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“Nunca duvide que um


pequeno grupo de pessoas
conscientes e engajadas
possa mudar o mundo.
De fato, sempre foi assim
que o mundo mudou.”
Margaret Mead
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5 | QUEM É QUEM?
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7 | AGRADECIMENTO

8 | O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR POR AQUI

10 | CAPÍTULO 1: IMPACTO SOCIAL


11 | PARA QUÊ TUDO ISSO
12 | OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS)

23 | CAPÍTULO 2: O QUE É MOBILIZAÇÃO SOCIAL?


24 | TIPOS DE MOBILIZAÇÃO

26 | CAPÍTULO 3: DESIGN THINKING PARA MOBILIZAÇÃO SOCIAL


27 | SE PREPARANDO PARA REALIZAR UMA MOBILIZAÇÃO SOCIAL

Índice 28 | CONSTRUINDO UMA MOBILIZAÇÃO SOCIAL

37 | CAPÍTULO 4: EXEMPLOS PRÁTICOS PARA CRIAR UMA MOBILIZAÇÃO


38 | #EUCRIO (Shoot The Shit)

41 | CAPÍTULO 5: EXEMPLOS PRÁTICOS PARA APOIAR UMA ORGANIZAÇÃO POR


MEIO DE UMA MOBILIZAÇÃO
42 | #EUAPOIO ( Atados)

46 | CAPÍTULO 6: COMUNICAÇÃO PARA MOBILIZAÇÃO SOCIAL


48 | CURVA DE ENGAJAMENTO
49 | COMPARTILHE SUA MOBILIZAÇÃO COM O MUNDO

52 | REFERÊNCIAS

53 | CRÉDITOS

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Quem é quem | Iniciativa: social Good Brasil

O que é o Social Good Brasil? de organizações como Fundação das Nações Unidas, PNUD, PILARES DO SGB
Fundação Bill&Melinda Gates, Mashable, entre outras.
O Social Good Brasil (SGB) é uma organização nacional com Os objetivos gerais do programa Social Good Brasil, também
sede em Florianópolis/SC, que foi criada a partir da parceria denominados “pilares” são: INSPIRAR, CONECTAR E APOIAR
entre duas instituições: o Instituto Voluntários em Ação (IVA) Mas o que significa Social indivíduos e organizações para o uso das tecnologias, novas
e o Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom). mídias e do comportamento inovador para contribuir com a
Good? solução de problemas da sociedade.
Tem como objetivo impulsionar uma nova geração de pessoas -
conscientes do seu papel e protagonistas de mudanças “Social Good” significa aliar esta capacidade humana de INSPIRAÇÃO: Usar exemplos para despertar e
sociais e ambientais para contribuir com os objetivos globais contribuir na solução de problemas da sociedade com o po- engajar novos protagonistas que contribuam com
de erradicação da pobreza, de combate a desigualdade, der da inovação e tecnologia. A inovação é fundamental para a solução de problemas da sociedade.
injustiça e de contenção das mudanças climáticas, criando que possamos caminhar na direção de criar novos modelos CONEXÃO: Unir pessoas e organizações em uma
inovações e novos modelos para atingir novos resultados para atingir novos resultados que não repitam os problemas rede colaborativa que compartilha conhecimento,
que não repitam os problemas do passado, acelerando o do passado, acelerando o surgimento de uma nova econo- multiplica ações e potencializa resultados.
surgimento de uma nova economia social e colaborativa. mia social e colaborativa. Já a tecnologia é uma ferramenta APOIO: Oferecer um ambiente de inovação para
que potencializa o efeito multiplicador das ações de impacto que as pessoas possam criar, consolidar ou se
Somos uma liderança no Brasil do movimento global realizadas pelas pessoas, dando escala, autonomia, transpa- engajar em iniciativas “social good”.
+SocialGood, que é um movimento encabeçado por um grupo rência e acesso a todos.

