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Biologia

Evolução

Teoria

Evolução é o processo através do qual ocorrem as mudanças ou transformações nos seres vivos,
ao longo do tempo, originando novas espécies. A evolução é suportada por diferentes evidências,
chamadas de evidências da evolução, que são, por exemplo:
● Registo fóssil: fósseis mostram que organismos que viveram no passado são diferentes de
organismos atuais, indicando que houve uma mudança nos seres vivos ao longo do tempo, ou
seja, a evolução aconteceu. Ao observar ossos, pegadas e até mesmo fezes fossilizadas,
podemos descrever características de ancestrais comuns entre organismos vivos atualmente,
mostrando o parentesco de determinadas linhagens evolutivas.
● Bioquímica: evidências genéticas e bioquímicas. Ao comparar características moleculares,
podemos observar similaridades entre metabolismo, substâncias produzidas, sequências de
DNA e de bases nitrogenadas entre os organismos.
● Citologia: todos os seres vivos apresentam células, e a similaridade entre elas, nos diferentes
grupos de seres vivos, indica parentesco entre os organismos.
● Embriologia comparada: ao observar características semelhantes, ao longo do
desenvolvimento dos organismos, podemos inferir que eles apresentam um ancestral em
comum, não apenas pela quantidade de estágios de desenvolvimento, mas também pelos
acontecimentos dos estágios embrionários.

A imagem nos mostra diferentes embriões de vertebrados em três estágios de desenvolvimento, e


podemos notar a similaridade entre eles nos primeiros estágios de vida.
Fonte: Eduardo Bordoni/CECIERJ. Disponível em: https://canal.cecierj.edu.br/recurso/707. Acesso em 27/09/2022.
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● Órgãos vestigiais: são estruturas presentes nos ancestrais, porém não apresentam função nos
organismos viventes atualmente. São exemplos: os olhos de alguns animais, que se localizam
embaixo da pele; algumas patas reduzidas em lagartos; ausência de membros em serpentes;
e, até mesmo, o apêndice e o dente siso nos seres humanos.

A figura nos mostra o sistema digestório dos humanos, do coelho e da zebra. Todos eles possuem estômago,
intestino e apêndice. O que muda é que o apêndice (demonstrado na figura em rosa) é um órgão desenvolvido em
muitos mamíferos, porém sua função digestiva é vestigial nos humanos.
Fonte: Rebeca Khouri.

Características físicas (morfológicas) também são importantes para o reconhecimento evolutivo,


porém não basta analisar apenas a similaridade entre as estruturas. Os órgãos podem ser
classificados em homólogos ou análogos, dependendo da sua relação evolutiva:
● Órgãos homólogos e Homologia: referem-se a estruturas em diferentes organismos que
apresentam a mesma origem embrionária e que podem, ou não, possuir a mesma função. As
estruturas homólogas sugerem ancestralidade comum.

Exemplo de homologia no antebraço de diferentes vertebrados; está representada a linhagem de vertebrados


amniotas (mamíferos e aves).
Fonte: Vladlen, tradução por Angelito. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Homology_vertebrates-pt.svg.
Acesso em 27/09/2022.

● Órgãos análogos e Analogia: referem-se à semelhança morfológica entre estruturas, em função


de adaptação à execução da mesma função. As asas dos insetos e das aves são estruturas
diferentes quanto à origem embriológica, mas ambas estão adaptadas à execução de uma
mesma função: o voo. São, portanto, estruturas análogas.
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Insetos são invertebrados artrópodes, enquanto as aves são vertebradas, porém apresentam asas para voar.
Fonte: Rebeca Khouri.

As características dos seres podem evoluir de duas maneiras: por convergência evolutiva ou por
irradiação adaptativa.
● Convergência evolutiva: também chamada de convergência adaptativa. Espécies
evolutivamente distintas apresentam características semelhantes. As características são
selecionadas para a melhor sobrevivência no meio ambiente. Nesses casos, podem apresentar
órgãos análogos.

