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CIÊNCIA DOS MATERIAIS.

Tema Nro 1: Estrutura dos metais.


Conteudos.
1.1. Introdução, definição de metais.Classificação dos metais.
1.3. Estrutura cristalina dos metais.Deslocamentos nos metais.
1.5. Propiedades mecanicas. Propriedades tecnológicas e
funcionais.
Objetivos:

1. Conhecer a definição dos metais e classificá-los nos


diferentes grupos que se conhecem.
2. Saber os diferentes tipos de estruturas cristalinas e
deslocamentos que tem.
3. Relacionar as principais propriedades mecânicas e
tecnologia dos metais.
4. Explicar o mecanismo da fratura mecânica a partir do
movimento dos deslocamentos.
Objetivos Gerais da Disciplina.
- Identificar as estruturas dos diferentes materiais empregados
na construção de maquinaria, estabelecendo a relação que
existe entre estrutura, composição química e propriedades.
- Determinar o comportamento mecânico dos materiais segundo
os mecanismos que o regem, assim como os métodos de
controlo empregados para avaliá-los.
- Seleccionar o material e o tratamento a submeter aos mesmos
com vistas a modificar suas propriedades para obter as
exigências requeridas.
- Identificar os elementos destes processos que podem ser
agressivos ao meio ambiente.
Bibliografia:
CALLISTER, W. D. Ciência de Engenharia de Materiais: Uma
Introdução. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
VLACK, Lawrence Hall Van. Princípio da ciência dos materiais.
Editora Campus,1994.
CHIAVERINNI, Vicente. Tecnologia Mecânica, volume 1.
Makron Books, 1986.
Introdução.
Na vida diária empregamos diferentes artigos, instrumentos ou
ferramentas ou conduzimos equipes, automóveis; fabricamos
peças de reposição para essas mesmas equipes em máquinas
ferramentas, e todos eles estão construídos de diferentes parte
metálicas ou não metálicas.
Todos estes materiais, sejam metálicos ou não constituem o
objeto de estudo da Ciência dos Materiais. Nesta disciplina
estudaremos os compostos metálicos como materiais de
construção de peças e agregados. O estudo dos materiais não
metálicos tais como os polímeros e cerâmicas serão
estudados também.
A disciplina de Ciência dos Materiais envolve investigação das
correlações que existem entre as estruturas e propriedades
dos materiais. A estrutura de um material usualmente relaciona-
se ao arranjo de seus componentes internos. Propriedade é
um traço (característica) de um material em termos do tipo e
magnitude de resposta a um específico estímulo imposto.
Podem ser grupadas em 6 diferentes categorias:
(a) mecânica;
(b) elétrica;
(c) térmica;
(d) magnética;
(e) ótica, e
(f) deteriorativa.
 Propriedades mecánicas: Relacionam deformação a uma
carga ou força aplicada; exemplos incluem módulo elástico e
resistência mecânica.
 Propriedades elétricas: Tais como condutividade elétrica e
constante dielétrica, o estímulo é um campo elétrico.
 O comportamento térmico de sólidos: Pode ser
representado em termos de capacidade calorífica e
condutividade térmica.
 Propriedades magnéticas: Demonstram a resposta de um
material à aplicação de um campo magnético.
 Propriedades óticas: O estímulo é eletromagnético ou
radiação de luz, índice de refração e refletividade
 Características deteriorativas: Indicam a reatividade química
de materiais.
Importância do Estudo da Ciência dos Materiais:

1. Graças ao adiantamento de novas técnicas de análise


química e estrutural, além das técnicas de determinação de
propriedades, existe um domínio crescente do conhecimento no
sistema (composição - estrutura - propriedades - processos
de fabricação). Isto deu lugar ao desenho de materiais como
ramo da ciência e engenharia de materiais.
2. Uma característica fundamental do processo que se observa
como conseqüência do anterior, é o investimento da lógica do
sistema de produção: agora é o cliente o que expõe a
demanda e o fabricante cria os materiais "à medida" com as
propriedades que necessita o consumidor.
3. Cria-se então uma crescente variedade, quase sem limites,
da gama de produtos ofertados e com isso a tendência à
variabilidade do caráter estratégico de muitos deles, assim
como de determinadas matérias primas.
Isto se deve à busca constante e competitiva de substitutos para
o melhoramento de propriedades e tecnologias. Transita-se
para uma crescente especialização de materiais de sob
consumo, junto com uma crescente integração de processos e
complexidade tecnológica.
4. Devido ao anterior, evidencia-se um rápido dinamismo
tecnológico condicionado por um forte nexo entre ciência -
tecnologia - mercado.
Classificação dos Materiais:

