publishing Company, Nova Iorque,
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11-SÁLES, J. J. "Projeto e Viabilidade Economica de Coberturas Pênseis · com Cabos-


Treliças", Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas), EESC/USP, 1988.

12-TIMOSHENKO, S.; GERE, J .M. "Theory of Elastic Stabili ty", 2a. Edição, Ed.
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13-TIMOSHENKO, S. P. "Resistência dos Materiais", Vol. 2, LTC editora S.A., Rio de


Janeiro, 1976.

14-WILSON I B. "Structural Behaviour via Models", Ed. Crosby Locwood, Londres,


1972.

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