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Divisão de Engenharia

Engenharia de Minas

Serviços Mineiros II

Laboral / 3º Ano/ 1º semestre / turma B

3º Grupo

Tema: ÁGUA E SUBSTÃNCIAS TÓXICAS

DOCENTE: MSc. Jacques Mpoyi Kanda

Tete, Agosto de 2021


Arnaldo André Litsur

Edmilson Baptista Francisco

Elias Abel Chauque

Eufrásia André Macheque

Gilberto António Siquela

Luciasse Luciano Thomo

Zuleca da Tina Mazive

Tema: ÁGUA E SUBSTÃNCIAS TÓXICAS

Trabalho de pesquisa apresentado ao


Instituto Superior Politécnico de
Tete, para a cadeira de Serviços
Mineiros II, orientado pelo MSc.
Jacques Mpoyi Kanda, no âmbito do
curso de Engenharia de Minas, 3˚
Ano, turma B no periodo laboral.

DOCENTE: MSc. Jacques Mpoyi Kanda

Tete, Agosto de 2021


ÍNDICE

1.0 INTRODUÇÃO...........................................................................................................4

2.0 OBJECTIVOS.............................................................................................................4

2.1 GERAL....................................................................................................................4

2.2 ESPECÍFICOS:....................................................................................................5

3.0 METODOLOGIA:...................................................................................................5

4.0 ÁGUA..........................................................................................................................6

4.1 IMPACTOS NA ÁGUA..........................................................................................6

4.2 PREVENÇÃO DA ÁGUA......................................................................................8

5.0 SUBSTÂNCIAS TÓXICAS.......................................................................................8

5.1.1 TOXICIDADE NO SOLO....................................................................................9

5.1.2 TOXICIDADE PARA PEIXES..........................................................................10

5.1.3 TOXICIDADE PARA O SER HUMANO.........................................................10

6.0 CONCLUSÃO...........................................................................................................12

7.0 REFERRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................13


1.0 INTRODUÇÃO

Durante a exploração, é imprescindível algumas observações para que não ocorrem


impactos ambientais e na saúde humana como a qualidade das águas subterrâneas e
superficiais, possibilidades da drenagem ácida, proximidade com aquíferos, presença de
oligoelementos no solo como Hg e As, presença de comunidades biológicas sensíveis,
entre outros.

As atividades de lavra e processamento mineral podem contribuir para a poluição das


águas superficiais e subterrâneas, caso não haja controle rigoroso das operações
envolvidas. Atenção especial deve ser dada aos processos erosivos e de assoreamento
que ocorrem nas minas e nas pedreiras, aos depósitos de material estéril permanente e
de minério lixiviado, à área da usina de concentração e aos locais de descarte de água.
2.0 OBJECTIVOS

2.1 Geral:

 Estudar a água e substâncias tóxicas em torno duma mina.

2.2 Específicos:
 Nomear as substâncias tóxicas;
 Estudar o comportamento da água em torno duma mina;
 Demonstrar os efeitos das substâncias tóxicas com humanos;
 Aprender como cuidar das substâncias tóxicas para que não criem danosa saúde
humano;

3.0 Metodologia: para a elaboração do presente trabalho foram usados os manuais


obtidos na biblioteca da própria instituição, uso de pdfs baixados na internet e também
pesquisa na internet em alguns sites que constam das referências bibliográficas
4.0 ÁGUA

A água é considerada um recurso estratégico para o desenvolvimento de uma mineração


mais sustentável. É consenso, entre os envolvidos na mineração, que há uma dualidade
na relação entre água e mina. Se, por um lado, esse é um bem natural extremamente
necessário em diversas atividades dessa indústria, por outro é a origem de muitas
preocupações. Tendo em vista a relevância do uso da água na atividade do setor
mineral.

Por se tratar de um recurso vital para a humanidade, é de fundamental importância o uso


sustentável da água, uma vez que se coloca em pauta um dos bens mais importantes, se
não o primordial, para a vida na Terra.

