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MANUAL DE
SUPORTE BÁSICO
DE VIDA PARA
PROFISSIONAIS
DE SAÚDE
Autor: Célia Batista Aires - Academia CUF
Revisores: Ana Correia | Nuno Nunes
Edição: João Cruz
Fotógrafo: Helder Amorim
Figurantes: Filipa Francisco | Francisco Silva | Ivo Fernandes | Joana Ferreira | Miguel Aires | Raquel Félix | Sofia Aires
Este manual foi realizado segundo as Guidelines da American Heart Association (AHA) 2015
01. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
02. Segurança e prevenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
03. Abordagem do doente e o alerta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
04. Conceitos gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
05. Suporte básico de vida - Adulto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Sequência de SBV para adultos com um profissional de saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Métodos de permeabilização da via aérea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Dispositivos barreira e de ventilação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Sequência de SBV para adultos com dois profissionais de saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Desfibrilhação Automática Externa (DAE) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Dinâmica de equipa - Equipas de alto rendimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
06. Suporte básico de vida - Pediátrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Sequência de sbv para lactentes e crianças com um profissional de saúde . . . . . . 21
Sequência de sbv para lactentes e crianças com dois profissionais de saúde . . . . . . . 25
07. Obstrução da via aérea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Adulto ou criança consciente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Adulto ou criança inconsciente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Lactente consciente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Lactente inconsciente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
08. Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
ABREVIATURAS
AHA American Heart Association | CAB Circulação, via aérea e ventilação | DAE Desfibrilhador Automático Externo
EEM Equipa de Emergência Médica | FV Fibrilhação Ventricular | INEM Instituto Nacional de Emergência Médica
PCR Paragem Cardio-Respiratória | PLS Posição Lateral de Segurança | RCE Recuperação da Circulação Espontânea
SAV Suporte Avançado de Vida | SBV Suporte Básico de Vida | OVA Obstrução da Via Aérea
02.1
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Deve proteger-se de perigos, como as infeções cruzadas,
sempre que possível deve lavar as mãos antes e depois de
prestar ajuda/cuidados, usando água e sabão ou uma solução
alcoólica. A utilização de luvas é o ideal, quando há necessidade
de tocar em fluidos como o sangue e secreções.
A utilização de uma máscara de ventilação com válvula
unidirecional, promove uma barreira eficaz contra o contacto
com secreções, vómito ou sangue. Não há registo de transmissão
de doenças como o VIH ou hepatite, durante a ventilação
boca-a-boca, mas este método não é recomendado para os
profissionais de saúde enquanto no seu local de trabalho.
Pocket mask
necessitar de socorro;
n As queixas principais e as alterações que observa;
Equipa de Lab. de
Profissionais de saúde básica UTI
ressuscitação hemod.
O DEA chega.
Verifique o ritmo.
Ritmo chocável?
Sim, Não,
chocável não chocável
05.2
MÉTODOS DE PERMEABILIZAÇÃO
DA VIA AÉREA
1. Extensão da cabeça e elevação do maxilar inferior:
Uma mão é colocada sobre a testa e os dois dedos da outra mão
ao nível do maxilar inferior, sobre a parte óssea e nunca fazendo
pressão sobre os tecidos moles (pescoço). Faça um movimento Posicionamento correto do profissional
da cabeça para trás. Cuidado, não pressione os tecidos moles durante as compressões
n O doente começar a respirar normalmente; Técnica C-E para segurar a máscara e elevar a
mandíbula
n Até à exaustão do profissional.
05.4
SEQUÊNCIA DE SBV PARA ADULTOS
COM DOIS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. O primeiro profissional de saúde a deparar-se com um
doente de PCR, deve distribuir tarefas à medida que outros
profissionais de saúde chegam. Na presença de mais
profissionais, mais tarefas poderão ser executadas em
simultâneo.
2. Assegure-se que as condições de segurança, para si e
para a equipa, estão mantidas. Caso não haja condições
de segurança, tente fazer algo para resolver a situação, se
não estiver ao seu alcance, não se aproxime do doente e
procure ajuda.
05.5
DESFIBRILHAÇÃO AUTOMÁTICA
EXTERNA (DAE)
A utilização de um DAE pode ser feita, hoje em dia, por
qualquer pessoa, desde que tenha a formação adequada.
