Você está na página 1de 38

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

unesp CÂMPUS DE JABOTICABAL


FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
DEPARTAMENTO DE FITOSSANIDADE

LABORATÓRIO DE ECOTOXICOLOGIA DOS AGROTÓXICOS E SAÚDE OCUPACIONAL


Ecotoxicologia dos Agrotóxicos e Saúde Ocupacional
1a. Aula - Conceitos de ecotoxicologia e de agrotóxicos
Dr. Joaquim Gonçalves Machado Neto
Prof. Titular – Responsável pela Disciplina – Ago/2013
1a. Aula - Conceitos de ecotoxicologia
e de agrotóxicos
TEÓRICA
1 - Introdução
2 - Conceitos em ecotoxicologia.
3 - Agrotóxicos: conceitos, nomenclatura, classes de uso,
consumo mundial e no Brasil.
4 - Legislação atual sobre agrotóxicos: rótulos e bulas,
transporte e armazenamento.

PRÁTICA
- Reconhecimento de nomes e classes de uso de
agrotóxicos, leitura de rótulos e bulas
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
unesp CÂMPUS DE JABOTICABAL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

DEPARTAMENTO DE FITOSSANIDADE
A
ÁREAS DE: G
R -Tecnologia de Aplicação
- Entomologia Agrícola O dos Agrotóxicos
- Nematologia Agrícola T
Ó
- Acarologia Agrícola
X -Ecotoxicologia dos Agrotóxicos
- Fitopatologia I e Saúde Ocupacional
- Matologia C
O - Disciplina Obrigatória
S
- Curso de Graduação em Agronomia
- 6o. Período – 3 h / semana (45 h/semestre)
Prof. Resp. Dr. Joaquim G. Machado Neto
Conteúdo: Três Blocos:
- Conhecendo os Agrotóxicos
- Segurança Ocupacional
- Segurança Ambiental
ECOTOXICOLOGIA (René Trufaut,

1975)

“Ramo da toxicologia que estuda os

efeitos tóxicos dos poluentes

naturais e sintéticos sobre os cons-

tituintes dos ecossistemas animais,

vegetais ou microbiano”.
A ecotoxicologia estuda:

a) Emissão e ingresso dos poluentes no

ambiente, sua distribuição e contaminação

das cadeias biológicas;

b) Efeitos quali-quantitativos dos poluentes

químicos nos diferentes ecossistemas e,

principalmente, no homem.
NOMENCLATURA DOS AGROTÓXICOS

1.NOME QUÍMICO:
É a expressão da fórmula estrutural.
É dado de acordo com as regras do Código
Internacional de Nomenclatura Química.

Ácído 2,4-diclorofenoxiacético.

Cl - - 0-CH2-C00H

Cl
NOMENCLATURA DOS AGROTÓXICOS

2. NOME COMUM: É de uso internacional, são neologismos


formados artificialmente, válidos quando aprovados por entidades
oficialmente credenciadas.
USA – WSSA – Weed Science Society of Am.
– ANSI – America National Standards Inst.
INGLATERRA – BSI – British Standards Institut.
SUIÇA - ISO – International Standards Organization
JAPÃO: JMAF – Japanese Ministry of Agriculture and
Forestry.
NOMENCLATURA DOS AGROTÓXICOS
2. NOME COMUM:

Cl - - 0-CH2-C00H

Cl

CRITÉRIOS PARA CRIAÇÃO DO NOME COMUM:

1. Fácil pronuncia em qualquer língua

2. Não se assemelhar a palavras em qualquer língua

3. Não conflitar com marcas em qualquer país

Desejável alguma relação com o nome químico


NOMENCLATURA DOS AGROTÓXICOS
2. NOME COMUM: É de uso internacional, são

neologismos formados artificialmente, válidos quando

aprovados por entidades oficialmente credenciadas.

Ácído 2,4-diclorofenoxiacético.

