Você está na página 1de 4

Faculdade Estácio Amazonas

Automação de projetos

Professor David Cardoso

Os três principais pilares do BIM

Aline Moraes de Oliveira

Manaus-AM

Maio/2023
Modelagem multi-informacional

Esse tipo de modelagem deve ser baseado para o processo referente à


construção civil em si. Por exemplo, é possível modelar a partir de uma planilha
eletrônica. Você define alguns elementos de maneira que, depois, cada um vai
sendo gerado por meio das relações entre eles. Contudo, uma planilha não é a
melhor forma para fazer toda a modelagem de um projeto de obra. A
modelagem gráfica tridimensional é bastante útil, uma vez quep pegando as
medidas de uma estrutura, a ferramenta consegue mostrar, por meio de um
gráfico em 3D, como ela ficará. Mesmo assim, tanto a planilha quanto uma
modelagem 3D são importantes. Afinal, um gráfico não é tão simples de se
fazer quanto um planilhamento eletrônico. É preciso pensar em todos os tipos e
formatos de informações possíveis para deixar o projeto o mais completo
quanto puder.

Interoperabilidade

Imagine estrangeiros de países de línguas diferentes tentando se


comunicar. Existe a possibilidade de um dos dois aprender o idioma do outro e
dessa forma conseguirem conversar ou ambos aprenderem um idioma em
comum mais universal, como o inglês, dividindo o esforço e possibilitando a
comunicação com uma gama maior de culturas. Da mesma forma,
a interoperabilidade é o que permite que softwares de diferentes fabricantes
possam “conversar” entre si usando uma linguagem comum e aberta!
Mantendo a analogia, é importante pensar que o nível da conversa entre os
indivíduos fica nivelada pelo falante mais iniciante do idioma. Com o aumento
do uso e estudo do BIM, a interoperabilidade vem ganhando cada vez mais
atenção na indústria da construção (artigo em inglês). Os dados de um Building
Information Model devem ser compartilhados entre diversas equipes envolvidas
nos processos relacionados com o ciclo de vida da construção, comumente
utilizando softwares e plataformas diversas.

Segundo Chuck Eastman no seu conhecido Manual do BIM (do


inglês BIM Handbook), a necessidade de realizar cópias manuais toda vez que
um modelo BIM mudasse de plataforma, desencorajaria interações durante a
fase de projeto. E isso, consequentemente, prejudicaria a qualidade das
soluções de projeto encontradas, levando a erros e gerando grande retrabalho.

A McGraw Hill Construction estimou ainda que 3,1% dos custos dos
projetos são relacionados apenas com problemas de interoperabilidade entre
softwares. Podemos notar que a questão da interoperabilidade se apresenta
como um ponto crítico para o desenvolvimento de um projeto BIM. Dessa
forma, existem atualmente iniciativas globais que visam estudar e apresentar
soluções para o problema.

Vamos imaginar, por exemplo, o caso que um especialista em eficiência


energética necessita realizar simulações do projeto de um prédio de
escritórios. Sem a interoperabilidade, seria necessário o
especialista remodelar o projeto inteiro do arquiteto para dentro da sua
ferramenta de simulação, ampliando enormemente o tempo do processo e
a propensão a erros de interpretação e eventuais descuidos. Ao utilizarmos
formatos abertos, por outro lado, somos capazes de ter um modelo estrutural
fidedigno e recheado de informações corretas (nome do elemento estrutural,
porcentagem de aço, dimensões físicas, resistência do concreto etc). Com
a interoperabilidade é possível imaginar um momento em que softwares
poderão trocar informações sem perdas significativas de informação.
Permitindo assim, a manutenção de um modelo preciso e sempre atualizado da
edificação por longos períodos de tempo, evitando reentradas de dados todas
as vezes que o modelo muda de mãos.

Para se ter uma noção da importância desse pilar, a interoperabilidade é


considerada uma das principais características e vantagens do BIM, além da
troca de informações. Em 2004, o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia
(NIST) publicou um estudo chamado “Análise de Custo de Interoperabilidade
inadequada no Capital das Indústrias de Instalações dos Estados Unidos”. O
estudo mostrou que a falta de interoperabilidade em projetos de obras chegou
a causar às empresas US$ 15,8 bilhões por ano de custo extra.

Cadeia Produtiva

Por último, o terceiro pilar do conceito BIM: a Cadeia Produtiva da


construção civil. O escopo ideológico do BIM é a modelagem de todo o
processo construtivo. Ou seja, a informação fornecida no início do processo de
modelagem será usada na hora em que a obra estiver sendo executada.

Cada elemento da Cadeia Produtiva repercutirá no elemento seguinte.


Afinal, a modelagem foca em todo o processo, não apenas em algumas partes
dele.

Conceito LOD

Na tecnologia BIM, a construção é projetada por meio de um espaço


virtual, compartilhado entre diferentes profissionais do setor. Ao começar um
projeto utilizando o BIM, é preciso identificar o objetivo principal com o modelo.
Para tanto, são definidos níveis dos dados. Os níveis mudam de acordo com as
informações disponibilizadas em cada etapa. Estes níveis definirão o produto
final. É aí que o conceito LOD (Level of Development, Nível de
Desenvolvimento, em português) entra em cena.

Como já visto, uma das principais distinções entre a plataforma CAD e o


BIM é o nível de detalhamento dos objetos de um projeto. O nível de
detalhamento, no entanto, torna o projeto mais complexo e pesado. Por isso,
os profissionais devem estabelecer um limite de detalhamento para que
consigam realizar seu trabalho da melhor maneira. O LOD quantifica o nível de
detalhamento que os elementos do projeto terão. Por isso, é uma variável que
precisa ser definida no início do projeto, junto do cliente. As classes LOD, como
são chamadas, ajudam na compreensão das informações dispostas no modelo
gerado. O LOD procura responder algumas perguntas, como:
 Quais dados podem ser transmitidos para outras etapas e quais deles
devem ser substituídos?
 O que é preciso para a colaboração da construção e o que é preciso
para o gerenciamento de instalações?
 Quais são os critérios para conteúdo geométrico e informações do
modelo para cada disciplina em cada nível?

O nível LOD também tem conexão direta aos conceitos 4, 5 e 6D. Numa
tecnologia com o Autocad, o projeto fica em duas dimensões. Como não existe
uma ligação entre os elementos, eles acabam ficando desconexos.

Para se tornar um projeto 3D, o primeiro passo é a criação do tipo de uma


maquete virtual. Isso facilita – e muito – a visualizar o trabalho e integrar
diferentes objetos do projeto. No 4D, entra a etapa de planejamento da
edificação. Isso porque as informações já foram todas agregadas. Para se
chegar a um projeto 5D, é preciso aliar ferramentas como o MS Project e
outros diferentes softwares. O 5D seria a fase de custos. É a soma do
planejamento do projeto com o seu custo adicionado. Com isso, o projeto teria
um cronograma físico-financeiro. O melhor de tudo isso que a tecnologia BIM
permite é que se pode ver a obra pronta antes de ela chegar ao canteiro.

Você também pode gostar