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Quem é quem: PARCEIROS CO-CRIADORES

Nossa proposta é que sejamos tão abrangentes quando o setor social necessite. Atuamos prioritariamente com a causa da
mobilização e temos impacto direto, para exemplificar, em causas como: Arte, Capacitação Profissional, Combate à Pobreza,
Consumo Consciente, Crianças, Cultura, Defesa de Direitos, Educação, Esportes, Idosos, Jovem, Meio Ambiente, Participação Cidadã,
Pessoas com Deficiência, Animais, Saúde e Refugiados.

Acesse o site

Somos um Estúdio Criativo de Comunicação focado em projetos que geram impacto social positivo.. Atuamos com causas / temas
como: Cidades criativas e para as pessoas, empoderamento maker, colaboração, economia criativa, sustentabilidade, poder cívico,
mobilidade urbana e consciência cidadã.

Acesse o site

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Quem é quem: VOLUNTÁRIOS QUE COLABORARAM:

Contamos com o apoio de duas pessoas incríveis que voluntariamente cederam seus conhecimentos para desenvolver com o Social Good Brasil o conteúdo de Design Thinking para Mobilização Social.

Patricia Deporte de Andrade é designer formada pela Universidade Federal de Santa Maria Uda Flávia Chunha é designer, formada pela Universidade Federal de Campi na Grande
(UFSM) e mestra em Design pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente (UFCG) e mestra em Design pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
é professora do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e da Faculdade SENAC-SC e também Atualmente, é doutoranda da pós-graduação em Design da UFRGS e desenvolve pesquisas sobre
desenvolve pesquisas e projetos na área de inovação social e empreendedorismo social. Além a participação dos usuários no processo de design na área de inovação social, com foco em
disso, é voluntária no Social Good Brasil. métodos e ferramentas de co-criação.

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AGRADECIMENTO

Obrigada aos parceiros que se lançaram nesse sonho e contribuíram cocriando a muitas mãos esse material junto com o Social Good Brasil. Foram meses de dedicação, entrevistas, inspiração, reflexões
até que esse guia ficasse pronto e pudesse impactar a vida de inúmeros inovadores e protagonistas da mudança por todo o Brasil.

Tivemos a colaboração da galera do Atados e Shoot The Shit que trouxeram suas experiências sobre engajamento e mobilização social, suas motivações, estratégias, desafios e dicas, de como criar ou
apoiar uma iniciativa de impacto socioambiental positivo e a nossa equipe e voluntários do SGB que não mediram esforços para desenvolver esse Guia.

Acreditamos que atuar em rede por meio de parcerias com indivíduos e organizações, que são hubs de conhecimento, com capilaridade nacional, fortalece as iniciativas como um todo e potencializa nosso
impacto na sociedade. Essa é a vibe do SGB e esperamos que isso transpareça em todas as linhas aqui escritas.

Então bóra aprender para transformar!

Procure adicionar mais valor do que retirar. Estamos muito acostumados a procurar parcerias quando precisamos de ajuda. Mas nunca quando queremos ajudar.
Forme parcerias ganha-ganha.. Só assim as coisas se sustentam no longo prazo <3 Por exemplo, a parceria entre SGB e STS está sendo construída há 3 anos, com
muita paciência, amor e carinho. Só faz sentido pra um, se fizer sentido pros dois. Nos conectamos sempre que as causas têm alinhamento. Se não há, vida que segue,
tudo bem :D Por isso que Shoot The Shit e Social Good Brasil são lindos. hehe. Gab Gomes | Shoot The Shit

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O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR POR AQUI

Aqui nesse Guia de Mobilização Social você vai encontrar um


material com conhecimentos, cases, metodologias e ferramentas
práticas para criar ou apoiar ações positivas de impacto sociais e/
ou ambientais e aumentar o engajamento dessa nova geração na
mudança para transformação social.