Cl - - 0-CH2-C00H
2,4-D
Cl
NOMENCLATURA DOS AGROTÓXICOS

3. NOME COMERCIAL OU DE FANTASIA:

É um nome dado pelo fabricante e tem grafia própria e é

propriedade particular do registrante.

O nome comercial é registrado no Ministério da Agricultura,

para comercialização no país.

Normalmente é identificado pelo símbolo à direita e acima do

nome (Roundup ).
HISTÓRICO...

Lei 7.802 de 11/07/1989 / Dec. Lei 98.816 de 11/01/90

Lei 9.974 de 06/06/00

Dec. 3.550 de 27/07/00 / Dec. 3.694 de 21/12/00

Dec. 3.828 de 31/05/01 (prazo de 1 ano para


distribuidores atenderem requisitos da Lei 9.974)

Decreto Lei 4.074 de 04/01/02


11
título: Decreto nº 4.074, de 04 de janeiro de 2002

ementa: Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989,

que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a

embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a

comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a

exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a

classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus

componentes e afins, e dá outras providências. publicação: D.O.U. - Diário

Oficial da União; Poder Executivo, de 08 de janeiro de 2002

órgão emissor: Presidência da República 12


título: Decreto nº 4074, de 04 de janeiro de 2002
alcance do ato: federal - Brasil
área de atuação: Tecnologia de Serviços de Saúde, Toxicologia
relacionamento(s):
atos relacionados:
• Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996
• Decreto nº 2.018, de 01 de outubro de 1996

regulamenta:
• Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989
revoga:
• Decreto nº 98.816, de 11 de janeiro de 1990
• Decreto nº 99.657, de 26 de outubro de 1990
• Decreto nº 991, de 24 de novembro de 1993
• Decreto nº 3.550, de 27 de julho de 2000
• Decreto nº 3.694, de 21 de dezembro de 2000
13
• Decreto nº 3.828, de 31 de maio de 2001
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe

confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o

disposto na Lei n. 7.802, de 11 de julho de 1989,

DECRETA:

Capítulo I

Das Disposições Preliminares

Art. 1. Para os efeitos deste Decreto, entende-se por:

............
14
AGROTÓXICOS
LEI 7.802 , DE 11/07/89 (Lei dos agrot.) - Art. 2.1. Agrotóxicos e afins:

a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológi-cos, destinados ao

uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas,

nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros

ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja

alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-la da ação danosa de seres

vivos considerados nocivos,

b) substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimulantes e

inibidores de crescimento.
SINONÍMIA DOS AGROTÓXICOS
- Agrotóxico
- Defensivo Agrícola
- Produto Fitossanitário
- Pesticida
- Agroquímico
- Fitofármaco
- Fitoterápico
- Agrofármaco
CLASSES DE USO DOS AGROTÓXICOS
1. Herbicidas* 10. Fumigantes
2. Inseticidas* 11. Inset. biológicos
3. Fungicidas* 12. Moluscicidas
4. Acaricidas* 13. Espalhante ades.
5. Nematicidas* 14. Antibrotantes
6. Regulad. de cresc. 15. Antievaporantes
7. Formicidas 16. Dessecantes
8. Bactericidas* 17. Estim. horm. veg.
9. Feromônios 18. Rodenticidas
CONSUMO MUNDIAL DE AGROTÓXICOS
País Taxa %/ País Taxa anual %/
anual mundo (85 – 90) mundo
(85 – 90)
EUA 1,0 29,8 Alemanha 1,0 3,1
Japão 3,0 13,0 ÍNDIA 7,0 2,7
França 2,5 8,5 China 5,0 2,6
URSS 4,5 5,5 Espanha 5,5 1,9
BRASIL 6,5 5,3 Austrália 4,5 1,8
Reino Unido 2,0 3,7 Hungria 4,0 1,6
Canadá 2,5 3,4 Coréia 3,5 1,4
Itália 3,5 3,2 México 2,0 1,2