Como exemplo, temos o golfinho (mamífero), o ictiossauro (réptil fóssil) e o tubarão (peixe cartilaginoso), que
apresentam corpo fusiforme, mais hidrodinâmico para nadarem melhor, apesar das origens evolutivas dessa
característica serem distintas (classes diferentes).
Fonte: Colégio Web. Disponível em: https://www.colegioweb.com.br/origem-da-vida-e-evolucao/irradiacao-adaptativa-e-
convergencia-evolutiva.html. Acessado em 27/09/2022.

● Irradiação adaptativa: também chamada de radiação adaptativa. Um ancestral em comum, ao


longo do tempo evolutivo, sofreu diferentes processos de especiação (formação de novas
espécies). Esses processos usualmente envolvem a conquista de novos ambientes e, por conta
disso, acabam gerando descendentes com uma grande diversidade. Costumam apresentar
órgãos homólogos.
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Esquema mostrando a irradiação adaptativa. Vemos uma mesma espécie ancestral de mamífero, que, ao sofrer
dispersão e especiação, deu origem a diferentes grupos de mamíferos viventes na atualidade, cada um com suas
características, de acordo com o ambiente onde vivem.
Fonte: Biólogo em Cena. Disponível em: https://biologoemcena.blogspot.com/2010/12/topicos-sobre-evolucao-parte-
iv.html?view=timeslide&_escaped_fragment_. Acessado em 27/09/2022.

Teorias Evolutivas

Os seres vivos sempre foram estudados, mas a origem deles sempre foi motivo de dúvidas e
discussões. Por isso, diferentes hipóteses e teorias foram criadas, algumas recusadas e algumas
validadas; outras, antes consideradas verdadeiras, também foram alteradas ou atualizadas com o
avanço do conhecimento científico.

Antes da Teoria da Evolução, acreditava-se no fixismo, em que todas as espécies surgiram no


mundo da mesma forma como elas são atualmente, não sofrendo nenhuma modificação ao longo
do tempo. Com os estudos de classificação biológica e a descoberta de diversos tipos de fósseis,
além de outras evidências da evolução, os pesquisadores perceberam que a ideia do fixismo é
inválida e os seres vivos se modificam ao longo do tempo.

No fixismo (esquerda), os indivíduos nunca se alteram ao longo do tempo. Já com a evolução (direita), os
organismos podem sofrer alterações e processos de especiação (formação de novas espécies) ao longo do tempo.
Fonte: Mais Biogeologia. Disponível em: https://maisbiogeologia.blogspot.com/2008/12/evolucionismo-e-fixismo.html. Acesso
em 27/09/2022.
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Jean-Baptiste Lamarck foi um dos primeiros cientistas a ir contra a ideia de fixismo, sendo muito
importante para a ciência, por introduzir a ideia da evolução como verdade. Porém, a argumentação
utilizada por ele era cientificamente incorreta. Dentre as hipóteses propostas no lamarckismo,
podemos citar:
● Uso e desuso: o uso de determinadas partes do corpo de um organismo faz com que elas se
desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem. Isso faz com que os organismos se
modifiquem, com a finalidade de se adaptar e sobreviver ao meio.
● Transmissão dos caracteres adquiridos: alterações no corpo do organismo, provocadas pelo
uso ou desuso, são transmitidas aos seus descendentes.

Exemplo do lamarckismo. Girafas que “usam” mais o pescoço, alongando-o, aumentam essa característica (uso e desuso).
Como ela foi adquirida no decorrer da vida, é transmitida ao longo das gerações (transmissão dos caracteres adquiridos).
Fonte: Rebeca Khouri.

Foi Charles Darwin que formulou a teoria da seleção natural, em seu livro “A Origem das Espécies”,
para explicar a evolução dos seres. Essa teoria diz que as características dos seres vivos são
selecionadas pelo meio ambiente. Características favoráveis se mantêm na população, pois
garantem a sobrevivência do indivíduo, fazendo com que ele consiga chegar à idade adulta e se
reproduzir. Já características desfavoráveis são perdidas ao longo das gerações, normalmente por
conta da não sobrevivência daqueles que as portam.