Como principal metodologia para apoiar as pessoas que querem


resolver problemas da sociedade, usaremos a Ferramenta de
Estratégia de Mobilização Social e a Ferramenta de Design Thinking
para Mobilização Social, essa última, nos moldes da abordagem
utilizada para o processo de inovação social e desenvolvimento
de negócios ou produtos, mas com foco em promoção de ações e
mobilizações, com base nas necessidades reais de quem vive o
problema.

É importante, no entanto, não encarar o conteúdo do guia como uma


verdade absoluta, é apenas um guia, não uma maneira fechada de
fazer as coisas.

VAMOS NESSA?

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“O problema não é não


fazer. O problema é só
reclamar.”
Third Circle by Shoot The Shit
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CAPÍTULO 1: IMPACTO SOCIAL

PARA QUÊ TUDO ISSO? sociedade melhor e mais justa, por meio de melhorias na qualidade da nossa educação,
serviços de saúde e muitos outros temas. Dessa forma, desenhamos uma metodologia de
Vivemos num mundo com problemas complexos, que exigem soluções que possam ser ambientes de inovação, que é replicada em todos os nossos projetos, para impulsionar essa
aplicadas a milhões (e até mesmo bilhões) de pessoas. E para isso precisamos pensar e nova geração de pessoas conscientes do seu papel e protagonistas de mudanças sociais e
fazer diferente. Novas formas de poder já estão aparecendo na sociedade, marcadas por uma ambientais.
mudança de consciência. Nos relacionamos, trabalhamos, produzimos e consumimos de outra Ainda continuamos a testemunhar guerras, pobreza, atos individuais de violência, massiva
forma. A inspiração pode vir de todos e servir a todos. injustiça social e uma velocidade recorde de degradação ambiental. Entretanto, observa-
se que o mundo passou de fato por mudanças sociais radicais. E esses esforços não foram
A forma de fazer está mudando a medida que as pessoas estão despertando para os novos liderados por organizações individualmente, mas por movimentos.
papéis que podem desempenhar nas questões sociais, nas tomadas de decisão e na mudança Dessa forma, todas as iniciativas a serem apoiadas ou criadas pelos participantes da
de consciência na sua comunidade, região, país e até no mundo. aceleradora de protagonismo, serão categorizadas entre os 17 Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODS), permitindo ser visível a contribuição de cada um para tais objetivos globais.
A participação de todos como uma necessidade para o desenvolvimento social segundo
Bernardo Toro, é uma aprendizagem contínua. Se conseguirmos hoje nos entender, decidir A seguir apresentaremos o que e quais são os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
e agir para alcançar alguma coisa (como a melhoria da escola do bairro), depois seremos
capazes de construir e viabilizar soluções para outros problemas (como a preservação de um
área verde ou a melhoria do trânsito). Podemos ainda nos articular para desafios maiores,
como o fim da violência, o combate ao desemprego, etc. Se aprendermos a conversar, a decidir
e agir coletivamente, ganhamos confiança na nossa capacidade de gerar e viabilizar soluções
para nossos problemas, fundamentos para a construção de uma sociedade com identidade e
autonomia.
Apesar de na esfera do SGB conhecermos muitos jovens protagonistas de mudanças sociais, Essa crise generalizada em que vivemos simplesmente é um momento
considerando os mais de 203,3 milhões de Brasileiros (IBGE 2015), infelizmente ainda é muito excelente de repensar quem a gente é de fato, traz uma necessidade
maior o número de pessoas que estão presas a inércia e passividade frente aos problemas da de a gente olhar pra dentro e se questionar. E quando acreditamos que
sociedade. Falta consciência sobre o papel das pessoas para que elas possam ter uma postura podemos ser diferentes, começamos a fazer coisas diferentes. Desse
de protagonismo e contribuir de forma mais clara e direta com os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODS) (http://www.globalgoals.org/pt/) a nível local.
olhar pode surgir novos negócios, novos projetos, novas ideias mas
principalmente nasce novas pessoas. Gab Gomes | Shoot The Shit
É fundamental que a população se dê conta do seu poder de ação para enfrentar os grandes
desafios que o Brasil precisa resolver, contribuindo de forma ativa na construção de uma

