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Índice
1. Objetivos .................................................................................................................................................. 6
3. Introdução .............................................................................................................................................. 10
7. Introdução .............................................................................................................................................. 35
2
12.1. Objetivos de Comunicação ............................................................................................................ 49
Anexos ...........................................................................................................................................................59
3
Nota introdutória
Importa, ainda, ressalvar que a integração do projeto numa rede que incorpora diversas entidades do
sistema científico e tecnológico, aliadas a outras instituições de comprovada experiência de apoio a
empresas, vem reforçar a consolidação e expansão de unidades de acolhimento e apoio a atividades de
Ciência e Tecnologia, da sua valorização económica e social e dos resultados de I&D, definidas
enquanto objetivos do sistema de apoio a que se apresenta a candidatura.
A memória descritiva é composta por quatro partes. Na primeira parte (A) é feito um enquadramento
e justificação do projeto. Numa segunda parte (B) é apresentada a área de especialização em
Bioenergia deste projeto, onde são apresentadas as especificações técnicas e tecnológicas da estrutura
a implementar, em particular no que respeita à descrição dos processos tecnológicos envolvidos, da
tipologia de equipamentos necessários e das instalações que é necessário construir. Nesta parte é
também apresentado o estado da arte da tecnologia envolvida no projeto proposto, designadamente
4
ao nível da produção de combustíveis sólidos, gasosos e líquidos. Segue-se uma terceira parte (C) que
integra o estado da arte em matéria de incubação de empresas, na qual, com recurso à revisão da
literatura científica, se identificam tendências e boas práticas de incubação, onde se inclui uma
descrição do modelo de gestão a seguir, para efeitos de implementação, acompanhamento e
sustentabilidade do projeto. A descrição das infraestruturas a instalar é apresentada na quarta parte
(D). O documento encerra com a inclusão de alguns anexos.
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Parte A - Enquadramento do projeto
1. Objetivos
Este projeto tem como principal objetivo a criação e a instalação de uma incubadora de empresas de
base tecnológica focada na área da BioEnergia. Esta, abreviadamente designada por BioEnergia,
pretende ser uma estrutura de incubação de empresas e de desenvolvimento de projetos de spin-off
tecnológicos em produção de combustíveis e energia a partir de fontes renováveis orgânicas, com base
numa forte componente de atividades de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (I&DT).
Pretende-se que o BioEnergia contribua, com os seus recursos materiais e humanos, para o
desenvolvimento e implementação industrial de tecnologias economicamente viáveis, que permitam
uma conversão eficiente de biomassa em combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos, energia elétrica e
energia térmica e, também, encontrar metodologias de remediação ambiental eficientes e sustentáveis.
Por outro lado, apresenta, também, como propósito auxiliar as empresas de melhores mecanismos
energéticos, que se reflitam em maior poupança, eficiência e qualidade ambiental, possibilitando o
desenvolvimento da sua atividade industrial com recurso a novas fontes de energia e tratando,
reutilizando e valorizando os seus resíduos biomássicos que, em muitos casos, representam um
problema e um custo adicional.
2. Pertinência da proposta
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O desenvolvimento do conceito de incubadora de empresas e o envolvimento que as instituições de
ensino superior têm vindo a assumir na criação de incubadoras, em especial daquelas que pretendem
apoiar o arranque de empresas de base tecnológica, é um sinal claro que a academia quer (e precisa
de) assumir a sua vocação empreendedora, no verdadeiro sentido da palavra. Mais do que ir ao
encontro das empresas (e muito mais do que ir de encontro às mesmas), o ensino superior mostra que
consegue trazê-las para o seu interior, onde a interação pode ser mais forte e serem conseguidos
resultados mais visíveis, consequentes e proveitosos. É neste contexto que o Instituto Politécnico de
Portalegre consolidou a ideia de promover a realização do projeto BioEnergia.
Com efeito, relativamente à tipologia de incubadoras, tem-se verificado uma aposta na sua
especialização sectorial, que permite aprofundar a partilha de recursos e a criação de sinergias entre
as empresas instaladas. A concentração num sector específico aumenta, também, o conhecimento e as
competências dos próprios colaboradores da incubadora e, em consequência, o valor que esta
representa para os empreendedores.
O âmbito sectorial das incubadoras de empresas é um tema que tem ocupado alguns investigadores e a
revisão da literatura, sobre esta matéria, indica-nos a existência de vantagens numa especialização
sectorial. A título de exemplo e em consonância com a análise realizada no ponto relativo ao estado da
arte da incubação de empresas, Aerts et al.1 referem que a maior parte das incubadoras se
especializaram num sector ou, no limite, num número reduzido de sectores de atividade.
Reconhecendo as vantagens associadas a essa especialização, estes autores defendem que os governos
devem estimular os “especialistas” e, deste modo, diminuir o número de incubadoras “generalistas”.
Também Hansen et al.2 referiram que a especialização das incubadoras é a melhor estratégia para a
sua viabilização, garantindo maiores probabilidades de sucesso.
O termo BioEnergia é utilizado para indicar todas as formas de energia que têm por base a matéria
orgânica viva. A matéria viva orgânica, ou biomassa, em termos energéticos, não é mais que uma forma
1
Aerts, K., Matthyssens, P., Vandenbempt, K. (2007), Critical role and screening practices of european business incubators,
Technovation, 27, 254-267.
2
Hansen, M.T., Chesbrough, H.W., Nohria, N., Sull, D.N. (2000), Networked incubators: hothouses of the new economy,
Harvard Business Review, September-October, 74-84.
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de armazenamento químico da energia eletromagnética solar que chega ao planeta Terra. Quando as
ligações entre átomos de carbono, hidrogénio e oxigénio das moléculas orgânicas são quebradas por
processos tecnológicos, como digestão, combustão ou gaseificação, há uma libertação de energia
química armazenada sobre diferentes formas.
Estima-se que o armazenamento energético global anual por via da produção de biomassa seja da
ordem de 1,33×1014W (0,26 W/m2), 57,14% do qual é efetuado em terra. Em termos de biomassa
acumulada, estima-se que seja da ordem de 1,5×1022 J. Como é evidente, somente uma parte da
biomassa global é que tem condições para ser explorada em termos tecnológicos e económicos para a
produção de energia. No entanto, parte dessa biomassa disponível apresenta excelentes condições de
exploração, nomeadamente, a proveniente de resíduos da agricultura, silvicultura, e indústrias
conexas, bem como os resíduos de outras indústrias e os resíduos domésticos.
Segundo a Agência Europeia do Ambiente (EEA), o uso de biomassa para fins energéticos tenderá a
crescer significativamente nas próximas décadas. Previsões apontam para um share de cerca de 25%,
no final do século, para a BioEnergia, relativamente ao total das fontes energéticas, nomeadamente, o
petróleo, gás natural, renováveis e nuclear. Estão criadas condições para que esse crescimento tenha
um baixo impacto ao nível da degradação dos recursos solo, biodiversidade e água.
Em termos europeus, o Plano de Ação “Biomassa” descreveu várias ações a empreender para fomentar
a utilização de todos os tipos de biomassa na produção de energias renováveis, e que passam pelos
seguintes 3 objetivos: “a) intensificar a promoção dos biocombustíveis na União Europeia e nos países
em desenvolvimento e garantir que a sua produção e utilização sejam globalmente positivas para o
ambiente e contribuam para os objetivos da Estratégia de Lisboa, tendo em atenção a problemática da
competitividade; b) preparar a utilização em larga escala de biocombustíveis, melhorando a sua
relação custo-eficácia através da otimização do cultivo de matérias-primas especificamente destinadas
a esse fim, da investigação no domínio dos biocombustíveis “de segunda geração” e do apoio à
penetração no mercado, por mudança de escala dos projetos de demonstração e com a eliminação dos
obstáculos não-técnicos; c) explorar as oportunidades que se abrem aos países em desenvolvimento –
incluindo os países afetados pela reforma do regime da União Europeia no sector do açúcar –, no que
respeita à produção de biocombustíveis e de matérias-primas destinadas a esse fim, e definir o papel
que a União Europeia poderá desempenhar no apoio ao desenvolvimento de uma produção
sustentável de biocombustíveis.”
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Sendo o Alentejo uma região do país onde a agricultura e a agro-indústria são uma das apostas
estratégicas de desenvolvimento, apostar na I&DT em BioEnergia nesta região e na instalação de um
laboratório de referência neste tema, é, sem dúvida, uma aposta sustentada para o desenvolvimento
regional. Por outro lado, face ao elevado número de horas de sol/ano da região, o desenvolvimento de
metodologias de remediação ambiental baseadas na luz solar é também uma estratégia sustentada
tanto do ponto vista das energias renováveis como do ambiental. Efetivamente, está identificada a
necessidade de aumentar a atividade de I&DT aplicada à região nas áreas de desenvolvimento
estratégico e nas áreas das energias renováveis, de forma a fazer face aos objetivos ambientais e
energéticos, nacionais e europeus (Objetivos EU: 20-20-20 até 2020).
Porém, o tecido empresarial que se localiza nesta região não dispõe, ainda, dos meios que possibilitem
o desenvolvimento de atividades de I&DT aplicado, neste domínio. No entanto, as Instituições de
Ensino Superior em geral, e o Instituto Politécnico de Portalegre em particular, assumem, cada vez
mais, a responsabilidade de cooperar e interagir com o seu meio envolvente, disponibilizando os seus
recursos e a sua capacidade de investigação ao serviço dos agentes económicos e sociais.
