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Projeto de

Corresponsabilidade
Social
O conhecimento a serviço
de um mundo melhor
Edição Novo Ensino Médio
Realização
INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO

PRESIDENTE
Marcos Antônio Magalhães

CONSELHEIRO
Alberto Chinen

EQUIPE DE DIREÇÃO
Juliana Zimmerman
Liane Muniz
Thereza Barreto

CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Thereza Barreto
Coordenação: Solange Leal
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: Thereza Barreto
Leitura crítica: Alberto Chinen e Elizane Mecena
Projeto Gráfico: Luciano Cosmo

INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO


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CEP: 51010-000 | Recife, PE
Tel: +55 81 3327 8582
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1ª Edição | 2022
© Copyright 2022 - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. “Todos os direitos reservados”

2 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
Índice

• Caro Professor 4

• Conhecimento é poder 5

• Saber não é suficiente, devemos aplicar 6

• Aplicação do conhecimento e a Escola 6

• O protagonismo que desejamos (e precisamos) 7

• Uma introdução ao Caderno 10

• A metodologia 15

• As aulas e como são constituídas 15

• As referências, os temas e proposições para as aulas 17

• Projetos e os Itinerários Formativos 18

• Os grupos de pesquisa e intervenção 18

• Os macrotemas e temas centrais 21

• A constituição e a duração dos projetos 22

• A atuação dos professores e professores-orientadores 22

• Estrutura para organização e elaboração dos Projetos de Corresponsabilidade Social 25

• As aulas no 2º ano 28

• Ideias para inspirar o seu planejamento – 2º ano 29

• As aulas no 3º ano 35

• Ideias para inspirar o seu planejamento – 3º ano 35

• Para concluir 37

• Referências bibliográficas 38

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 3
Caro Professor,

Na Escola da Escolha muito se fala sobre a importância de desenvolver competências


e habilidades, sejam cognitivas, sociais e emocionais, para a construção e execução de
um Projeto de Vida. Isso significa muitas coisas, inclusive atuar no mundo como cidadão
(dimensão social) e profissional (dimensão produtiva), além, obviamente, de ser a pessoa
que se quer ser e viver a vida que deseja (dimensão pessoal). Essa desejada e possível
atuação está profundamente associada a uma das mais preciosas características do jovem
idealizado na Escola da Escolha: o Jovem Protagonista!

Nesse sentido, convidamos você, professor, a pensar sobre a importância do


conhecimento, tanto de natureza acadêmica quanto aquele advindo das experiências e
vivências sociais e pessoais, e nas possíveis formas de atuação no mundo que cada
jovem modela e planeja para as suas vidas atuando como autênticos protagonistas nas
dimensões pessoal, social e produtiva.

Será que o conhecimento é algo ligado apenas à dimensão produtiva, ou seja, aprende-
se aquilo que é necessário para se tornar um profissional e atuar no mundo produtivo?
Certamente essa seria uma visão extremamente reducionista e não se aplica às
expectativas que temos em relação ao futuro dos Jovens Protagonistas, tão necessários
quando se pensa em um mundo melhor e na importância de fazer florescer a potência que
cada um traz consigo desde o nascimento.

Então, como podemos trazer a perspectiva de que o conhecimento deve estar a serviço da
construção de um mundo melhor para todos e não apenas como sendo parte de uma dimensão
da vida, que é a produtiva? Afinal, a dimensão social também é parte dessa construção!

Como tornar ainda mais explícita a relação entre o conhecimento e a sociedade, sobretudo
diante das perspectivas e possibilidades trazidas pelo Novo Ensino Médio e pela Base Nacional
Comum Curricular, nas quais a diversificação, flexibilização e o protagonismo ganham ênfase?

A Metodologia de Êxito Projeto de Corresponsabilidade Social concentra seu foco nessa


perspectiva e se apresenta como parte das mudanças e inovações da Escola da Escolha,
que adequou e concebeu novas Metodologias de Êxito, bem como processos e práticas
para atender as necessidades trazidas pelo Novo Ensino Médio e para continuar a colaborar
com a formação de Jovens Protagonistas autônomos, solidários e competentes.

Desejamos sucesso nos grandes projetos!

Equipe do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação

4 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
Projeto de Corresponsabilidade Social

CONHECIMENTO É PODER1

O conhecimento é uma ferramenta extremamente necessária e poderosa em nossas vidas.

Mas será mesmo que conhecer, saber e produzir conhecimentos significa ser dotado
de poder, de alguma condição superior? Afinal, basta saber?

Iniciamos esse Caderno trazendo esse conhecido aforismo para uma necessária
reflexão que precisa estar presente na escola: ter conhecimento é um indicador de
domínio, de influência e de poder, mas, se esse conhecimento não for compartilhado e
aplicado e, dessa maneira, chegar à sociedade, será que tê-lo é mesmo um indicativo
de poder?

É indiscutível que a razão instrumental e a técnica 2 presentes na ciência moderna


nos trouxeram avanços fundamentais, a exemplo de dispositivos como o telescópio
e o microscópio e foram fundamentais para combater a “falsa ciência” 3 presente no
século XVII.

Mas foi na contemporaneidade que essa relação entre conhecimento e poder passou
a ser fortemente questionada pela filosofia. Em essência, esses questionamentos se
originaram na seguinte reflexão: o mesmo avanço e desenvolvimento das ciências
naturais, tão necessário pelos progressos que possibilitou à humanidade, também
possibilitou chacinas gigantescas, a exemplo das guerras do século XX.

1 Aforismo de origem latina Scientia est potentia, é atribuído a Francis Bacon e vem sendo reconceituado desde então, de
Thomas Hobbes a Michel Foucault e Pierre Bourdieu.
2 A razão instrumental e a técnica são características da ciência moderna. A observação e descrição dos fenômenos
naturais e a manipulação e transformação da natureza por meio da tecnologia constituem a sua base.
3 Falsa ciência ou pseudociência é algo que quer se passar por ciência, mas não é dotado de estatuto científico.

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 5
SABER NÃO É SUFICIENTE, DEVEMOS APLICAR. A VONTADE NÃO É SUFICIENTE,
DEVEMOS FAZER4

Seja nas bibliotecas, nas universidades, institutos de pesquisas ou na internet, há mais


conhecimento, informações e ideias para tornar a vida melhor do que em qualquer outro
momento já vivido pela humanidade. Mesmo assim, diante de tanto conhecimento, sabemos
que nem sempre ele está a serviço da sociedade quando consideramos que uma parte muito
expressiva da população ainda vive em condições de alta vulnerabilidade. É inegável a profusão
de conhecimentos, quem sabe até suficiente para mudar circunstâncias como a que aqui
trazemos como exemplo. Mas por que isso não acontece em pleno século XXI? Será que o
conhecido aforismo de Francis Bacon está errado? Será que basta saber para ter poder?

Há quem tenha conhecimento, mas não tenha o poder ou a condição para aplicá-lo. Há
também quem tenha poder, mas não age com base em todo o conhecimento que possui. E
há também quem tenha ambos - conhecimento e poder -, mas não age. O que falta?

Então, talvez conhecimento não seja necessariamente poder, mas “ação é poder”, porque a
determinante fundamental para a transformação da sociedade e da vida de milhões de pessoas
não é, isoladamente, o conhecimento, mas a sua aplicação efetiva em favor do bem comum.

Mas como saber quando e de que forma aplicar aquilo que aprendemos? Ter o conhecimento
sobre algo e não o aplicar o transforma em algo sem utilidade! Pouco importa que tenhamos
tanto conhecimento e que este seja mais acessível, se não for aplicado. E como isso é possível?

APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO E A ESCOLA

O conhecimento muda a forma como entendemos o mundo e como reagimos a ele. Quanto
mais aprendemos, quanto mais conhecemos, mais capacidade temos de fazer escolhas e
assumir decisões baseadas em conhecimento e informação. Isso é o que protagonistas fazem!

Por isso, aqui reside um dos maiores desafios da educação contemporânea: desenvolver
em nossos estudantes a capacidade de aplicar na vida prática aquilo que aprendem e de
atuar como protagonistas autênticos.

Na Escola da Escolha, os processos pedagógicos presentes nas Metodologias de Êxito e


Práticas Educativas conduzem o estudante a atuar perante o seu Projeto de Vida a partir dessa
perspectiva. Ela é fundamental para que eles transformem os conhecimentos, informações e
experiências vividas em práticas, para que sejam úteis na sua vida pessoal, social e produtiva.

“O conhecimento não funciona sozinho. Requer pessoas


que o dominem e que saibam utilizá-lo. De fato, o
conhecimento só tem valor quando está incorporado às
pessoas e delas é capaz de sair, por meio da prática de
habilidades básicas, específicas e de gestão necessárias
à produção de bens e serviços disponíveis na economia5”

4 J.W. von Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do
século XVIII e inícios do século XIX.
5 COSTA, Antonio C.G. da. Encontros e Travessias – o adolescente diante de si mesmo e do mundo. Instituto
Ayrton Senna, São Paulo: 2001.

