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ANOTAÇÃO SOBRE A AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 6.

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DISTRITO FEDERAL

Esta ADI está julgando a validade da vacinação obrigatória e a quem cabe


essa vacinação (governo municipal, estadual ou federal).

Recusar a vacina do COVID-19 não se configura como recusa terapêutica,


uma vez que esta é algo que interfere apenas no âmbito individual do cidadão e o
cidadão já tem uma enfermidade e não deseja trata-la com a vacina, e a recusa
da vacina do COVID-19, recusa vacinal, é um fator que infere no meio social e em
todos os cidadãos, haja vista sua destruidora potência infectocontagiosa e o
cidadão não apresenta a enfermidade em questão, é uma forma de prevenção.

No caso Testemunhas de Jeová de Moscou versus Rússia, a Corte


enfatizou que “a livre escolha e a autodeterminação eram constituintes
fundamentais da vida e que, na ausência de qualquer indicação da
necessidade de para proteger terceiros, o Estado deve abster-se de interferir
na liberdade de escolha individual na esfera dos cuidados de saúde, pois tal
interferência só pode diminuir e não aumentar o valor da vida”

Assim, por todo o exposto, subscrevo a conclusão do Ministro


Lewandowski no sentido de conferir interpretação conforme à Constituição ao art.
3º, III, d, da Lei 13.979/2020, de maneira a estabelecer que: vacinação
compulsória não pode se traduzir em vacinação forçada, por exigir sempre o
consentimento do usuário, podendo, contudo, ser implementada por meio de
medidas indiretas.

Tais medidas, com as limitações acima expostas, podem ser


implementadas tanto pela União como pelos Estados, Distrito Federal e
Municípios, respeitadas as respectivas esferas de competência.
A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal poderão autorizar
excepcional e temporariamente a importação e distribuição de quaisquer
materiais, medicamentos, equipamentos e insumos da área de saúde sujeitos à
vigilância sanitária sem registro na Anvisa considerados essenciais para auxiliar
no combate à pandemia do coronavírus, desde que registrados, de forma
definitiva ou temporária, pelas autoridades sanitárias estrangeiras listadas no art.
3, inciso VIII, alínea “a”, da Lei 13.979, de 6 de fevereiro de 2020.

STF decide que a vacinação obrigatória contra o COVID-19 é


constitucional, desde que não seja forçada; e decide que todos os entes da união
são autorizados, e obrigados, a criar medidas sanitárias contra a COVID-19, bem
como usar-se da vacinação.

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