Por outro lado, dentro do objetivo nacional em aumentar em 100 MW a capacidade instalada em
produção de energia elétrica a partir de recursos biomássicos, para Portalegre e Beja estão aprovadas
centrais de biomassa de 10 MW, o que vem, também, dinamizar este sector na região, fazendo todo o
sentido a existência de uma estrutura de apoio de I&DT em BioEnergia e de fomento de formação de
novas empresas.
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Parte B – BioEnergia como área de especialização
3. Introdução
Há, basicamente, três tipos de materiais biomássicos e que se classificam de acordo com a sua origem,
a saber:
Culturas energéticas, que são cultivadas, principalmente, para a produção de energia. A sua
função é capturar a radiação solar para armazená-la na biomassa. São exemplos a colza
(Brassica napus), o girassol (Helianthus annuus), a Eulália ou miscanto (Miscanthus sinensis) e
o milho (Zea mays).
Resíduos agrícolas e florestais que são gerados na colheita de cereais, nas podas e cortes de
árvores, tais como, por exemplo, palhas, pontas das podas da vinha e olival, resíduos
resultantes de podas, limpezas e desramações de florestas. Estes resíduos são especialmente
adequados para a utilização como fontes de energia para as próprias unidades agrícolas, no
sentido de aumentar o rendimento das cadeias de cultivo.
Subprodutos e resíduos orgânicos que são gerados no processamento da biomassa para
criação de produtos alimentares e que podem ser valorizados energeticamente. Estes
subprodutos incluem os resíduos orgânicos das indústrias agroalimentares, os efluentes da
agropecuária e os resíduos do processamento industrial da madeira e de fibras vegetais; os
resíduos orgânicos incluem uma fração dos resíduos domésticos e as lamas dos efluentes
domésticos e industriais, como, por exemplo, os resíduos da produção alimentar.
Estes vários tipos de biomassa podem ser tratados por processos químicos, bioquímicos ou
termoquímicos, com o objetivo de produzirem energia sob diferentes formas, nomeadamente, elétrica,
mecânica ou calorífica. Os tratamentos podem ser divididos da seguinte forma: combustão (com ou
sem processos físicos de secagem, classificação, compressão, corte/quebra etc.), processos
termoquímicos (gaseificação, pirólise, liquefação e transesterificação) ou processos bioquímicos
(digestão anaeróbia e fermentação).
A combustão é a transformação da energia química dos combustíveis em calor, por meio das reações
com o oxigénio libertando energia térmica. Para fins energéticos, a combustão direta ocorre
essencialmente em fogões, fornos e caldeiras (de formação de vapor). Este processo apresenta muito
pouca eficiência.
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vários tipos de gaseificadores sendo os mais comuns os reatores de leito fixo e de leito fluidizado. Os
gases formados são, normalmente, uma mistura de monóxido de carbono, hidrogénio, metano, dióxido
de carbono e azoto, que podem ser utilizados para gerar energia elétrica, por exemplo, num motor de
combustão interna. A pirólise é um processo de conversão de um combustível, normalmente, lenha,
noutro de melhor densidade energética, como o carvão; o processo consiste em aquecer o material
numa atmosfera não oxidativa até que o material volátil seja retirado. O principal produto final
(carvão) tem uma densidade energética duas vezes superior à do material de origem e queima em
temperaturas muito mais elevadas. Para além do carvão e de gás combustível, a pirólise produz
alcatrão e ácido piro-lenhoso.
b) Digestão anaeróbia
Produção de combustíveis gasosos partindo de efluentes líquidos com base em processos
microbiológicos, procurando a produção de gases com elevado poder calorífico, que permitam ser
uma alternativa ao gás natural. Nesta fase, são parceiros interessados a indústria de tratamento
de efluentes e autarquias.
Um fluxograma simplificado das unidades de suporte tecnológico que irão ser instaladas está presente
nos diagramas apresentados no anexo A.
a) Torrefação de biomassa
Como já referido, a BioEnergia deverá desempenhar um papel importante na transição para uma
produção de energia sustentável, prevendo-se que dentro de 20 anos a biomassa possa fornecer cerca
de 30% do consumo total de energia. Esta produção de energia será realizada maioritariamente
através de processos de conversão térmica, nomeadamente, combustão e gaseificação, a partir de uma
combinação de resíduos agroindustriais, materiais lenhosos e culturas florestais. Todavia, este tipo de
resíduos nem sempre apresenta todas as especificações exigidas, muitas vezes bastante rigorosas, para
serem utilizados em processos de conversão térmica. Uma boa uniformização e afinação da biomassa
são essenciais para se ter uma maior taxa de substituição de carvão e outros combustíveis fósseis por
biomassa. Por exemplo, em centrais termoelétricas que funcionam a carvão, a substituição de
biomassa exige que a mesma entre em tamanhos muito pequenos, o que faz com que a biomassa de
origem florestal, muito fibrosa e tenaz, seja de difícil e cara moagem. Por outro lado, a biomassa
apresenta também problemas de manipulação, armazenamento, degradabilidade e densidade
energética, requerendo um tratamento apropriado.
Considerando estas limitações, a torrefação de biomassa é uma das tecnologias mais promissoras, que
está numa fase de grande desenvolvimento, e que permite aumentar consideravelmente a qualidade e
a uniformidade da biomassa e diminuir, assim, drasticamente, os problemas da sua degradabilidade,
em particular, a biomassa pelletizada. Acima de tudo, o processo de torrefação melhora a
homogeneização de matérias-primas e o processo de moagem, resultado de alterações das
propriedades físicas e químicas da biomassa5.
Ar
Permutador de
calor
3 Cielkosz, D., Wallace, R. (2011), “Review: Torrefaction for bioenergy feedstock production”, Biofuels, Bioprod. Bioref. 5:317–
329.
4 Bridgeman T., Jones, J., Williams, A., Waldron, D. (2010), An investigation of the grindability of two torrefied energy crops.
Fuel 89:3911–3918.
5 Bergman, P., Boersma, A., Zwart, R., Kiel. J. (2005), Torrefaction for biomass cofiring in existing coal-fired power stations
‘BIOCOAL’., ECN Project Report ECN-C-05-013. ECN, Petten, the Netherlands.
14
Figura 1 – Processo de torrefação de biomassa.
Atualmente não há ainda processos de torrefação para uso energético a uma escala industrial embora
tenham existido algumas unidades a funcionar em França nos anos 80 do século passado. Uma planta
de demonstração foi construída pela empresa francesa Pechiney para fornecer energia para o processo
de redução de alumínio. Esta unidade foi desmantelada no início dos anos 90 por motivos económicos.
O processo consistia numa operação de secagem de biomassa, torrefação, seguida de uma operação de
redução granulométrica. O gás produzido era aproveitado para gerar calor para o processo de redução
do alumínio. O tempo de permanência do reator era da ordem dos 60-90 min.
6 th
Verhoeff, F., Kiel, J. (2011), Torrefaction in supply chai”, 19 European Biomass Conference and Exhibition, Berlin
Germany.
15
seguida de densificação. A densificação, pelletização ou briquetagem, é usada para melhorar as
características de manuseamento e transporte do material. Vapor é muitas vezes usado como veículo
de transferência de calor para a reação.
Na figura seguinte são apresentados vários modelos possíveis de reatores que têm vindo a ser
desenvolvidos, na perspetiva de otimização de processos de torrefação de biomassa4.
16
Apesar de um conjunto significativo de entidades de I&DT e empresas estarem envolvidas em
processos de desenvolvimento da tecnologia, há nesta fase necessidade de implementação de
unidades a uma escala piloto demonstrativa, que permita uma afirmação da tecnologia
baseada, evidentemente, em avaliações económicas.
A grande vantagem da utilização de CDR é o facto de se estar a utilizar um resíduo para produção de
energia, reduzindo assim a necessidade de se recorrer a combustíveis fósseis e as emissões de Gases
Efeito de Estufa (GEE). Todavia, há que referir que nos resíduos permanece ainda uma percentagem de
materiais que tiveram na sua origem recursos fósseis, em particular os plásticos e tecidos. Outro
aspeto a considerar é o facto de estes tipos de combustíveis serem muito interessantes em regiões de
menor densidade populacional, em que pequenas unidades de produção de CDR poderão abastecer
clientes industriais localizados na região, com clara vantagem em termos de custos de transporte e
armazenamento8.
A produção de CDR a partir de RSU requer unidades de processamento de resíduos, que promovam a
separação dos resíduos com maior poder calorífico das restantes frações. Basicamente, temos dois
tipos de processos de processamento de RSU que permitem obter CDR: Tratamento Mecânico e
Biológico (TMB) e o Processo de estabilização seca. No TMB há uma fase de pré-tratamento mecânico
onde são separados metais e inertes e a fração orgânica é extraída para posterior valorização orgânica
por compostagem, associada normalmente a processos de digestão anaeróbia. Os CDR podem ser
produzidos a partir da fração residual destas unidades, constituída, na sua maioria, por resíduos secos
de plásticos, papel e têxteis, com um elevado poder calorífico. No processo de estabilização seca, os
fluxos de metais e inertes são separados dos resíduos e estes são secos e estabilizados, por um
7 Velis, C. A., Longhurst, P. J., Drew, G. H., Smith, R. Pollard, S. J. T. (2010). Production and Quality Assurance of Solid
Recovered Fuels Using Mechanical—Biological Treatment (MBT) of Waste: A Comprehensive Assessment, Critical Reviews in
Environmental Science and Technology, 40:12, 979-1105.
