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diferentes animais (ou plantas) são homólogos, mesmo que tenham funções diferentes
nesses organismos. Órgãos que são iguais (aparência e função) em organismos
diferentes, mas que servem à mesma função são análogos. O curioso é que Owen, que
era um fervoroso criacionista, defendia que as homologias refletiriam o conceito de
arquétipo da teologia natural.
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A Seleção artificial revela como alguns caracteres homólogos podem ser bastante
distintos. A forma mais semelhante ao selvagem teosinto não parece nada apetitoso,
quando comparado ao gênero moderno Zea mays moderno (milho). A verdura
conhecida como mostarda (Brassica) é outro exemplo interessante de seleção artificial
e, dependendo da estrutura morfológica selecionada (artificialmente) e da origem,
temos também a couve manteiga (folha), o nabo ou rabanete (raiz), a couve de
Bruxelas ou alcachofra (botões florais) e, finalmente, a couve flor (flores).
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Vale a pena ressaltar que os caracteres não podem ser homologias e homoplasias
simultaneamente. Do ponto de vista conceitual, ou os caracteres são homologias e
tiveram a mesma origem filogenética, o que geralmente está refletido na estrutura e
no desenvolvimento, independente da função, ou elas são homoplasias e tiveram
origens filogenéticas distintas, mas necessariamente tem a mesma função, e embora a
aparência seja a mesma, a estrutura e o desenvolvimento refletem estas origens
distintas.
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Após estas duas primeiras etapas, deve-se, para cada caráter homólogo, estabelecer
uma classificação (chamada de estados dos caracteres) em duas possibilidades:
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O conceito de biodiversidade, por outro lado, pode ser uma importante ferramenta
pedagógica em todos os níveis de aprendizagem de zoologia, botânica e da biologia de
microorganismos. Possivelmente, a taxonomia (do grego verbo τασσεῖν ou tassein =
"para classificar" e νόμος ou nomos = lei, ciência, administrar) representou, como
associação entre ideia e táxons, desde as pinturas rupestres de humanos há dezenas
de milhares de anos, uma das mais antigas estratégias de sobrevivência.
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Por definição, fósseis são restos ou vestígios preservados de animais, plantas ou outros
seres vivos em rochas, sedimentos, gelo ou âmbar. Preservam-se como moldes ou
partes do corpo, rastros e pegadas. O registro fóssil inclui os fósseis e sua colocação
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Por outro lado, a biota de estromatólitos pode significar uma rocha laminada formada
pelo crescimento de algas verde azuladas (ou seja, cianobactérias) datada de cerca de
3,5 bilhões de anos. O subproduto metabólico das cianobactérias, o oxigênio
enferrujou a terra, ou seja, lançou uma enorme quantidade de oxigênio, que funcionou
como toxina para inúmeros microrganismos anaeróbicos, e, ao fazê-lo, abriu o
caminho para vida baseada em aeróbica para emergir e se diversificar; as
contribuições das cianobactérias para a vida levaram ao seu próprio declínio
prodigioso.
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Figura 3.4 – Uma ilustração com um grupo de Opabinia (gênero de artrópodes fósseis
encontrada na chamada “Explosão Cambriana”).
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A área de ocorrência de espécies afins de aves e insetos é limitada por esses grandes
rios, mesmo não existindo nada que os impeça de voar de uma margem para outra.
Em cada pequeno afluente dos rios ocorrem formas particulares de peixes. A maior
parte das espécies encontradas na região alta do Rio Negro, não está presente em sua
desembocadura.
Hoje pode-se considerar que a Biogeografia é uma ciência, um ramo da Biologia, que
estuda e pesquisa as questões relacionadas à distribuição atual e passada dos seres
vivos. Isto é, certos organismos apresentam distribuição mais ampla e podem ser
classificados como cosmopolitas, outros são restritos a pequenos espaços, delimitados
por fatores extrínsecos e intrínsecos e podem ser classificados como endêmicos. Para
entender a história de cada grupo e os processos envolvidos, é necessário a
reconstrução do passado e da história evolutiva dos organismos. Portanto, a
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Os exemplos de animais com distribuição mais ampla, que podem até mesmo alcançar
o cosmopolitanismo inclui ratos (Rattus norvegicus e Rattus rattus), baratas
(Periplaneta americana, Blatella germanica, Blatella orientalis) e pombos (Columba
livia), e indicam o quanto uma espécie, em ambientes mais urbanos pode prosperar,
pois os humanos eliminam os competidores em potencial e seus predadores naturais.
Por outro lado, eles demonstram poucas restrições ecológicas e fisiológicas, tornando-
se, inclusive, problemas de saúde pública, pois representam vetores de inúmeras
parasitoses.
