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MANUAL DE

SUPORTE BÁSICO DE VIDA


PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Academia CUF. Formação, Educação e Investigação em saúde
3ª EDIÇÃO | SETEMBRO 2017

MANUAL DE
SUPORTE BÁSICO
DE VIDA PARA
PROFISSIONAIS
DE SAÚDE
Autor: Célia Batista Aires - Academia CUF
Revisores: Ana Correia | Nuno Nunes
Edição: João Cruz
Fotógrafo: Helder Amorim
Figurantes: Filipa Francisco | Francisco Silva | Ivo Fernandes | Joana Ferreira | Miguel Aires | Raquel Félix | Sofia Aires

Este manual foi realizado segundo as Guidelines da American Heart Association (AHA) 2015

2 | MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE


ÍNDICE

01. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
02. Segurança e prevenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
03. Abordagem do doente e o alerta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
04. Conceitos gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
05. Suporte básico de vida - Adulto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Sequência de SBV para adultos com um profissional de saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Métodos de permeabilização da via aérea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Dispositivos barreira e de ventilação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Sequência de SBV para adultos com dois profissionais de saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Desfibrilhação Automática Externa (DAE) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Dinâmica de equipa - Equipas de alto rendimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
06. Suporte básico de vida - Pediátrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Sequência de sbv para lactentes e crianças com um profissional de saúde . . . . . . 21
Sequência de sbv para lactentes e crianças com dois profissionais de saúde . . . . . . . 25
07. Obstrução da via aérea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Adulto ou criança consciente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Adulto ou criança inconsciente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Lactente consciente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Lactente inconsciente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
08. Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

ABREVIATURAS

AHA American Heart Association | CAB Circulação, via aérea e ventilação | DAE Desfibrilhador Automático Externo
EEM Equipa de Emergência Médica | FV Fibrilhação Ventricular | INEM Instituto Nacional de Emergência Médica
PCR Paragem Cardio-Respiratória | PLS Posição Lateral de Segurança | RCE Recuperação da Circulação Espontânea
SAV Suporte Avançado de Vida | SBV Suporte Básico de Vida | OVA Obstrução da Via Aérea

MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS


MANUAL DE SAÚDE | 3
DE PRIMEIROS SOCORROS
01.
INTRODUÇÃO
A vida, esse bem supremo que todos os seres humanos procuram preservar e dignificar, sofre, por
vezes, revezes que, inclusivamente, a fazem perigar. A Paragem Cardio-Respiratória (PCR) é, de todos,
o evento mais grave que, se não for oportuna e adequadamente revertido, conduz inevitavelmente à
morte. Embora os episódios de PCR ocorram, na grande maioria dos casos, fora de qualquer unidade
de saúde, não são raras as vezes em que ela sobrevém no hospital. O conhecimento científico atual,
dispõe de recursos que permitem recuperar, para a vida ativa, algumas das vítimas de PCR, desde que
sejam assegurados os procedimentos adequados, em tempo útil. A probabilidade de sobrevivência
e recuperação da PCR, depende da capacidade de quem presencia o acontecimento, saber iniciar, de
imediato, as manobras de Suporte Básico de Vida (SBV).
Com base nestes pressupostos e cientes das responsabilidades profissionais e de cidadania a que todos
estamos obrigados, surge o presente Manual que, de forma clara e sucinta, pretende, acima de tudo,
constituir um documento de apoio à formação em SBV.
O SBV para profissionais de saúde, consiste em procedimentos e técnicas que requerem um mínimo de
equipamento e que podem ser ensinados e praticados, com o objetivo de prestar uma primeira ajuda a
quem tenha sofrido um episódio de PCR.

MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE | 3


02.
SEGURANÇA
E PREVENÇÃO
Faça sempre da sua segurança uma prioridade. Verifique o local
à sua volta e identifique potenciais perigos. Apenas se aproxime
do local se for seguro fazê-lo. Se possível, tente garantir
condições de segurança para o doente e para as pessoas que se
encontram no local.

02.1
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Deve proteger-se de perigos, como as infeções cruzadas,
sempre que possível deve lavar as mãos antes e depois de
prestar ajuda/cuidados, usando água e sabão ou uma solução
alcoólica. A utilização de luvas é o ideal, quando há necessidade
de tocar em fluidos como o sangue e secreções.
A utilização de uma máscara de ventilação com válvula
unidirecional, promove uma barreira eficaz contra o contacto
com secreções, vómito ou sangue. Não há registo de transmissão
de doenças como o VIH ou hepatite, durante a ventilação
boca-a-boca, mas este método não é recomendado para os
profissionais de saúde enquanto no seu local de trabalho.

Pocket mask

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03.
ABORDAGEM DO
DOENTE E O ALERTA
Apresente-se ao doente, sem expressar juízo de valores, e
diga-lhe o que vai fazer. Avalie a situação em que se encontra
e peça ajuda, se necessário. Em muitas das Unidades de Saúde
existem Equipas de Emergência Médica (EEM), que podem ser
ativadas em situações críticas. Siga as regras de ativação da
EEM na sua Unidade e conheça o número de contacto em vigor.
No meio pré-hospitalar utilize o número europeu de socorro 112.
Mantenha-se junto da vítima, escutando-a e oferecendo a ajuda
necessária.
Quando, no meio extra-hospitalar, você poderá ter que fazer o
alerta. Um alerta bem executado é importante para o sucesso do
socorro, na medida em que facilita a rápida e adequada chegada
dos meios de socorro junto da vítima.
Ao ligar para o 112, esteja preparado para responder, de
imediato, às seguintes questões:
O Quê?
Qual o tipo de situação, que necessita de socorro (acidente,
doença, etc)
Onde?
Localidade onde ocorreu a situação de emergência
Quem?
Qual o número de vítimas
Quando estiver em contacto com o profissional da central
de emergência do INEM, deverá estar preparado para
responder a:
n A localização correta (local, rua, etc.) e, sempre que possível,

indicar pontos de referência, que ajudem a melhor identificar o


local;
n O tipo de situação (falta de ar, queda, inconsciência, PCR, etc.);

n Se tiver acesso a um DAE, deve informar o 112;

n O número de vítimas, o sexo e a idade aparente das pessoas a

necessitar de socorro;
n As queixas principais e as alterações que observa;

n Um número de telefone para contacto pelo INEM;

MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE | 5


n 
Qualquer outra situação que necessite de outros meios
(incêndio, encarceramento, etc.).
Apenas desligue o telefone quando o profissional do INEM der
indicação para o fazer.
É sabido que uma vítima não deve ser movimentada,
principalmente quando se suspeita de lesão da coluna, devido
ao tipo de acidente ou às lesões que apresenta.
Mas, por vezes, torna-se necessário movimentar a vítima, por
a sua localização ou posição se tornar um maior risco para a sua
vida. As situações em que se pode movimentar a vítima são:
n Se o local não é seguro para a vítima, mova a vítima para um

outro local, se for seguro fazê-lo (ex: gás, fogo, etc.);


n Se a vítima está de barriga para baixo e não responder, vire

a vítima para cima. Durante a movimentação, tente manter


o corpo alinhado, sem causar torções ao nível do pescoço e
costas;
n Se a vítima tem dificuldade em respirar devido à presença

abundante de secreções ou vómito, ou se você está sozinho


e tem que deixar uma vítima inconsciente, para ir pedir ajuda,
coloque a vítima em Posição Lateral de Segurança (PLS).