8 Gendebien, A. et al, (2003). Refuse derived fuel, current practice and Perspectives,.Final Report WRc Ref: CO5087-4.
17
processo de compostagem, resultando um produto com elevado poder calorífico que é adequado para
utilização em processos de combustão.
Num processo de produção de CDR são, normalmente, efetuadas as seguintes operações: a) separação
mecânica; b) redução granulométrica das frações de elevado poder calorífico; c) secagem; d)
homogeneização, e) densificação e f) embalagem. Os CDR podem ser produzidos com uma baixa
densidade, designando-se por Fluff, ou densificados em pellets ou briquettes. Na figura seguinte está
apresentado um fluxograma de processos de produção de CDR tipo flutt9.
Separação
Resíduo Destroçador Crivagem
magnética
9Costa, M. et al. (2006). Avaliação do potencial de produção e utilização de CDR em Portugal Continental. Estudos Base, CEBQ
– Centro de Engenharia Biológica e Química, Instituto Superior Técnico.
18
Alemanha, na Itália e no Reino Unido existem instalações onde se efetua o processo de estabilização
seca.
De entre os potenciais utilizadores de CDR estão as centrais termoelétricas a carvão e as indústrias que
utilizam grandes quantidades de energia, nomeadamente, as cimenteiras, a indústria da pasta e do
papel e as metalúrgicas. Outros potenciais utilizadores de CDR são as indústrias vidreiras e cerâmicas.
Todavia, a pouca uniformidade dos CDR, com implicações na qualidade dos produtos, fazem com que
este combustível não tenha ainda possibilidade de ser utilizado nestas indústrias.
A utilização de CDR pode levantar por vezes problemas ao nível das emissões gasosas e de corrosão
das unidades de conversão, resultantes de teores elevados de cloro.
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a) Gaseificação térmica
A produção de gás com poder calorífico, combustível a partir de materiais que contenham carbono, é
uma tecnologia já bastante antiga. Efetivamente, remonta ao ano de 1839 a instalação do primeiro
gaseificador comercial contínuo de combustíveis sólidos. Com o desenvolvimento de tecnologias que
utilizavam o petróleo, o interesse nos processos de gaseificação de biomassa diminuiu até à crise
energética dos anos 70. Nos anos 80, foram vários os sistemas de gaseificação de biomassa que foram
instalados, num grande número de países, mas, a maioria deles, foram abandonados devido a
problemas técnicos, económicos/financeiros e institucionais. Mais recentemente, devido à discussão
sobre alterações climáticas, os compromissos do Protocolo de Quioto e a necessidade de utilização de
fontes de energia renovável, o interesse na gaseificação de biomassa aumentou10,11.
A biomassa sólida pode ser convertida num gás combustível através de processos térmicos, a
temperaturas entre os 600 e os 900ºC, na presença de oxigénio numa quantidade inferior à
estequiométrica necessária. A energia térmica necessária ao processo de gaseificação é libertada pela
combustão parcial da biomassa. O processo também pode ser efetuado com vapor ou dióxido de
carbono. O processo de gaseificação produz uma mistura gasosa rica em hidrogénio, metano e
monóxido de carbono, que pode ter várias aplicações industriais, tais como, matéria-prima para a
indústria química, combustível para combustão ou cogeração em turbinas a gás, conversão direta em
eletricidade usando células de combustível. O poder calorífico do gás varia entre 4,0 e 6,0 MJ/Nm3 12.
Diferentes tipos de reatores têm vindo a ser utilizados para a gaseificação da biomassa: leito fixo, leito
fluidizado, duplo leito fluidizado, leito fluidizado circulante (CFB), fluxo aprisionado. Apenas
tecnologias de gaseificação para a produção de calor estão comercialmente disponíveis. As tecnologias
mais conhecidas são as de Bioneer (leito fixo, updraft), PRM Energia (leito fixo, updraft), Ahlstrom
(agora Foster Wheeler) e Lurgi Umwelt (agora Envirotherm) ambos CFB13,14.
São ainda poucas as instalações que estão a funcionar com uma potência superior a 1 MWe, como
apresentado na tabela 2. Das tecnologias presentes na tabela 1 a mais promissora é a tecnologia de
Gaseificação Integrada com Ciclos Combinados (IGCC), tendo sido demonstrada com muito sucesso
10 Balat, M., (2009).Gasification of Biomass to Produce Gaseous Products, Energy Sources, A 31. 516
11 McKendry, P. (2011). Energy production from biomass (part 3): gasification technologies. Bioresource Technology 83. 55.
12 Moghtaderi, B. (2011). Review of the Recent Chemical Looping Process Developments for Novel Energy and Fuel
15 Knoef, H.A.M. (2003). Gasification of Biomass & Waste – Practical Experience, III. International Slovak Biomass Forum
February 3rd-4th.
16 Stevens, D. J. (2001). Hot Gas Conditioning: Recent Progress With Larger-Scale Biomass Gasification Systems Update and
Harboore, Dinamarca Leito fixo, Babcock & Wilcox Volund, updraft, estilha 1.5
Siebenlehn, Alemanha Leito fixo, Pipeline Systems, downdraft, ciclo combinado 2.3
Chianti, Greve , Itália IGCC, atmosférico CFB, TPS, RDF fuel 6.7
Algumas dificuldades existem que fazem com que ainda não haja uma penetração generalizada no
mercado dos processos de gaseificação de biomassa. Em primeiro lugar, a utilização direta de oxigénio,
em vez de ar, tem claras vantagens quer na cinética do processo de gaseificação quer em termos do
22
poder calorífico e densidade energética do gás produzido, quer ainda em termos de custos. Nesta fase,
alternativas aos processos de separação de oxigénio por criogenia (Air Separation Units - ASU), que
apresentam uma elevada intensidade energética e são muito dispendiosos, estão a ser estudadas
passando muito pela utilização de membranas do tipo Ion Transport Membrane (ITM)17. O processo
ITM separa o oxigénio com o auxílio de membranas cerâmicas permeáveis a oxigénio. Com a
temperatura na gama dos 800-900°C, o oxigénio do ar dissocia-se electroliticamente na membrana
formando iões oxigénio que se difundem pela membrana coadjuvados por um forte gradiente de
pressão.
Por outro lado, outra das dificuldades dos processos de gaseificação prende-se com as questões de
limpeza e tratamento do gás de síntese formado. Os requisitos de limpeza e qualidade do gás
dependem da aplicação subsequente. Algumas aplicações são menos exigentes, tais como os fornos,
enquanto outras, tais como turbinas a gás ou células de combustível, são muito mais exigentes. Várias
tecnologias de limpeza do gás estão disponíveis para se conseguir atingir os requisitos, mas cada uma
tem implicações operacionais e económicas. A maioria dos sistemas em larga escala de gaseificação
operam à pressão atmosférica, no entanto quando se pretende utilizar o gás em turbinas a operação de
pressurização é desejável, mas ao trabalhar-se a pressões maiores, aumenta-se a complexidade do
processo e dos seus componentes, tais como, por exemplo, os sistemas de alimentação.
Por outro lado, apesar dos progressos significativos sobre limpeza e condicionamento dos
gases formados, é necessário testar tecnologias de absorção de enxofre e sistemas com
catalíticos para redução de alcatrões, a uma escala piloto, que permitam, por exemplo,
produzir gases de qualidade similar ao gás natural.
17Dyera, P. N. et al (2000). Ion transport membrane technology for oxygen separation and syngas production. Solid State
Ionics 134 21–33 (2000)
23
Há um crescente consenso de que a captação e o armazenamento de CO 2 serão necessários no sentido
de haver uma estabilização das concentrações atmosféricas. O custo de sequestro de CO 2 é
relativamente pequeno, da ordem dos 4 a 8 €/tC, em comparação com os custos de separação de CO 2
de um gás típico de combustão, com valores da ordem de 100 a 200 €/tC18. Atualmente, as tecnologias
mais utilizadas são aquelas que efetuam uma captura após o processo de combustão, tendo como
consequência uma diminuição da eficiência do processo e o aumento considerável do custo da
eletricidade. Desta forma, é necessário desenvolver tecnologias de gaseificação e combustão que
permitam, por um lado, o uso eficiente dos combustíveis, e, por outro, que permitam uma captura do
dióxido de carbono sem afetarem a eficiência do processo e o custo da energia.
Uma dessas tecnologias é a combustão ou gaseificação com base num Looping Químico. Esta
tecnologia, proposta inicialmente nos anos 50 para processos de combustão, é um processo onde o
combustível não entra em contacto direto com o ar, mas sim com um sólido intermediário,
normalmente um óxido metálico, que se reduz. Posteriormente, o sólido intermediário irá oxidar-se na
presença do ar. Assim, o sistema de Looping Químico consiste em dois reatores distintos: um reator
onde é admitido ar para que haja oxidação de um sólido intermediário, que levará o oxigénio para um
segundo reator de oxidação do combustível, como apresentado esquematicamente na figura 4. A
reação geral no reator de combustível é:
E no reator de ar:
MeOx-1 + 1/2O2 MeOx
H2O
MeOx
Reactor Reactor
Ar Combustível
MeOx-1
Ar
Grande parte da investigação tem vindo a ser centrada no desenvolvimento de sólidos intermediários,
transportadores de oxigénio que apresentem uma elevada reatividade com o combustível e com o ar e
que, simultaneamente, tenham uma baixa tendência para aglomerar, baixo custo de produção, sem
impactos para o ambiente, com facilidade em fluidizar e com estabilidade ao longo de vários ciclos
térmicos. De dentre os diferentes óxidos metálicos que têm vindo a ser estudados incluem-se os de
cobre, cádmio, níquel, manganês, ferro e cobalto. Geralmente, estes óxidos estão combinados com
materiais inertes tais como a alumina (Al 2O3), sílica (SiO2), óxido de titânio (TiO2), dióxido de zircónia
(ZrO2), que, atuando como ligantes no sentido de aumentar a resistência mecânica, têm também
propriedades catalíticas e de durabilidade16.