Darwin estudou, durante muitos anos, as variações dos seres vivos, como o exemplo clássico dos tentilhões de
Galápagos, que apresentam bicos de formatos variados, selecionados de acordo com o seu tipo de alimentação.
Fonte: John Gould. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Darwin%27s_finches_by_Gould.jpg. Acessado em
27/09/2022.
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Durante a mesma época da publicação de “A Origem das Espécies”, o cientista Alfred Russel
Wallace também estava escrevendo um trabalho, com a mesma teoria de Darwin, sobre a seleção
de características pelo meio ambiente. Porém, o trabalho de Darwin ganhou maior visibilidade.
Apesar disso, podemos encontrar a seleção natural sendo chamada de Teoria de Darwin-Wallace.

Apesar de seu importante trabalho, Darwin não conseguiu explicar de onde as características
surgiam e como eram transmitidas através das gerações. Para isso, formulou-se a teoria sintética
da evolução, também conhecida como Neodarwinismo. Essa teoria inclui e relaciona a genética e a
variabilidade com as características físicas observadas. São fatores que aumentam a variabilidade
genética: a mutação (alteração aleatória nas bases nitrogenadas do DNA) e o crossing-over
(também conhecido como permutação, é a troca de partes dos cromossomos durante a meiose).

No Neodarwinismo, vemos, igualmente, que a seleção natural e a deriva gênica são responsáveis
pela redução da variabilidade genética. Quando ocorre uma seleção negativa de uma característica,
ela desaparece da população (perda de variabilidade). Na deriva gênica, há morte aleatória de
diferentes indivíduos em uma população, causando também a perda dessas características.

Uma pessoa pisando em um aglomerado de insetos é um exemplo de deriva gênica, reduzindo a variabilidade genética da
população.
Fonte: EvoSite. Disponível em: https://evosite.ib.usp.br/evo101/IIIDGeneticdrift.shtml. Acesso em 27/09/2021.

Seleção artificial

O ser humano é que seleciona e reproduz organismos com as melhores características, ou com as
características desejadas. Por exemplo, a seleção de ovelhas que produzem mais lã, galinhas que
colocam ovos maiores, plantas que dão frutos mais doces ou mesmo animais com características
consideradas atraentes, como vemos entre cães de raça.

Diversos cães de raça são frutos de seleção artificial. Apesar de algumas características atraírem pessoas, tanto a
anatomia quanto o metabolismo dos animais podem acabar sendo severamente prejudicados, causando dores,
doenças e problemas hereditários, que reduzem seu tempo de vida.
Fonte: What to Laugh. Disponível em: https://www.whattolaugh.com/skull-of-pug-health/. Acesso em 27/09/2022.
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Tipos de seleção natural

A seleção natural pode ser:


● Direcional: apenas uma das características extremas é selecionada positivamente.
● Disruptiva: ambas as características extremas são selecionadas positivamente.
● Estabilizadora: apenas a característica intermediária é selecionada positivamente.

Exemplos gráficos dos tipos de seleção natural. A linha vermelha é a população original, e em azul temos a nova
população. No gráfico 1 temos a seleção direcional, no gráfico 2 temos a seleção estabilizadora e no 3 a
representação da seleção disruptiva.
Fonte: Ealbert17. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Genetic_Distribution.svg. Acesso em 27/09/2022.
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Exercícios de fixação

1. Que ideia está associada ao fixismo?


(A) Os seres vivos mudam ao longo do tempo.
(B) É possível encontrar organismos ancestrais diferentes dos que vemos hoje em dia.
(C) Uma característica pode determinar a sobrevivência ou não de uma população.
(D) Todo fóssil deve apresentar as mesmas características de organismos vivos atualmente.

2. Qual principal conceito da teoria darwinista?


(A) Mutações geram variabilidade genética.
(B) O ambiente interfere nas características das populações.
(C) Organismos maiores sempre sobrevivem.
(D) Podemos determinar qual organismo é mais evoluído pela sua posição no cladograma.

3. Qual das opções tem animais com órgãos análogos?


(A) Asa de morcego e barbatana de baleia.
(B) Braço de humano e pata de cavalo.
(C) Antena de inseto e antena de lacraias.
(D) Asa de morcego e asa de inseto.