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CAPÍTULO 1: IMPACTO SOCIAL

OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS)

// QUAIS SÃO: Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda mundial
adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em
setembro de 2015 composta por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030. Os ODS
foram construídos em um processo de negociação mundial, que teve início em 2013 e contou
com a participação do Brasil em suas discussões e definições a respeito desta agenda.
Os temas podem ser divididos em quatro dimensões principais:

Social: relacionada às necessidades humanas, de saúde, educação, melhoria da qualidade


de vida e justiça.

Ambiental: trata da preservação e conservação do meio ambiente, com ações que vão
da reversão do desmatamento, proteção das florestas e da biodiversidade, combate à
desertificação, uso sustentável dos oceanos e recursos marinhos até a adoção de medidas
efetivas contra mudanças climáticas.

Econômica: aborda o uso e o esgotamento dos recursos naturais, a produção de resíduos,


o consumo de energia, entre outros.

Institucional: diz respeito às capacidades de colocar em prática os ODS.

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CAPÍTULO 1: IMPACTO SOCIAL

// O QUE SÃO: DO QUE TRATA O ODS 2

DO QUE TRATA O ODS 1 A fome é um dos aspectos que podem estar associados à pobreza. Assim, o
ODS 2 tem uma característica complementar ao ODS 1.
O ODS 1 trata da pobreza, cuja erradicação é entendida pelo Brasil como
ponto central para toda a estratégia de desenvolvimento sustentável. A erradicação da pobreza No entanto, ele traz novas dimensões, voltadas para a saúde (desnutrição de
extrema é a meta mais urgente, porém o desafio maior é tratar das outras metas, como reduzir crianças e da população em geral), para a produção de alimentos sustentável (por exemplo),
à metade a proporção de indivíduos vivendo em situação de pobreza (e não apenas a pobreza e para a economia.
extrema).
Este ODS ainda depende da formulação de indicadores concretos e objetivos, que passem a ser
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), fomos um dos monitorados para verificar se há avanço na agricultura sustentável, na construção de bancos
países com melhor desempenho nesta meta, na última década: o Brasil reduziu a pobreza de genes de plantas e animais e nos esforços para manter a biodiversidade.
extrema a menos de um sétimo do nível de 1990, e a proporção de pessoas vivendo em pobreza
extrema passou 25,5% para 3,5%, em 2012. Por fim, a ampliação da produtividade e da renda dos pequenos produtores agrícolas, indígenas,
pescadores e pastores, com atenção especial às mulheres, que tem um impacto direto na
diminuição da pobreza e na promoção de uma economia mais sustentável.
Para dar conta deste objetivo, o país precisará estabelecer novos marcos políticos para garantir
que sistemas de proteção social atinjam os indivíduos pobres e vulneráveis. Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods2/

Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods1/ Conheça essa iniciativa que possui como objetivo incentivar a adoção de boas práticas por
gestores e fornecedores da alimentação escolar, de forma que se possa manter um fluxo
Conheça essa iniciativa do setor alimentício, que nasceu no norte do Brasil e contribui de produção de alimentos saudáveis, rastreados, produzidos localmente por agricultores
especialmente com o ODS 1: Sambazon familiares qualificados e compatíveis com a segurança alimentar e nutricional dos estudantes
de escolas públicas brasileiras, contribuindo com o ODS 2: Sumá

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CAPÍTULO 1: IMPACTO SOCIAL

DO QUE TRATA O ODS 3 DO QUE TRATA O ODS 4

O ODS 3 tem seu foco principal na saúde da população. Por isso, apresenta A educação de qualidade e para todos é foco do ODS 4. Garantir que todos
metas como: a redução drástica da mortalidade materna, o fim das mortes os jovens concluam a educação básica é o que determina uma das metas
evitáveis de bebês e crianças, o combate a doenças como a AIDS, a desse objetivo, mas não basta a conclusão: todo o processo de educação
tuberculose, a malária, a hepatite, entre outras transmissíveis. Também trata da redução a um formal deve primar pelo desenvolvimento das potencialidades dos indivíduos, desde a primeira
terço das mortes prematuras por doenças não transmissíveis, como hipertensão e diabetes. infância até a formação técnica e superior.