Apesar da sua atratividade, a maioria dos sistemas estão ainda numa fase de I&DT e de
demonstração numa fase pré-comercial. Assim, é necessário implementar mais sistemas
de demonstração a uma escala piloto, que permitam testar sistemas mais simples
25
operando a baixas pressões e temperaturas, com transportadores mais eficientes e baratos
de forma a se poder utilizar em processos com biomassa e resíduos agroindustriais.
c) Digestão anaeróbia
A Digestão Anaeróbia é um processo microbiológico de tratamento e valorização de resíduos orgânicos
contendo percentagens de água superiores a 60% na perspetiva de obtenção de um biogás, rico em
metano (50-75%) e dióxido de carbono (25-45%), e de um composto orgânico próprio para aplicações
como fertilizante agrícola. A utilização do gás como combustível renovável para veículos ou para a
injeção na rede de gás natural, tem vindo a ter um interesse crescente, já que permite uma utilização
do gás mais eficiente. Por outro lado, o composto formado (digerido) da fermentação anaeróbica é um
excelente fertilizante com elevada matéria orgânica e azoto. A produção de biogás por processos de
digestão anaeróbica oferece vantagens significativas sobre outras formas de produção de BioEnergia.
Tem sido avaliada como uma das tecnologias mais eficientes em termos energéticos e em termos
ambientais podendo permitir uma redução drástica das emissões de GEE em relação aos combustíveis
fósseis pela utilização dos recursos disponíveis localmente19.
Para além das vantagens já enumeradas, a utilização de digestão anaeróbia apresenta vantagens
significativas para os agricultores e indústrias agroindustriais permitindo uma redução efetiva de
custos, já que estão a produzir energia com o tratamento dos seus efluentes, que são muitas vezes
causa de problemas de saúde e de odores, e a produzir composto muito útil para a agricultura,
sobretudo para os solos mediterrânicos sujeitos a intensos processos de degradação. Por outro lado, o
sistema é muito flexível e robusto permitindo a utilização de diferentes tipos de resíduos, tais como,
efluentes domésticos, restos de alimentos e subprodutos, estrumes, chorumes, culturas agrícolas sem
valorização alimentar, restos de processamento de animais, etc20.
19 Weiland, P. (2010). Biogas production: current state and perspectives. Appl Microbiol Biotechnol 85:849–860.
20 Al Seadi, T. et al. (2008). Biogas Handbook. Published by University of Southern Denmark Esbjerg.
26
metano: o acetato, o hidrogénio e dióxido de carbono. Dependendo do estado de oxidação do material
orgânico a ser digerido, a formação de ácido acético pode ser acompanhada pela formação de dióxido
de carbono ou hidrogénio. Por último, ocorre a metanogénese com a produção de metano. Em geral,
este é o passo limitante da velocidade do processo de digestão. O metano é produzido pelas bactérias
acetotróficas a partir da redução de ácido acético ou pelas bactérias hidrogenotróficas a partir da
redução de dióxido de carbono18.
Uma unidade de biogás é uma instalação complexa, composta de uma variedade de elementos. O layout
de uma unidade depende, em grande medida, da quantidade e qualidade da matéria-prima a tratar. As
etapas principais de um processo de produção de biogás para produção de energia envolvem, como
evidenciado na figura 6, os seguintes processos: a) armazenamento e pré-tratamento da matéria-
prima; b) digestor; c) separador.
27
Calor Gases
Exaustão
Digestado
Separador
Agricultura
Efluente
O mercado mundial de biogás tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, sustentado em
intensa atividade de I&DT, bem como em políticas de apoio. Na Europa o sector do biogás conta já com
milhares de instalações, essencialmente nos precursores desta tecnologia, tais como, Alemanha,
Áustria, Dinamarca e Suécia. Um número muito significativo de unidades de biogás estão também em
operação no mundo, em particular na China e na Índia, onde se estima que cerca de 18 milhões de
digestores de biogás estivessem a laboral em 2006 na China e cerca de 5 milhões unidades de pequena
escala na Índia. Nos EUA, Canadá e muitos dos países latino-americanos está a ser implementada uma
dinâmica de desenvolvimento deste sector. O esforço atual de I&DT vai no sentido de melhorar as
tecnologias de conversão, a estabilidade operacional e o rendimento dos processos tendo como base o
desenvolvimento de novos digestores e processos, combinando com a experiência de unidades em
funcionamento.
A utilização de biogás para a produção combinada de calor e electricidade (CHP) começa a ser a
aplicação padrão na Europa. Por outro lado, o biogás também é já utilizado como biocombustível
renovável para o transporte em países como a Suécia, Suíça e Alemanha. Na Alemanha e na Áustria o
biogás produzido já alimenta a rede de gás natural. Outra aplicação que começa a estar próxima da
maturidade é a utilização do biogás em células de combustível 18.
Em Portugal o potencial de produção de energia com base em biogás é da ordem dos 900 GWh/ano
resultante do aproveitamento dos resíduos do sector agroalimentar (14%), agropecuário (26%),
ETAR’s (18%) e RSU (43%). A meta do governo estabelecida em 2005 era atingir 100 MW de potência
instalada em unidades de tratamento anaeróbico de resíduos até 2010. Apesar do potencial e das
metas do Governo, o Biogás representa atualmente apenas cerca de 0,2% do consumo energético
28
nacional com cerca de 80 GWh produzidos e uma potência instalada de apenas 21 MW (2009), ou seja,
cerca de 80% abaixo da meta dos 100 MW. As questões mais significativas que têm vindo a ser
preponderantes na questão de um maior ou menor crescimento desta tecnologia são a fraca aceitação
do processo de digestão anaeróbia, com exceção do tratamento das lamas das ETAR's a baixa
relevância dada à componente de valorização energética dos projetos ambientais, avaliados
essencialmente pela sua capacidade de tratamento e a baixa retribuição da energia elétrica produzida
a partir da digestão anaeróbia.
Deste modo, há neste momento a necessidade de se avançar com projetos de demonstração que
permitam testar tecnologia em casos de estudo, nomeadamente ao nível agrícola, de forma a
alavancar a implementação da tecnologia.
29
5.3 Produção de Combustíveis líquidos
a) Biodiesel
O biodiesel é um combustível alternativo ao gasóleo para utilização em motores diesel formado por
ésteres de ácidos gordos e ácidos carboxílicos de cadeia longa. Os esteres são produzidos a partir da
reação química de transesterificação de gorduras com um álcool, na presença de um catalisador de
acordo com uma reação do tipo seguinte:
A forma mais comum de biodiesel utiliza metanol e ácidos gordos produzindo ésteres metílicos,
designado por éster metílico de ácido gordos, em inglês Fatty Acid Methyl Ester (FAME). Após essa
transformação o biodiesel tem propriedades de combustão muito semelhantes às do óleo diesel de
petróleo, nomeadamente fluidez e poder calorífico, podendo substituí-lo nos usos mais correntes.
Neste processo de transesterificação forma-se como subproduto a glicerina.
Algumas destas culturas podem ser incluídas no conceito de 2.ª geração de biodiesel relativamente às
matérias-primas, ou seja, matérias-primas que não competem com a cadeia alimentar, nem na disputa
dos solos agrícolas, como é o caso da Jatropha curcas Linn (JCL). Esta cultura apresenta enormes
virtualidades e um grande potencial de expansão a nível mundial, mas ainda regista alguns problemas
que terão de ser solucionados, de forma a garantir o sucesso da cultura. Sucesso num regime de
produção intensivo e em larga escala, contexto muito diferente do que ocorria no passado e que
tornou a cultura popular, e que agora poderá permitir a sua afirmação como uma alternativa viável
para o sector dos Biocombustíveis.
Outro grupo de matérias-primas que pode ser utilizado para a produção de biodiesel são as gorduras
animais já que possuem estruturas químicas semelhantes às dos óleos vegetais, ou seja, são
constituídos por moléculas de triglicerídeos de ácidos gordos. Constituem exemplos de gorduras
30
animais, possíveis de serem transformados em biodiesel, o sebo bovino, os óleos de peixes, a banha de
porco, entre outras matérias gordas de origem animal. Óleos usados e águas residuais de algumas
indústrias alimentares e indústrias pesqueiras, apresentam também um bom potencial para a
produção de biodiesel.
Existem várias técnicas de extração do óleo de sementes oleaginosas, sendo as mais importantes os
processos de extração por solvente e os processos de extração mecânica utilizando prensagem. As
técnicas de prensagem, normalmente com base em prensas de parafuso, são preferidas para processos
de menor dimensão devido ao menor investimento, apresentando, todavia, menores taxas de remoção
de óleo que os processos de extração por solvente. Em unidades maiores, a extração por solvente, com
hexano, tem sido o processo mais frequentemente implementado com capacidades típicas entre as
100-9000 toneladas por dia. Extração com base em fluidos supercríticos, em particular, dióxido de
carbono, e extrações em meio aquoso são processos que têm vindo a ser também desenvolvidos. Na
figura 7 estão representados fluxogramas simplificados dos processos de extração por solventes e
extração supercrítica.