4. Qual afirmativa está correta, sobre a irradiação adaptativa?


(A) A irradiação adaptativa sempre indica parentesco evolutivo.
(B) Órgãos homólogos e análogos podem surgir deste processo.
(C) O meio ambiente determina a característica que permanece no grupo.
(D) Não há relevância para o estudo da biologia, é apenas um conceito teórico.

5. Em qual das frases observamos o conceito de seleção natural?


(A) Atualmente, muitos tiram o dente do siso, por isso podemos observar pessoas nascendo
sem estes dentes.
(B) Como dentes do siso não são mais tão importantes para a mastigação, pessoas que
nascem sem eles não são prejudicadas, e acabam tendo filhos também sem estes
dentes.
(C) Pessoas vegetarianas tendem a nascer com siso, já que este dente é importante para a
mastigação de vegetais, enquanto pessoas que comem carne não têm este dente, pois
não o usam.
(D) Tendência evolutiva humana é de sempre ganhar mais dentes, e por isso pessoas que
nascem sem o dente do siso não sobrevivem pela seleção natural.
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Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2014) Em 1831 a bordo do navio Beagle, Charles Darwin, naturalista inglês, iniciou uma
viagem de exploração científica pelo mundo, durante a qual fez importantes observações dos
seres vivos que resultaram na publicação do livro A origem das espécies por meio da seleção
natural. Nesse livro, considerado um dos mais importantes da história da Biologia, Darwin
apresentou sua teoria sobre a evolução das espécies – o darwinismo –, que se baseia
principalmente nas seguintes ideias: Todos os seres vivos descendem, com modificações, de
ancestrais comuns. Os indivíduos com características mais vantajosas são selecionados
naturalmente para a reprodução. Entre as muitas evidências apontadas como provas da
evolução dos seres vivos, Darwin destacou os fósseis que encontrou em vários países por
onde passou. Na Argentina, por exemplo, descobriu o fóssil de um bicho preguiça gigante com
mais de 3 metros de comprimento. Essas descobertas, entre outras, ajudaram a concluir que
nosso planeta foi habitado por organismos diferentes dos atuais e que muitas espécies
recentes têm semelhanças com esses organismos, o que é um forte indício de parentesco
evolutivo. De acordo com o texto, é correto afirmar que:
(A) a descoberta de fósseis foi um fator que dificultou a comprovação da teoria evolucionista
de Darwin.
(B) o darwinismo se baseou no estudo de espécies que contradizem, até hoje, a teoria da
seleção natural.
(C) a teoria da origem das espécies, ao contrário do que Darwin esperava, não teve
repercussão nos estudos da Biologia.
(D) as características dos indivíduos são imutáveis ao longo das gerações, pois eles são
cópias idênticas dos seus ancestrais.
(E) Os indivíduos não são exatamente iguais, apresentando diferenças que os tornam mais
adaptados ou menos adaptados ao ambiente.
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2. (Enem, 2009) Os ratos Peromyscus polionotus encontram-se distribuídos em ampla região na


América do Norte. A pelagem de ratos dessa espécie varia do marrom claro até o escuro,
sendo que os ratos de uma mesma população têm coloração muito semelhante. Em geral, a
coloração da pelagem também é muito parecida à cor do solo da região em que se encontram,
que também apresenta a mesma variação de cor, distribuída ao longo de um gradiente sul-
norte. Na figura, encontram-se representadas sete diferentes populações de P. polionotus.
Cada população é representada pela pelagem do rato, por uma amostra de solo e por sua
posição geográfica no mapa.

MULLEN, L. M.; HOEKSTRA, H. E. Natural selection along an environmental gradient: a classic cline in mouse
pigmentation. Evolution, 2008.