Posição Lateral de Segurança – PLS

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04.
CONCEITOS GERAIS
A PCR é uma das principais causas de morte no mundo. Só nos
EUA, ocorrem cerca de 360.000 PCRs extra-hospitalares por
ano. A rápida ação pode salvar vidas.
RCP de Alta Qualidade
n Inicie compressões em 10 segundos após reconhecer a PCR.
n Comprima com força e, rapidamente, a uma velocidade de 100

a 120/minuto e a uma profundidade de:


-A dultos - No mínimo 5 cm e não exceder os 6 cm
-C rianças - Aproximadamente 5 cm
-L actentes - Aproximadamente 4 cm
n Permita o retorno total do tórax após cada compressão.

n Minimize as interrupções nas compressões (Menos de 10 seg.).

n Administre ventilações eficazes, que façam elevar o tórax.

n Evite ventilação excessiva.

Algumas pesquisas indicam que a profundidade da compressão


superior a 6 cm, em adultos, pode provocar lesões. O ideal é
obter uma compressão entre 5 a 6 cm.
Estudos demostram que, a RCP de elevada qualidade, melhora a
probabilidade de sobrevivência das vítimas de PCR.

Cadeia de Sobrevivência – Intra-Hospitalar (PCRIH)

Vigilância, prevenção e RECONHECIMENTO RCP precoce – Enfase


tratamento de QUADROS imediato da PCR e nas compressões Rápida CUIDADOS
PRÉ-PCR ACIONAMENTO da DESFIBRILHAÇÃO PÓS-PCR
EEM

Equipa de Lab. de
Profissionais de saúde básica UTI
ressuscitação hemod.

in: Suporte Básico de Vida - Manual do Profissional, AHA 2016


Socorristas leigos Dep. de Lab. de
SME UTI
Emergência hemod.
MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE | 7
A PCR pode ocorrer no ambiente intra-hospitalar, na sequência
de quadros respiratórios ou circulatórios que se agravam.
Neste ambiente, muitas PCR devem ser previstas e evitadas
por meio do estabelecimento de escalas de alerta precoce,
com consequente observação, prevenção e tratamento de
quadros clínicos pré-PCR.
Logo que o profissional de saúde reconheça a PCR, deve acionar,
de imediato, a Equipa de Emergência Médica (EEM), seguido de
uma RCP precoce de alta qualidade e uma rápida desfibrilhação.
Após o RCE, a vítima deve receber cuidados pós-PCR.

Cadeia de Sobrevivência – Extra-Hospitalar (PCREH)

RECONHECIMENTO RCP precoce – Enfase Rápida SUPORTE CUIDADOS


imediato da PCR e nas compressões DESFIBRILHAÇÃO AVANÇADO PÓS-PCR
ACIONAMENTO do 112 torácicas com DAE DE VIDA eficaz
Equipa de Lab. de
Profissionais de saúde básica UTI
ressuscitação hemod.

Socorristas leigos Dep. de Lab. de


SME UTI
Emergência hemod.

in: Suporte Básico de Vida - Manual do Profissional, AHA 2016

No ambiente extra-hospitalar, a PCR do adulto ocorre de forma


inesperada e subjacente a problemas cardíacos. O sucesso
da RCP depende da capacidade do profissional reconhecer
a PCR, do início precoce da RCP e da rápida desfibrilhação.
O suporte avançado de vida virá oferecer a monitorização
eletrocardiográfica, administração de fármacos e uma via aérea
avançada. Pretende-se, com os cuidados pós-PCR, evitar o
retorno da mesma, bem como melhorar a sobrevivência a
longo prazo.

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Frequentemente, nas crianças, a PCR é secundária à falência
respiratória e ao choque, pelo que é importante identificar
precocemente esses problemas, de forma a diminuir a
probabilidade de ocorrência da PCR e, assim, melhorar a
sobrevivência e possibilidade de recuperação.

Cadeia de Sobrevivência – Pediátrica

PREVENÇÃO RCP precoce RÁPIDO SUPORTE Cuidados


da PCR – PESSOAS ACIONAMENTO AVANÇADO INTEGRADOS
PRESENTES NO do 112 DE VIDA eficaz PÓS-PCR
LOCAL

in: Suporte Básico de Vida - Manual do Profissional, AHA 2016

Qualquer cadeia de sobrevivência tem, por objetivo, recuperar


vítimas de PCR. Neste sentido, cada elo representa um passo
na tentativa de ressuscitação. Assim, se um dos elos se partir,
a probabilidade de sucesso de RCP diminuí drasticamente,
uma vez que os elos são mutuamente dependentes.

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05.
SUPORTE BÁSICO
DE VIDA - ADULTO
O SBV constitui um conjunto de procedimentos que tem, como
objetivo, a manutenção das funções vitais até à chegada dos
meios diferenciados.
Para tal, é necessário que o profissional de saúde reconheça
a PCR e inicie, de imediato, RCP de elevada qualidade, com
ventilação eficaz, recorrendo a dispositivos barreira sempre que
possível.
Qualquer pessoa pode salvar uma vítima de PCR, no entanto, o
treino, a experiência, a proficiência, bem como a disponibilidade
de equipamentos, poderão determinar a abordagem à vítima:
RCP só com as mãos - Um profissional de saúde, enquanto
sozinho, pode fazer RCP, aplicando apenas as compressões até
à chegada de outros elementos.
RCP 30:2 – O profissional de saúde deve, sempre que possível,
executar uma RCP com compressões e ventilações, numa
relação de 30 compressões e 2 ventilações
Trabalho em equipa - Uma equipa pode administrar RCP de forma
coordenada, um profissional de saúde realiza compressões
torácicas, o segundo profissional de saúde faz ventilações com
um insuflador manual e um terceiro profissional de saúde utiliza
o desfibrilhador.
Uma equipa coordenada pode realizar várias ações em
simultâneo, aumentando a probabilidade de sucesso da RCP.

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Algoritmo de PCR em adultos para Profissionais de Saúde

Verifique a segurança do local.

Vítima não responde.