6 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
O PROTAGONISMO QUE DESEJAMOS (E PRECISAMOS)

Há quem considere que as causas e o espírito apaixonado que movem os jovens têm sido o
catalizador das muitas transformações vividas pela sociedade ao longo das últimas décadas.

Podemos citar muitos movimentos nos quais os jovens tiveram participação ativa e
protagonista que asseguraram avanços e conquistas quanto aos direitos civis:

• o Movimento pelos Direitos Humanos6 e protestos realizados contra a


Guerra do Vietnã7;

• o movimento iniciado na Praça Celestial, em Pequim8;

• a Primavera Árabe9 sobre a qual os analistas comentam que não teria


acontecido se não fosse a presença e a força dos jovens;

• a Marcha pelas nossas vidas10 , um movimento de reinvindicação por medidas


efetivas de prevenção à violência armada após o massacre ocorrido em uma
escola de ensino médio;

• o Movimento para a Educação de Meninas de Grupos Tribais Retrógrados


Dalit11, que reuniu forças contra o casamento infantil, prática intensificada na
Índia em meio à crise causada pela de Covid-19.

6 O mais conhecido movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos foi o Movimento dos direitos civis dos negros nos Es-

tados Unidos (1955/1968), no combate à discriminação e à segregação racial. O seu marco aconteceu em Montgomery (Alabama),

quando a costureira negra Rosa Parks se recusou a ceder seu lugar no ônibus para um homem branco, prática obrigatória segundo

as leis segregacionistas do Alabama. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?7242ed. Acesso em 20 de janeiro de 2022.

7 Os protestos realizados por estudantes em virtude da convocação de mais de dois milhões para integrar as forças militares norte-americanas que

lutariam no Vietnã se alastraram por todo o planeta como oposição à guerra e também por liberdades civis, contra o racismo, a favor do feminismo, e contra

armas nucleares e biológicas. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?77607b. Acesso em 20 de janeiro de 2022.

8 O movimento, marcado pelos protestos e reivindicações dos jovens por reformas democráticas em virtude do nepotismo e da recessão

econômica vivida na China nos anos 1970, ganhou escala mundial não apenas pela sua densidade mas também pelo massacre cometido contra os

jovens na Praça da Paz Celestial, localizada em Pequim. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?e4bb82. Acesso em 20 de janeiro de 2022.

9 Em 2010, jovens organizaram a revolução denominada Primavera Árabe que teve início na Tunísia e se estendeu desde o Egito ao Bahrain

e a outros países do Oriente Médio. Indignados com a corrupção na polícia, a situação econômica, as violações dos direitos humanos e os regimes

opressivos em países do Oriente Médio, eles transformaram as praças públicas em espaços de reivindicação que levaram ao afastamento do

presidente egípcio Hosni Mubarak, entre outros eventos. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?eeaa6a. Acesso em 20 de janeiro de 2022.

10 A Marcha pelas nossas vidas aconteceu em Washington DC, em 2018, e é considerado um dos maiores protestos da história

americana em apoio à legislação para prevenir a violência armada nos Estados Unidos. O evento ocorreu após o tiroteio em uma escola

de ensino médio localizada na Flórida. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?3e79ac. Acesso em junho de 2019.

11 Priyanka Berwa, jovem de 18 anos lidera o movimento desde que convenceu os próprios pais de que não queria se casar tão jovem. Dispo-
nível em: icebrasil.org.br/surl/?3c1075. Acesso em 20 de janeiro de 2022.

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 7
A participação dos cidadãos, particularmente quando falamos da vida em sociedade,
também é um indicativo da vitalidade da democracia de uma nação. É possível observar em
todo o mundo, a existência crescente de movimentos liderados por eles, crianças e jovens
protagonistas participando e definindo agendas globais, fazendo a diferença na sociedade
por meio da sua mobilização protagonista atuante em várias dimensões, desde a oposição
a regimes totalitários e luta pelos direitos civis, ao respeito pela cultura e identidade étnico-
raciais e contra o casamento infantil.

Experiências como as citadas acima, entre outras, são transformadoras para os jovens
porque lhes oportunizam situações nas quais adquirem confiança, consciência crítica e
propositiva, bem como a capacidade de gerar mudanças e transformar atitudes dentro
de suas próprias comunidades por meio do conhecimento que possuem e o senso de
responsabilidade pelo outro. Experiências dessa natureza também ajudam a construir a
sociedade civil do futuro.

Esses exemplos também nos confirmam que quando aos jovens são oferecidas condições
e um gatilho para a ação, eles podem fazer uma grande diferença em nossa sociedade e
mudá-la para melhor. Então, afinal, qual é papel da escola na criação destas oportunidades?

A Escola da Escolha está comprometida com as experiências protagonistas dos jovens,


desde aquelas que nascem nos pátios das escolas àquelas que extrapolam os seus
muros, porque considera que a escola é um lugar fundamental e, em muitos aspectos,
determinante para permitir a cada um a possibilidade de serem eles mesmos, na sua
potência, plenitude e autenticidade.

As condições de atuação dos jovens na Escola da Escolha correspondem a uma das


nossas maiores prioridades na sua formação como protagonistas autênticos. Por isso,
consideramos a necessidade de assegurar que sejam incluídos e tenham suas vozes,
interesses, perspectivas e atitudes estimulados e valorizados.

Na escola é preciso assegurar condições em que as ideias dos jovens sejam valorizadas
pelos adultos, sua participação protagonista encorajada e suas perspectivas tenham
a devida importância.

Mas, para tanto, é preciso criar mudanças nas lentes que usamos para reconhecer a sua
potência e capacidade de aprender, reconhecendo a riqueza das experiências que eles
trazem, bem como apoiá-los no desenvolvimento de uma mentalidade de crescimento
(Dweck, 200612), na conquista da autoconfiança, na compreensão de que é necessário que
desenvolvam competências e habilidades para empreender ações protagonistas e, assim,
influenciar mudanças.

12 DWECK, Carol. Mindset: A nova psicologia do sucesso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.

8 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
Para serem dotados de confiança e se tornarem competentes na perspectiva de sua
participação protagonista autêntica, a eles devem ser continuadamente oferecidas
situações para que se envolvam ativamente e exercitem a capacidade de fazer escolhas
em diferentes níveis de temas que se referem a aspectos reais da vida. Os professores têm
papel fundamental nesse processo, bem como as famílias.

Os adolescentes e jovens são atores sociais que, de muitas formas, participam da


construção e determinam a própria vida, além da vida daqueles que as cercam e das
sociedades em que vivem. Assim, são compreendidos como construtores, desde o início da
vida, do conhecimento, da cultura e da própria identidade, o que requer o desenvolvimento
de competências.

É pela experiência, pela atividade e pela iniciativa que aprendemos quando somos crianças
e, posteriormente, temos a condição de participar em níveis mais complexos da atividade
humana nos seus diversos âmbitos.

Elas têm algo a dizer e é necessário aprofundar a reflexão sobre esse processo, sobretudo
por aqueles que têm em seu poder a condição para ajudá-los a ter voz ativa, mas que,
involuntariamente ou não, não potencializam essa condição ou mesmo banalizam o seu
envolvimento.

Isso exigirá que a escola ofereça a condição para que esse estudante se enxergue atuando
no mundo a partir daquilo que ele projetar para si como ser humano autônomo, solidário
e competente, e crie as condições, espaços e oportunidades para que ele participe
ativamente da vida em seus distintos âmbitos.

É igualmente importante que ele se envolva em atividades direcionadas a empreender, ele


próprio, a realização das suas potencialidades pessoais e sociais, atuando como fonte
de iniciativa (porque atuará e não será expectador de sua aprendizagem), liberdade
(porque exercitará a capacidade de analisar, avaliar e decidir) e compromisso (porque
assumirá as responsabilidades sobre aquilo que decide).

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 9
UMA INTRODUÇÃO AO CADERNO

Este Caderno destina-se aos professores de Projeto de Corresponsabilidade Social em sua


prática junto aos estudantes dos 2º e 3º anos do Ensino Médio, com enfoques específicos
para o atendimento dos seus objetivos, distintos para cada ano.

Ele apresenta um percurso para a formação de jovens engajados nos Projetos de


Corresponsabilidade Social por meio dos quais serão desenvolvidas competências
(pessoais, sociais, produtivas e cognitivas), habilidades (como planejamento e gestão, entre
outras), valores (como a solidariedade e a generosidade), além de exercitada a aplicação
do que aprendem, bem como despertados os desejos em torno de causas que os envolvam
e os engajem na plenitude do seu protagonismo, da sua capacidade empreendedora e de
uma visão (e uma utopia!) mais ampliada sobre o coletivo, aqui simbolizado pela sociedade.