O mecanismo evolutivo envolvido na associação entre cores de pelagem e de substrato é


(A) a alimentação, pois pigmentos de terra são absorvidos e alteram a cor da pelagem dos
roedores;
(B) o fluxo gênico entre as diferentes populações, que mantém constante a grande
diversidade interpopulacional;
(C) a seleção natural, que, nesse caso, poderia ser entendida como a sobrevivência
diferenciada de indivíduos com características distintas;
(D) a mutação genética, que, em certos ambientes, como os de solo mais escuro, têm maior
ocorrência e capacidade de alterar significativamente a cor da pelagem dos animais;
(E) a herança de caracteres adquiridos, capacidade de organismos se adaptarem a diferentes
ambientes e transmitirem suas características genéticas aos descendentes.
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3. (Enem, 2021) O polvo mimético apresenta padrões cromáticos e comportamentos muito


curiosos. Frequentemente, muda a orientação de seus tentáculos, assemelhando-se a alguns
animais. As imagens 1, 3, e 5 apresentam polvos mimetizando, respectivamente, um peixe-
linguado (2), um peixe-leão (4) e uma serpente-marinha (6).

NORMAN, M. D.; FINN, J.; TREGENZA, T. Dynamic mimicry in an Indo-Malayan octopus. In: Proceedings of the Royal
Society B: Biological Sciences, n. 268, out. 2001. Disponível em: www.researchgate.net. Acesso em: 15 mar. 2014
(adaptado).

Do ponto de vista evolutivo, a capacidade apresentada se estabeleceu porque os polvos


(A) originaram-se do mesmo ancestral que esses animais.
(B) passaram por mutações similares a esses organismos.
(C) observaram esses animais em seus nichos ecológicos.
(D) resultaram de convergência adaptativa com essas espécies.
(E) sobrevivem às pressões seletivas com esses comportamentos.
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4. (Enem, 2011 – 2ª aplicação)

O ser humano é responsável pela seleção de características, por exemplo, tipo e cor da
pelagem dos animais domésticos, muitas das quais não eram observadas nos indivíduos
selvagens das espécies. Cientistas das universidades de Uppsala (Suécia) e Durham (Reino
Unido) explicam que o homem selecionou de forma ativa e proposital os animais domésticos
com pelagens curiosas.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 7 abr. 2010 (adaptado).

A partir de suportes diferentes, os quadrinhos e o texto apresentado abordam o mesmo tema,


que se refere à seleção
(A) natural.
(B) direcional.
(C) artificial.
(D) estabilizadora.
(E) cromatográfica.

5. (Enem PPL, 2021) Entre 2014 e 2016, as regiões central e oeste da África sofreram uma grave
epidemia de febre hemorrágica causada pelo vírus ebola, que se manifesta em até 21 dias
após a infecção e cuja taxa de letalidade (enfermos que vão a óbito) pode chegar a 90%. Em
regiões de clima tropical e subtropical, um outro vírus também pode causar febre
hemorrágica: o vírus da dengue, que, embora tenha período de incubação menor (até 10 dias),
apresenta taxa de letalidade abaixo de 1%.
Disponível em: www.who.int. Acesso em: 1 fev. 2017 (adaptado).

Segundo as informações do texto e aplicando princípios de evolução biológica às relações do


tipo patógeno-hospedeiro, qual dos dois vírus infecta seres humanos há mais tempo?
(A) Ebola, pois o maior período de incubação reflete duração mais longa do processo de
coevolução patógeno-hospedeiro.
(B) Dengue, pois o menor período de incubação reflete duração mais longa do processo de
coevolução patógeno-hospedeiro.
(C) Ebola, cuja alta letalidade indica maior eficiência do vírus em parasitar seus hospedeiros,
estabelecida ao longo de sua evolução.
(D) Ebola, cujos surtos epidêmicos concentram-se no continente africano, reconhecido como
berço da origem evolutiva dos seres humanos.
(E) Dengue, cuja baixa letalidade indica maior eficiência do vírus em parasitar seus
hospedeiros, estabelecida ao longo da coevolução patógeno-hospedeiro.
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6. (Enem, 2014) Embora seja um conceito fundamental para a biologia, o termo “evolução” pode
adquirir significados diferentes no senso comum. A ideia de que a espécie humana é o ápice
do processo evolutivo é amplamente difundida, mas não é compartilhada por muitos
cientistas. Para esses cientistas, a compreensão do processo citado baseia-se na ideia de que
os seres vivos, ao longo do tempo, passam por
(A) Modificação de características.
(B) Incremento no tamanho corporal.
(C) Complexificação de seus sistemas.
(D) Melhoria de processos e estruturas.
(E) Especialização para uma determinada finalidade.