Grite por ajuda para alguém próximo
Acione o serviço médico de emergência Administre ventilações de
resgate: 1 respiração a cada
Obtenha um DEA e equipamentos de 5 a 6 segundos, ou cerca de
emergência (ou peça para alguém fazê-lo). 10 a 12 respirações/min.
• Ative o serviço médico
de emergência (caso ainda
Respiração Sem respiração não o tenha feito) após
Verifique se não há 2 minutos.
normal, normal,
Monitore até respiração ou se há • Continue as ventilações
com pulso com pulso
a chegada somente gasping e verifique
do serviço o pulso (simultaneamente).
de emergência. É possível sentir Na ausência de pulso,
definitivamente o pulso inicie a RCP (vá para
em 10 segundos? o quadro “RCP” ).
Sem respiração ou • Em caso de possível
apenas com gasping, overdose de opioides,
sem pulso administre naloxona,
se disponível, de acordo
com o protocolo.

A essa altura, em todos os cenários,


o serviço médico de emergência ou
o apoio já foram acionados, e o DEA
e os equipamentos de emergência já
foram buscados ou estão a caminho.
RCP
Inicie ciclos de 30 compressões
e 2 ventilações.
Use o DEA assim que ele estiver disponível.

O DEA chega.

Verifique o ritmo.
Ritmo chocável?
Sim, Não,
chocável não chocável

Aplique 1 choque. Reinicie a RCP Reinicie a RCP imediatamente por


imediatamente por cerca de cerca de 2 minutos (até avisado
2 minutos (até avisado pelo DEA pelo DEA para a verificação do
para a verificação do ritmo). ritmo). Continue até que o pessoal
Continue até que o pessoal de SAV de SAV assuma ou até que a vítima
assuma ou até que a vítima comece comece a se MOVIMENTAR.
a se MOVIMENTAR.

in: Suporte Básico de Vida - Manual do Profissional, AHA 2016

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05.1
SEQUÊNCIA DE SBV PARA ADULTOS
COM UM PROFISSIONAL DE SAÚDE
1. Assegure-se que as condições de segurança, para si, estão
mantidas. Caso não haja condições de segurança, tente fazer
algo para resolver a situação, se não estiver ao seu alcance,
não se aproxime do doente e procure ajuda.
2. Verifique se o doente responde, estimulando-o ao nível dos
ombros e tentando falar com ele.
2a. Se o doente reagir, deixe-o na posição em que está, faça
uma avaliação da situação e veja se é necessário pedir
ajuda.
3A. AMBIENTE PRÉ-HOSPITALAR: Se a vítima não responder,
avalie a respiração e o pulso em simultâneo num tempo
máximo de 10 segundos. Peça para alguém ligar 112 e
para que lhe tragam um DAE, se existir por perto. (Se se
encontrar sozinho, faça você o alerta e vá buscar o DAE, se
disponível).
3B. A
 MBIENTE HOSPITALAR: Se o doente não responder, grite
por ajuda, peça para acionar a equipa de emergência médica
e peça o carro de emergência com o DAE. (Se se encontrar
sozinho faça você o alerta e vá buscar o DAE).

Pedido de ajuda no ambiente hospitalar

Pedido de ajuda no ambiente extra-hospitalar

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4. Avalie se o doente respira normalmente e se tem pulso. Para
que a RCP seja iniciada o mais brevemente possível, deve
avaliar a respiração e o pulso em simultâneo, num tempo
máximo de 10 segundos.
4a. Para verificar a respiração, olhe para o tórax do doente e
avalie se existem movimentos.
O Gasping, ou respiração agónica, são um sinal de PCR.
Normalmente, este tipo de respiração é representada por
uma inspiração rápida, o doente pode abrir a boca e mexer
a mandíbula, tem intervalos prolongados entre cada ciclo
ventilatório, pode parecer um suspiro, um ronco ou gemido.
4b. P
 ara verificar o pulso, palpe o pulso carotídeo. Deslize
dois dedos até ao sulco entre a traqueia e os músculos
laterais do pescoço. Tente sentir o pulso no mínimo em 5
segundos e não mais de 10 segundos.

5. Se o doente respira normalmente e tem pulso, monitorize-o.


5a. Se o doente não respirar normalmente mas houver pulso,
faça 1 ventilação a cada 5 a 6 segundos o que representa Verificação simultânea de respiração e pulso

10 a 12 ventilações por minuto. Faça cada ventilação em 1


segundo, verifique a expansão torácica (evite ventilações
excessivas). Verifique o pulso a cada 2 minutos (cerca
de 20 a 24 ventilações), se ausente inicie compressões
torácicas.
 e o doente não respira e não tem pulso, ao final dos 10
5b. S
segundos inicie, de imediato, as compressões torácicas.

6A. Execução das compressões torácicas



n coloque o doente de barriga para cima sobre uma superfície
dura (chão) ou coloque um plano rígido debaixo do tronco
do doente. Uma superfície mole (colchão) não permite a
realização de compressões eficazes.
n Posicione-se ao lado do doente, ao nível do tórax.
n Coloque a base de uma mão sobre o centro do tórax, na
metade inferior do esterno e coloque a outra mão por cima
da primeira.
n Certifique-se que não está a fazer qualquer tipo de pressão
sobre as costelas ou na ponta inferior do esterno (apêndice
xifóide).
Coloque-se numa posição vertical (ombros ao nível do ponto
de compressão) com os braços esticados e faça pressão sobre
o esterno para que o tórax baixe pelo menos 5cm e não mais
que 6cm.
Colocação do plano rígido
n Faça as compressões a uma velocidade entre 100 a 120/minuto.

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n Após cada compressão, alivie por completo a pressão e
permita o retorno total do tórax.
n Minimize interrupções nas compressões torácicas a 10 segundos
n O tempo de compressão e descompressão torácicas devem
ser iguais.

6B. Após a execução de 30 compressões. Coloque a cabeça em


extensão e faça duas ventilações. A quantidade de ar deve
ser a estritamente necessária para fazer o tórax subir. Evite
ventilações excessivas.

Técnica alternativa para a Compressão Torácica:

n Se existir dificuldade em pressionar profundamente o tórax,


coloque uma das mãos sobre o esterno para comprimir e a
com a outra mão agarre o punho da primeira.