FONTE: MYAMOTO, 1990


CONSUMO MUNDIAL DE AGROTÓXICOS
País Consumo (kg/ha)

Japão 10,00
Itália 5,92
EUA 5,50
Reino Unido 4,65
Alemanha 4,24
Dinamarca 2,87
BRASIL 1,27
Fonte: World Agrochem. Market, (1990)
CONSUMO DE AGROTÓXICOS (kg/ha) em
2003 (SINDAG, 2004).
VENDAS ANUAIS DE AGROTÓXICOS NO BRASIL (x1000 US$) (SINDAG, 2007).
VENDAS ANUAIS DE AGROTÓXICOS NO BRASIL (x1000 US$) (SINDAG, 2007).
Decreto nº 4.074, de 4 / 01 / 2002, regulamenta a Lei 7.802
ATIVIDADES UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS
1. Registro X
LEGISLAÇÃO SOBRE

2. Fiscalização X
3. Classificação X
AGROTÓXICOS

4. Controle X
5. Inspeção X
6. Pesquisa X
7. Experimentação X
8. Rotulagem X
9. Embalagem X
10. Propaganda Comercial X
11. Importação X
12. Exportação X
13. Produção X X
14. Transporte X X
15. Armazenamento X X
16. Comercialização X X
17. Utilização X X
18. Destino Final de
X X X
Resíduos e Embalagens
RECEITUÁRIO AGRONÔMICO
Lei 7.802, de 11/07/89 (Lei dos Agrotóxicos).

Lei 5.194 de 24/12/66 – Regulamenta o Exercício Profissional de


Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos.

Resolução CONFEA 344 de 27/07/90 - Competência dos Engenheiros

Agrônomos e Engenheiros Florestais para PRESCREVER RECEITAS e

assumir responsabilidades técnicas sobre: Pesquisa, Experimentação, Classifi-

cação, Produção, Embalagem, Transporte, Armazenamento, Comercialização,

Inspeção, Fiscalização e Aplicação de agrotóxicos e afins.


Lei 7.802 Art. 7º - para serem vendidos ou expostos à venda em todo
território nacional, os agrotóxicos e afins ficam obrigados a exibir
rótulos próprios, redigidos em português, que contenham, ...

Decreto nº 4.074, 04-01-2002 Rotulagem – o ato de identificação


impresso ou litografado, bem como dizeres ou figuras pintadas ou
gravadas a fogo, por pressão ou decalque, aplicados sobre quaisquer
tipos de embalagens unitária de agrotóxico ou afins, ou sobre qualquer
outro tipo de proteção de embalagem incluída a complementação sob
forma de etiqueta, carimbo indelével, bula ou folheto.
Decreto nº 4.074, 04-01-2002– Cap II –Das competências, Art. 5º

Responsabilidades para estabelecer os parâmetros da rotulagem


de agrotóxicos e afins.

• quanto às informações técnico-agronômicas M. A.

• quanto às precauções de uso e cuidados com a saúde humana


Ministério da Saúde.

• quanto às precauções de uso e proteção da qualidade


ambiental; M. Interior - M. Meio Ambiente (IBAMA).
Decreto nº 4.074, 04-01-2002. Cap III - DOS REGISTROS – SEÇÃO I

I – Requerimento em 4 vias, solicitando o registro...

II – Relatório técnico I – M. A. ... modelo de rótulo e bula

III – Relatório técnico II – Ministério da Saúde

IV – Relatório técnico III - IBAMA

Deverão constar obrigatoriamente do rótulo de


agrotóxicos e afins, conforme modelo do anexo IV .
Nos rótulos deverão ser observados:

I. data de fabricação e vencimento (mês e ano),

II. confeccionado em fundo branco e dizeres em letras pretas,

III. conste pictogramas internacionalmente aceitos, dispostos ao longo


da faixa de classificação toxicológica, em preto com o fundo
branco.
IV. confeccionados com materiais cuja qualidade
assegure a devida resistência à ação dos agentes atmosféricos e
manipulações.
B