7. (Enem, 2020) Uma população (momento A) sofre isolamento em duas subpopulações


(momento B) por um fator de isolamento (I). Passado um tempo, essas subpopulações
apresentam características fenotípicas e genotípicas que as distinguem (momento C),
representadas na figura pelas tonalidades de cor. O posterior desaparecimento do fator de
isolamento I pode levar, no momento D, às situações Dl e D2.

A representação indica que, no momento D, na situação


(A) D1 ocorre um novo fator de isolamento geográfico.
(B) D1 existe uma única população distribuída em gradiente.
(C) D1 ocorrem duas populações separadas por isolamento reprodutivo.
(D) D2 coexistem duas populações com características fenotípicas distintas.
(E) D2 foram preservadas as mesmas características fenotípicas da população original A.
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8. (Enem, 2018) O processo de formação de novas espécies é lento e repleto de nuances e


estágios intermediários, havendo uma diminuição da viabilidade entre cruzamentos. Assim,
plantas originalmente de uma mesma espécie que não cruzam mais entre si podem ser
consideradas como uma espécie se diferenciando. Um pesquisador realizou cruzamentos
entre nove populações — denominadas de acordo com a localização onde são encontradas —
de uma espécie de orquídea (Epidendrum denticulatum). No diagrama, estão os resultados
dos cruzamentos entre as populações. Considere que o doador fornece o pólen para o
receptor.

FIORAVANTI, C. Os primeiros passos de novas espécies: plantas e animais se diferenciam por


meio de mecanismos surpreendentes. Pesquisa Fapesp, out. 2013 (adaptado).

Em populações de quais localidades se observa um processo de especiação evidente?


(A) Bertioga e marambaia; alcobaça e olivença.
(B) Itirapina e itapeva; marambaia e massambaba.
(C) Itirapina e marambaia; alcobaça e itirapina.
(D) Itirapina e peti; alcobaça e marambaia.
(E) Itirapina e olivença; marambaia e peti.
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9. (Enem, 2015) Algumas raças de cães domésticos não conseguem copular entre si devido à
grande diferença em seus tamanhos corporais. Ainda assim, tal dificuldade reprodutiva não
ocasiona a formação de novas espécies (especiação). Essa especiação não ocorre devido
ao(à)
(A) oscilação genética das raças.
(B) convergência adaptativa das raças.
(C) isolamento geográfico entre as raças.
(D) seleção natural que ocorre entre as raças.
(E) manutenção do fluxo gênico entre as raças.

10. (Enem Digital, 2020) Alterações no genoma podem ser ocasionadas por falhas nos
mecanismos de cópia e manutenção do DNA, que ocorrem aleatoriamente. Assim, a cada
ciclo de replicação do DNA, existe uma taxa de erro mais ou menos constante de troca de
nucleotídeos, independente da espécie. Partindo-se desses pressupostos, foi construída uma
árvore filogenética de alguns mamíferos, conforme a figura, na qual o comprimento da linha
horizontal é proporcional ao tempo de surgimento da espécie a partir de seu ancestral mais
próximo.

Qual espécie é geneticamente mais semelhante ao seu ancestral mais próximo?


(A) Cavalo.
(B) Ovelha.
(C) Veado.
(D) Porco.
(E) Vaca.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. D
De acordo com o fixismo, os organismos não sofrem nenhuma modificação ao longo do tempo.
Por conta disso, os fósseis teriam que ser iguais aos organismos vistos hoje em dia (o que não
é verdade).

2. B
De acordo com Darwin, o ambiente interfere nas características das populações através da
seleção natural. As mutações estão presentes na teoria neodarwiniana apenas, e é importante
lembrar que não existe organismo mais evoluído, e sim organismos que apresentam
características que permitem a sobrevivência em determinado ambiente – e caso o ambiente
mude, a pressão de seleção pode mudar também, afinal a seleção não é determinista.

3. D
Órgãos análogos são órgãos que possuem a mesma função ou se assemelham
morfologicamente, porém com origem embrionária diferente, como a asa de morcego e a asa
de inseto.