05.2
MÉTODOS DE PERMEABILIZAÇÃO
DA VIA AÉREA
1. Extensão da cabeça e elevação do maxilar inferior:
Uma mão é colocada sobre a testa e os dois dedos da outra mão
ao nível do maxilar inferior, sobre a parte óssea e nunca fazendo
pressão sobre os tecidos moles (pescoço). Faça um movimento Posicionamento correto do profissional
da cabeça para trás. Cuidado, não pressione os tecidos moles durante as compressões

porque pode obstruir a via aérea e não feche completamente a


boca.
2. Elevação da mandíbula:
Uma mão de cada lado da cabeça da vítima, com os cotovelos
apoiados na superfície em que está o doente. Colocar os
dedos sob os ângulos da mandíbula e elevá-la com as duas
mãos, deslocando a mandíbula para a frente. O método de
subluxação da mandíbula é utilizado para doentes com suspeita Manobra de inclinação da cabeça e elevação
de traumatismo craniano ou trauma cervical. do queixo

Manobra de subluxação da mandíbula

14 | MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE


05.3
DISPOSITIVOS BARREIRA
E DE VENTILAÇÃO
Máscara de bolso com válvula unidirecional
A ventilação através de uma máscara de ventilação artificial,
poderá ser um método escolhido no início da RCP, até à chegada do
insuflador. Este tipo de dispositivo evita o contacto direto e o risco de
infeções cruzadas. A sua fixação deve ser feita com ambas as mãos,
obtendo uma boa selagem, e mantendo a cabeça em extensão.
O ar que inalamos contém cerca de 21% de oxigénio e o ar
que exalamos terá cerca de 17% de oxigénio. Assim, o ar que o
profissional de saúde fornece ao doente tem a quantidade de
Máscara de bolso
oxigénio de que ela necessita.

Insuflador manual de balão


O insuflador manual de balão é um dispositivo bastante eficaz,
que permite fornecer ventilação com pressão positiva num
doente que não respira ou que não respira normalmente. Todos
os profissionais de saúde devem ter treino e ser proficientes na
técnica de ventilação com este dispositivo.
Durante uma RCP é recomendável a presença de dois profissionaIs
para uma ventilação mais eficaz. Um profissional abre a via aérea e
sela a máscara contra a face, enquanto o outro comprime o balão.
Durante a utilização do insuflador manual de balão, o profissional
deve estar posicionado atrás da cabeça do doente e fixar a
máscara com a técnica C-E (o polegar e o indicador formam um C
e os restantes dedos fazem um E).
Manter sempre a cabeça em extensão e fazer cada ventilação
durante 1 segundo.
Atenção - Ao interromper as compressões torácicas para
administrar duas ventilações, lembre-se:
n Cada ventilação deve ter a duração de 1 segundo;

n Deve permitir uma expansão torácica normal;

n Deve reiniciar as compressões em menos de 10 segundos.

Se a primeira ventilação não fizer o tórax subir, verifique se a


cabeça está na posição correta e se a máscara está bem adaptada
à face do doente. Não faça mais que duas tentativas de ventilação,
antes de retornar às compressões.
Após as 2 ventilações, que não devem interromper as compressões
por mais que 10 segundos, faça mais 30 compressões. O
profissional que está nas compressões deve ser substituído a Utilização do insuflador, com um ou dois
profissionais de saúde
cada 5 ciclos ou 2 minutos.

MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE | 15


No caso de não se poder fazer ventilação artificial, deve
manter as compressões torácicas, sem interrupção, a uma
frequência de 100-120/min e comprimir o tórax pelo menos
5cm. Uma boa perfusão cerebral é fundamental para o
sucesso da reanimação.
Se o doente estiver com uma via aérea avançada, as
compressões não são interrompidas para a execução das
ventilações. Faça uma ventilação a cada 6 segundos (10
ventilações por minuto), sem interrupção das compressões,
que se mantêm a uma frequência 100-120/min. Não
interromper as manobras de reanimação até:
n A chegada da EEM;


n O doente começar a respirar normalmente; Técnica C-E para segurar a máscara e elevar a
mandíbula
n Até à exaustão do profissional.

05.4
SEQUÊNCIA DE SBV PARA ADULTOS
COM DOIS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. O primeiro profissional de saúde a deparar-se com um
doente de PCR, deve distribuir tarefas à medida que outros
profissionais de saúde chegam. Na presença de mais
profissionais, mais tarefas poderão ser executadas em
simultâneo.
2. Assegure-se que as condições de segurança, para si e
para a equipa, estão mantidas. Caso não haja condições
de segurança, tente fazer algo para resolver a situação, se
não estiver ao seu alcance, não se aproxime do doente e
procure ajuda.

3. Verifique se o doente responde, estimulando-o ao nível


dos ombros e tentando falar com ele.

4. Se o doente não responder, o primeiro profissional


avalia a vítima, pede ao segundo para acionar a equipa de
emergência médica e trazer o carro de emergência com o
DAE.

5. Avalie se o doente respira normalmente e se tem pulso.


Para que a RCP seja iniciada o mais brevemente possível,
deve avaliar a respiração e o pulso em simultâneo num
tempo máximo de 10 segundos.
5a. Se o doente respira normalmente e tem pulso, monitorize-o.
Avaliação do estado de consciência

16 | MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE


O primeiro profissional avalia o doente e pede ajuda ao segundo profissional

5b. Se o doente não respirar normalmente mas houver


pulso, faça 1 ventilação a cada 5 a 6 segundos, o que
representa 10 a 12 ventilações por minuto. Faça cada
ventilação em 1 segundo, verifique a expansão torácica
(evite ventilações excessivas). Verifique o pulso a cada 2
minutos (cerca de 20 a 24 ventilações), se ausente inicie
compressões torácicas.
5c. Se o doente não respirar normalmente ou apresentar
apenas gasping e não tiver pulso:
nO  primeiro profissional de saúde deve levantar a roupa que
cobre o tórax do doente e iniciar RCP de elevada qualidade;
6. Quando o segundo profissional de saúde retornar, deve
posicionar o DAE junto do 1º profissional e substituí-lo
nas compressões, de seguida o primeiro profissional liga o
DAE e coloca as pás. Devem alternar a cada 2 minutos nas
compressões (enquanto o DAE analisa);
Após administração de choque ou no caso de não ser
recomendado, reinicie imediatamente RCP de elevada
qualidade. Mantenha RCP e siga as instruções do DAE até
que seja substituído pela equipa de SAV ou que a vítima
retome respiração normal.

05.5
DESFIBRILHAÇÃO AUTOMÁTICA
EXTERNA (DAE)
A utilização de um DAE pode ser feita, hoje em dia, por
qualquer pessoa, desde que tenha a formação adequada.
A disseminação dos DAE por lugares públicos, mostra só por
si, a importância da sua utilização precoce nas situações de Desfibrilhador manual com modo DAE

MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE | 17


PCR. Hoje, muitos hospitais têm monitores desfibrilhadores
com a função de DAE, o que permite a atuação precoce por
parte dos profissionais de saúde, antes da chegada do SAV.
O DAE é um dispositivo com a capacidade de identificar
um ritmo cardíaco anormal (fibrilhação ventricular), pode
fornecer um choque capaz de interromper o mesmo, o que
possibilita que o coração retome o seu ritmo cardíaco normal,
permitindo o restabelecimento da circulação sanguínea.
Os DAE existentes estão preparados para a utilização em vítimas
adultas e crianças de 1 ano até aos 8 anos de idade. No caso dos
bebés até 1 ano de idade, é preferível utilizar um desfibrilhador Desfibrilhador automático externo DAE e
manual porque permite administrar cargas de energia muito posição dos elétrodos
baixas. Nas crianças abaixo dos 8 anos, é recomendada a
utilização de um DAE com elétrodos pediátricos.
No entanto, usar pás para adulto ou carga de choque para
adulto é melhor do que não tentar a desfibrilhação num
lactente ou numa criança, caso não estejam disponíveis os
dispositivos recomendados para a criança abaixo de 8 anos
ou para o lactente.
O sucesso da desfibrilhação diminuí drasticamente com
o tempo, por isso, a desfibrilhação precoce é um fator
determinante para a sobrevivência.
Pesquisas demonstraram que a redução do tempo, entre a
última compressão e a administração do choque, aumenta a
probabilidade de RCE.