À luz das singularidades e possibilidades trazidas pelo Novo Ensino médio, destacamos
a responsabilidade e o protagonismo do estudante com seu Projeto de Vida diante das
suas escolhas atuais e futuras. Aqui, o Projeto de Corresponsabilidade Social agrega
conhecimentos e experiências – dois aspectos de extrema relevância quando se tem diante
de si a complexa tarefa de fazer escolhas e aprender a aplicar o conhecimento –, elementos
que podem ser fundamentais para as suas vidas e a de outros.

O desenvolvimento do Projeto de Corresponsabilidade Social, notadamente, contribui


para o desenvolvimento e domínio das Competências Gerais da Base Nacional Comum
Curricular mencionadas a seguir.

10 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
PROJETO DE CORRESPONSABILDIADE SOCIAL
E AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC

• Conhecimento
Para o desenvolvimento dos projetos, os estudantes fazem uso dos
conhecimentos historicamente construídos e presentes nas Áreas de
Conhecimento e aplicam na criação de produtos e soluções.
• Pensamento Científico, crítico e criativo
A curiosidade e a criatividade, o método e o pensamento científico, entre
outros, são mobilizados pelos estudantes na reflexão, análise e proposição de
hipóteses e soluções no desenvolvimento dos seus projetos.
• Comunicação
As diferentes linguagens e conhecimentos são recursos presentes
e mobilizados pelos estudantes para comunicar e compartilhar as
informações relativas aos seus projetos.
• Cultura Digital
As tecnologias digitais da informação e comunicação podem ser aplicadas
nos projetos para acessar, comunicar e compartilhar as informações
presentes nos projetos e nas soluções propostas.
• Trabalho e Projeto de Vida
Os distintos saberes e experiências vividas e compartilhadas pelos
estudantes na produção e execução dos projetos lhes possibilitam
entender as relações entre a aplicação do conhecimento e o mundo
produtivo – temas indissociáveis na elaboração dos Projetos de Vida.
• Argumentação
O debate e a discussão de ideias requerem a capacidade de argumentação
baseada em fatos, dados e informações. No desenvolvimento dos projetos,
os estudantes são demandados a defender suas ideias e proposições.
• Empatia e cooperação
As posturas e atitudes dos estudantes em relação ao outro demandam
a necessidade de utilizar diferentes formas de diálogo para promover
o entendimento entre os colegas e a outros atores presentes no
desenvolvimento dos seus projetos. A atitude contributiva e colaborativa é
essencial para a sua elaboração e execução.
• Responsabilidade e Cidadania
O desenvolvimento dos projetos e sua aplicação requer a capacidade de
escolher e tomar decisões baseadas na responsabilidade e em princípios éticos.

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 11
Os Eixos Estruturantes Investigação Científica, Processos Criativos, Mediação e
Intervenção Cultural e Empreendedorismo, presentes nas diretrizes do Novo Ensino
Médio para o percurso dos Itinerários Formativos estão enfaticamente presentes no
desenvolvimento da Metodologia de Êxito Projeto de Corresponsabilidade Social.

Vejamos:

INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Onde?

No desenvolvimento do Projeto de Corresponsabilidade Social, o


estudante faz uso do método científico para realizar pesquisas por
meio das Áreas do Conhecimento abrangidas pelo projeto.

Para quê?

Para o diagnóstico do objeto investigado que demande ações de


corresponsabilidade social.

Como?

Por meio da realização de pesquisas para identificar questões relevantes nas


comunidades ou, de maneira mais abrangente, na sociedade, a depender
do escopo do projeto desenvolvido. Aplica-se no levantamento de dados
e variáveis; na seleção e avaliação de fontes confiáveis; na formulação de
hipóteses e ainda, na organização de forma adequada dos conhecimentos
advindos da pesquisa para a formulação da solução que atenda a questão
social levantada pelo projeto.

12 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
PROCESSOS CRIATIVOS

Onde?
No desenvolvimento do Projeto de Corresponsabilidade Social, o
estudante tem a oportunidade de desenvolver processos que envolvam
a criatividade e a imaginação na concepção e execução de produtos.

Para quê?
Para servirem como alternativa de solução das questões de
afetam a comunidade e, de forma mais abrangente, a sociedade, a
depender do escopo do projeto desenvolvido.

Como?
Por meio da utilização de modelos, protótipos ou soluções inovadoras e criativas
que integram linguagens e meios identificados como sendo apropriados ao
objeto envolvido, bem como ao contexto da temática levantada no projeto.

MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO CULTURAL

Onde?
No desenvolvimento do Projeto de Corresponsabilidade Social,
o estudante foca em projetos cujos produtos objetivem ampliar,
aprofundar e integrar seus conhecimentos, práticas e vivências
em temáticas do seu interesse que tragam contribuições efetivas e
significativas à comunidade e à sociedade de maneira mais ampla.

Para quê?
Para contribuir com soluções objetivas e exequíveis que favoreçam
a resolução de problemas identificados pelo projeto.

Como?
A partir da realização de um diagnóstico amplo e profundo da realidade da
comunidade, orientado por pesquisas e metodologias apropriadas, é possível
entender e definir o problema a ser enfrentado. Para isso, é necessário
criar e implantar processos que visem soluções compartilhadas a serem
implementadas por meio do diálogo, sempre promovendo o entendimento e
a superação das diferenças em prol do interesse comum, bem como gerando
oportunidades de identificação de possíveis intervenções ao longo do processo

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 13
EMPREENDEDORISMO

Onde?
No desenvolvimento do Projeto de Corresponsabilidade Social, o
estudante mobiliza conhecimentos e práticas das diferentes áreas
de conhecimento e desenvolve produtos ou serviços inovadores
com uso de tecnologias diversas que atendam uma determinada
demanda da comunidade ou da sociedade, de maneira mais ampla,
seja no contexto social ou produtivo.

Para quê?
Para contribuir com a capacidade de empreender projetos pessoais ou
coletivos que favoreçam a resolução de problemas identificados pelo projeto
e/ou que gerem oportunidades de expansão da solução proposta.

Como?
A partir do desenvolvimento de um amplo conjunto de competências,
habilidades e valores, o estudante reflete e age na perspectiva de empreender
ações solidárias no âmbito da sua própria realidade e contexto social.

14 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
A metodologia

Ao apresentarmos o Caderno Projeto de Corresponsabilidade – o conhecimento a


serviço de um mundo melhor, enfatizamos a importante reflexão sobre a aplicação
daquilo que aprendemos ao longo da vida. No entanto, o domínio do conhecimento
acadêmico é reconhecidamente insuficiente na formação dos estudantes na perspectiva
de atuação diante dos desafios, bem como na fruição das oportunidades deste século.
Por essa razão, na Escola da Escolha, o jovem é estimulado a aplicar na vida prática
os conhecimentos que são frutos de sua experiência acadêmica, pessoal, social e
cultural.

Nessa aplicação, também é esperado que o estudante o faça orientado pela perspectiva
da corresponsabilidade social, igualmente explorada na apresentação deste Caderno.
Isso significa que os projetos a serem desenvolvidos nesta Metodologia de Êxito devem
ser fruto da capacidade do estudante em aplicar o que conhece, o que aprende e o
que produz como conhecimento em situações reais e práticas e que agreguem valor à
comunidade ou à sociedade, a depender da abrangência do projeto desenvolvido.

O Caderno atende aos professores dos 2º e 3º anos como recurso para apoiá-los no
desenvolvimento dos projetos dos estudantes, tanto para ampliar as suas oportunidades
de aprendizagem quanto para articular os conhecimentos do plano teórico advindos dos
componentes curriculares da BNCC aos resultados da aplicação daquilo que aprendem.

AS AULAS E COMO SÃO CONSTITUÍDAS

Diferentemente de outros cadernos concebidos pelo ICE, este Caderno não traz aulas
estruturadas, mas um conjunto de referências, temas e proposições para auxiliar os
professores na definição dos conteúdos, métodos e estratégias a serem por eles definidas
para a sua aplicação e desenvolvimento dos Projetos de Corresponsabilidade Social.

Essas referências e proposições estão alinhadas ao desenvolvimento de competências


pessoais, sociais e produtivas e as suas respectivas habilidades nas dimensões social
e emocional, bem como valores necessários para a formação de jovens propositores de
projetos que impactem as suas comunidades e a sociedade, de maneira mais abrangente.

A seleção dos temas se orienta pelas seguintes premissas:

• compromisso com a formação do Jovem Protagonista;

• desenvolvimento de competências e habilidades para a aplicação do


conhecimento a serviço de ações que impactem e tenham relevância social;

• estabelecimento de inter-relações entre conhecimento e sociedade;

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 15
• ampliação das perspectivas e formas de atuação juvenil como agente de
transformação social;

• oferta de um material que apoie os professores de acordo com as diretrizes


dessa formação, tendo em vista que esse componente curricular não faz parte
dos currículos de formação inicial docente.