4.1 Impactos na Água

Há um consumo elevado de água no processamento minerário para a recuperação de


metais, limpeza, bombeamento, transporte, resfriamento, controle de poeira e
necessidades dos trabalhadores. A qualidade da água de subsuperfície e subterrânea
devem ser priorizadas de forma que a sustentabilidade da vida aquática e animais
silvestres terrestres sejam mantidas. A maior parte das mineradoras do Brasil poluem as
águas pelo descarte de lama, seguida por compostos químicos solúveis quando não
controlados.

As atividades minerárias afetam e deterioram a qualidade da água principalmente pela


descarga no sistema de drenagem em superfície. Os impactos na água são divididos em
categorias:

a) químicas que afetam o pH, alterando a concentração de metais dissolvidos e


compostos sintéticos;

b) físicas que aumenta a concentração de sólidos em suspensão, causando turbidez e


adsorção de metais;

c) biológicas quando ocorre migração e morte de espécies, além de perturbar solos,


vegetação e fauna;

d) ecológico, alterações do habitat, bioacumulação de metais na cadeia alimentar,


extinção de espécies e produtividade primária reduzida.
Água de má qualidade além de afetar a saúde humana, pode aumentar a solubilidade de
metais pesados tornando as águas tóxicas, tornando inviável muitas formas de vida
aquática.

Na figura seguinte estão listados alguns dos impactos da mineração na água.

Os rejeitos de minas também representam um risco de mina ácida contribuindo para


drenagem ácida e subsequente contaminação da água. A drenagem de minas está entre
os fatores de ameaças mais graves a qualidade da água. Acontece quando rejeitos
produzidos da moagem de minérios de sulfetos, principalmente (Cu, Pb e Zn)
apresentam maiores concentrações de pirita que a rocha residual. Estes rejeitos são
saturados com água formando águas ácidas, contaminando águas subterrâneas, córregos,
solos, plantas, animais e seres humanos, resultando em uma cor laranja, tornando a agua
superficial inutilizável. Se não controlada pode prejudicar a biota aquática e impedir que
plantas, animais e peixes sobrevivam em pH igual ou superior a 4,0.

Rios e lagos com elevados concentrações de metais tóxicos acabam por contaminar os
sedimentos e a fauna local, convertendo em um processo de contaminação em cadeia,
tornando os metais mais facilmente absorvidos pelas fauna e flor aquática.

A mineração do Ouro (Au) produz rejeitos ricos em Arsênio (As), sendo um dos
impactos mais expressivos na atividade deste mineral. Em Nova Lima, Minas Gerais,
rejeitos ricos em As foram estocados às margens dos riachos e lançados nas drenagens
comprometendo água e solo (SILVA, 2007). Já as atividades de extração de ferro,
calcário, granito, areia e argila, bauxita, manganês, cassiterita e diamante poluem as
águas pela lama (SILVA, 2007). Na região carbonífera de Santa Catarina e Rio Grande
do Sul, o impacto mais significativo é na qualidade da água devido a drenagem ácida,
devido a infiltração da agua da chuva sobre os rejeitos gerados nas atividades de lavra e
beneficiamento (SILVA, 2007). A extração e beneficiamento de urânio provocaram
drenagem ácida na cava, pilhas de estéril e bacia de rejeitos nos municípios de Caldas e
Poços de Caldas em Minas Gerais, afetando as bacias hidrográficas.

4.2 Prevenção da água

Em relação aos efluentes líquidos, dependendo das condições litológicas e


mineralógicas e do processo de drenagem empregado, pode-se obter um material de
excelente qualidade, próprio para irrigação ou uso industrial. Porém, quando há
problemas de acidez, ocorrência de metais pesados, elevada salinidade, entre outros
problemas de contaminação, a água deve ser acumulada em barragens de evaporação ou
adequadamente tratada para se conseguir um nível de qualidade aceitável para descarga.
Nesse caso, deve-se observar aspectos como a temperatura da água, a quantidade de
sólidos em suspensão e, em especial por se tratar de um dos maiores problemas, o nível
de acidez, que pode afectar de forma importante a qualidade das águas. A acidez é
provocada pela chamada drenagem ácida de mina, que ocorre quando as águas ácidas se
formam no interior das cavas das minas ou em contacto com as pilhas de estéril ou
rejeitos (ANA & IBRAM, 2006). Se forem aplicadas as tecnologias adequadas de
drenagem, a água de mina pode se tornar um importante activo integrado à gestão do
uso da água. Entre as técnicas mais indicadas está a drenagem preventiva de avanço
(DPA), que consiste na adequada retirada de água do aquífero para áreas distantes da
lavra, evitando, assim, a contaminação decorrente das operações

5.0 SUBSTÂNCIAS TÓXICAS

Substâncias tóxicas são substâncias capazes de provocar a morte ou danos à saúde


humana se ingeridas, inaladas ou por contacto com a pele, mesmo em pequenas
quantidades.