Kit de apoio à utilização do DAE


Os DAE fazem-se acompanhar de um pequeno kit de apoio,
habitualmente constituído por:
n Luvas

n Tesoura

n Máquina manual de barbear

n Compressas

n Máscara de bolso

n Toalhete de álcool Kit de apoio DAE

Utilização do DAE
1. Assim que o DAE chegue, coloque-o ao nível da cabeça do
doente e ligue-o de imediato. Siga as indicações emanadas
do DAE. Se estiverem dois profissionais no local, um
mantém as compressões, enquanto o outro começa por
colocar o DAE.

18 | MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE


2. Olhe para o tórax do doente e verifique se necessita realizar
alguma ação antes da aplicação dos elétrodos de desfibrilhação:
n N o tórax molhado, limpar com um pano ou compressa;

n No tórax com excesso de pelos, rapar com uma máquina manual

de barbear;
n R etirar adesivos medicamentosos (nitratos, fentanil);

n N a vítima com Pacemaker, coloque os elétrodos de

desfibrilhação 1cm afastado do Pacemaker.


3. Cole os elétrodos de desfibrilhação no tórax da vítima, de
acordo com as indicações verbais e/ou visuais. Um elétrodo
é colocado à esquerda, abaixo da axila (5 a 10 cm) e alinhado Colocação dos elétrodos de desfibrilhação no
tórax da vítima
com o mamilo. O outro elétrodo é colocado à direita abaixo
da clavícula e junto ao bordo direito do esterno. Conecte o
cabo dos elétrodos ao DAE se for o caso. Alguns cabos de
DAE já vêm conectados ao dispositivo.
4. Quando o DAE iniciar a análise, isole o doente e assegure-
se que ninguém está em contacto com o mesmo. O DAE
indicará se o choque é necessário.
4a. Se choque recomendado
Afaste-se do doente e assegure-se que ninguém está a
tocar no mesmo, em seguida pressione o botão de choque.
Após o choque, inicie de imediato SBV com 30 compressões
e 2 insuflações. Siga as indicações do DAE. Se choque recomendado
4b. Se choque não recomendado
Reinicie imediatamente SBV com 30 compressões e 2
insuflações até nova indicação do DAE para parar.
Após dois minutos o DAE fará nova análise e, nessa altura, os
dois profissionais devem trocar de posições entre si.
5. Se o doente apresentar sinais de vida, pare o SBV, confirme
que a vítima respira normalmente e, se inconsciente,
coloque em PLS. Mantenha os elétrodos de desfibrilhação
colados ao tórax do doente e não desligue o DAE.

Se choque não recomendado

05.6
DINÂMICA DE EQUIPA – EQUIPAS DE
ALTO RENDIMENTO
n Uma equipa de alto rendimento comunica continuamente.
Se o profissional de saúde conseguir contar as compressões
em voz alta, quem está na ventilação pode estar preparado
para administrar as ventilações minimizando o intervalo nas

MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE | 19


compressões. Além disso, ambos estarão alertas para o
momento da troca.
n Ao aplicar compressões torácicas, os profissionais de saúde

devem alternar a cada 5 ciclos, se não houver DAE ligado ao


doente ou, a cada momento de análise do DAE (2 minutos),
ou antes, se estiverem cansados. Para minimizar as
interrupções, devem trocar quando o DAE estiver a analisar
o ritmo. Essa troca deve levar menos de 5 segundos.
n Q uando chegam outros profissionais de saúde podem

ajudar na ventilação com insuflador manual, compressões,


DAE ou noutras funções.
Equipa de alto rendimento
n O s profissionais de saúde responsáveis pelas compressões

e ventilações devem fornecer feedback um ao outro acerca


da eficácia das compressões e da ventilação.

Equipa de alto rendimento composta por 6 Profissionais de Saúde

Funções do Triângulo Funções


de Ressuscitação de Liderança
AÉRI
Compressor IA A Líder da equipa
V

• Avalia o paciente
• Toda a equipa de
• Executa 5 ciclos de ressuscitação deve ter
ME TRI
compressões torácicas NO S
um líder definido
O

• Alterna o DEA/monitor/
TA
CR

• Atribui funções aos


/

desfibrilador a cada 5
ciclos ou 2 minutos (ou membros da equipa
antes disso, se houver A • Toma decisões
NO
R

sinais de fadiga) TADO de tratamento


DEA/Monitor/ • Oferece feedback para a
Desfibrilador RESS ONIT restante equipa conforme
MP A
/M O a necessidade
CO

• Busca e opera o DEA


DE

R/
R

/monitor/desfibrilador • Assume responsabilidade


• Alterna-se com a pessoa por funções não atribuídas
R
DE

que aplica as compressões SF


O

IB R D Administrar
a cada 5 ciclos ou 2 minutos IL H A medicações
(ou antes, se houver sinais
de fadiga), de preferência A cada 5 ciclos A cada 5 ciclos
na análise do ritmo ou 2 minutos, ou 2 minutos, • Uma função do profissional
alternado com alternado com de SAV
• Se houver um monitor,
coloque-o em uma posição • Administra medicamentos
em que possa ser visto pelo
líder do equipa (e a maioria Cronometrista/
do equipa) DER DA MI
NI STR
LÍ anotador
AD

A
R

Via aérea • Anota os horários das inter


venções e medicações
• Abre e mantém a via aérea ED (e avisa quando ocorrerão
S

E
M

EQ IC A Ç Õ
aberta UIP A os próximos)
• Administração ventilações • Anota a frequência e a
duração das interrupções
A equipa tem um código. das compressões
Nenhum membro deixa • Informa isso ao líder e à
o triângulo, a não ser para *Trata-se de uma sugestão de formação de equipa.
restante equipa
proteger a própria segurança. As funções podem ser adaptadas ao protocolo local.

in: Suporte Básico de Vida - Manual do Profissional, AHA 2016

20 | MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE


06.
SUPORTE BÁSICO
DE VIDA - PEDIÁTRICO
A criança e o lactente têm particularidades anatomo-fisiológicas,
pelo que se torna necessário adaptar os procedimentos de
SBV, uma vez que as suas estruturas são mais frágeis e mais
pequenas. As situações de PCR na criança e no bebé são devidas,
na maioria das situações, a uma causa respiratória.
No SBV Pediátrico, considera-se o lactente até um ano de idade
(excluindo os RN), sendo considerada criança, de um ano de
idade até à puberdade, ou seja, a presença de pelos no tórax ou
axilas, em meninos e o desenvolvimento dos seios, em meninas.
Como poderá verificar, a sequência de atuação é muito
semelhante ao que estudou anteriormente para o adulto.