4. A
A irradiação adaptativa obrigatoriamente mostra parentesco evolutivo, já que está relacionada
às variações de um ancestral em comum a todos seus descendentes. Por conta disso, apenas
órgãos homólogos podem surgir desse processo. Além disso, o ambiente determina a variação
das características, e não a permanência delas.

5. B
No início da evolução humana, dentes do siso eram importantes para mastigação, e pessoas
que mastigavam melhor conseguiam mais nutrientes e tinham mais chances de sobreviver.
Porém, como hoje em dia o consumo de alimentos é facilitado (muita disponibilidade e
variedade de comida), uma pessoa que nasce sem esse dente não é prejudicada pela evolução,
logo pode ter descendentes que também nasçam sem ele (afinal, é uma característica passada
por determinação genética entre as gerações).

Exercícios de vestibulares

1. E
A descoberta dos fósseis permitiu que os cientistas estabelecessem uma relação de
parentesco entre organismos que atualmente são considerados diferentes, facilitando a
comprovação de que, na teoria evolucionista de Darwin, os organismos descendiam de um
ancestral comum. Com isso, a opção A está incorreta. O darwinismo tem como sua principal
teoria a seleção natural, em que organismos que possuem uma característica que confira
adaptação ao ambiente onde vivem reproduzem-se mais e têm mais descendentes. Sendo
assim, a opção B está incorreta também. Ao elaborar a teoria das espécies, Darwin quebrou
paradigmas quanto aos conceitos de modificações dos organismos, sendo reconhecido até
hoje como o pai da evolução pelos cientistas. Logo, a opção C está errada ao falar que “a teoria
da origem das espécies, ao contrário do que Darwin esperava, não teve repercussão nos
estudos da Biologia”. Na opção D, ao se dizer que “as características dos indivíduos são
imutáveis ao longo das gerações, pois eles são cópias idênticas dos seus ancestrais”, há um
caráter fixista, contrário ao que Darwin acreditava. Isso torna essa opção errada. Já na opção
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E, ao se dizer que os “os indivíduos não são exatamente iguais, apresentando diferenças que
os tornam mais adaptados ou menos adaptados ao ambiente”, fala-se exatamente da teoria de
seleção natural de Darwin, em que os organismos possuem características diferentes que
permitem uma melhor ou pior sobrevivência. Com isso, podemos considerar a última opção
como correta.

2. C
A seleção natural permitiu a sobrevivência de indivíduos com pelagem que se parecia com o
solo, ou seja, eles foram selecionados positivamente em relação aos que tinham pelagem que
se contrastava com o ambiente.

3. E
O aspecto mimético do polvo decorre de sua maior sobrevivência e reprodução, em
comparação com morfotipos não miméticos (seleção natural).

4. C
A seleção artificial é aquela que possibilita a escolha de características desejadas aos
indivíduos, podendo-se excluir características (ou espécies, como na tirinha) que não são
desejadas.

5. E
Parasitas menos letais aumentam a chance de reprodução e contágio na população de
hospedeiros, indicando, dessa forma, seu longo tempo de coevolução.

6. A
A evolução é a mudança das características ao longo do tempo que se tornam hereditárias,
permitindo que as populações diversifiquem.

7. C
Observa-se em D1 que mesmo na ausência da barreira geográfica, as diferenças entre as
populações são mantidas. Isso deve ocorrer pela incapacidade de reprodução entre seus
indivíduos, ou seja, pelo isolamento reprodutivo.

8. D
De acordo com o conceito biológico de espécie, a interrupção do fluxo gênico caracteriza a
formação de novas espécies. A polinização inviável ou nula entre itirapina e peti e entre
alcobaça e marambaia indica que o fluxo gênico foi interrompido e o processo de especiação
ocorreu.

9. E
A característica inerente à espécie é o fluxo gênico entre os indivíduos. Quando não há
isolamento reprodutivo entre os indivíduos, eles pertencem à mesma espécie.

10. E
As linhas horizontais representam o tempo de diferenciação do ancestral, e vemos que a linha
do ramo onde se tem as vacas é a mais curta de todas.

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