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Ciclo de surgimento e continuidade de variadas espécies

Evolução é o processo de mudança e adaptação dos seres vivos às modificações ocorridas no meio
ambiente com passar do tempo. 
A ideia de evolução como recurso biológico começou a ser discutida no século XVIII, pois até então
acreditava-se na teoria do criacionismo. Esta dizia que um ser divino tinha criado todas as espécies e as
manteve imutáveis. 
Entretanto, na segunda metade do século XIX, entrou em cena a teoria de que todos os organismos
dividem o mesmo ancestral no mundo, sendo o ciclo evolutivo uma junção de transformações lentas
rumo às novas variedades de espécies. 
Teorias Evolucionistas
O biólogo francês Jean-Baptiste Lamarck formulou uma das primeiras teorias sobre a evolução dos seres
vivos. Para explicar, sugeriu duas leis: a Lei do Uso e Desuso e a Lei da Transmissão dos Caracteres
Adquiridos. 
A Lei do Uso e Desuso pontua que quando uma espécie utiliza determinada parte do corpo com maior
intensidade, essa parte se desenvolve ainda mais que as outras. Já as partes que não são tão usadas
podem sofrer atrofiamentos e até desaparecer. 
A segunda lei, Transmissão dos Caracteres Adquiridos, afirma que certas características são
transmitidas para as novas gerações com o passar dos anos. 
Apesar do pioneirismo, essas leis apresentam falhas. No caso do uso e desuso, não pode ser deixado de
lado o fato de que as características dos organismos são definidas pelos genes, não necessariamente pelo
uso contínuo e intenso. O outro erro inclui a segunda lei, já que certas características não podem ser
transmitidas, pois não estão inseridas na formação genética. 

Darwinismo

Criada pelos naturalistas Charles Darwin e Alfred Russel Wallace, essa ideia evolucionista acredita que
as espécies vivem em constante luta pela adaptação, sobrevivendo apenas os mais fortes e capazes de
se reproduzir. 
Apesar do conceito de seleção natural ser aceito e estudado pela biologia, não consegue explicar quais os
atributos deixam determinadas espécies mais fortes e adaptáveis, e como são transmitidas para os
descendentes. Essa explicação apenas surge com os estudos sobre genética. 
Neodarwinismo

Também chamada de teoria sintética da evolução, surgiu no século XX e acrescenta as teorias de


seleção natural com a genética.
A corrente incorpora os conceitos de mutação e recombinação genética. O monge botânico Gregor
Mendel, após anos da teoria darwinista ser lançada, realizou várias experiências com cruzamento de
ervilhas para encontrar o que futuramente seria conhecido pela ciência como gene. 
Provas da Evolução 
Para que as teorias evolutivas fossem aceitas fez-se necessário buscar as evidências. A seguir vamos
conhecer alguns pontos que nos ajudam a entender a evolução das espécies. 
Órgãos Homólogos 
São os organismos que possuem a mesma origem embrionária, porém com funções diferentes. Isso
afirma a ideia de que todos os seres compartilharam um ancestral em comum. Se observarmos as patas
de um crocodilo e de um rato, por exemplo, vamos perceber que ambos apresentam a mesma anatomia
(origem embrionária), diferenciados somente pela funcionalidade. O sistema que gera esse processo é
chamado de divergência evolutiva.
Órgãos Análogos 
São aqueles que apresentam origem embrionária distinta, mas que exercem a mesma função. As asas
dos morcegos e pássaros, por exemplo, são usadas para voos, entretanto possuem anatomias diferentes.
Este fato acontece por causa da convergência evolutiva.
Órgãos Vestigiais
Algumas espécies apresentam órgãos pequenos e sem grande utilidade, mas, esse mesmo órgão em
outra espécie, pode ser essencial para sobrevivência. O apêndice, por exemplo, nos roedores é a parte
responsável pela digestão dos alimentos. Já para o homem é apenas uma estrutura pequena e sem
atribuição. 
Evidências celulares e moleculares
No quesito celular, algumas espécies apresentam os mesmos aspectos na fase inicial da vida, porém, com
o desenvolvimento do embrião essas semelhanças diminuem e cada uma assume características
específicas. 

No nível molecular, muitos genes são compartilhados entre os organismos, o que aparenta certo grau de
parentesco. O DNA humano e o mapa genético do macaco bonobo, por exemplo, apresenta 98,7% de
similaridade. 

Os fósseis 

Os fósseis são os vestígios que comprovam a estadia de espécies (animal ou vegetal) em algum momento
da vida terrestre. Eles podem ser encontrados em rochas e gelos, e, normalmente, são partes duras que
conseguem passar pelo processo de fossilização, como ossos e conchas. 

Para descobrir o período em que determinado fóssil esteve na Terra, os paleontólogos investigam o


tamanho de compostos químicos (carbono, chumbo, entre outros) presentes nos restos mortais do
organismo, já que as mudanças climáticas e a configuração física e celular dos serem contribuem para
esse processo. 

"Filogenia pode ser


definida, de maneira
simplificada, como a
história evolutiva de
uma espécie ou de
um conjunto de
espécies distintas.
Podemos comparar o estudo da filogenia com o estudo de uma árvore genealógica. Estudando a filogenia,
podemos conhecer os ancestrais de uma espécie e compreender como determinadas características
surgiram naqueles organismos. 
Por muito tempo, acreditou-se que os seres vivos primitivos eram organismos inferiores, e que eles
sofreram modificações até se tornarem organismos mais avançados, uma ideia que leva a crer que a
evolução ocorre em um esquema de escada, estando os organismos superiores no topo. Hoje sabemos,
no entanto, que a evolução é melhor representada por uma árvore, com vários ramos.

As árvores filogenéticas nada mais são que a representação da história evolutiva de uma espécie. Essas
representações devem ser lidas da base para as pontas, sendo a base a história mais antiga e as pontas a
história mais recente daquele táxon.

As árvores filogenéticas são formadas frequentemente por uma série de dicotomias ou pontos de
ramificação de duas vias, nos quais as linhagens se divergem, ou seja, onde ocorre uma especiação. Se
observarmos a figura seguinte, perceberemos que, em cada ponto de ramificação, uma linhagem ancestral
dá origem a, geralmente, duas linhagens-filhas. Cada uma dessas linhagens apresenta sua própria história
evolutiva, sendo uma parte dessa história compartilhada com outras linhagens.

Observe os pontos de ramificação presentes nessa árvore.


Quando observamos que de um ponto de ramificação surgem mais de dois grupos de descendentes,
temos uma politomia (veja ponto de ramificação 5). A presença de uma politomia indica, geralmente, que
as relações evolutivas observadas entre os grupos de seres vivos ainda não são bem definidas.
Aprofundamento no estudo desses grupos pode fazer com que essa politomia seja resolvida. Outra
explicação para as politomias é a ocorrência de especiações rápidas que ocorreram ao mesmo tempo,
originando diferentes linhagens."

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