06.1
SEQUÊNCIA DE SBV PARA LACTENTES
E CRIANÇAS COM UM PROFISSIONAL
DE SAÚDE
1. Assegure-se que as condições de segurança, para sí, estão
mantidas. Caso não haja condições de segurança, tente fazer
algo para resolver a situação, se não estiver ao seu alcance,
não se aproxime do lactente/criança e procure ajuda. Avaliação do estado de consciência do lactente

2. Avalie se o lactente/criança responde a algum estímulo,


chame por ela e estimule ao nível dos pés e mãos se se tratar
de um lactente, ou ao nível dos ombros se for uma criança.
Se o lactente/criança reagir, deixe-a na posição em
2a. 
que está, avalie possíveis traumatismos e verifique se é
necessário pedir ajuda.

3a. COLAPSO PRESENCIADO: Se o lactente/criança não responder,


grite por ajuda, avalie a respiração e o pulso em simultâneo
num tempo máximo de 10 segundos, peça para alguém
acionar a equipa de emergência médica e para que lhe
tragam um DAE, se existir por perto. (Se se encontrar
sozinho faça você o alerta e vá buscar o DAE, se disponível) Avaliação do estado de consciência da criança

MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE | 21


Algoritmo de PCR em pediatria para Um Profissional de Saúde

Verifique a segurança do local.

Administre ventilações de
resgate: 1 ventilação a cada
Vítima não responde.
3 a 5 segundos, ou cerca de
Grite por ajuda para alguém próximo
12 a 20 ventilações/min
Acione o serviço médico de emergência
• Execute compressões se
por telefone celular (se apropriado).
o pulso permanecer ≤60/min
com sinais de perfusão
inadequada.
• Ative o serviço médico de
Ative o serviço médico Respiração Sem respiração
Verifique se não há emergência (caso ainda não o
de emergência (caso normal, normal,
respiração ou se há tenha feito) após 2 minutos.
ainda não o tenha com pulso com pulso
somente gasping e verifique • Continue aS ventilaçÕES
feito). Retorne à vítima
o pulso (simultaneamente). de resgate; verifique o
e monitore até a
É possível sentir pulso a cada 2 minutos.
chegada do serviço
definitivamente o pulso Na ausência de pulso, inicie a
médico de emergência.
em 10 segundos? RCP (vá para o quadro “RCP”).
Sem respiração ou apenas
apenas com gasping, sem pulso
Ative o serviço médico
Sim de emergência (caso ainda
Colapso
súbito presenciado? não o tenha feito) e busque
o DEA/desfibrilador.
Não

RCP
1 socorrista: Inicie ciclos de 30 compressões e 2 ventilações.
(Use a relação de 15:2 se o segundo socorrista chegar.)
Use o DEA assim que ele estiver disponível.

Após cerca de 2 minutos, se ainda sozinho, acione


o serviço médico de emergência e busque o DEA
(se isto ainda não tiver sido feito).

O DEA analisa o ritmo.


Ritmo chocável?
Sim, Não,
chocável não chocável

Aplique 1 choque. Reinicie a Reinicie a RCP imediatamente


RCP imediatamente por cerca por cerca de 2 minutos (até
de 2 minutos (até avisado pelo avisado pelo DEA para a verificação
DEA para a verificação do ritmo). do ritmo). Continue até
Continue até que o pessoal de que o pessoal de SAV assuma
SAV assuma ou até que a vítima ou até que a vítima comece
comece a se MOVIMENTAR. a se MOVIMENTAR.

in: Suporte Básico de Vida - Manual do Profissional, AHA 2016

22 | MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE


3B. C
 OLAPSO NÃO PRESENCIADO: Se o lactente/criança não
responder, grite por ajuda, avalie a respiração e o pulso
em simultâneo num tempo máximo de 10 segundos, peça
para acionar a equipa de emergência médica e peça o carro
de emergência com o DAE. Inicie RCP de alta qualidade, de
imediato. (Se se encontrar sozinho, inicie RCP de alta qualidade
durante 2 minutos e depois faça você o alerta e vá buscar o DAE,
se disponível)
4. P
 ara que a RCP seja iniciada o mais brevemente possível, deve
avaliar a respiração e o pulso em simultâneo, num tempo
máximo de 10 segundos.
4a. Para verificar a respiração, observe, no máximo durante 10
segundos, se o tórax se eleva. Atenção ao gasping (sinal de PCR)
4b. Para verificar o pulso: Avaliação de pulso e respiração no lactente

n No lactente, palpe o pulso na artéria braquial;

nN a criança, palpe o pulso carotídeo ou o pulso femoral.


Determinar a presença ou ausência de pulso pode ser difícil em
qualquer doente, particularmente em lactentes ou crianças, por
isso, se não sentir pulso em 10 segundos, inicie, de imediato, RCP
pelas compressões torácicas.
5. S
 e o lactente/criança respirar normalmente e houver pulso,
deve ser monitorizado até à chegada da ajuda já pedida.
Avaliação de pulso braquial no latente
6. S
 e o lactente/criança não respirar normalmente, mas houver
pulso, administre 1 ventilação a cada 3 a 5 segundos, ou cerca
de 12 a 20 ventilações por minuto e verifique o pulso a cada 2
minutos.
7. S
 e não respirar normalmente e não houver pulso, inicie
compressões torácicas de imediato, alternando com 2
insuflações. Mesmo que sinta pulso, se este é igual ou inferior a 60
p/min acompanhado de sinais de perfusão inadequada, inicie, na
mesma, RCP. Confirme se a equipa de emergência foi acionada.
Sinais de perfusão inadequada:
n Temperatura: Extremidades frias

n Alteração do estado de consciência: Diminuição da capacidade

de resposta, prostração
n Pulsos: Pulsos fracos

n Pele: Palidez, cianose

Execução das compressões torácicas



nC
 oloque a vítima sobre uma superfície firme e plana. Retire ou
levante a roupa que cobre o tórax
nN
 o Lactente - Utilize a ponta de dois dedos, na vertical, sobre a
metade inferior do esterno, abaixo da linha dos mamilos, para
Execução das compressões torácicas no latente
comprimir o tórax. Não pressione a ponta do esterno. Comprima

MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE | 23


no mínimo um terço do diâmetro do tórax ou aproximadamente
4 cm.
n Na Criança – Para a maioria das crianças, uma ou duas mãos podem ser

usadas para realizar compressões torácicas. Comprima, no mínimo,


um terço do diâmetro do tórax ou aproximadamente 5 cm.
nC  omprima a uma frequência de 100 a 120/min.
n Após cada compressão, alivie por completo a pressão e permita o

retorno total do tórax.


nM  inimize interrupções na compressões torácicas.
n O tempo de compressão e descompressão torácicas devem ser iguais.