O seu enfoque está na orientação para a elaboração e realização de projetos


orientados pela investigação científica, porque faz uso do aprofundamento de conceitos
das ciências e os aplica em procedimentos de investigação.

Para isso, recorre-se à criatividade e à imaginação para elaborar processos/produtos e


experimentos para gerar ideias e soluções. O Protagonismo é extremamente estimulado
e exercitado nos Projetos de Corresponsabilidade Social na medida em que os estudantes
são mobilizados a empreender essas ideias e soluções, associadas aos conhecimentos
de uma ou mais áreas, para agregar valor à sociedade na forma de intervenções.

Nessa perspectiva, consideramos o empreendedorismo na sua faceta social, ou seja,


como mecanismo que permite encontrar soluções criativas para questões sociais que
podem desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento das comunidades.
Aqui, reiteramos o lugar dos jovens e suas possíveis contribuições quando passam a atuar
como atores protagonistas na investigação e proposição a partir dessas demandas.

O Projeto de Corresponsabilidade Social localiza-se na matriz curricular a partir da oferta


de duas aulas semanais para os estudantes do 2º ano e quatro aulas semanais para os
estudantes dos 3º anos.

As aulas são conduzidas pelo professor designado para tal, independentemente da sua
Área de Conhecimento, com o apoio fundamental dos professores-orientadores que atuarão
junto aos grupos de estudantes, a depender da área de concentração dos seus projetos.

As aulas devem ser conduzidas pelo professor, considerando que:

• a participação ativa dos jovens é essencial para o desenvolvimento do


protagonismo;

• a organização dos estudantes em grupos é a estratégia indicada e deve


assegurar o exercício do diálogo e escuta atenta, a inclusão e o respeito
pelos pensamentos, ideias e diferentes perspectivas.

16 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
AS REFERÊNCIAS, TEMAS E PROPOSIÇÕES PARA AS AULAS

Aos estudantes devem ser apresentados temas contemporâneos e pertinentes aos


objetivos de aprofundamento pretendidos em cada um dos Itinerários formativos. As
temáticas adquirem sentido e se tornam significativas a partir das relações estabelecidas
entre os interesses dos estudantes e as perspectivas dos seus projetos – tarefa
imprescindível dos professores.

Os temas propostos para as aulas se concentram em dois grupos de categorias. Aquelas


listadas a seguir trazem a perspectiva de assegurar que os estudantes compreendam
que existe um universo muito extenso de possibilidades para aplicação dos seus
conhecimentos sob a forma de projetos.

No 2º ano:

• PROTAGONISMO

• PROJETO SOCIAL

• EMPREENDEDORISMO SOCIAL E TECNOLOGIA SOCIAL

• ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E TERCEIRO SETOR

As outras categorias dizem respeito ao projeto propriamente dito e à aplicação dos


conhecimentos e experiências acumuladas e compartilhadas pelos estudantes.

No 3º ano:

• PROTAGONISTAS PESQUISADORES

• PROJETOS E OS ITINERÁRIOS FORMATIVOS

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 17
PROJETOS E OS ITINERÁRIOS FORMATIVOS

Ao finalizarem o 1º ano, os estudantes escolheram e decidiram pelos seus Itinerários


Formativos. Ao ingressarem nos 2º e 3º anos, eles devem usufruir das condições para
ampliar o exercício do “conhecer e aplicar o que foi aprendido”.

Nesse sentido, as orientações e diretrizes de trabalho dos professores de Projeto


de Corresponsabilidade Social devem assegurar que o plano teórico do que foi (e é)
aprendido por meio dos componentes curriculares da Base Nacional Comum Curricular,
enfaticamente presentes nos respectivos Itinerários Formativos, se articule à prática e ao
empreendimento dos projetos de natureza social.

Não por outra razão, o Projeto de Corresponsabilidade Social agrega os conhecimentos


sobre o mundo produtivo em sua profunda relação com os Itinerários Formativos e as várias
possibilidades de atuação, incluindo o empreendedorismo social, e amplia as perspectivas
dos estudantes quanto às futuras possibilidades para execução dos seus Projetos de Vida.

Também é por meio dos projetos a serem concebidos e executados pelos estudantes que
poderemos identificar que a clara e profunda relação entre as Áreas de Conhecimento
e os Itinerários Formativos se faz presente e serve tanto à dimensão social como às
dimensões pessoal e produtiva do estudante – exercício fundamental na formação do
Jovem Protagonista e do seu Projeto de Vida.

OS GRUPOS DE PESQUISA E INTERVENÇÃO

No 2º ano, os estudantes estão enturmados a partir dos seus Itinerários Formativos


e as aulas se concentram na fundamentação conceitual do que é um Projeto de
Corresponsabilidade Social e nas várias possibilidades de atuação protagonista. É
quando se dá a abertura para o início das discussões e estudos em torno dos problemas
identificados, sua análise e possibilidades de solução com base nos conhecimentos
aprendidos por meio dos componentes curriculares da Base Nacional Comum Curricular
mais enfaticamente presentes nos respectivos Itinerários Formativos.

Aqui a discussão ainda é muito abrangente em torno de um tema central e ainda não há
necessidade de estudos mais profundos e específicos sobre o problema identificado e
sua relação com os Itinerários Formativos. Todo esse processo é conduzido pelo professor
designado para este componente curricular e não há indicação de professor-orientador. Os
grupos de discussão podem ser organizados a partir de diferentes Itinerários Formativos como
acontece no 3º ano, permitindo a reflexão e a discussão a partir de diversas perspectivas.

No 3º ano, a enturmação continua a partir dos Itinerários Formativos e a concepção e o


desenvolvimento dos projetos são realizados pelos estudantes organizados em grupos específicos.

18 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
Os estudantes podem se organizar apenas entre aqueles do mesmo Itinerário
Formativo ou a partir de diferentes Itinerários Formativos, desde que seja possível
estabelecer correlação entre os interesses. Isso significa que estudantes dos vários
Itinerários podem se organizar como um grupo para pesquisar um determinado tema,
ainda que os enfoques, a investigação e a pesquisa sejam diferentes, tendo em vista a
especificidade de cada Itinerário.

A seguir, apresentamos dois exemplos de organização dos grupos, fazendo uso do mesmo
tema central (incidência de doenças tropicais) aplicado no 2º ano para oferecer uma ideia
clara do continuum do aprendizado dos estudantes, tendo em vista as distintas características
do Projeto de Corresponsabilidade Social junto aos estudantes dos 2º e 3º anos.

Se no 2º ano a exploração deste tema permitiu aos estudantes a formação de uma base
de conhecimentos sobre as várias possibilidades de participação social atuando como
protagonistas, bem como a problematização das questões relativas à incidência das doenças
tropicais e suas várias implicações e possibilidades para resolução ou influência na direção
das possíveis soluções, no 3º ano, fazendo uso do mesmo tema central, teremos outra
situação de aprendizagem porque o foco é mais claro e assertivo e menos abrangente.

Nos 2º e 3º anos, os estudantes necessariamente devem aplicar o que aprendem no


aprofundamento dos Itinerários Formativos e identificar possibilidades de sinergia entre eles, seja
na abertura das discussões no 2º ano, seja no desenvolvimento e execução dos projetos do 3º ano.

Um exemplo

Um grupo de estudantes do Itinerário Formativo de Ciências Biológicas e


da Saúde desenvolve um projeto sobre “Doenças tropicais das regiões
ribeirinhas do norte brasileiro” cujo foco é investigar a incidência das
doenças e sua recorrência em determinadas condições sanitárias.

E um grupo de estudantes do Itinerário Formativo de Ciências Humanas tem


interesse no mesmo tema, mas o foco que eles desejam investigar não é o
mesmo. O foco é investigar a relação entre o comportamento social
e econômico e a incidência das doenças tropicais das populações
dessa região.

Observe, professor, que é muito possível que os estudantes possam, se assim desejarem,
trabalhar juntos, mesmo que façam uso de métodos e recursos distintos para realizarem
as suas pesquisas e desenvolverem os seus projetos.

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 19
Para apoiar na organização dos grupos, recomendamos a adoção de critérios discutidos
junto aos estudantes e estabelecidos em acordo com os Professores Coordenadores de
Itinerários Formativos.

Indicamos também que no 3º ano os grupos sejam constituídos, no máximo, por dez
estudantes, livremente organizados a partir dos critérios definidos. Essa indicação
se fundamenta no cuidado com a quantidade de projetos a serem desenvolvidos e a
qualidade do apoio a ser oferecido pelos professores.

Se tomarmos como exemplo uma escola com oito turmas de 3º anos, com 40 estudantes
por classe, organizados em trios para o desenvolvimento dos seus projetos, seriam 106
trios a demandar apoio dos professores. É muito possível que esse cenário não seja viável.