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Por outro lado, espécies como os pandas gigantes (Ailuropoda melanoleuca) tem
grande restrição ecológica alimentar e de várias outras necessidades ecológicas, por
isso acabam em grande risco de extinção. Da mesma, forma peixes ciclídeos africanos
dos lagos Tanganica e Vitória possuem altas taxas de endemismo, o que permite a não
competição por diferentes nichos em ambientes muito restritos.
Figura 3.5 – A distribuição de aves Ratitas (Ema, Avestruz, Emu, Casuar e Kiwi) é um
exemplo de como a distribuição geográfica fornece uma excelente evidência da
evolução.
Coevolução pode ser definido como processo de mudança evolutiva recíproca que
ocorre entre pares de espécies ou entre grupos de espécies à medida que interagem
entre si. A atividade de cada espécie que participa da interação exerce pressão seletiva
sobre as demais. Em uma interação predador-presa, por exemplo, o surgimento de
presas mais rápidas pode selecionar indivíduos da espécie predadora que são
incapazes de acompanhar o ritmo. Assim, apenas indivíduos rápidos ou com
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adaptações que lhes permitam capturar presas por outros meios passarão seus genes
para a próxima geração.
Como uma interação coevolui entre as espécies depende não apenas da composição
genética atual das espécies envolvidas, mas também de novas mutações que surgem,
das características populacionais de cada espécie e do contexto da comunidade em
que a interação ocorre.
Uma vez que uma interação evolua entre duas espécies, outras espécies dentro da
comunidade podem desenvolver características semelhantes àquelas integrantes da
interação, por meio das quais novas espécies entram na interação. Esse tipo de
convergência de espécies tem ocorrido comumente na evolução de interações
mutualísticas, incluindo aquelas entre polinizadores (como abelhas), plantas e aquelas
entre vertebrados dispersores (como aves e morcegos) e frutas. Algumas das espécies
atraídas para interações mutualistas tornam-se co-mutualistas, contribuindo e se
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Por último, temos a camuflagem: quando um inseto se mistura com seu ambiente, é
chamado de camuflagem. Como o mimetismo, a camuflagem pode ser "protetora",
para evitar a atenção dos predadores, ou "agressiva", para afastar suspeitas enquanto
o predador ataca sua presa. Na camuflagem, a forma e o contorno do animal se
fundem com o fundo para que não seja reconhecível. Para que essas estratégias
funcionem, o animal deve ficar em uma determinada posição por horas a fio, como
mariposas que estão ativas à noite e descansam durante o dia, sentadas imóveis nos
troncos das árvores em que parecem invisíveis. Alguns animais até mudam de cor para
se misturar com o novo ambiente, como os camaleões e alguns cefalópodes (polvos e
lulas).
Este processo coevolutivo, pode estar presente na inter-relação entre parasitas e seus
hospedeiros, e tem interesse biológico geral além de implicações práticas nas áreas
agrícola, veterinária e médica. Recentemente, várias cientistas têm explorado aspectos
teóricos da genética de populações de relações parasita-hospedeiro e alguns desses
autores concluem que tais associações podem ser responsáveis por grande parte da
diversidade genética encontrada em populações naturais, desde polimorfismos de
grupos sanguíneos a polimorfismos de proteínas em geral e a sistemas de
histocompatibilidade. Este processo pode, por vezes, até gerar uma modificação nas
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relações ecológicas tornando os parasitas menos nocivos para seus hospedeiros, o que
mantém um maior valor adaptativo para ambos os simbiontes.
A) B)
Conclusão
neste terceiro bloco foram apresentadas algumas áreas de estudo que são utilizados
como evidências do processo evolutivo, tais como: Homologias, a sistemática
filogenética e a taxonomia evolutiva, o estudo dos fósseis e de megabiotas extintas, a
biogeografia, e finalmente, a coevolução, o mimetismo e a camuflagem.
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REFERÊNCIAS
AGUTTER, P. S.; WHEATLEY, D. N. Thinking about Life: The history and philosophy of
biology and other sciences. Springer, 2009.
AMORIM, D. S. et. Al. Diversidade biológica e evolução: uma nova concepção para o
ensino de Zoologia e Botânica no 2º Grau. In: AMORIM, D. S. Elementos básicos de
Sistemática Filogenética. 2ª ed. São Paulo: Holos - Editora e Sociedade brasileira de
Entomologia, 1997.
FREEMAN, S.; HERRON, J.C. Análise Evolutiva. 4a Ed. Porto Alegre : Artmed, 2009.
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