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Paciente D.V.M.N., 43 anos, sexo masculino. Paciente relata que há três semanas vem
apresentando dor de forte intensidade no testículo direito, associada a episódios de febre de até
38,5 ºC. A dor irradia para região inguinal direita e teve episódios de náuseas sem vômitos. Não
tem queixas em testículo contralateral. Nega sintomas urinários. Não tem outras queixas fora a dor
e a febre. Relata ser sexualmente ativo. Esteve duas vezes em outro pronto-socorro. Na primeira
vez, foi medicado com antiinflamatório e na segunda vez recebeu alta com receita de Ciprofloxacino
(A), tendo feito uso por cinco dias. Como não obteve melhora com uso do antibiótico, retornou ao
pronto-socorro. Paciente nega outras doenças ou uso contínuo de medicações e Nega cirurgias
prévias. Em seu exame físico, paciente febril ao toque com temperatura axilar = 38,2 ºC. Testículos
tópicos e simétricos, não há hiperemia. Epidídimo direito endurecido e doloroso à palpação em toda
sua extensão. Cordão espermático à direita espessado e doloroso ao toque. Não há nodulações à
palpação do testículo direito. Além disso, seu testículo e epidídimo esquerdo indolores e sem
alterações e paciente relata melhora da dor ao se elevar a bolsa testicular. Após avaliação clínica
o paciente foi encaminhado para sala de medicação, onde realizou analgesia com dipirona sódica
com alívio da dor. Realizou também exames complementares de sangue e USG doppler de bolsa
testicular para avaliação do quadro. O paciente foi diagnosticado com Epididimite. Esta doença é a
causa mais comum de dor testicular no departamento de emergência de adultos. Geralmente tem
como causa uma infecção bacteriana, porém pode ocorrer de forma subaguda, sugerindo etiologia
não infecciosa, como autoimune ou trauma. Em alguns casos, a epididimite pode causar edema e
dor testicular, caracterizando uma orquiepididimite, apesar de isso não alterar a forma de
abordagem desses casos. A orquite sem epididimite é uma condição mais rara, normalmente
associada a infecções virais como caxumba. A maioria dos pacientes é tratada com antibiótico via
oral, analgesia com antiinflamatórios e medidas de suporte para reduzir a dor, tal como aplicação
local de gelo e elevação da bolsa testicular com suspensório escrotal. Os antibióticos de escolha
variam conforme a idade do paciente, pois aqueles mais jovens possuem maior propensão a ter
epididimite de origem sexualmente transmissível. Em pacientes < 35 anos preconiza-se o uso de
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Ceftriaxone (B) para cobertura de Neisseria gonorrhoeae e de Doxiciclina (C) ou Azitromicina (D)
objetivando a cobertura para Chlamydia trachomatis. Fluoroquinolonas (E) não são recomendadas
para tratamento de orquiepididimite caso se suspeite de infecção por Neiserria gonorrhoeae devido
à resistência desenvolvida por essa bactéria a essa classe de antimicrobianos.Para aqueles
pacientes > 35 anos e em baixo risco para contração de doenças sexualmente transmissíveis, a
cobertura antimicrobiana deve mirar enterobactérias, sendo o Levofloxacino (F) uma boa opção,
bem como Sulfametoxazol-trimetoprima (G). Espera-se uma resposta aos antimicrobianos
prescritos após 48-72h do início das medicações; caso não haja melhora, deve-se considerar a
presença de resistência bacteriana ou até mesmo outra causa para a dor testicular.
a) Qual local e função na bactéria age o fármaco D e qual dos outros fármacos citados possuem
a mesma estrutura (diferente sítio) como alvo.
b) Qual o resultado final do uso do fármaco G na bactéria? Como você justifica o uso associado.
c) Qual enzima é inibida pelo fármaco B?
GABARITO
1) → Síntese dos monômeros de Mureína - Inicia-se no citoplasma e termina na superfície
interna da membrana plasmática.
→ Polimerização: Inicia-se na superfície externa da membrana plasmática e conclui-se no
espaço periplasmático.
→ Ligação cruzada: Ocorre completamente no espaço periplasmático.
4) Divisão binária.
7) Itens D, G e H
8) Itens B e D
9) Itens E e J
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b) Sulfametoxazol-trimetoprima: interfere na síntese dos ácidos nucleicos, mais
especificamente de folatos e purinas. Isso ocorre porque inibem a síntese de algum
precursor do ácido fólico, que, nas bactérias, não é possível ser absorvido do meio
ambiente, sendo sintetizado a partir do PABA. Assim, ao inibir alguma enzima do percurso,
a reação não segue.
Lembrando que:
→ Sulfonamidas: inibem di-hidropteroato sintetase.
→ Triptomina: inibem di-hidrofolato redutase.
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8 - Acerca do biofilme marque a alternativa ERRADA.
a) As células dentro dos biofilmes têm uma concentração inibitória mínima (CIM) muito
mais alta de antibióticos, e altas concentrações de antibióticos podem ser fornecidas
por meio de administração tópica
b) Devido à resistência dos biofilmes aos tratamentos com antibióticos, a terapia
combinada com diferentes medicamentos foi considerada para tentar erradicar os
biofilmes.
c) Os biofilmes podem ser difíceis de remover completamente e por isso não há dose
limitada de antibióticos, a recomendação é eliminar o biofilme independente da dose
utilizada.
d) A nanotecnologia pode desempenhar vários papéis no combate a biofilmes, não
apenas matando ou inibindo micróbios diretamente, mas também carregando
antibióticos ou outros agentes com atividade antibiofilme
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12 - Marque a alternativa ERRADA:
a) Os biofilmes proporcionam uma menor capacidade dos antibióticos de tratar
infecções e aumentam as possibilidades de reaparecimento das doenças, mesmo
após o tratamento.
b) Os microrganismos iniciam a formação do biofilme devido a pressões ambientais
específicas, como necessidade de nutrição e tratamento com antibióticos.
c) Os estágios 1 (adesão) e 2 (crescimento séssil) de formação do biofilme são
reversíveis.
d) No terceiro estágio de formação do biofilme, as células secretam substâncias
poliméricas, como eDNA (DNA extracelular), proteínas e polissacarídeos.
e) Após formado, o biofilme não consegue liberar células individuais na corrente
sanguínea do hospedeiro.
GABARITO
1- E
2- C
3- V
4- C
5- A
6- E
7- E
8- C
9- V
10- V
11- V
12- E
13- A
14- Combinação de antibióticos, Remoção física, modificações de superfícies, nanotecnologia,
AMPs, terapia fotodinâmica, uso de enzimas contra o EPS e uso de bactérias predatórias.
15- Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus epidermidis, Acinetobacter baumannii,
Helicobacter pylori, Staphylococcus aureus, Listeria monocytogenes, Vibrio cholerae, e
SalmonellA enterica.