Enfim, essa é uma situação que deve ser analisada quanto às condições próprias de cada
escola. O importante aqui é que os estudantes se organizem em grupos heterogêneos e
tenham o apoio dos seus professores.

GRUPOS HOMOGÊNEOS OU GRUPOS HETEROGÊNEOS

Grupos homogêneos (não recomendado)

Os estudantes têm o mesmo nível de aproveitamento, a mesma idade ou


ainda o mesmo gênero. Não é recomendado em virtude da limitação no
desenvolvimento de competências e habilidades preconizadas na Escola da
Escolha, bem como por contrariar pressupostos da formação do estudante, a
exemplo da solidariedade e da inclusão.

Grupos heterogêneos (recomendado)

Os estudantes que compõem os grupos têm diferentes níveis de aproveitamento,


idades e gêneros.

Todos se beneficiam do confronto de ideias e da partilha de aprendizagens, bem


como do desenvolvimento da corresponsabilidade diante da aprendizagem coletiva.

Esta forma de organização é fundamental para desenvolver competências


pessoais e sociais tais como: persistência, autoconfiança, responsabilidade,
tolerância, comunicação, cooperação, gestão de conflitos, tomada de decisões,
auto avaliação, entre outras.

Essa forma de organização deverá assegurar maior riqueza na produção, exploração e


compartilhamento de experiências e conhecimentos em virtude do que será agregado
como inerente a cada Itinerário, além, por óbvio, das experiências e riquezas trazidas
individualmente por cada estudante.

20 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
OS MACROTEMAS E TEMAS CENTRAIS
Os macrotemas e temas centrais a serem discutidos com os estudantes do 2º ano
e aqueles a serem pesquisados pelos estudantes do 3º ano são indicados pelos
professores, devidamente alinhados com os Coordenadores dos Itinerários Formativos.
Mas é claro que os professores também podem realizar um grande debate sobre os
critérios para a seleção e definição dos temas.

Dica: Professor, você pode fazer um levantamento dos interesses dos


estudantes em cada Itinerário Formativo e divulgá-los amplamente, estimulando a
troca de informações entre eles e devidos esclarecimentos. Isso pode ajudá-lo na
definição dos temas a serem indicados aos grupos.

Propomos, no entanto, a consideração dos critérios a seguir como ponto de partida e


uma ampla discussão entre os professores, liderados pelos Coordenadores de Itinerários
Formativos, seja a serem tratados ainda de forma abrangente no 2º ano ou de maneira
aprofundada nos projetos de pesquisa no 3º ano.

• Relevância do tema

• Impacto social

• Viabilidade para realização (pesquisa e execução)

• Contribuição para a aprendizagem dos estudantes na perspectiva do


aprofundamento no Itinerário Formativo, entre outros

Com os estudantes do 3º ano, os professores também discutem com os grupos os


métodos de investigação e os demais elementos que constituem o projeto. Nesse sentido,
reconhecemos na metodologia da pesquisa-ação13 um conjunto de características muito
alinhadas ao que se busca no Projeto de Corresponsabilidade Social:

• é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a


resolução de um problema coletivo;

• os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do


problema estão envolvidos de modo cooperativo;

• é participativa;

• supõe uma forma de ação planejada e de caráter social;

• o pesquisador tem, claramente, uma ação destinada a investigar e a resolver


um problema.

13 A pesquisa-ação é um método de condução de pesquisa aplicada, orientada para elaboração de diagnósticos,


identificação de problemas e busca de soluções (Thiollent, 1997)

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 21
Dica: Professor, consultar o Caderno de Formação - Metodologias
de Êxito – Eletivas da Base para retomar o tema Metodologia da Pesquisa Científica
oferecida aos estudantes no 1º ano é fortemente recomendado. Isso poderá auxiliá-
los na aplicação dos conhecimentos sobre os diversos métodos de pesquisa e
investigação científica, já estudados no início do Ensino Médio.

A CONSTITUIÇÃO E A DURAÇÃO DOS PROJETOS

Quanto tempo dura a discussão de um tema central no 2º ano?

O processo que envolve as discussões, observação e identificação de um problema, análise


e proposição de solução a partir dos conhecimentos aprendidos com os componentes
curriculares da Base Nacional Comum Curricular enfaticamente presentes nos respectivos
Itinerários Formativos ocorre no 2º semestre, tendo em vista que o 1º semestre é dedicado
à apropriação das questões de natureza conceitual, conforme anunciado.

Quanto tempo dura um projeto no 3º ano?

A duração dos projetos deve ser semestral. Essa opção permite que os estudantes
participem do desenvolvimento de dois projetos ao longo do 3º ano. Mas, se em virtude das
suas características, um projeto requerer um tempo maior para o seu desenvolvimento (um
ano, por exemplo), sua viabilidade deve ser analisada pelos Professores Coordenadores de
Itinerários Formativos e professores com o grupo responsável.

A ATUAÇÃO DOS PROFESSORES E PROFESSORES-ORIENTADORES

Os professores designados para o Projeto de Corresponsabilidade Social junto aos


estudantes do 2º ano e 3º ano são responsáveis pela condução das aulas semanais a
partir dos temas propostos e dos métodos, recursos e didática por eles definidas.

No entanto, no 3º ano, além do professor que conduz as aulas, há também a necessidade


de apoio e orientação para o desenvolvimento dos projetos. Por isso, professores-
orientadores atuam em momentos muito específicos que dizem respeito à orientação
de natureza acadêmica que os estudantes dos 3º anos, em seus grupos, demandam
para discussão de um aspecto muito próprio do seu projeto, a exemplo de um assunto
cuja abordagem é exclusiva da Química e que não possa ser orientado pelo professor de
Geografia.

22 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
Deve haver uma relação muito próxima e sinérgica de trocas e de apoio entre eles e os
demais professores dos respectivos Itinerários Formativos, bem como por aqueles
convidados pelos estudantes para atuarem como seus professores-orientadores de
projetos na dimensão acadêmico-científica.

Dica: Professor Coordenador de Itinerário Formativo, os horários


das aulas de Projeto de Corresponsabilidade Social devem ser programados
para aulas simultâneas nas turmas dos 2º e 3º anos para permitir a
organização dos estudantes mesclados entre os estudantes dos diversos
Itinerários Formativos.

Como se realiza a orientação para os grupos do 3º ano?

A orientação destina-se a apoiar na definição dos temas e objetos a serem pesquisados e


naquilo que for específico e atinente à(s) área(s) de conhecimento envolvidas no projeto.

A orientação é de natureza acadêmica e pode ser realizada em qualquer momento do


processo de desenvolvimento dos projetos e sempre de acordo com as necessidades e
demandas apresentadas pelos próprios estudantes do 3º ano.

Para assegurar o enriquecimento e alargamento dos conhecimentos que não são típicos ou
inerentes a determinado Itinerário Formativo, mas que eventualmente estejam presentes
no desenvolvimento dos projetos, é necessário que os estudantes sejam orientados pelos
professores daquelas áreas.

Essa situação pode naturalmente acontecer em virtude de ser facultado aos estudantes
se organizarem livremente com outros colegas, sejam aqueles do mesmo Itinerário ou,
de maneira mais ampliada e diversificada, com colegas de outros Itinerários, sempre
respeitando a quantidade indicada de estudantes por grupo.

Os professores e professores-orientadores devem trabalhar juntos para apoiar o


planejamento das tarefas envolvidas nos projetos, mediar conflitos e colaborar para que
o grupo se auto-organize e desenvolva a capacidade de autogestão. Isso deve acontecer
sempre em pleno alinhamento com os professores e coordenadores de Itinerário Formativo,
tendo em vista que não há uma carga horária definida especificamente para atendimentos
dos professores-orientadores. Aqui, valerá muito a capacidade dos estudantes em
demonstrar o quanto suas ideias são relevantes e necessitam contar com o apoio dos
professores-orientadores para torná-los, quem sabe, imprescindíveis!

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 23
Podemos retomar o exemplo apresentado anteriormente:

Um grupo de estudantes do Itinerário Formativo de Ciências Biológicas


e da Saúde desenvolve um projeto sobre “Doenças tropicais das regiões
ribeirinhas do norte brasileiro”, cujo foco é investigar a incidência das
doenças e sua recorrência em determinadas condições sanitárias.

E um grupo de estudantes do Itinerário Formativo de Ciências


Humanas tem interesse no mesmo tema, mas o foco que eles desejam
investigar não é o mesmo. O foco é investigar a relação entre o
comportamento social e econômico e a incidência das doenças
tropicais das populações dessa região.

Nesse exemplo, os professores de História e Geografia, assim como os professores


de Biologia, podem trabalhar juntos como professores-orientadores dos estudantes,
assegurando a exploração dos temas pelas diferentes “lentes” das distintas áreas.