A disseminação dos DAE por lugares públicos, mostra só por
si, a importância da sua utilização precoce nas situações de Desfibrilhador manual com modo DAE
n Tesoura
n Compressas
n Máscara de bolso
Utilização do DAE
1. Assim que o DAE chegue, coloque-o ao nível da cabeça do
doente e ligue-o de imediato. Siga as indicações emanadas
do DAE. Se estiverem dois profissionais no local, um
mantém as compressões, enquanto o outro começa por
colocar o DAE.
n No tórax com excesso de pelos, rapar com uma máquina manual
de barbear;
n R etirar adesivos medicamentosos (nitratos, fentanil);
05.6
DINÂMICA DE EQUIPA – EQUIPAS DE
ALTO RENDIMENTO
n Uma equipa de alto rendimento comunica continuamente.
Se o profissional de saúde conseguir contar as compressões
em voz alta, quem está na ventilação pode estar preparado
para administrar as ventilações minimizando o intervalo nas
• Avalia o paciente
• Toda a equipa de
• Executa 5 ciclos de ressuscitação deve ter
ME TRI
compressões torácicas NO S
um líder definido
O
• Alterna o DEA/monitor/
TA
CR
desfibrilador a cada 5
ciclos ou 2 minutos (ou membros da equipa
antes disso, se houver A • Toma decisões
NO
R
R/
R
IB R D Administrar
a cada 5 ciclos ou 2 minutos IL H A medicações
(ou antes, se houver sinais
de fadiga), de preferência A cada 5 ciclos A cada 5 ciclos
na análise do ritmo ou 2 minutos, ou 2 minutos, • Uma função do profissional
alternado com alternado com de SAV
• Se houver um monitor,
coloque-o em uma posição • Administra medicamentos
em que possa ser visto pelo
líder do equipa (e a maioria Cronometrista/
do equipa) DER DA MI
NI STR
LÍ anotador
AD
A
R
E
M
EQ IC A Ç Õ
aberta UIP A os próximos)
• Administração ventilações • Anota a frequência e a
duração das interrupções
A equipa tem um código. das compressões
Nenhum membro deixa • Informa isso ao líder e à
o triângulo, a não ser para *Trata-se de uma sugestão de formação de equipa.
restante equipa
proteger a própria segurança. As funções podem ser adaptadas ao protocolo local.
06.1
SEQUÊNCIA DE SBV PARA LACTENTES
E CRIANÇAS COM UM PROFISSIONAL
DE SAÚDE
1. Assegure-se que as condições de segurança, para sí, estão
mantidas. Caso não haja condições de segurança, tente fazer
algo para resolver a situação, se não estiver ao seu alcance,
não se aproxime do lactente/criança e procure ajuda. Avaliação do estado de consciência do lactente
Administre ventilações de
resgate: 1 ventilação a cada
Vítima não responde.
3 a 5 segundos, ou cerca de
Grite por ajuda para alguém próximo
12 a 20 ventilações/min
Acione o serviço médico de emergência
• Execute compressões se
por telefone celular (se apropriado).
o pulso permanecer ≤60/min
com sinais de perfusão
inadequada.
• Ative o serviço médico de
Ative o serviço médico Respiração Sem respiração
Verifique se não há emergência (caso ainda não o
de emergência (caso normal, normal,
respiração ou se há tenha feito) após 2 minutos.
ainda não o tenha com pulso com pulso
somente gasping e verifique • Continue aS ventilaçÕES
feito). Retorne à vítima
o pulso (simultaneamente). de resgate; verifique o
e monitore até a
É possível sentir pulso a cada 2 minutos.
chegada do serviço
definitivamente o pulso Na ausência de pulso, inicie a
médico de emergência.
em 10 segundos? RCP (vá para o quadro “RCP”).
Sem respiração ou apenas
apenas com gasping, sem pulso
Ative o serviço médico
Sim de emergência (caso ainda
Colapso
súbito presenciado? não o tenha feito) e busque
o DEA/desfibrilador.
Não
RCP
1 socorrista: Inicie ciclos de 30 compressões e 2 ventilações.
(Use a relação de 15:2 se o segundo socorrista chegar.)
Use o DEA assim que ele estiver disponível.
de resposta, prostração
n Pulsos: Pulsos fracos
Ventilações em latentes/crianças
n Após a execução de 30 compressões, abra a via aérea e faça duas
ventilações, cada uma com a duração de 1 segundo, interrompendo
o mínimo possível o tempo entre os ciclos de compressões.
n Permeabilize a via aérea do lactente com posição neutra da
cabeça, ao inclinar a cabeça do lactente, a via aérea fica bloqueada.
n Permeabilize a via aérea da criança com inclinação da cabeça e
elevação do queixo.
n Se houver suspeita de traumatismo craniano ou vertebro-medular,
Pare, somente quando a equipa de emergência assumir a vítima ou Execução das compressões torácicas na
se a mesma começar a respirar ou a mover-se. criança
RCP
O primeiro socorrista inicia a RCP com a relação
de 30:2 (compressões para ventilações).