Ventilações em latentes/crianças
n Após a execução de 30 compressões, abra a via aérea e faça duas
ventilações, cada uma com a duração de 1 segundo, interrompendo
o mínimo possível o tempo entre os ciclos de compressões.
n Permeabilize a via aérea do lactente com posição neutra da
cabeça, ao inclinar a cabeça do lactente, a via aérea fica bloqueada.
n Permeabilize a via aérea da criança com inclinação da cabeça e
elevação do queixo.
n Se houver suspeita de traumatismo craniano ou vertebro-medular,

use a manobra de sub-luxação da mandibula para abrir a via aérea, se


não conseguir, use a inclinação da cabeça e elevação do queixo.
n As insuflações são realizadas utilizando uma máscara e

insuflador próprios para pediatria. A quantidade de ar a insuflar


é a estritamente necessária para fazer elevar o tórax. Evite
ventilações excessivas.
n Se a vítima estiver com uma via aérea avançada, as compressões

não são interrompidas para a execução das ventilações. Faça uma


ventilação a cada 6 segundos (10 ventilações por minuto), sem
interrupção das compressões, que se mantêm a uma frequência
de 100 a 120/min.
n Após 5 ciclos ou 2 minutos de RCP, se ainda estiver sozinho e o

serviço de emergência não tiver sido acionado, abandone a vítima


ou leve consigo se for um lactente, para acionar e buscar um DAE.
n Se iniciou o suporte básico de vida sozinho e chega posteriormente

outro profissional que o vai ajudar na RCP, passe da sequência


30:2 para a sequência 15:2, e o método de compressão passa a
ser com a técnica de envolvimento do tórax.
n Continue RCP de alta qualidade e use um DAE assim que disponível,

Pare, somente quando a equipa de emergência assumir a vítima ou Execução das compressões torácicas na
se a mesma começar a respirar ou a mover-se. criança

24 | MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE


06.2
SEQUÊNCIA DE SBV PARA LACTENTES
E CRIANÇAS COM DOIS PROFISSIONAIS
DE SAÚDE

O segundo profissional aciona a EEM

1. O primeiro profissional deve assegurar que as condições de


segurança, para sí, estão mantidas. Caso não haja condições
de segurança, tente fazer algo para resolver a situação, se não
estiver ao seu alcance, não se aproxime da vítima e procure ajuda.
2. Avalie se o lactente/criança responde a algum estímulo,
chame por ele e estimule ao nível dos pés e mãos se se tratar
de um lactente, ou ao nível dos ombros se for uma criança.
3. Se o lactente/criança não reagir:
n O segundo profissional deve acionar a equipa de emergência

médica e trazer o carro de emergência com o DAE para junto


do lactente/criança.
Os profissionais alternam de funções durante
4. Se o lactente/criança não respirar normalmente ou apresentar a RCP
gasping e não tiver pulso:
n O primeiro profissional deve iniciar RCP de alta qualidade na

relação de 30:2. Quando o segundo profissional de saúde retornar,


deve posicionar o DAE junto do 1º profissional e substituí-lo nas
compressões torácicas na relação de 15:2, de seguida o primeiro
profissional liga o DAE e coloca as pás. Devem alternar a cada 2
minutos nas compressões (enquanto o DAE analisa);
n Quando executar RCP com outro profissional, utilize a técnica

de envolvimento do tórax, com os dois polegares juntos ou


sobrepostos, no centro do tórax, na metade inferior do esterno.
(Esta técnica melhora o aporte sanguíneo ao miocárdio e pode
gerar melhores pressões arteriais);
n Os profissionais devem alternar de funções na administração Técnica dos dois polegares no lactente
de compressões e de ventilações a cada dois minutos. (Dois profissionais)

MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE | 25


Algoritmo de PCR em pediatria para Dois Profissionais de Saúde

Verifique a segurança do local.

Vítima não responde.


Grite por ajuda para alguém próximo
O primeiro socorrista permanece com a vítima.
O segundo socorrista ativa o serviço médico Administre ventilações de
de emergência e busca um DEA e equipamentos resgate: 1 ventilação a cada
de emergência. 3 a 5 segundos, ou cerca de
12 a 20 ventilações/min
• Execute compressões
se o pulso permanecer
Respiração Sem respiração ≤60/min com sinais de
Verifique se não há perfusão inadequada.
normal, normal,
Monitore até respiração ou se há • Ative o serviço médico de
com pulso com pulso
a chegada somente gasping e verifique emergência (caso ainda
do serviço o pulso (simultaneamente). não o tenha feito) após
de emergência. É possível sentir 2 minutos.
definitivamente o pulso • Continue as ventilações de
em 10 segundos? resgate; verifique
o pulso a cada 2 minutos.
Sem respiração ou Na ausência de pulso,
apenas com gasping, inicie a RCP (vá para
sem pulso o quadro “RCP”).

RCP
O primeiro socorrista inicia a RCP com a relação
de 30:2 (compressões para ventilações).
Quando o segundo socorrista retornar, use
a relação de 15:2 (compressões para ventilações).
Use o DEA assim que ele estiver disponível.

DEA analisa o ritmo.


Ritmo chocável?

Sim, Não,
chocável não chocável

Aplique 1 choque. Reinicie a Reinicie a RCP imediatamente por


RCP imediatamente por cerca de cerca de 2 minutos (até avisado
2 minutos (até avisado pelo DEA pelo DEA para a verificação
para a verificação do ritmo). do ritmo). Continue até que
Continue até que o pessoal de o pessoal de SAV assuma
SAV assuma ou até que a vítima ou até que a vítima comece
comece a se MOVIMENTAR. a se MOVIMENTAR.

in: Suporte Básico de Vida - Manual do Profissional, AHA 2016

26 | MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE


Fundamentos da RCP de Alta Qualidade para Profissionais de Saúde

Crianças Bebês
Componente Adultos e adolescentes (menos de 1 ano de idade, excluindo
(1 ano de idade à puberdade)
recém-nascidos)

Segurança do local Verifique se o local é seguro para os profissionais e a vítima

Verifique se a vítima responde


Reconhecimento Ausência de respiração ou apenas gasping (ou seja, sem respiração normal)
de PCR Nenhum pulso definido sentido em 10 segundos
(A verificação da respiração e do pulso pode ser feita simultaneamente, em menos de 10 segundos)