Flexibilização, diversificação e muito enriquecimento assegurados pelas


competências e conhecimentos dos professores associados à curiosidade e
abertura dos estudantes pode resultar em projetos muito bem-sucedidos.

Com os estudantes dos 3º anos, os professores também orientam a elaboração dos


projetos e o relatório no qual são sintetizados o produto do que aprenderam no campo
teórico e a sua transposição para o campo da prática, com a aplicação dos conhecimentos
adquiridos nos Projetos de Corresponsabilidade Social.

“Quando todo mundo sacar que cada um é importante, vai acontecer uma mudança
geral. Cada um por si e todos juntos, vamos melhorar o ambiente em que estamos
e a vida que levamos, seja em casa, no trabalho ou na escola.” 14

14 FERRER, M. A direção do olhar do adolescente - Focalizando a escola. Porto Alegre: ARTMED, 1998.

24 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
ESTRUTURA PARA ORGANIZAÇÃO E ELABORAÇÃO DOS PROJETOS DE
CORRESPONSABILIDADE SOCIAL
A seguir, como contribuição, apresentamos um exemplo de esquema que demonstra
a relação entre os macrotemas a serem propostos pelos professores, a temática a ser
discutida, analisada e problematizada com os estudantes do 2º ano e os temas dos projetos
a serem desenvolvidos no 3º ano.

O MACROTEMA é aquele que orienta e direciona a sequência dos trabalhos, inicialmente


com o 2º ano ainda de forma mais abrangente e, então, com o 3º ano já no aprofundamento
e execução dos projetos de pesquisa e de intervenção.

A TEMÁTICA CENTRAL, que deriva do MACROTEMA, é o tema central sobre o qual os problemas
serão discutidos, problematizados e analisados quanto às suas implicações, consequências etc. e
permite a iniciação dos estudantes do 2º ano no processo que segue a lógica da IDENTIFICAÇÃO DO
PROBLEMA – ANÁLISE – PROPOSIÇÃO DE SOLUÇÃO, conforme já descrito.

O TEMA nasce a partir da TEMÁTICA CENTRAL. Ele é o assunto que os estudantes dos 3º
anos aprofundarão e desenvolverão nos seus Projetos, considerando as especificidades de
cada Itinerário Formativo e os componentes curriculares mais enfaticamente envolvidos, cujos
aprendizados serão aplicados.

ESTRUTURA PARA ORGANIZAÇÃO E ELABORAÇÃO


PROJETOS DE CORRESPONSABILIDADE SOCIAL

Impacto Ambiental Meio Ambiente


MACROTEMAS e surgimento de doenças Aquecimento Climático

TEMA CENTRAL Poluição das Águas Poluição do Ar

ITINERÁRIO COMPONENTES
TEMA FORMATIVO CURRICULARES
Doenças causadas
pela contaminação
das águas Ciências Biológicas
e da Saúde Biológia

Como fazer
Ciências Exatas Química e Física
tratamento da água
e Tecnológicas
e esgotos

Impacto social
Ciências Sociais,
e econômico Geografia, Sociologia
Econômicas e
da poluição das e Matemática
Administrativas
bacias hidrográficas

Política pública
Ciências Humanas Sociologia, História
sobre saneamento
e Linguagens e Língua Portuguesa
básico

A partir da ilustração apresentada, consideramos o desenvolvimento do macrotema Impacto


Ambiental e Surgimento de Doenças15. Qual é a relação existente entre esses dois elementos?

15 Para saber mais, consulte icebrasil.org.br/surl/?cb468f e icebrasil.org.br/surl/?31bdfd. Acesso em 7 de fevereiro de 2022.

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 25
Vejamos o CONTEXTO GERAL DO MACROTEMA.

Definimos como impacto ambiental qualquer alteração que aconteça no meio ambiente
e cause modificações nas propriedades químicas, físicas e até biológicas desse local.
Esses impactos podem ser positivos ou negativos, sendo esses últimos responsáveis por
afetar negativamente a vida animal e vegetal, bem como o consumo público, agrícola e
industrial.

Como os impactos ambientais podem causar o surgimento de doenças?

Quando causamos danos negativos ao ambiente, seja por acidentes marítimos


envolvendo o vazamento de substâncias químicas, seja pela ausência de tratamento de
esgotos domésticos e industriais, aplicação de fertilizantes agrícolas nas plantações,
lançamento nos lagos, rios e mares de materiais orgânicos sintéticos e compostos
inorgânicos produzidos pelas indústrias ou, ainda, pelos poluentes emitidos pelos
veículos e indústrias, é difícil compreender e prever os impactos dessas ações no que diz
respeito à saúde animal e à vida vegetal.

Agora vejamos como o MACROTEMA se desdobra em TEMÁTICAS CENTRAIS.

POLUIÇÃO DA ÁGUA - a poluição dos rios, mares, oceanos, canais, barragens e lagos pode
causar graves problemas gastrointestinais nos seres humanos, a exemplo da diarreia, e
transmitir doenças importantes como a cólera, febre tifoide e poliomielite, entre outras,
porque os seus poluentes incluem bactérias, parasitas, vírus, resíduos fecais etc. A
poluição na água tem impacto negativo no meio ambiente, na saúde animal e vegetal e na
economia dos países.

POLUIÇÃO DO AR – a boa qualidade de vida está diretamente ligada às condições


atmosféricas. Gases poluentes emitidos por veículos e indústrias podem comprometer
a diversidade vegetal e aumentar as chances de ataques de pragas e doenças. A saúde
animal também é comprometida pela proliferação de doenças como a asma, pneumonia
e câncer, entre outras.

26 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
A partir da TEMÁTICA CENTRAL Poluição das Águas, podemos pensar, entre outros
assuntos, sobre:

• as doenças causadas pela contaminação das águas;

• como fazer o tratamento adequado das águas e esgotos;

• o impacto social e econômico causado pela poluição das bacias hidrográficas;

• as políticas públicas de saneamento básico.

E esses assuntos podem ser explorados pelos estudantes nos seus Projetos de Pesquisa
e Intervenção Social, mas como?

Vamos tomar como exemplo o primeiro tema “As doenças causadas pela contaminação
das águas”.

As doenças relacionadas com a poluição das águas dos mares, lagos, barragens, rios e
oceanos podem provocam sérias consequências à saúde vegetal e animal quando são
ocasionadas, por exemplo, pela sua ingestão, pelo uso na agricultura e pecuária ou
indiretamente, isto é, quando a água serve de criadouro para algum vetor, como é o caso
da dengue.

Vejamos agora como o tema “As doenças causadas pela contaminação das águas” pode
ser estudado e aprofundado nos Projetos de Corresponsabilidade Social em cada um
dos Itinerários Formativos e quais são os componentes curriculares da Base Nacional
Comum Curricular mais enfaticamente relacionados a este tema, a depender do Itinerário
Formativo.

IF CIÊNCIAS SOCIAIS
IF CIÊNCIAS EXATAS IF CIÊNCIAS IF CIÊNCIAS
ECONOMICAS
E SUAS TECNOLOGIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE HUMANAS E LINGUAGENS
E ADMINISTRATIVAS

ESTUDO DAS DOENÇAS ESTUDO DO IMPACTO SOCIAL


PROJETO ESTUDO DO TRATAMENTO CAUSADAS PELA ÁGUA E ECONÔMICO DAS DOENÇAS ESTUDO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
DE ÁGUA E EFLUENTES E ESGOTO NÃO TRATADOS CAUSADAS PELA POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SOBRE SANEAMENTO

MÉTODOS DE TRATAMENTOS LEVANTAMENTO DE ESTUDOS OS IMPACTOS DAS


OBJETO CAUSAS E IMPACTOS NA VIDA
E COMBATE À EFETUADOS SOBRE OS IMPACTOS POLÍTICAS PÚBLICAS NA
DA COMUNIDADE / SOCIEDADE
POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SOCIAIS E ECONÔMICOS COMUNIDADE / SOCIEDADE

COMPONENTES
CURRICULARES
QUÍMICA FÍSICA MATEMÁTICA BIOLOGIA QUÍMICA SOCIOLOGIA MATEMÁTICA LÍNGUA SOCIOLOGIA
ENFATICAMENTE PORTUGUESA
RELACIONADOS AO TEMA

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 27
AS AULAS NO 2º ANO

As aulas se destinam a formar uma base de conhecimentos sobre as


várias possibilidades de participação social atuando como protagonista.
Um aspecto extremamente relevante que deverá estar presente nas
aulas é a problematização das questões que nos cercam, as implicações
sociais, econômicas, políticas e as opções que estão ao nosso alcance
ou em como podemos influenciar na direção das possíveis soluções.

A seguir, trazemos um exemplo utilizando um tema central relativo à incidência de


doenças tropicais. Observe que aplicaremos para esclarecer como ele se aplica no 2º ano
e, da mesma forma, como se aplica o mesmo tema no 3º ano. O tema é o mesmo, mas a
abordagem, o foco e os objetivos são distintos.