Materiais sólidos têm sido convenientemente agrupados em 5


classificações básicas:
(a) metáis.
(b) cerámicos
(c) polímeros.
(d) Compostos.
(e) semicondutores.
a) Metais: Materiais metálicos são normalmente combinações de
elementos metálicos
b) Cerâmicas: Cerâmicas são compostos entre elementos
metálicos e não-metálicos: eles são muito frequentemente óxidos,
nitretos , cimento e vidro.
c) Polímeros: Polímeros incluem os materiais familiares plástico
e borracha.
d) Compostos: Um compósito é projetado para exibir uma
combinação das melhores características de cada um dos
materiais componentes.
e) Semicondutores: Semicondutores têm propriedades elétricas
que são intermediárias entre os condutores elétricos e os
isolantes.
Definição de Metal.
Lomonosov definiu os metais como “Corpos com brilho que se
podem forjar”. Esta definição tem vigência a mais de 200 anos
de emitida. Os metais são corpos que possuem elevada
plasticidade; a isto podemos adicionar que os metais se
diferenciam de outros elementos por uma alta resistência,
tenacidade, condutibilidade elétrica e térmica e brilho
metálico.
Todas estas propriedades as apresentam também
substâncias mais complexas em cuja composição pode entrar
vários elementos metálicos e freqüentemente impurezas de
outros elementos. Estas substâncias se chamam ligas
metálicas.
Classificação dos Metais.

Os metais podem dividir-se em dois grandes grupos:


 Metais Negros.
 Metais de Cor.

Metais Negros: Possuem cor cinza oscura, grande


densidade, alta temperatura de fusão, dureza relativamente
elevada. Metal típico do grupo: O Ferro (Fé).
Dentro dos metais negros se encontram os seguintes:

 Metais férreos: Fé (Ferro),CO (Cobalto), Ni (Niquel), Mn


(Manganésio). Esclarece que não é o mesmo metal
férreo que liga ferrosa.
 Metais refratários: Zr (zirconio), Cr (Cromo), Mo
(Molibdenio). De temperatura de fusão mais alta que o
ferro (1539ºC).
 Metais urânicos: Empregam-se fundamentalmente na
indústria da energia atômica.
 Metais alcalino térreos: Li (Litio), Na (Sodio), K (Potasio),
Cs (Cesio). Excepcionalmente se utilizam em estado
metálico livre.
Metais de Cor: Usualmente são vermelhos, amarelos ou
brancos. Possuem grande plasticidade, pouca dureza, baixa
temperatura de fusão e não apresentam polimorfismo. Metais
Típico: O Cobre (Cu) metal seminobre,dividem-se em:
Metais ligeiros: B (Boro), Mg (Magnesio),: Possuem muita
pequena densidade.
Metais nobres: Ag (Prata), Au (Ouro),Pt (Platina),Ir (Irídio), Rh
(Ródio),Os (Ósmio).
Metais facilmente fusíveis: Zn (Zinco),Cd (Cádmio),Hg
(Mercúrio),Sn (Estanho),etc.
Elementos com propriedades metálicas debilitadas: Ga
(Galio), Si (Silício), Ge (Germanio).
Estrutura Cristalina dos Metais.
De acordo a sua natureza os corpos podem ser amorfos ou
cristalinos. Nos corpos amorfos o passado do estado sólido
ao líquido é gradual. Por exemplo o vidro sólido, se se
esquenta vai abrandando-se e passa pouco a pouco ao estado
líquido.
A transição inversa será completamente suave, o vidro líquido na
medida que baixa a temperatura se vai fazendo cada vez mais
espesso até que finalmente se “solidifica”. No vidro não existe
uma temperatura de transição do estado líquido ao “sólido”,
tampouco existem as temperaturas (pontos) de mudança brusca
de propriedades.
Agora bem os metais são corpos cristalinos ou seja seus
átomos estão dispostos em um espaço de acordo a uma ordem
geométrica determinada que se repete com determinada
regularidade formando uma rede cristalina. Esta rede nós
podemos figurar isso em forma de uma rede espacial em cujos
tumores se encontram os átomos unidos por linhas imaginárias,
em outras palavras, é o conjunto de planos cristalográficos
situados paralelamente e a uma mesma distância.(Casa de
abelhas)
Líquido
TºC