Preocupações ao nível dos riscos para a saúde humana e ambiental da utilização de solventes
orgânicos, em particular solventes derivados do petróleo, têm conduzido ao desenvolvimento de
processos que utilizem solventes alternativos, tais como, etanol, álcool isopropílico e os fluidos
supercríticos. A tecnologia de fluido supercrítico com dióxido de carbono tem sido uma das mais
utilizadas para óleos alimentares. O processo funciona com o dióxido de carbono como solvente a uma
pressão acima de 7,3 MPa, a sua pressão crítica, e a uma temperatura de 31 °C. A grande vantagem da
extração supercrítica é a enorme facilidade de remoção do solvente quando se promove a redução da
pressão. A viabilidade económica desta tecnologia continua muito dependente do investimento nas
colunas que funcionam a elevada pressão21.
21
Nyama, K. L.,et al. (2010). Extraction of tocopherol-enriched oils from Kalahari melon and roselle seeds by supercritical fluid
extraction (SFE-CO2). Food Chemistry 119, 1278–1283.
31
a)
Oleaginosas
Solvente e Solvente e
Extractos sólidos óleo
Dessolventização
Tostagem Recuperação de
Secagem solvente
Arrefecimento
b)
Óleo + CO2
Extractor de alta
pressão Separador
Oleaginosas
CO2
Óleo
Compressor
Em termos nacionais, a meta que se pretendia atingir em 2010 era de 10% de biocombustíveis a
incorporar nos combustíveis, meta que não foi atingida, ficando na ordem dos 5%. Todavia, o Decreto
– Lei n.º 117/2010, de 25 de Outubro, estabelece novos critérios de sustentabilidade para a produção
e utilização de biocombustíveis e biolíquidos definindo os limites de incorporação obrigatória de
biocombustíveis para os anos 2011 a 2020:
2011 e 2012 — 5 %;
2013 e 2014 — 5,5 %;
2015 e 2016 — 7,5 %;
2017 e 2018 — 9 %;
2019 e 2020 — 10 %.
32
Em 2010, existiam em Portugal cinco grandes produtores de biodiesel e cerca de 30 pequenos
produtores. Podem ser considerados pequenos produtores dedicados as empresas que tenham os
seguintes requisitos: a) uma produção máxima anual de 3.000 toneladas de biocombustível ou de
outros combustíveis renováveis; b) que aproveitem matérias residuais; c) que coloquem toda a sua
produção em frotas e consumidores cativos, devidamente identificados.
Este suporte reveste-se de enorme relevância já que permite às empresas incubadas, juntamente com
as unidades de suporte tecnológico, desenvolver novos combustíveis e novos processos de produção,
bem como garantir níveis de qualidade dos mesmos.
33
Uma listagem dos equipamentos disponíveis está apresentada no anexo B.
34
Parte C - A Incubadora industrial de base tecnológica
7. Introdução
Mesmo sendo uma instituição medieval, a universidade ganhou e tem nos dias de hoje,
potencialmente, maior flexibilidade na utilização dos seus recursos, o que lhe confere a possibilidade
de entrar em novas áreas e de estabelecer novas formas de relacionamento com a envolvente externa,
nomeadamente com as empresas. Criada para a preservação do conhecimento, verificou-se um
processo de transformação para a universidade da investigação e, depois, para a universidade
empreendedora, tornando-se o aproveitamento desta capacidade especialmente importante em
tempos de crise22.
Num estudo realizado em Portugal por Marques et al23, sobre 11 incubadoras associadas com e/ou
promovidas por oito universidades (sete das quais públicas), com uma amostra final de 79 empresas,
foram indicadas cinco medidas para uma política que permitisse ultrapassar o fosso existente nas
relações entre as universidades e as empresas: a exploração económica, pela universidade, dos seus
resultados de I&D; definição das políticas de inovação da universidade; criação de um interface dentro
da universidade e de uma incubadora no exterior da mesma; criação de uma rede para a inovação e o
desenvolvimento de ações concretas para reforçar a motivação dos investigadores.
23 Marques, J.P.C., Caraça, J.M.G. e Diz, H. (2010), Do business incubators function as a transfer technology mechanism from
university to industry? Evidence from Portugal, The open Business Journal, 3, 15-29.
35
Hackett e Dilts24 definiram o conceito de incubadora de empresas como sendo “uma estrutura de
espaço partilhado, que procura disponibilizar, às empresas incubadas, um sistema de intervenção
estratégico e com valor acrescentado, de monitorização e de assistência nos negócios.” Este sistema
controla e estabelece a ligação entre os recursos, com o objetivo de facilitar o sucesso no
desenvolvimento das novas empresas, reduzindo, simultaneamente, o custo do seu eventual fracasso.
Problemas associados com o modelo de gestão, ou a ausência dele, e com o financiamento, são
frequentemente referidos como sendo os principais motivos para o facto do número de negócios
sobreviventes, após os primeiros anos de atividade, ser muito reduzido, sendo este insucesso mais
evidente nos negócios de pequena dimensão.
Também o facto dos empreendedores, não obstante poderem reunir um conjunto de conhecimentos
especializados, apresentarem, muitas vezes, falta de competências empresariais, constitui uma
explicação para que muitas empresas cessem a atividade nos primeiros anos de vida.
No estudo “Benchmarking of Business Incubators”, realizado pela Comissão Europeia em 2002, foi
revelado que a taxa de sobrevivência das empresas instaladas em incubadoras foi significativamente
superior à taxa de sucesso entre as pequenas e médias empresas em geral. Entre 80 a 90% das
empresas incubadas continuavam em atividade passados cinco anos sobre o seu arranque.
24 Hackett, S.M., Dilts, D.M. (2004), A systematic review of business incubation, Journal of Technology Transfer, 29, 55-82.
25 Allen, D.N., Rahman, S. (1985), Small business incubators: a positive environment for entrepreneurship, Journal of Small
Business Management, July, 12-22.
36
Por exemplo, dos vários estudos que foram realizados sobre incubadoras tecnológicas, Rothaermel e
Thursby26, concluíram que estas são iniciativas baseadas, fundamentalmente, nas universidades, o que
deverá facilitar os fluxos de conhecimento, que é gerado em ambiente académico, para as empresas
incubadas.
Aerts et al28 analisaram a realidade europeia sobre a incubação de empresas, considerando uma
amostra final de 107 incubadoras. Relativamente às fontes de financiamento, concluíram que as
origens mais importantes de rendimento das incubadoras (em 81% dos casos estudados) são as
rendas e os serviços pagos pelas empresas incubadas. Outras conclusões relevantes, obtidas neste
estudo, são que 80% das incubadoras são autossuficientes, o que evidencia uma taxa de sucesso
elevada deste tipo de infraestruturas de apoio à atividade empresarial, e que apenas uma minoria das
incubadoras europeias, concretamente 29%, tem fins lucrativos.
Quanto à eventualidade de se realizar uma seleção das empresas para instalação nas incubadoras, de
acordo com o estudo realizado por Aerts et al29, concluiu-se que das incubadoras que realizam esse
processo, 76% fazem-no através de uma comissão de seleção, constituída para esse efeito. Nas
26 Rothaermel, F.T., Thursby, M. (2005), University-incubator firm knowledge flows: assessing their impact on incubator firm
performance, Research Policy, 34, 305-320.
27 Mian, S. (1994), US university-sponsored technology incubators: an overview of management, policies and performance,
Technovation, 14(8), 515-528.
28 ob. cit.
29 ob. cit.
37
restantes incubadoras, a tomada de decisão quanto à instalação de novas empresas verifica-se apenas
com base no julgamento feito por uma única pessoa.
Aerts et al.30 referem que as empresas instaladas nas incubadoras europeias têm uma grande
variedade de serviços ao seu dispor. Apenas 4% das 107 incubadoras analisadas não está equipada
com uma sala de reuniões ou instalações para realização de conferências. A grande maioria das
incubadoras (88%) oferece a possibilidade do estabelecimento de relações de negócio às empresas
incubadas, e 86% prestam assistência na elaboração do plano de negócios e no desenvolvimento
futuro das empresas. Também o apoio na obtenção de financiamento constitui uma atividade normal
entre as incubadoras (79%), tal como acontece com a disponibilização de equipamento geral de
escritório (77%), e de serviços, na área de marketing (73%) e de consultoria financeira (72%). De
destacar ainda que 68% das incubadoras oferecem serviços numa fase de pré-incubação, para apoio
aos futuros empreendedores.
Allen e Rahman31 salientaram que uma das dimensões críticas de uma incubadora, e que a distingue de
uma rede de escritórios com serviços partilhados ou de um edifício comercial multiempresas, é a
prestação, no mesmo local, de serviços partilhados e de consultoria de negócios.
Esta consultoria pode ser prestada por colaboradores da própria incubadora ou por consultores
independentes, indicados e/ou contratados pela gestão da incubadora. No estudo realizado, estes
investigadores concluíram que os serviços mais frequentemente disponibilizados pelas incubadoras
são a cópia de documentos, o envio e a receção de correspondência, as salas para realização de
conferências, a assistência na elaboração do plano de negócios e o apoio administrativo. Outros
serviços, como benefícios no acesso a serviços de saúde, representação e aconselhamento legal e apoio
no acesso a capital de risco ou capital semente, são normalmente prestados através de acordos
contratuais ou por outras entidades, ainda que ligadas à incubadora.
Por exemplo, no estudo de Cooper et al.32, salientava-se que eram os próprios profissionais da
incubadora quem asseguravam a consultoria especializada às empresas instaladas, nas áreas de
finanças, contabilidade, marketing e relações públicas.