Um exemplo

Os estudantes observam o entorno de onde residem (ou estudam) e identificam


problemas relativos à incidência de doenças tropicais.

Eles levantam dúvidas e questionamentos sobre aquilo que identificaram como sendo
um problema de natureza social e debatem os fatores que predispõem indivíduos a
contraírem tais doenças, sejam geográficos, ambientais, econômicos ou socioculturais
bem como as implicações ambientais, sociais, sanitárias, econômicas e políticas, entre
outras. Eles analisam as possíveis opções de atuação para solucionar ou influenciar
na resolução do problema identificado como base, que reconhecem como sendo uma
atuação protagonista, e as possibilidades e mecanismos de mobilização social.

Para isso, um grupo de estudantes considera que a criação de uma organização social
pode gerar a pressão necessária junto à sociedade e ao estado para abrir o debate sobre
as condições de saneamento na região. Para isso, elaboram uma proposição para que os
meios de comunicação local e o poder público discutam o tema com a sociedade.

Outro grupo considera a importância de estimular a sociedade a conhecer as propostas


dos pleiteantes aos cargos legislativos quanto à política de saúde e saneamento básico
e uso do espaço urbano. Para isso, elaboram campanhas de comunicação massiva,
divulgando os dados dos eventos ocorridos em determinado espaço de tempo (nos
últimos cinco anos, por exemplo) em relação às pessoas que adoeceram etc.

Um terceiro grupo considera, ainda, a criação de uma associação composta por


voluntários que se dispõem a atuar nas escolas como instrutores para adoção de
cuidados primários com a higiene.

28 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
Essa situação oportuniza a realização de estudos sobre as condições sanitárias e sua
relação com os extratos socioeconômicos locais e/ou aspectos socioculturais, bem como
as opções para atuação em relação ao meio ambiente a partir do uso das tecnologias
(incluindo as sociais), os aspectos referentes a marcos legais do saneamento básico e
respectivas políticas públicas etc.

É possível discutir a relevância do tema e associá-lo às questões regionais e da


comunidade. Aqui, os estudantes ainda não realizam projetos para investigação, mas
são iniciados na problematização das questões que nos cercam, na análise das suas
implicações em diversos âmbitos e as possibilidades de atuação para influenciar na
direção de soluções.

Posicionar o estudante como protagonista que aprende a observar o entorno, sendo


capaz de identificar um problema e analisá-lo quanto às suas implicações nos diversos
âmbitos, é um exercício fundamental.

Por isso, é importante que no 2º ano o foco esteja no âmbito comunitário ou até
mesmo da sociedade em geral e os temas sejam abrangentes para permitir o início
da discussão e apropriação da lógica PROBLEMA – ANÁLISE – PROPOSIÇÃO DE
SOLUÇÃO, ainda sem o devido aprofundamento que acontecerá ao longo do 3º ano.

IDEIAS PARA INSPIRAR O SEU PLANEJAMENTO - 2º ANO

Professor, a partir das categorias trazidas nesse Caderno, apresentamos alguns temas
que podem inspirar o planejamento das suas aulas, considerando a natureza do trabalho
com os estudantes do 2º ano e as particularidades dessa etapa.

Abaixo de cada tema, trazemos o seu detalhamento para as aulas do 2º ano:

• PROTAGONISMO

• PROJETO SOCIAL

• EMPREENDEDORISMO SOCIAL E TECNOLOGIA SOCIAL

• ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E TERCEIRO SETOR

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 29
Dica: Professor, aqui não são sugeridas atividades. No entanto,
recomendamos que, ao planejá-las, considere a importância da ampliação do
conhecimento e reconhecimento do estudante acerca de si e do seu entorno.
As atividades devem favorecer, ainda, as interações entre os jovens e entre
estes e o seu entorno.

PROTAGONISMO

Ser protagonista

• Conhecer, desenvolver e aprimorar as competências e habilidades para se


relacionar cada vez melhor consigo mesmo, com os outros, com o conhecimento e
com as possibilidades de atuação no mundo produtivo;

• conhecer e desenvolver as habilidades básicas, específicas e de gestão, ou


seja, aquelas necessárias para se viver, conviver e produzir na sociedade
contemporânea16 ;

• identificar, vivenciar e incorporar valores positivos para ser capaz de analisar


situações e tomar decisões diante delas;

• reconhecer-se como protagonista ao longo da vida nas suas distintas dimensões;

• explorar as muitas formas de atuar como protagonista na escola e na sua


comunidade;

• definir interesses e conjugá-los com o de outras pessoas;

• desenvolver a capacidade de se comprometer com tarefas de interesse comum.

16 Habilidades básicas: domínio funcional da leitura, escrita e cálculo; habilidades específicas: atitudes, conheci-
mentos técnicos e aquelas demandadas de acordo com as especificidades das profissões, serviços e ocupações do
mundo produtivo e as habilidades de gestão: autogestão (gerir a si mesmo), cogestão (gestão exercida em comum
por duas ou mais pessoas) e heterogestão (gestão realizada pelo outro).

30 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
Protagonismo na sociedade

• Estimular a percepção acerca da posição e papel do jovem na própria escola e, de


maneira mais ampla, na sua comunidade;

• articular o momento presente e a visão de futuro construída no Projeto de Vida no


exercício da atuação protagonista;

• ponderar sobre os próprios interesses e as necessidades coletivas;

• explorar as possibilidades de atuação na esfera pública da gestão escolar;

• compreender e fazer uso das informações necessárias para o planejamento de


empreendimentos coletivos;

• explorar as possibilidades e estratégias para captar associados17 e parceiros para a


consecução de empreendimentos coletivos;

• aplicar o conhecimento para a solução de situações-problema envolvendo o


cuidado com o outro e com o meio-ambiente;

• refletir sobre os impactos de ações protagonistas e suas consequências.

Juventude e participação como um direito e uma necessidade de autorrealização

• Mobilizar-se em favor de uma causa é fonte de prazer, de alegria, de sentido e de


autorrealização;

• construir espaços e oportunidades de mobilização em favor de uma causa por


meio de práticas e vivências de solidariedade social;

• valorizar o voluntariado como forma de protagonismo a favor do bem comum18;

• transformar necessidades em oportunidades e ser parte da solução dos problemas.

17 Associados são os pares, os colegas que se associam ao empreendimento a ser realizado. Parceiros são os que
viabilizam o empreendimento por meio dos seus recursos, sejam de natureza econômica, intelectual, ou outros.
18 O conjunto de benefícios compartilhados por todos os integrantes de uma comunidade, a exemplo do meio-am-
biente, bens culturais, sistemas de saúde e educação, conhecimento, direitos humanos, entre outros.

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 31
PROJETO SOCIAL

Projeto social e aprendizagem em ação

• Promover o esforço solidário da sociedade, visto que ser fator essencial para
construção de um futuro melhor;

• envolver todos na experiência de planejar e executar um projeto social que


implicará em aprendizados, habilidades e valores: responsabilidade, dedicação,
planejamento e gestão, criatividade, empreendedorismo, persistência,
determinação, entre outros;

• explorar possibilidades de sistematização do conhecimento, bem como a sua


aplicação a serviço da sociedade, atuando de maneira protagonista;

• identificar os elementos constituintes da elaboração e execução de um projeto


social no âmbito da escola ou da comunidade, de maneira mais ampla.

EMPREENDEDORISMO SOCIAL E TECNOLOGIA SOCIAL

• Conhecer o conceito e os âmbitos de atuação, bem como as suas características;

• explorar as formas de atuação do empreendedor social no mundo e no Brasil;

• questionar: por que existe empreendedorismo social? Por que ele é necessário?

• diferenciar empreendedorismo social e responsabilidade social;

• compreender como se dá a atuação de um empreendedor social;

• compreender o que é Tecnologia Social e as suas dimensões.

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E O TERCEIRO SETOR

• Diferenciar o conceito de organização social conforme a sociologia e o contexto


jurídico;

• compreender o que é o Terceiro Setor e o seu campo de atuação;

• compreender que projetos sociais e uma Organização Não Governamental não são
a mesma coisa;

• compreender a atuação das organizações sociais.

32 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
Referências que podem contribuir para os seus estudos e planejamento das aulas do
2º ano

BOGHOSSIAN, C.O.; MINAYO, M.C. de Souza. Revisão sistemática sobre juventude e


participação nos últimos 10 anos. Revista Saúde e Sociedade, 18(3), 411-423, 2009.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?f5389a. Acesso em 20 de janeiro de 2022.