Estructura cristalina

Metal.

Estructura Amorfa

t (seg)
Retículo cristalino dos metais.( tipos de redes)

1. Rede cúbica centrada no corpo (c.c) : A rede representa


um cubo cujo parâmetro é A. Os átomos estão dispostos nos
vértices e no centro do cubo. Têm pouca densidade de
compactação, quer dizer os átomos ocupam 68% do volume da
rede. Seu número de coordenação é 8. Ex.: Fe , Mo, Na, etc.
2. Rede cúbica centrada nas caras(c.c.c): A rede tem
forma de cubo de parâmetro com 8 átomos nos vértices do
cubo e 6 nos centros de cada uma das caras. A densidade de
compactação é de 74%. O índice de coordenação é 12. Ex.:
Fe , Nem, CO, Q, Ao, Ti, etc.
3. Rede hexagonal compacta (hc). A rede tem forma de
prisma reto cuja base é um hexaedro. Tem dois parâmetros, os
lados da base do prisma a e sua altura C. Doze átomos estão
dispostos nos vértices da rede, 2 átomos no centro da base e 3
átomos no interior da rede. A densidade de compactação é
74% e o índice de coordenação é 12. Ex.: Ti, CO, CD, Mg.
4. Rede Tetragonal centrada no corpo(t.c.c.): Tem forma
de prisma reto de base centrada. Os átomos estão disposto de
igual forma que na (c.c). apresenta dois parâmetros, o lado da
base (a) e a altura (c). A relação c/a recebe o nome de grau de
tetragonalidade. O índice de coordenação é igual a 8.
Rede cúbica
centrada nas caras

Rede cúbica
centrada no corpo

Rede hexagonal
compacta
Rede tetragonal centrada no
corpo
Defeitos da Rede Critalina.
O grau de perfeição da estrutura cristalina determina em
grande medida as propriedades dos metais. Por isso terá que
estudar as imperfeições da estrutura cristalina que revistam
encontrar-se ou o que é o mesmo a estrutura dos cristais
reais.Pode-se definir as imperfeições como os defeitos que se
apresentam na rede cristalina.
Tudo o que rompa de uma forma ou outra a continuidade da
rede será uma imperfeição.
Os defeitos na rede cristalina se classificam em pontuais
ou lineares.

 Defeitos pontuais:
1.Vacantes (ocos).
2.Inserções.
3.Substituições.

 Defeitos lineares: (deslocamentos).


a) As vacantes ou ocos: São “ocos” nos nodos onde deveu
alojar um átomo que não o fez. Aumentam seu número à medida
que aumenta a temperatura já que aumentam também as
oscilações térmicas e em virtude disto se eleva o número de
ocos da rede.

b) As inserções: apresentam-se pela introdução dos átomos


nos espaços intersticiais.

c) Os átomos substituídos: É quando um átomo de diferente


natureza a da rede ocupa o lugar de uma casa de abelha
elementar.
Vacantes ou ocos As inserções

Os átomos substituídos
O deslocamento é um defeito provocado pela inserção por
uma causa qualquer de um plano supérfluo de átomos na rede
cristalina, o que provoca a alteração da simetria do retícula.
Os deslocamentos se encontram em todas as redes cristalinas
em grandes quantidades . Os deslocamentos como se verá em
classes posteriores jogam um papel fundamental no processo
de deformação plástica dos metais.
Propriedades Mecânicas.