Quando o segundo socorrista retornar, use
a relação de 15:2 (compressões para ventilações).
Use o DEA assim que ele estiver disponível.
Sim, Não,
chocável não chocável
Crianças Bebês
Componente Adultos e adolescentes (menos de 1 ano de idade, excluindo
(1 ano de idade à puberdade)
recém-nascidos)
Relação
1 profissional
compressão/
1 ou 2 profissionais 30:2
ventilação
30:2 2 ou mais profissionais
sem via aérea
15:2
avançada
Relação
compressão/ Compressões contínuas a uma frequência de 100 a 120/min
ventilação com via Administre 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações/min)
aérea avançada
Frequência
100 a 120/min
de compressão
1 profissional
2 dedos no centro do tórax, logo
2 mãos ou 1 mão (opcional para abaixo da linha mamilar
Posicionamento 2 mãos sobre a metade inferior
crianças muito pequenas) sobre 2 ou mais profissionais
das mãos do esterno
a metade inferior do esterno Técnica dos dois polegares no
centro do tórax, logo abaixo da linha
mamilar
Retorno do tórax Espere o retorno total do tórax após cada compressão; não se apoie sobre o tórax após cada compressão
Minimizar
Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 segundos
interrupções
07.1
DESOBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA NUM
ADULTO OU CRIANÇA CONSCIENTE
Na vítima consciente, com obstrução ligeira da via aérea (por
corpo estranho) e que ainda consegue tossir, deve ser encorajada
a continuar a tossir.
Se a tosse não for eficaz, e a vítima começar a apresentar sinais
graves de obstrução, será necessário utilizar a manobra de
compressão abdominal, exceto no caso das grávidas, obesos e
lactentes.
Se persistir uma obstrução completa da VA e a vítima parar de Compressão abdominal num adulto
responder, prepare-se para iniciar RCP.
Se estiver sozinho, faça 2 minutos de RCP antes de você mesmo
acionar o serviço de emergência.
Compressões abdominais
Aplicar compressões abdominais na região abdominal,
com o polegar da mão cerrada contra o abdómen da vítima,
ligeiramente acima do umbigo. Com a outra mão, segure e cubra
o punho e pressione o abdómen da doente de forma rápida,
vigorosa e ascendente.
Repita as compressões até o objeto ser expelido ou até a vítima
ficar inconsciente. Compressão abdominal numa criança
07.2
DESOBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA NUM
ADULTO OU CRIANÇA INCONSCIENTE
Se o doente ficar inconsciente, e tiver outra pessoa perto de
si, peça para alertar a EEM, enquanto inicia de imediato a RCP,
sem verificar o pulso. Na situação em que está sozinho, faça
Compressão abdominal numa grávida
primeiro 2 minutos de SBV e depois alerte a EEM. Cada vez que
for executar as insuflações, abra a boca da vítima e verifique se o
objeto é visível e remova-o com os seus dedos.
07.3
DESOBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA NUM
LACTENTE CONSCIENTE
Sente-se ou ajoelhe-se com o lactente que está asfixiado. Se
for fácil, remova a roupa que cobre o tórax, depois segure-o de
barriga para baixo, apoiando-o com o seu antebraço e com a
cabeça mais baixa que o tórax. Segure a cabeça e a mandibula
com a mão e tenha cuidado para não comprimir os tecidos moles
da via aérea. Apoie o antebraço sobre a coxa.
Aplique 5 pancadas interescapulares e depois vire o corpo do
lactente, apoiando a cabeça e pescoço. Segure-o de barriga para
cima, mantendo o antebraço sobre a coxa. Mantenha a cabeça
do lactente em posição mais baixa do que o tronco e administre Pancadas inter escapulares - Lactente
até 5 compressões torácicas.
Pancadas interescapulares
Estas pancadas são aplicadas nas costas, sobre a coluna dorsal,
ao nível das omoplatas, com o tronco inclinado para a frente, se
possível.
Compressões torácicas
Estas compressões são executadas no meio do tórax, sobre
a metade inferior do esterno utilizando dois dedos (mesmo
local que na RCP). Cada compressão deverá ter a duração de 1
segundo. Repita a sequência de cinco pancadas nas costas e
cinco compressões torácicas, até que o objeto seja removido ou
o lactente deixe de responder. Compressões torácicas - Lactente
FORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E
INVESTIGAÇÃO EM SAÚDE