Brasil, S. A., Brasil, C. F., & Nogueira, C. R. Empreendedorismo Jovem: fatores que
contribuem para a atividade empreendedora. Revista Caderno de Administração,
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COSTA, Alfredo C.G. da. Adolescentes em ação: Ser, Conviver, Conhecer e Fazer no
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____, Encontros e Travessias: o adolescente diante de si mesmo e do mundo. São


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DAL PIZZOL, G. Protagonismo Juvenil: significações atribuídas por alunos do


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FREIRE, D. A. L. O jovem e o empreendedorismo no Brasil: oportunidade ou


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FRESE, M. Rumo a uma psicologia do empreendedorismo: uma perspectiva da


teoria da ação. Revista de Psicologia, 1(2), 40-76, 2010. Disponível em: icebrasil.org.
br/surl/?a79473. Acesso em 20 de janeiro de 2022.

GOMES, D.C.; SILVA, L.A. de F.; D’ANJOUR, M.F.; AÑEZ, M.E.M. Empreendedorismo
Jovem: da escola ao mercado de trabalho. Revista Holos, 5(2), 333-343, 2014.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?e815e2. Acesso em 20 de janeiro de 2022.

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LOURENÇO, L.S.M.; COSTA, M.F.A.A. Psicologia e Empreendedorismo Social: um
caminho possível? Anais do Simpósio Nacional de Empreendedorismo Social, Enactus,
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2, 2017.

MELLO, F.; FROES, C. Empreendedorismo Social: a transição para a sociedade


sustentável. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

OLIVEIRA, E. M. Empreendedorismo social: da teoria à prática, do sonho à


realidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2008.

OLIVEIRA, H.S.G. Significados de Protagonismo Juvenil segundo jovens da


Universidade Federal do Amazonas. (Dissertação Mestrado), Universidade Federal do
Amazonas, Manaus/AM, 2013. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?56e24a. Acesso em
20 de janeiro de 2022.

SEMICHECHE, A.; HIGA, K.M.; CABREIRA, L. Protagonismo Juvenil: participação dos


jovens para a transformação social. Revista Akrópolis, 20(1), 21-38, 2012. Disponível
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SILVIA, F.A.G. Empreendedorismo Social e Protagonismo Juvenil: a estratégia


socioeducativa do Projeto Oasis de intervivência universitária. (Dissertação
Mestrado), Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/RN, 2011. Disponível
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SOUZA, R.M. O discurso do protagonismo juvenil. São Paulo: Paulus, 2008.

___________, Protagonismo Juvenil: o discurso da juventude sem voz. Revista


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Tecnologia Social para a Juventude

Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?0896cd. Acesso em 20 de janeiro de 2022.

Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?93a5e0. Acesso em 20 de janeiro de 2022.

34 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
AS AULAS NO 3º ANO

Após as experiências e conhecimentos acumulados no 2º ano, é mantida a mesma lógica


para IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA – ANÁLISE – PROPOSIÇÃO DE SOLUÇÃO,
porém já com o foco muito mais claro e com mais assertividade no desenvolvimento
do projeto, afunilando para condições mais específicas e peculiares. Isso significa que
no 3º ano, os estudantes aprendem a relacionar e aplicar os aprendizados advindos
do aprofundamento nos Itinerários Formativos, bem como também são trabalhadas
a integração e as possibilidades de sinergia com a aplicação cooperativa dos vários e
distintos conhecimentos dos Itinerários Formativos.

Para isso, são oferecidas aulas para que os estudantes desenvolvam um projeto de
intervenção social no âmbito da sua comunidade ou da sociedade em geral, fazendo
uso dos conhecimentos relacionados aos componentes curriculares da BNCC, incluindo,
se for o caso, aqueles que não são inerentes ao Itinerário Formativo em curso.

Os estudantes do 3º ano também apresentam ao final do ano letivo um relatório no qual


sintetizam as formas utilizadas para estender a aplicação dos seus conhecimentos ao
plano prático do projeto desenvolvido.

IDEIAS PARA INSPIRAR O SEU PLANEJAMENTO - 3º ANO

A seguir, apresentamos o segundo bloco de categorias que focam no aspecto prático do


Projeto de Corresponsabilidade Social, ou seja, a aplicação do método científico para a
concepção e execução dos projetos, e a sua relação com os Itinerários Formativos, pelos
estudantes do 3º ano.

• PROTAGONISTAS PESQUISADORES

• PROJETOS E OS ITINERÁRIOS FORMATIVOS

Dica: Professor, aqui não são sugeridas atividades. No entanto,


recomendamos que, ao planejá-las, considere a importância de manter pleno
alinhamento entre os temas propostos e os campos de interesse dos
estudantes, manifestados pelas suas opções quanto aos Itinerários
Formativos que já se encontram em curso.

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 35
PROTAGONISTAS PESQUISADORES

Para o planejamento e desenvolvimento das aulas do 3º ano, recomendamos que sejam


retomadas as orientações apresentadas no Caderno Pensamento Científico para Jovens
Protagonistas Pesquisadores, trabalhado com os estudantes do 1º ano e que fora utilizado
para estimular a sua curiosidade e fazer florescer o jovem pesquisador.

No 1º ano foram despertados o espírito e a competência investigativa articulada às


características do Jovem Protagonista por meio de temas como O que é pesquisa;
Como buscar explicações; Como entender os fenômenos naturais e sociais; Como
elaborar situações-problema, analisar e interpretar dados e situações, entre outros. Esse
mecanismo serviu para estimular a atitude e posturas investigativas no desenvolvimento
das Eletivas, tendo em vista a natural vocação dessa Metodologia de Êxito.

Ao recomendarmos a retomada dos conteúdos presentes no Caderno Pensamento


Científico para Jovens Protagonistas Pesquisadores, mesmo a título de revisão, é importante
destacar a necessidade de os estudantes do 3º ano terem desenvolvido e dominado
determinadas competências e habilidades relativas ao método científico. A retomada
dos conteúdos do referido Caderno servirá para assegurar que os estudantes tenham
domínio do que foi trabalhado no 1º ano.

O Projeto de Corresponsabilidade Social prima pelo protagonismo na aplicação daquilo


que foi aprendido e pela ciência. Sendo os principais objetivos da ciência analisar,
explicar, prever e agir sobre a realidade, esses objetivos só podem ser realizados por meio
da aplicação do método científico.

Nesse sentido, os estudantes devem saber como formular questões sobre a realidade
baseando-se nas suas observações (e em teorias já existentes) e propor soluções para
os problemas identificados, tendo como fundamento os conhecimentos adquiridos e
aprofundados nos seus respectivos Itinerários Formativos.

Referências que podem contribuir para os seus estudos e planejamento das aulas do 3º ano

THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez & Autores Associados,


1988.

___. Pesquisa-Ação nas Organizações. São Paulo: Atlas, 1997.

TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa,


São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. (4a ed.), São Paulo: Atlas, 2008.

36 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
E para concluir...

No Novo Ensino Médio, a Base Nacional Comum Curricular enfatiza os jovens e o


seu protagonismo diante de um mundo que vive em acelerado e intenso processo de
transformações.

Vemos, também, as escolas consideradas como campo aberto para a investigação e


intervenção, convocando os jovens a atuarem de maneira corresponsável, valorizando o
passado e dispostos a abrirem-se para construir algo novo.

O Projeto de Corresponsabilidade Social sintetiza conceitos e princípios muito caros


a essa convocação e oportuniza a estudantes e professores exercitarem uma das mais
importantes habilidades deste século, qual seja aplicar aquilo que se aprende no contexto
da vida real e prática.

Posicionar os estudantes e professores diante desse exercício é fundamental na Escola da


Escolha como parte do cumprimento de sua missão na formação de jovens cada vez mais
atuantes diante dos desafios, problemáticas e oportunidades da vida contemporânea e dos
seus Projetos de Vida.

Desejamos que você realize um excelente trabalho!

Equipe do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 37
Referências bibliográficas19

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. 4. ed. São Paulo: Mestre Jou, 2000.

COSTA, Sérgio Francisco. Método científico: os caminhos da investigação. São Paulo:


Harbra, 2001.

ICE - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. Cadernos de Formação Concepção


do Modelo Pedagógico. 5 ª Ed. Vol. 4. Recife, 2021.

ICE - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. Cadernos de Formação Inovações


em Conteúdo, Método e Gestão do Ensino e da Aprendizagem. 5ª Ed. Vol. 10. Recife, 2021.

JAPIASSU, Hilton Ferreira. Introdução ao pensamento Epistemológico. Rio de Janeiro:


Livraria Francisco Alves Editora, 1992.

RUSSELL, B. Os Problemas da Filosofia. Tradução: Jaimir Conte. Florianópolis: UFSC,


2005.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Introdução a uma Ciência Pós-Moderna. Rio de Janeiro:


Graal, 1989.

19 Além daquelas já citadas.

38 Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio
Anotações:

Projeto de Corresponsabilidade Social • O conhecimento a serviço de um mundo melhor • Novo Ensino Médio 39
Anotações:

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