Os desafios que Enfrentam as Companhias Europeias.
Mercados em mudança e Forças Económicas
1. A mudança de mercados de larga escala para mercados ajustados
ao consumidor é caracterizada por uma procura em mudança rápida, pela maior variedade de produtos e pela variação das estruturas de custo.
2- Tecnologias de processamento de dados e as suas aplicações na
administração e produção estão a proporcionar novas opções e abrir novos desafios para estes novos mercados.
3-A mudança de estruturas de mercado de produção em massa para a
produção especializada apresenta novas realidades como a qualidade do produto que se torna um factor-chave de competitividade.
4-A motivação e atitudes da população trabalhadora na Europa estão a
mudar os valores da era pós-industrial.
5-O desenvolvimento de um Mercado Único na Europa, juntamente com
as mudanças da Europa de Leste e a crescente competitividade do Japão e da Ásia, mudaram substancialmente as condições de mercado para as empresas europeias.
6-O mundo, em mudança, do desenvolvimento de mercados, o
progresso tecnológico e os ambientes sócio-políticos são razões muito fortes para reorganizar as empresas usando a Produção Integrada por computador de uma forma que torna mais relevante o papel dos trabalhadores qualificados. O modo como as novas tecnologias são utilizadas determinará a sua eficácia em enfrentar os desafios dos mercados em mutação.
A Resposta da Organização Qualificante
1. Ao adaptar-se aos mercados em mutação e às exigências
económicas, a "capacidade de aprendizagem" das empresas torna- se o factor mais importante na reorganização de estruturas e processos dentro da empresa, onde a flexibilidade e a qualidade passam a ser imagens de marca. 2. Nas empresas europeias mais evoluídas, as características de tais mudanças são: 3. Descentralização das tomadas de decisão, responsabilidade e garantia de qualidade. 4. Integração de funções no local de trabalho especialmente a reintegração de capacidades "intelectuais e manuais" em áreas de trabalho mais alargadas e enriquecidas. 5. Diluição das estruturas hierárquicas, conjuntamente com novos papéis de moderador. 6. De conselheiro e de orientação para a gestão. Integração de subsistemas ligados em rede em vez de controlo centralizado. 7. O que distingue as Organizações Qualificantes das empresas tradicionais em termos de desenvolvimento e funcional é a diferença de valores e pressupostos: 8. INTERDEPENDÊNCIA SABEDORIA INTUIÇÃO AUTO-CONHECIMENTO PARCERIA COMUNICAÇÃO ÊXITO ECONÓMICO PLANEAMENTO VISÃO PARTILHADA 9. A Organização Qualificante representa um afastamento significativo uma vez que é a aprendizagem da organização, que é central à sua filosofia e o processo de aprendizagem é permanente, não é intermitente, é globalizante, não segmentado, é centrado no problema e no contexto e inclui todos os elementos da empresa. 10. A Organização Qualificante transforma a estratégia, a estrutura e a cultura da empresa num sistema de aprendizagem. O desenvolvimento empresarial é transformado em auto-aprendizagem, no processo de auto-direcção. O objectivo é a transformação de todo o sistema por uma maior competitividade. 11. A Organização Qualificante tem de encontrar meios de integrar e utilizar os diferentes processos de aprendizagem para aumentar a colaboração e o potencial criativo. 12. São necessárias estratégias claras de retroacção entre a aprendizagem e a acção inovadora, e a coordenação entre a aprendizagem no local de trabalho e as medidas de formação complementares dentro e fora da empresa. Estas precisam de se imiscuir na cultura da empresa e na sua política geral de DRH. 13. A competência da auto-aprendizagem é a qualificação-chave central, para que cada trabalhador possua a consciência individual, a motivação e a capacidade para aprender continuamente durante o trabalho. 14. O Departamento de Formação proporciona um serviço de consultoria em aprendizagem. Os directores de linha são instrutores, tendo duas funções simultâneas, que normalmente são consideradas tarefas separadas - a gestão do trabalho e a promoção da aprendizagem. 15. As necessidades de organização do trabalho que geram mudanças para locais de trabalho de funções integradas, trabalho de grupo, ilhas de produção e sistemas de produção flexíveis, criam novos desafios à capacidade de aprendizagem do indivíduo. 16. O aspecto mais aliciante do desenvolvimento dos locais de trabalho em pólos de trabalho e aprendizagem é a mudança exigida nas atitudes empresariais. Para alterar a maneira de pensar da Administração e dar à aprendizagem um valor igual ao do trabalho implica uma revolução de atitudes. 17. O trabalho e a aprendizagem integrados aumenta o nível e a oferta de qualificações. Uma consequência inevitável é a inovação dos processos de trabalho e dos padrões, levando assim a uma espiral de trabalho/aprendizagem ascendente. 18. A interacção estreita entre o trabalho e a aprendizagem reduz o problema fundamental da transferência entre a situação de formação e o emprego. A formação externa como medida complementar deveria ser apenas realizada em conjunto com a aprendizagem directa no local de trabalho. 19. A abordagem da Gestão de Qualidade Total e práticas derivadas pode ser usada para promover a inovação através da reestruturação autónoma e criativa dos círculos do trabalho, envolvendo trabalhadores individuais no seu local de trabalho. A Organização Qualificante leva este conceito mais além dos círculos de qualidade, aos círculos de aprendizagem para o indivíduo, o local de trabalho, o departamento e a empresa na globalidade. 20. A cooperação entre subsistemas laterais, a planificação cooperante, os projectos e círculos específicos e contínuos são instrumentos inovadores para harmonizar os esforços individuais para uma acção criativa dentro dos propósitos gerais e objectivos da empresa. 21. Uma das muitas consequências de uma tal mudança nos padrões de aprendizagem consiste na nova visão do papel dos formadores e do pessoal de formação dentro da organização. 22. A consultoria torna-se um papel importante para o novo "formador". Esta consultoria inclui análises de necessidades de qualificação, construção de currículos, metodologia de aprendizagem e avaliação de resultados. A formação e supervisão dos instrutores de aprendizagem são também tarefas importantes para os consultores de formação no seu papel como directores/gestores da aprendizagem. 23. A realização da formação convencional pelos métodos convencionais utilizando materiais como manuais, o audiovisual ou o computador vai continuar. Mas mesmo neste contexto o papel do formador altera-se do professor de sala de aula para produtor de programas de aprendizagem ou de assistente auxiliando o formando na aprendizagem por meio de acções normalizadas. 24. A utilização multifuncional dos instrumentos de trabalho com meios informáticos (máquinas CNC, computadores PC, etc.) para o trabalho e para a aprendizagem proporciona uma combinação ideal para ambas as actividades. 25. A agenda de formação para o indivíduo é baseada nas necessidades de qualificações, definidas em termos de campos de acção, que são identificados e assessorados pelo desempenho exigido nas tarefas. Os conteúdos, métodos e organização da aprendizagem, derivam e ajustam-se, portanto ao local de trabalho. 26. Uma Política de Desenvolvimento dos Recursos Humanos forte, flexível e sadia é central na Organização Qualificante. A implementação desta política tem lugar através da planificação organizacional e o desenvolvimento de projectos dentro da empresa.