E C D
A

FAIXA COLORIDA (B)


B=A/5 Colorido
- Vermelho - classe I - Azul - classe III
- Amarelo - classe II - Verde - classe IV
Caveira – “Cuidado Veneno”
Pictogramas – uso de EPIs e procedimentos
B

E C D
A

FAIXA COLORIDA (B)


B=A/5 Colorido
- Vermelho - classe I - Azul - classe III
- Amarelo - classe II - Verde - classe IV
Caveira – “Cuidado Veneno”
Pictogramas – uso de EPIs e procedimentos
Na coluna central (C)
a) marca comercial,
b) composição quali-quantitativa das formulações (nomes químico,
comum, em português, ou científico - biológico, internacionalmente
aceitos),
c) % total dos ingredientes inértes,
d) quantidade total do conteúdo (unidade de medida),
e) classe e tipo de formulação,
f) nome e endereço do registrante, fabricante, formulador ou importador,
Na coluna central (C)
a) número de registro e sigla do órgão registrante,
d) número do lote ou da partida,
e) recomendação em destaque para que o usuário leia o rótulo e a bula antes de utilizar
o produto e que a conserve em seu poder,
f) data de fabricação e de vencimento,
g) indicações se a formulação é explosiva, inflamável, comburente, corrosiva ou
irritante,
h) os dizeres: “É OBRIGATÓRIO O USO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA,
PROTEJA-SE”
i) classificação toxicológica.
Na coluna da esquerda (E)

a) precauções de uso e advertências quanto aos cuidados de proteção ao


meio ambiente; e

b) instruções de armazenamento do produto, visando sua conservação e


prevenção contra acidentes.

Na coluna da direita (D)

a) precauções de uso e recomendações gerais, quanto a primeiros


socorros, antídotos e tratamentos, no que diz respeito à saúde
humana, e

b) telefone de três dígitos dos centros de informações toxicológicas


CONTER TODOS OS DADOS DO RÓTULO

I – INSTRUÇÕES DE USO:
+
a) culturas;
b) pragas, doenças, plantas daninhas, etc (nome comum e científico);
c) dosagens do i.a./ha ou %;
d) modo de aplicação;
e) intervalo de segurança, dias entre o uso e a colheita, consumo, próxima semeadura;
f) intervalo de reentrada;
g) limitação de uso;
h) equipamento de aplicação;
i) EPIs – Equipamentos de Proteção Individual;
j) destino final de embalagens e sobras.
CONTER TODOS OS DADOS DO RÓTULO

+
II – PROTEÇÃO DA SAÚDE HUMANA:
a) mecanismo de ação, absorção e excreção;
b) efeitos agudos e crônicos;
c) efeitos colaterais

III – PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE

IV – OUTRAS INFORMAÇÕES
PRÁTICA - Reconhecimento de nomes e classes de uso de agrotóxicos,
1 - Nome do fabricante leitura de rótulos e bulas
2 - Nome Comercial
3 - Sigla do órgão registrante e número do registro.
4 - Nome químico o ingrediente, nome comum e concentração (% ou g/L ou Kg)
5 – Concentração dos ingredientes inértes (% ou g/L ou Kg)
6 - Tipo de formulação
7 - Número do lote ou da partida
8 - Recomendação em destaque para que o usuário leia o rótulo e a bula
aantes de utilizar o produto e que a conserve em seu poder
9 - Data de fabricação e de vencimento
10 - Indicações se a formulação é explosiva, inflamável, comburente,
corrosiva ou irritante
11 - Classificação toxicológica
12 - Precauções de uso e advertências quanto aos cuidados de proteção ao
meio ambiente
13 - Instruções do transporte do produto.
14 - Instruções de armazenamento do produto, visando sua conservação e
prevenção contra acidentes
15 - Telefones de contato

Você também pode gostar