30 ob. cit.
31 ob. cit.
38
Abordando a questão mais específica das empresas de alta tecnologia, McAdam e McAdam33
procuraram explicar como o desenvolvimento do ciclo de vida destas empresas, instaladas em
incubadoras presentes em parques de ciência universitários, pode influenciar a forma como utilizam
as oportunidades e os recursos únicos proporcionados por essas incubadoras.
Concluíram que, no período inicial do ciclo de vida, as incubadoras apoiam as empresas de alta
tecnologia, proporcionando-lhes as instalações para os escritórios, cantinas, parque de
estacionamento e serviços partilhados de secretariado. Podendo parecer questões triviais, os
empreendedores referiram a utilidade de poderem contar com estes apoios, porque lhes permitiu
concentrarem-se totalmente no seu negócio durante a fase inicial de crescimento das empresas.
No entanto, à medida que as empresas de alta tecnologia progrediram no respetivo ciclo de vida,
enfrentaram desafios específicos, tais como conseguirem dispor de uma equipa equilibrada, a
capacidade para delegar e a implementação de sistemas de gestão adequados. Os resultados mostram
que a propensão das empresas de alta tecnologia para utilizarem os recursos e o apoio das
incubadoras aumenta à medida que a empresa evolui no seu ciclo de vida. Por isso, a gestão das
incubadoras deve ser sensível e flexível em relação a estas variações.
Admitindo a existência de problemas que decorrem do facto das incubadoras não prestarem alguns
dos serviços entendidos como importantes pelas empresas incubadas, Allen e Rahman 34 defendem
que, se alguns serviços, como a contabilidade, o marketing e o apoio jurídico, não puderem ser
assegurados internamente pela incubadora, esta deve tentar estabelecer uma rede local de
prestadores de serviços, a preços mais reduzidos do que os normalmente praticados no mercado.
Smilor, citado por Lee e Osteryoung35, investigou os fatores críticos de sucesso relacionados com a
gestão eficiente de incubadoras e sugeriu os seguintes: conhecimento sobre os negócios; acesso a
32 Cooper, C.E., Hamel, S.A., Connaughton, S.L. (2010), Motivations and obstacles to networking in a university business
incubator, Journal of Technology Transfer, publicado online em 25/09.
33 McAdam, M., McAdam, R. (2008), High tech start-ups in University Science Park incubators: The relationship between the
start-up’s lifecycle progression and use of the incubator’s resources, Technovation, 28, 277-290.
34 ob. cit.
35 Lee, S.S., Osteryoung, J.S. (2004), A Comparison of Critical Success Factors for Effective Operations of University Business
Incubators in the United States and Korea, Journal of Small Business Management, 42(4), 418-426.
39
financiamento e capitalização; apoio financeiro em espécie às empresas; apoio comunitário; rede de
empreendedores; educação em empreendedorismo; capacidade de perceção do sucesso; processo de
seleção para as empresas a incubar e ligação a uma universidade.
A importância do fator “ligação a uma universidade” para o sucesso das incubadoras, surge também
referida no trabalho de Rothaermel e Thursby36. Estes investigadores concluíram, numa investigação
realizada junto de 79 start-up incubadas na Advanced Technology Development Center, uma
incubadora promovida pelo Georgia Institute of Technology, nos EUA, que as ligações entre a
universidade e uma nova empresa, através de uma licença para a empresa desenvolver invenções
geradas na instituição universitária e/ou pelo facto de um professor da universidade integrar a sua
equipa de gestão, reduzem significativamente a hipótese de um fracasso absoluto da empresa.
Algo que contribuirá, de forma decisiva, para o sucesso das incubadoras, relaciona-se com o valor
acrescentado que as mesmas proporcionam às empresas que se encontram incubadas nas suas
instalações e que motivará, em consequência, um maior interesse para que novas empresas queiram
instalar-se no futuro.
Campbell et al.37 referiram que o valor acrescentado proporcionado pelas incubadoras às novas
empresas instaladas pode assumir diferentes formas, nomeadamente: o diagnóstico das necessidades
totais do negócio; a seleção, provisão e monitorização dos processos de aquisição, implementação e
coordenação dos serviços necessários para o negócio; o fornecimento de capital, se necessário, para
pagar o desenvolvimento do produto e dos serviços que sejam necessários contratar a outros
profissionais; a disponibilização de uma rede crescente de especialistas no desenvolvimento do
negócio.
36 Rothaermel, F.T., Thursby, M. (2005), Incubator firm failure or graduation? The role of university linkages, Research Policy,
34, 1076-1090.
37 Campbell, C., Kendrick, R.C., Samuelson, D.S. (1985), Stalking the latent entrepreneur: business incubators end economic
development, Economic Development Review, Summer, 43-48.
38 Colombo, M.G., Delmastro, M. (2002), How effective are technology incubators? Evidence from Italy, Research Policy, 31,
1103-1122.
40
business innovation center (BIC). Estas empresas foram comparadas com uma amostra de controlo,
constituída por empresas não incubadas.
Os resultados obtidos indicam que os parques de ciência e os BIC italianos foram bastante bem
sucedidos na atração de empreendedores com capital humano de alta qualidade. Em média, os
empreendedores com o grau de doutoramento e com formação superior em engenharia ou noutros
campos científicos e tecnológicos encontram-se em percentagem muito mais significativa nas
empresas incubadas.
Por outro lado, concluíram que as empresas instaladas em incubadoras têm acesso mais facilitado aos
subsídios públicos, relacionando este facto com o reconhecimento da validade do processo de seleção
efetuado pelas incubadoras, e que garante melhores expectativas quanto ao desenvolvimento dos
negócios. As empresas incubadas mostram ainda melhores resultados na adoção de tecnologias de
informação e comunicação inovadoras, na participação em projetos de investigação apoiados pela
União Europeia e na capacidade para tirar vantagem dos serviços técnicos e científicos
proporcionados pelas instituições que se dedicam à investigação. Destaque-se ainda o facto das
empresas incubadas mostrarem maior probabilidade de estabelecer relações cooperativas formais, em
especial no que se refere à colaboração técnica com as universidades.
Numa perspetiva interna, sendo desejável, em absoluto, o estabelecimento de uma rede de cooperação
entre as empresas incubadas, os dados recolhidos por Cooper et al.40 evidenciam os obstáculos que
39 Ob. cit.
40 Ob. cit.
41
podem emergir para se alcançar uma rede de trabalho com sucesso, no interior de uma incubadora, no
caso concreto de cariz tecnológico. Os autores sugerem que as empresas instaladas devem balancear a
tensão existente entre a independência [que querem ter] e a conectividade [que é importante terem,
embora possam não querer ou não reconhecer a sua importância]. A primeira é necessária para
manter o foco nos objetivos da empresa e proteger a propriedade da informação. Mas a conectividade
é desejável para aprender com as experiências e os conhecimentos adquiridos pelas outras empresas.
Hansen et al,41 tal como Aerts et al.42, concordam que o networking é um fator de sucesso fundamental
para as empresas incubadas, nomeadamente para as start-ups. Isto porque permite alcançar
economias de escala, que resultam da partilha ou da utilização conjunta de inputs.
Campbell et al.43 dizem que uma incubadora de empresas é “um instrumento interessante para
perseguir o empreendedor latente”. Isto porque funciona como um agente facilitador na construção de
pontes entre a comunidade de empreendedores, as suas oportunidades de negócio e as redes de apoio
profissional e financeiro.
A incubadora de empresas integrada no projeto BioEnergia fará parte da rede de incubação regional,
criada por intermédio do Sistema Regional de Transferência de Tecnologia, com o objetivo de valorizar
o empreendedorismo e de estimular o surgimento de empresas de base científica e/ou tecnológica na
região Alentejo.
Como foi referido no Programa Estratégico, cada uma das incubadoras que integra a rede terá uma
gestão autónoma. No entanto, foi desde o início assumido que as incubadoras deverão incorporar na
sua oferta de serviços o que for estabelecido por protocolo, entre os parceiros do Sistema Regional de
Transferência de Tecnologia, permitindo uma relativa homogeneidade da oferta de serviços de cada
uma das incubadoras.
Salvaguardando o facto de o IPP partilhar da ideia de ser importante esta articulação, na rede de
incubadoras, sobre a oferta de um conjunto de serviços mínimos, existe também já a convicção sobre a
relevância, para as empresas incubadas ou a incubar, de serem disponibilizados alguns serviços
41 Hansen, M.T., Chesbrough, H.W., Nohria, N., Sull, D.N. (2000), Networked incubators: hothouses of the new economy,
Harvard Business Review, September-October, 74-84.
42 Ob. cit.
43 O. cit.
42
específicos, em função das boas práticas identificadas na incubação de empresas, algumas delas
referidas na primeira parte deste documento.
Existe a convicção de que a seletividade na escolha das empresas a incubar é suscetível de trazer
benefícios, quer para a incubadora, enquanto estrutura de apoio, quer para as próprias empresas.
O processo de seleção será realizado por uma comissão constituída para o efeito, conferindo
credibilidade acrescida à incubadora mas também às empresas, desde logo porque potencia o valor
acrescentado que estas retiram pelo facto de estarem incubadas, em termos de prestígio e imagem
junto de entidades externas. O selo de qualidade de uma incubadora pode “colar-se” às empresas
incubadas, facilitando a sua ligação e o acesso a diferentes serviços, como acontece com as entidades
financiadoras.