Se estiver sozinho, sem acesso a Colapso presenciado


um telefone celular, deixe a vítima Sigas as etapas utilizadas em adultos e adolescentes
e acione o serviço de médico de
Colapso não presenciado
Acionamento do emergência e obtenha um DEA,
Execute 2 minutos de RCP
serviço médico antes de iniciar a RCP.
de emergência Do contrário, peça que alguém Deixe a vítima para acionar o serviço médico de emergência
acione o serviço e inicie a RCP e buscar o DEA.
imediatamente; use o DEA assim Retorne à criança ou ao bebê e reinicie a RCP; use o DEA assim
que ele estiver disponível que ele estiver disponível

Relação
1 profissional
compressão/
1 ou 2 profissionais 30:2
ventilação
30:2 2 ou mais profissionais
sem via aérea
15:2
avançada

Relação
compressão/ Compressões contínuas a uma frequência de 100 a 120/min
ventilação com via Administre 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações/min)
aérea avançada

Frequência
100 a 120/min
de compressão

Pelo menos um terço do diâmetro Pelo menos um terço do diâmetro


Profundidade
No mínimo, 2 polegadas (5 cm)* AP do tórax. AP do tórax.
da compressão
Cerca de 2 polegadas (5 cm) Cerca de 1½ polegada (4 cm)

1 profissional
2 dedos no centro do tórax, logo
2 mãos ou 1 mão (opcional para abaixo da linha mamilar
Posicionamento 2 mãos sobre a metade inferior
crianças muito pequenas) sobre 2 ou mais profissionais
das mãos do esterno
a metade inferior do esterno Técnica dos dois polegares no
centro do tórax, logo abaixo da linha
mamilar

Retorno do tórax Espere o retorno total do tórax após cada compressão; não se apoie sobre o tórax após cada compressão

Minimizar
Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 segundos
interrupções

*A profundidade da compressão não deve exceder 2,4 polegadas (6 cm).


Abreviações: DEA, desfibrilador automático externo; AP, anteroposterior; RCP, ressuscitação cardiopulmonar.

in: Suporte Básico de Vida - Manual do Profissional, AHA 2016

MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE | 27


07.
OBSTRUÇÃO
DA VIA AÉREA
A obstrução da via aérea por um objeto, é uma causa de PCR
potencialmente fatal. Assim, o reconhecimento precoce é
fundamental.
Numa obstrução ligeira, a vítima consegue falar, tossir ou respirar
com ruído (que poderá ser do tipo: gorgolejo, ronco, assobio).
Na obstrução grave, a vítima não consegue falar, não consegue
respirar, apresenta esforço respiratório, sinais de cianose, não
consegue tossir e pode ficar inconsciente..

07.1
DESOBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA NUM
ADULTO OU CRIANÇA CONSCIENTE
Na vítima consciente, com obstrução ligeira da via aérea (por
corpo estranho) e que ainda consegue tossir, deve ser encorajada
a continuar a tossir.
Se a tosse não for eficaz, e a vítima começar a apresentar sinais
graves de obstrução, será necessário utilizar a manobra de
compressão abdominal, exceto no caso das grávidas, obesos e
lactentes.
Se persistir uma obstrução completa da VA e a vítima parar de Compressão abdominal num adulto
responder, prepare-se para iniciar RCP.
Se estiver sozinho, faça 2 minutos de RCP antes de você mesmo
acionar o serviço de emergência.

Compressões abdominais
Aplicar compressões abdominais na região abdominal,
com o polegar da mão cerrada contra o abdómen da vítima,
ligeiramente acima do umbigo. Com a outra mão, segure e cubra
o punho e pressione o abdómen da doente de forma rápida,
vigorosa e ascendente.
Repita as compressões até o objeto ser expelido ou até a vítima
ficar inconsciente. Compressão abdominal numa criança

28 | MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE


Compressões torácicas
Se a vítima for uma grávida ou um obeso, administre compressões
torácicas em vez de compressões abdominais.

07.2
DESOBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA NUM
ADULTO OU CRIANÇA INCONSCIENTE
Se o doente ficar inconsciente, e tiver outra pessoa perto de
si, peça para alertar a EEM, enquanto inicia de imediato a RCP,
sem verificar o pulso. Na situação em que está sozinho, faça
Compressão abdominal numa grávida
primeiro 2 minutos de SBV e depois alerte a EEM. Cada vez que
for executar as insuflações, abra a boca da vítima e verifique se o
objeto é visível e remova-o com os seus dedos.

07.3
DESOBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA NUM
LACTENTE CONSCIENTE
Sente-se ou ajoelhe-se com o lactente que está asfixiado. Se
for fácil, remova a roupa que cobre o tórax, depois segure-o de
barriga para baixo, apoiando-o com o seu antebraço e com a
cabeça mais baixa que o tórax. Segure a cabeça e a mandibula
com a mão e tenha cuidado para não comprimir os tecidos moles
da via aérea. Apoie o antebraço sobre a coxa.
Aplique 5 pancadas interescapulares e depois vire o corpo do
lactente, apoiando a cabeça e pescoço. Segure-o de barriga para
cima, mantendo o antebraço sobre a coxa. Mantenha a cabeça
do lactente em posição mais baixa do que o tronco e administre Pancadas inter escapulares - Lactente
até 5 compressões torácicas.

Pancadas interescapulares
Estas pancadas são aplicadas nas costas, sobre a coluna dorsal,
ao nível das omoplatas, com o tronco inclinado para a frente, se
possível.

Compressões torácicas
Estas compressões são executadas no meio do tórax, sobre
a metade inferior do esterno utilizando dois dedos (mesmo
local que na RCP). Cada compressão deverá ter a duração de 1
segundo. Repita a sequência de cinco pancadas nas costas e
cinco compressões torácicas, até que o objeto seja removido ou
o lactente deixe de responder. Compressões torácicas - Lactente

MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE | 29


07.4
DESOBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA NUM
LACTENTE INCONSCIENTE
Se o lactente deixar de responder e tiver outra pessoa perto de
si, peça para alertar a EEM, enquanto inicia de imediato a RCP,
sem verificar o pulso. Na situação em que está sozinho, faça
primeiro 2 minutos de SBV e depois alerte a EEM. Cada vez que
for executar as insuflações, abra a boca da vítima e verifique se o
objeto é visível, removendo-o com os seus dedos.
ATENÇÂO: Não efetue pesquisas digitais às cegas, porque
isso pode empurrar o corpo estranho para dentro da via aérea,
provocando uma obstrução ainda maior.

30 | MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE


08.
BIBLIOGRAFIA
Dianne L. Atkins, Chair; Stuart Berger; et al; Part 11: Pediatric
Basic Life Support and Cardiopulmonary Ressuscitation
Quality: 2015 American Heart Association Guidelines
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MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE | 31


MSBVPS.03 09/17

FORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E
INVESTIGAÇÃO EM SAÚDE

32 | MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE

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