Agente tóxico ou toxicante: Entidade química capaz de causar dano a um sistema


biológico, alterando uma função ou levando-o à morte, sob certas condições de
exposição.
- Veneno: Agente tóxico que altera ou destrói as funções vitais e, segundo alguns
autores, é termo para designar substâncias provenientes de animais, com função de
autodefesa ou predação.

- Toxidade: Capacidade inerente e potencial do agente tóxico de provocar efeitos


nocivos em organismos vivos. O efeito tóxico é geralmente proporcional àconcentração
do agente tóxico a nível do sítio de acção (tecido alvo).

5.1 Toxicidade dos metais pesados

Todos os metais e seus compostos possuem toxicidade, ou seja, a capacidade inerente


que um elemento químico tem para causar efeitos adversos sobre os organismos vivos.
O fator-chave é o grau de exposição que afeta o organismo. A exposição está
relacionada tanto com a quantidade envolvida como com o tempo de exposição
(GOYER, 1996).

Os efeitos tóxicos dos metais pesados e dos compostos de metais são determinados pelo
índice e o alcance com que os metais ou compostos se convertem em uma forma
biodisponível. Ao ingressar no ambiente, os íons livres do metal podem ligar-se com
matéria orgânica, reduzindo à quantidade que está biodisponível.

O excesso de metais pesados, como o mercúrio, por exemplo, tem efeitos tóxicos
reconhecidos. As quantidades traço de mercúrio em formas inertes disseminamse no
meio ambiente. Quando os solos são perturbados por atividades antrópicas como a
mineração, o mercúrio que se encontra em sua forma natural em contato com o solo e a
flora transforma-se rapidamente em formas móveis. Logo chega às cadeias alimentares
por meio dos peixes e passam a outros níveis como, aves, mamíferos e seres humanos

5.1.1 Toxicidade no solo

O transporte de metais pesados no solo não é facilmente medido. Na cinética dos metais
no solo, é comum o processo de formação de depósitos minerais que ocorrem também
em solos subjacentes a unidades de disposição de rejeitos de mineração. Seu estudo
pode, portanto, ser útil para a previsão da contaminação do solo nessas localidades.

Embora seja o solo uma barreira natural de proteção aos aqüíferos, os fatores que
governam sua capacidade em reter metais pesados são extremamente complexos, o que
dificulta o seu entendimento e as possibilidades de previsão acerca do comportamento
desses elementos, principalmente a longo prazo. Sabe-se que a maior ou a menor
mobilidade dos metais pesados é determinada pela caracterização do solo e pelos teores
de matéria orgânica e inorgânica que influenciarão as reações de precipitação,
dissolução, adsorção, dessorção, complexação e oxirredução (OLIVEIRA;
MATTIAZZO, 2001). Os graus de mobilidade, atividade e biodisponibilidade dos
metais pesados também dependem de fatores, como: pH, temperatura, potencial redox,
CTC (capacidade de troca catiônica), competição com outros metais, ligação com
ânions e composição, além da força iônica da solução do solo (OLIVEIRA; COSTA,
2004).

Em suma, a disponibilidade dos metais pesados depende da presença do elemento na


solução do solo, a qual é governada pela composição e pela reação dos sistemas, pelas
condições de oxirredução e pela cinética das reações, que dependem de características
do solo e da tendência em formar compostos precipitados insolúveis e coprecipitados
com outros minerais, formar complexos com matéria orgânica e adsorver outros
minerais.

5.1.2 Toxicidade para peixes

Evidentemente tais materiais são também tóxicos para a vida aquática.