A comissão de seleção integrará representantes das entidades parceiras do projeto BioEnergia, que se
tornarão novos associados da Associação que o irá gerir, e a sua composição final será definida pelos
órgãos próprios desta Associação.
43
Apoio administrativo geral, incluindo cópia de documentos, envio e receção de documentos e
receção e atendimento de visitantes;
Assistência na elaboração de planos de desenvolvimento do negócio;
Apoio na obtenção de financiamento junto de instituições bancárias. Neste âmbito pode
salientar-se que o IPP mantém, desde há vários anos, uma parceria com a Caixa Geral de
Depósitos, onde se considera a disponibilidade desta instituição financeira para avaliar e
financiar projetos a incubar.
Apoio na obtenção de financiamento junto de sociedades de capital de risco e de clubes de
business angels, mediante protocolos a estabelecer.
Aconselhamento e apoio na elaboração de candidaturas a sistemas de incentivos;
Serviços de consultoria financeira;
Apoio contabilístico e fiscal;
Apoio jurídico;
Serviços na área da publicidade e do marketing;
Apoio nos processos científicos e tecnológicos.
Os restantes serviços indicados serão da responsabilidade quer de investigadores ligados ao IPP, quer
de empresas com quem serão celebrados acordos de prestação de serviços, apostando-se fortemente
na criação de uma rede local de prestadores. Assim, o BioEnergia terá não só um efeito direto de
criação de empresas e de empregos, mas também irá contribuir para a dinamização do tecido
empresarial da região, fundamentalmente de um conjunto de microempresas que desenvolvem
atividades em áreas muito específicas e que empregam pessoal qualificado.
9. Modelo de Gestão
Essa Associação está identificada, tendo a opção recaído sobre uma estrutura associativa já existente,
com ligação estreita ao Instituto Politécnico de Portalegre e com experiência na participação e gestão
de projetos com impacto, fundamentalmente, no distrito de Portalegre: a Associação de
44
Desenvolvimento Regional do Instituto Politécnico de Portalegre (ADR-IPP), cuja apresentação mais
detalhada se encontra no anexo C.
Será importante realçar a principal motivação que conduziu à escolha da ADR-IPP para assumir a
gestão do BioEnergia: potenciar uma organização com experiência e conhecimento, tácito e formal,
sobre a região, as suas necessidades e o seu potencial, e com ligações consolidadas com outras
instituições e empresas locais e regionais. Evita-se, assim, a criação de uma nova Associação, que teria
como consequência imediata a dispersão de recursos, a sobreposição de áreas de atuação e a divisão
de esforços, num momento em que a união e o aproveitamento dos recursos existentes assumem
particular importância.
1. Pagar ao IPP a utilização das instalações, dos equipamentos e dos recursos humanos.
2. Gerir a atividade da incubadora, nomeadamente o acolhimento e o acompanhamento técnico e
administrativo das empresas a incubar/incubadas.
3. Gerir a prestação de serviços do centro de BioEnergia;
4. Assegurar a estrutura de recursos humanos necessária à exploração do espaço;
6. Constituir a comissão de seleção das empresas a incubar;
7. Acompanhar a comissão de seleção no processo de seleção das empresas a incubar;
1. Ter acesso aos meios técnicos e humanos do IPP, necessários à prestação de serviços às empresas e
à execução de projetos conjuntos com as entidades parceiras;
2. Gerir todas as receitas relativas à exploração do espaço e dos equipamentos;
3. Nomear a comissão de seleção das empresas a incubar;
5. Formar as equipas que entender adequadas para a prestação dos diferentes serviços;
6. Formar as equipas de execução dos projetos.
45
Desta forma, o IPP assegura a estrutura e os custos fixos que lhe estão associados, disponibilizando à
ADR-IPP os recursos físicos afetos ao BioEnergia e os seus recursos humanos (técnicos,
investigadores…), para prestação de serviços de apoio técnico e científico. A Associação será
responsável pela gestão da utilização da incubadora e dos equipamentos, estabelecendo a ligação às
empresas a incubar e a outras empresas/instituições, e recorrendo às competências existentes no IPP,
na Rede de Ciência e Tecnologia do Alentejo e em outros parceiros protocolados do Sistema Científico
e Tecnológico, nacional e internacional.
Reteve-se do estudo de Aerts et al.44, o qual, como já foi referido, teve como amostra um total de 107
incubadoras europeias, o facto de 80% destas estruturas serem autossustentáveis, sendo a principal
fonte de receita as rendas e os serviços pagos pelas empresas.
O IPP, enquanto promotor do BioEnergia acredita que, face aos dados conhecidos sobre outras
incubadoras, que também neste projeto a principal fonte de financiamento residirá nas rendas pagas
pelas empresas incubadas e, principalmente, na receita a arrecadar pela prestação dos diferentes
serviços, quer às empresas instaladas, quer a empresas e entidades externas, nomeadamente em
função das atividades a realizar pelas unidades piloto já descritas.
Existe ainda a expectativa que o IPP possa também ter retorno do investimento realizado, pela energia
gerada na nova estrutura, que irá nascer com a implementação do BioEnergia.
44 Ob, cit.
46
Pode ainda ser destacado um outro conjunto de ações, que evidenciam a aposta fundamental que o IPP
tem vindo a realizar na área da energia e, mais especificamente, na bioenergia.
Referem-se, de seguida, algumas das ações mais relevantes e com maior impacto e que cruzam os
temas empreendedorismo, emprego e bioenergia:
Estas ações, que se complementam e reforçam mutuamente, surgem como fonte de sustentabilidade
do BioEnergia, numa perspetiva da criação de uma envolvente favorável ao empreendedorismo.
O projeto terá uma Direção Executiva, constituída por …., a qual será apoiada por um secretariado, com
funções administrativas gerais.
Este gabinete será constituído por técnicos cuja formação e experiência profissional lhes
permita apoiar os empreendedores na elaboração de planos de desenvolvimento do negócio,
na obtenção de financiamento, na elaboração de candidaturas a sistemas de incentivo ao
investimento e prestar serviços de consultoria financeira, contabilística e fiscal.
Em anexo são apresentados os curricula das pessoas que estão já identificadas para colaborar no
BioEnergia, quer na equipa de gestão, quer no que se refere à equipa de apoio técnico, no gabinete de
apoio à incubação de empresas e nos laboratórios.
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12. Plano de divulgação
Neste sentido, apresenta-se aquele que é um primeiro esboço do trabalho que o Centro de BioEnergia
vai desenvolver, relativamente à divulgação das suas atividades.
Beneficio Principal
O BioEnergia vai potenciar na comunidade académica e na região uma cultura empreendedora,
concedendo a oportunidade aos diplomados do IPP, embora não exclusivamente a estes, de poderem
materializar as suas ideias e criar os seus projetos num ambiente favorável à criação de empresas.
Por outro lado, trata-se de uma estrutura que possibilita a transferência de conhecimento para o
tecido empresarial.
Posicionamento
O BioEnergia pretende ser uma referência para Portugal na área da energia limpa, dotando-se de
equipamentos que permitirão às empresas, aquelas que serão incubadas e às já existentes no sector
energético, desenvolver investigações para a promoção de novos produtos e serviços. Por outro lado
permite aos alunos, diplomados e investigadores, principalmente do IPP, desenvolver estudos na área
das energias limpas num ambiente laboratorial.
Parceiros
- Delta Cafés
- VALNOR SA. - Empresa responsável pela recolha, triagem, valorização e tratamento de
resíduos sólidos em 25 Municípios, dos distritos de Portalegre, Santarém e Castelo Branco, tem
como principal missão a preservação do meio ambiente onde se insere e a melhoria do serviço
prestado às populações no âmbito da gestão dos resíduos sólidos urbanos.
- Selenis Portugal SA. - Indústria de Polímeros em Portugal, especialista em PET.
- Galp Energia SA. - A Galp Energia é um operador integrado de energia presente em toda a
cadeia de valor do petróleo e do gás natural e cada vez mais ativo nas energias renováveis.
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- Nutroton Energias – Uma empresa que trabalha nas diferentes formas de energias limpas
como é o caso da eólica, fotovoltaica e mini-hídricas.
- Águas do Norte Alentejano - Trabalha na concessão, exploração e gestão do Sistema
Multimunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento do Norte Alentejano.
- Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre - É uma Associação horizontal, cuja
área geográfica de implantação, abrangendo todo o Distrito de Portalegre.
- CTIC – Centro Tecnológico das Indústrias do Couro - O CTIC é uma infraestrutura
tecnológica, promotora e catalisadora da valorização e inovação tecnológica da indústria de
curtumes nacional.
- CTCV – Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro
- Câmara Municipal de Portalegre
- Câmara Municipal de Nisa
- AreanaTejo – Agência de Energia
- CBE – Centro de Biomassa para a Energia
- Casal & Carreira Biomassa
Público-alvo
O Centro de BioEnergia tem, genericamente, dois tipos de públicos: as organizações (empresas,
associações, instituições), que podem estar relacionadas com o sector energético ou não e os
potenciais empreendedores, preferencialmente os diplomados do IPP. As organizações podem usufruir
das instalações e dos equipamentos do Centro de BioEnergia para melhorar os seus produtos e/ou
serviços, quer de uma forma autónoma ou em cooperação com alunos, docentes e/ou investigadores.
Quanto aos alunos do IPP, podem destacar-se, em especial, os que frequentam/frequentaram os
Mestrados de Tecnologias de Valorização Ambiental e Produção de Energia (TVAPE) e de
Empreendedorismo e Gestão de PME (EGPME) e a licenciatura em Engenharia das Energias
Renováveis e Ambiente (EERA). Em Dezembro de 2011, os registos indicavam cerca de 300 alunos,
inscritos e diplomados nos cursos referidos.