A capacidade dos metais e ligas de resistir a ação das forças


exteriores se caracteriza por suas propriedades mecânicas.
Por tanto ao escolher o material para a fabricação de
elementos de máquinas acima de tudo se deve ter em conta
suas propriedades mecânicas:
 Resistência.
 Elasticidade.
 Ductilidade.
 Resiliencia.
 Dureza.
 Resistência à fadiga.
Estas propriedades se determinam pelos resultados dos
ensaios mecânicos durante os quais os metais são submetidos
à ação de esforços exteriores (cargas). Os esforços exteriores
podem ser estáticos, dinâmicos ou cíclicos. A carga em um
corpo sólido conduz tensão e deformação.
 A tensão é a magnitude da carga referida a uma
unidade de superfície da seção transversal da amostra
ensaiada.

 A deformação é a mudança da forma e as dimensões


de um corpo sólido sob a influência das forças externas
aplicadas. Diferenciam-se as deformações por tração,
compressão, flexão, torção e cizalhamento
 A resistência: É a capacidade do material a resistir a
destruição sob a ação das cargas, se avalia pelo limite de
ruptura e o limite de fluência. Um índice importante da
resistência do material é também a resistência específica: a
relação do limite de resistência do material e sua densidade.
 A elasticidade: É a capacidade do material de recuperar
sua forma inicial e suas dimensões ao interromper a
ação da carga.
 A ductilidade: Quer dizer a capacidade do material de
adotar novas formas e dimensões sob a ação de esforços
externos sem destruir-se, caracteriza-se pelo alongamento
relativo e o estreitamento relativo.
 A resiliência, ou seja a capacidade do material de resistir as
cargas dinâmicas.
Propriedades Tecnológicas e Funcionais.

Estas propriedades se caracterizam porque os metais podem


ser maquinados ou forjados, soldados, fundidos, etc.

 Maquinabilidade: É uma das propriedades tecnológicas ou


de engenharia mais importante, já que a grande maioria das
peças são submetidas ao maquinado. Alguns metais
maquinam bem até obter uma superfície limpa e Lisa, os
muito duros maquinam mau. Os metais muito tenazes de
baixa dureza também se elaboram mal, originam superfícies
 Soldabilidade: É a capacidade dos metais de formar uniões
soldadas de boa qualidade.

 Forjabilidade: É a capacidade do metal de elaborar a


pressão em estado frio ou quente sem indícios de destruição.
Esta se determina com um ensaio de forja, o recalcado até
um grau de deformação determinado.
 Propriedades de fundição: Os metais se caracterizam por
sua propriedade de criar peças fundidas sem gretas,
rechupes e outros defeitos. As propriedades principais de
fundição são: a fluidez, contração e segregação.
 Fluidez: Capacidade do metal fundido de encher
devidamente a cavidade dos moldes de fundição.
 Contração: É a redução do volume do metal ao passar do
estado líquido ao sólido e é o motivo da criação de rechupes
de contração e porosidades de contração.
 Segregação: Falta de homogeneidade na composição
química das ligas surtas durante a cristalização.
Propriedades Funcionais.

Estas propriedades se determinam em dependência das


condições de funcionamento da máquina em provas
especiais. Uma das propriedades funcionais mais importantes
é a resistência ao desgaste.
 A resistência ao desgaste é a propriedade do material que
vai exercer resistência ao desgaste, quer dizer a paulatina
variação das dimensões e forma do corpo a conseqüência
da destruição da capa superficial do artigo pelo roçamento
 Dureza: Nomeia-se geralmente dureza à capacidade do
material de resistir a penetração em seu corpo de outro
mais duro. Devem possuir uma elevada dureza as
ferramentas para trabalhar metais: cuchillas, brocas,
morangos. A dureza do metal se determina com os métodos
Brinell, Rockwell e Vickers.
 Fadiga: Chama-se fadiga ao processo da acumulação
paulatina de deteriorações do material sob a ação de
tensões de repetição variáveis que conduzem gretas e a
destruição.

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