Os peixes, por serem consumidores e pertencerem ao nível superior do ecossistema


aquático, acumulam grande quantidade de poluentes persistentes, isso explica a grande
importância destes organismos em testes de toxicidade (MÖLLERKE et al., 2003). A
presença de metais, como cádmio, mercúrio, arsênio e selênio no ambiente aquático,
pode afetar adversamente a saúde dos peixes. Em particular, os mecanismos que
protegem os peixes contra doenças são mais afetados (ANDERSON; ZEEMAN, 1995).

5.1.3 Toxicidade para o ser humano

Para os seres humanos, os efeitos adversos causados pela exposição aos metais pesados
estão relacionados mais com a exposição funcional do que com os níveis gerais de
metais no ambiente. Isto se aplica tanto aos trabalhadores do setor de mineração,
industrial ou agrícola, quanto às pessoas que utilizam compostos de metais pesados
diretamente em suas ocupações (JEFFERY, 2001).

Os metais pesados, a partir do contato com o organismo humano, podem representar


diferentes riscos à saúde. Esses riscos podem ser imediatos, como também podem ter
efeitos nocivos em médio ou longo prazo, visto que sua contaminação é progressiva e
cumulativa (MACEDO, 2012).

Os seres vivos necessitam de pequenas quantidades de alguns desses metais, incluindo


cobalto, cobre, manganês, molibdénio, vanádio, estrôncio e zinco para a realização de
funções vitais no organismo. Porém níveis excessivos desses elementos podem ser
extremamente tóxicos. Outros metais pesados como o mercúrio, chumbo e cádmio não
possuem nenhuma função dentro dos organismos e a sua acumulação pode provocar
graves doenças.
6.0 CONCLUSÃO

Concluimos que um dos grandes problemas da mineração na atualidade está relacionado


com os rejeitos decorrentes dessa atividade, como a extração de ouro, caulim e carvão
mineral, pois contribuem para o aumento de metais pesados no solo e em sistemas
aquáticos. Esses metais muitas vezes estão associados a problemas de contaminação do
ambiente e do próprio ser humano. Para determinar a ocorrência destes metais no meio
ambiente, é necessário compreender os processos que controlam a sua mobilidade e que
os tornam biodisponíveis. Uma vez que o animal ou o ser humano pode entrar em
contato com esses contaminantes, torna-se necessário conhecer, entre outras coisas, a
toxicidade desses compostos, para evitar desastres históricos como os que se tem
notícia.

A prevenção e a minimização de impactos causados sobre o meio ambiente são os


melhores aliados em termos de sustentabilidade, e isso pode ocorrer quando há um
planejamento e uma correta avaliação de impacto ambiental tanto no início da lavra da
jazida e como após o fechamento da mina.
7.0 REFERRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALLEONI, L.R.F.; BORBA, R.P. & CAMARGO, O.A. Metais pesados: da


cosmogênese aos solos brasileiros. Tópicos em Ciências do Solo, v. 4, p. 1-42, 2005.

OLIVEIRA, T.S.; COSTA, L.M. Metais pesados em solos de uma topolitossequência


do Triângulo Mineiro. Revista Brasileira de Ciências do Solo, v. 28, p. 785-796, 2004.

OLIVEIRA, A.P.A.; LUZ, A.B. Recursos hídricos e tratamento de águas na


mineração. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2001.36 p. (Série Tecnologia Ambiental,
24).

OLIVEIRA, F.C.; MATTIAZZO, M.E. Mobilidade de metais pesados em um latossolo


amarelo distrófico tratado com lodo de esgoto e cultivado com cana-de-açúcar. Scientia
Agricola, v. 58, n. 4, p. 807-812, 2001.

ARAUJO, C. B. Contribuição ao estudo do comportamento de barragens de rejeito de


mineração de ferro. 2006. 133 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Rio de Janeiro, 2006. Beneficiamento
deMinérios.http://www.redeaplmineral.org.br/pormin/noticias/legislacao/
beneficiamento_de_minerio. pdf. Acesso em 05 Abr 2017

Caetano, L. C. (2009). Perfil da água mineral. Brasília-DF. Retrieved from


http://www.mme.gov.br/sgm/galerias/arquivos/plano_duo_decenal/a_mineracao_brasile
i ra/P31_RT57_Perfil_da_xgua_Mineral.pdf. Acesso em 10 jun. 2013.

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