1ªFase – Pré-candidatura
[Ano de 2011 e 1º semestre de 2012]
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São feitos os contactos necessários à viabilização do projeto, a procura dos parceiros no sentido de se
perceber quais as necessidades dos mesmos, sendo indispensável ao suporte da candidatura.
Neste momento estão identificados alguns dos parceiros nucleares do projeto, já referidos
anteriormente. No entanto, os contatos para o estabelecimento de novas colaborações vão continuar
em permanência, mesmo com o início da atividade do Centro.
O lançamento da “1ª Pedra” será um momento importante para conferir visibilidade ao investimento
e dar a conhecer melhor os propósitos do Centro.
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Promoção do Centro de BioEnergia nas revistas da especialidade e imprensa nacional e
internacional (Extremadura Espanhola);
Workshops mensais que tragam ao Centro e à comunidade académica, experiências de
empreendedores em diferentes áreas, com o foco, preferencialmente, na área das
energias;
Promoção de reuniões com empresas e instituições que possam apoiar a criação de
empresas (IAPMEI, Ministério da Economia, instituições bancárias, sociedades de
capital de risco, clubes de business angels…);
Lançamento de concurso de apoio à criação de spin-off’s na área da energia;
Participação em feiras de Empreendedorismo e Inovação;
Organização de uma “Gala do Empreendedorismo”, para promover o
empreendedorismo, evidenciando as empresas mais empreendedoras do distrito de
Portalegre;
Organização de outros eventos com o objetivo claro de promoção do
Empreendedorismo na região;
Estabelecimento de protocolos com outras instituições de ensino superior, de forma a
incentivar os investigadores destas a usufruir das instalações do BioEnergia;
Conceção de um programa de formação de curta duração para empresários/futuros
empreendedores.
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Parte D - Infraestrutura a instalar
TECNOLÓGICA
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13. Memória descritiva e justificativa
A presente memória descritiva e justificativa diz respeito ao projeto de arquitetura para construção do Centro de
Bioenergia e Incubadora de Base Tecnológica do Instituto Politécnico de Portalegre na Quinta da Abadessa,
freguesia da Sé, Concelho de Portalegre.
O projeto responde ao programa inicialmente previsto que pretende dotar o Instituto Politécnico de Portalegre
de um espaço para desenvolvimento de novas tecnologias energéticas e de espaços polivalentes que permitam
desenvolver empresas de caris tecnológico na mesma área.
Pretendia-se um espaço amplo para instalação de maquinaria industrial de pequena escala que permita a
experimentação de novas tecnologias. Optou-se por criar um espaço polivalente e suficientemente
infraestruturado que permita alterações e adaptações futuras para novas linhas de investigação futura. O espaço
permite ainda a carga e descarga de materiais bem como o armazenamento e movimentação de combustíveis e
resíduos.
Sendo um espaço de experimentação industrial optou-se por uma linguagem industrial e uma volumetria
adaptada ao programa sem causar impacto na envolvente.
No projeto contempla-se ainda o acesso a viaturas pesadas bem como o acesso e zona de parque para viaturas
ligeiras.
Inovação e qualidade
Um espaço com estas características deve refletir inovação e optou-se por ter uma forma que reflete essas
preocupações. Na cobertura foram projetados revestimentos que permitem a instalação de painéis solares
térmicos e fotovoltaicos com uma inclinação e orientação ideal.
Os espaços interiores estão dotados ainda de sistemas de iluminação natural que devem permitir a iluminação
sem recurso a eletricidade. Foram considerados vão de iluminação bem como tubos de luz em pontos
estratégicos que cobrem a quase totalidade do edifício.
Pretende-se que o edifício por via dos sistemas referidos e ainda pela energia produzida experimentalmente seja
pouco dependente de fontes externas.
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Todos os compartimentos deste edifício foram dimensionados de forma a garantir a permanente renovação do ar
e o conforto térmico 365 dias por ano ao mesmo tempo que se conseguem consumos reduzidos e assim um
elevado padrão ambiental.
O edifício situa-se em Portalegre junto da Escola de Tecnologia e Gestão do IPP. A estrutura do edifício é mista de
betão e ferro e garantido um bom comportamento estrutural e simultâneo com um custo adequado. O edifício
está dividido em duas zonas e em dois pisos.
Piso 0
Do lado direito um espaço amplo destinado a oficina/laboratório com cerca de 750m2 e onde se vão instalar as
linhas de produção. Este espaço é apoiado por uma zona exterior coberta onde se pretende fazer a carga e
descarga de mercadorias bem como o armazenamento de materiais para abastecimento das linhas de produção e
teste.
Neste piso existe ainda do lado esquerdo o piso inferior da Incubadora. Neste espaço encontram-se quatro salas
para incubação de empresas bem como vestiários, Instalações Sanitárias, recepção e um espaço de armazém
infraestruturado para instalação de um data-center.
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Piso 1 –
O edifício em causa está abrangido pelo Plano Diretor Municipal de Portalegre em zona urbana onde se
permite este tipo de edificação.
O edifício está projetado junto da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e envolvido por outros edifícios
escolares e infraestruturas desportivas estando perfeitamente enquadrado na envolvente onde se projectou
também o respectivo arranjo paisagístico.
Dado que o edifício se encontra dentro da zona já edificada, o terreno está equipado com todas as infraestruturas
e redes necessárias para a sua instalação.
Área de construção, volumetria, área de implantação, cércea e numero de pisos acima e abaixo da cota de
soleira.
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O edifício tem uma superfície coberta de 1495m2 com uma área bruta de 1571m2 e uma cércea máxima de 9
metros.
O edifício tem acima da cota de soleira 2 pisos não existindo nenhum abaixo dessa cota.
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Anexos
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Linha de Combustíveis Sólidos e Gasosos
Estilhador Secador
Gases
Moinho BioEnergia
P-192 Instituto Politécnico de Portalegre
Tranportador Peletizadora
Biomassa
Armazenagem
Combustíveis sólidos
P-192
Parque de
Biomassa
Gases
Gases quentes
Torrador
Gases de síntese
N2
Gases
quentes
Biomassa
Ar quente
Biomassa
Gases de síntese
Filtro
Condensador Armazenagem
Gaseificador Combustíveis Gasosos
Permutador
de calor
Ar Cinzas Condensados
Vapor
Condensados
Água
Tanque
Permuta iónica
P-218
Biomassa Prensa
Lamas
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Linha de Combustíveis Líquidos
Biodiesel BioEnergia
Instituto Politécnico de Portalegre
Oleaginosas
Água
Prensa
Triturador
Parque de
Biomassa
Separador
Armazenagem de Óleo
Efluente
Digestão anaeróbia
Extractor
Água
Água
Biomassa
Biodiesel
Desolventização
Armazenagem
Armazenagem
Solvente Solvente
Biodisel
Água
Digestão anaeróbia
Solvente Reactor
Solvente Água
Água
Destilação
Condensador Álcool
Água
Água
Miscela:
Óleo e solvente Destilação
P-106
Vapor
Destilação Lavagem Armazenagem
Glicerina
Óleo
Álcool
Água
Digestão anaeróbia
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B. Equipamentos laboratoriais disponíveis
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C. Caraterização da Associação de Desenvolvimento Regional do IPP
A experiência que a Associação tem na promoção, gestão e execução de projetos, pode ser
evidenciada pelas seguintes referências:
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- No âmbito do Programa Regional de Ações Inovadoras na Região do Alentejo (PRAI-Alentejo):
Projeto Ciclos de Inovação (CI). Os principais objetivos desta iniciativa foram: contribuir para a
multiplicação de iniciativas inovadoras, na região Alentejo, em diferentes domínios; propiciar
locais e momentos de encontro, de debate e reflexão sobre temas específicos, para que
diferentes entidades trocassem experiências e conhecimentos, estabelecendo laços de
cooperação; promover diversos programas de apoio ao desenvolvimento da ciência e tecnologia,
à criação e ao desenvolvimento de empresas de base tecnológica, à adaptação de inovações e à
cooperação com entidade dedicadas à I&D.
Bolsa de Emprego do IPP. A ADR-IPP foi a entidade responsável pela criação deste portal de
emprego, continuando a assegurar a sua manutenção e o respetivo desenvolvimento.
III Jornadas Ibéricas de Raças Autóctones e Produtos Tradicionais. O evento procurou promover
os produtos tradicionais de origem animal, em particular os do Alto Alentejo; explorar as
sinergias existentes neste tipo de produção, em Portugal e Espanha e potenciar o
estabelecimento de parcerias de carácter técnico, científico e comercial entre representantes dos
dois países.
Lançamento do livro “Comércio Inter-regional Ibérico”. O principal objetivo foi a divulgação, pela
comunidade científica, de novos dados sobre comércio inter-regional ibérico, potenciando um
incremento significativo dos estudos sobre fluxos comerciais inter-regionais ibéricos.
Para além dos projetos e estudos referidos, a ADR-IPP tem vindo a prestar serviços em
diferentes áreas, podendo destacar-se os trabalhos realizados na avaliação e valorização de
património, a elaboração de um estudo de uso e ocupação dos terrenos do Instituto Politécnico
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do Porto em Felgueiras, e a realização de um estudo, para a Câmara Municipal de Nisa, sobre a
valorização e/ou tratamento do soro das queijarias existentes naquele concelho.
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