Já que os usos de álcool, de tabaco e de entorpecentes são graves problemas de saúde pública, A alfabetização de jovens e adultos e sua qualificação para o mundo do trabalho são
eles também são alvo deste ODS. Por fim, as mortes em situações de trânsito constituem outra preocupações que complementam este objetivo.
preocupação.
Pressuposto para a educação de qualidade são instalações adequadas para o processo de
O acesso aos sistemas de saúde e o sistema de prevenção e de proteção do bem estar dos ensino e aprendizagem e professores com boa formação. Com recursos humanos motivados e
cidadãos são abordados aqui neste ODS, assim como novos desenvolvimentos de vacinas e capazes, as escolas poderão transmitir aos seus estudantes os princípios de cidadania global,
pesquisas para a melhoria da saúde no planeta. valorização de diversidades e a educação para o desenvolvimento sustentável.

A Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa), formalizada em 1996 para viabilizar Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods4/
parcerias entre entidades dos segmentos técnicos e científicos nacionais envolvidos na
produção, análise e disseminação de dados de saúde pública, é uma referência na organização Conheça essa startup que desenvolve soluções que permitam aos alunos estudarem de forma
de informações úteis à compreensão da realidade sanitária brasileira. personalizada e ao vender para as escolas particulares permite que os alunos de escolas
públicas tenham acesso gratuito, contribuindo assim, com o ODS 4: Geekie
O desafio, portanto, não é exatamente produzir informações e indicadores, mas sim, fazer com
que cada município aperfeiçoe seu processo de registro dos dados de saúde, e se aproprie das
estatísticas, de forma a promover melhorias substanciais no bem-estar e na prevenção de
doenças.

Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods3/

Conheça essa iniciativa que presta serviços de saúde preventivo para comunidades com pouco
ou nenhum acesso aos serviços básicos de saúde, utilizando tecnologias móveis, contribuindo
com o ODS 3: Plataforma Saúde

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CAPÍTULO 1: IMPACTO SOCIAL

DO QUE TRATA O ODS 5 DO QUE TRATA O ODS 6

A igualdade de gênero, com empoderamento de meninas e mulheres é o tema A preocupação com a existência de água potável e segura para todos é o
do ODS 5. Esse objetivo pede o fim da discriminação e da violência contra centro desse ODS. Indissociável desta temática é a oferta de saneamento e
mulheres e meninas. higiene, uma vez que a falta destes pode levar à contaminação do solo, de
rios, mares e fontes de fontes de água para abastecimento.
Para além da dimensão da cidadania e do direito à vida, a meta trata também de questões
econômicas, buscando reformas que levem a direitos iguais à propriedade, controle sobre a O aspecto social da água, recurso indispensável a vida, é apenas um dos vieses do ODS 6. O uso
terra, recursos financeiros, herança e recursos naturais. racional pela indústria e agricultura, aumentando a eficiência.

Como outra estratégia para conferir mais poder as mulheres, está o uso das novas Tecnologias Por fim, são necessários marcos institucionais para favorecer a participação social, para
de Informação e Comunicação (TICs). controle do uso da água e monitoração da proteção do meio ambiente.

Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods5/ Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods6/

Conheça esse negócio social e inclusivo que leva a consumidores em todo Brasil produtos Conheça essa iniciativa da Waves for Water (internacional) criada para ajudar as pessoas
de design feitos à mão por grupos produtivos de artesãs de regiões de menor renda. Essa afetadas pelo desastre no Rio Doce. Contribuindo com o ODS 6: Rio Doce pede água doce
iniciativa contribui com o ODS 5: Rede Asta

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CAPÍTULO 1: IMPACTO SOCIAL

DO QUE TRATA O ODS 7 DO QUE TRATA O ODS 8

O ODS 7 trata do acesso às diferentes fontes de energia, principalmente às O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8 é o que tem como centro o
renováveis, eficientes e não poluentes. A preocupação mundial com a energia mundo do trabalho e do desenvolvimento econômico. Por isso, entre seus
segura e com a preservação ambiental culminou, em 2002, com a criação da detalhamentos, vários tratam da economia internacional, seja por metas de
unidade de Energia da Organização das Nações Unidas (ONU) voltada para a temática. desempenho econômico, seja por busca de eficiência e produtividade.
O emprego decente, o empreendedorismo e o valor à criatividade e à inovação são tema desse
Trata-se de um ODS que interliga diferentes níveis de poder: a energia é fundamental para a objetivo, que incentiva a formalização e o crescimento de micro, pequenas e médias empresas.
vida cotidiana, mas também para a produção industrial global. Com isso, os interessados no
assunto são muitos e variados: vão desde as famílias que moram no campo, passando pelos
municípios urbanos, chegando a Estados nacionais. Uma preocupação especial é com o trabalho para grupos sociais específicos, como as
mulheres, pessoas com deficiência e os jovens.
A energia é um campo de disputa internacional, principalmente quanto ao uso de fontes
renováveis e não poluentes, que tem reflexo direto na economia. Além disso, a meta propõe o incentivo ao turismo sustentável, que gera empregos e promove
a cultura, e o respeito aos direitos trabalhistas, inclusive de migrantes.
Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods7/
Para maiores informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods8/
Conheça a organização não governamental que tem como foco a iluminação pública, utilizando
uma fonte de luz econômica e ecologicamente sustentável voltada a que não possui acesso Conheça essa organização social que desenvolve aparelhos auditivos digitais recarregáveis,
à eletricidade ou recursos para arcar com ela. Essa iniciativa contribui com o ODS 7: Litro de de baixo custo para a população das classes médias e baixas, que não podem pagar pelos
Luz altos preços de mercado dos aparelhos auditivos, contribuindo com o ODS 8: Solar Ear

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CAPÍTULO 1: IMPACTO SOCIAL

DO QUE TRATA O ODS 9 DO QUE TRATA O ODS 10

Este ODS trata, principalmente, do desenvolvimento da indústria, da inovação A redução da desigualdade entre e dentro dos países é o tema deste ODS.
e da geração de valor. Para tanto, a infraestrutura é questão básica de suporte. Para tanto, é necessário assegurar renda às populações mais pobres (10.1),
promover a inclusão social e política (10.2) e adotar políticas de proteção
Aqui, ela deve ser entendida de modo amplo, que vai desde a construção e manutenção salarial (10.4).
de portos, aeroportos, ferrovias, terminais para escoamento da produção, até parques de
inovação, passando por atendimento de redes de telecomunicações. Medidas institucionais, como a eliminação de leis discriminatórias e a promoção de leis
adequadas (10.3) fazem parte do caminho para a redução das desigualdades.
O desenvolvimento tecnológico e a diversificação industrial têm papel central neste objetivo,
uma vez que possibilita o ganho de eficiência na produção. Por fim, fiscalizar e regular os mercados financeiros, de forma a não concentrarem renda
(10.5), e dar tratamento justo a migrantes (10.7) também estão entre as metas deste ODS.
Para maiores informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods9/
Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods10/
Conheça essa iniciativa que desenvolveu um buscador virtual que tem como objetivo preencher
essa lacuna ao oferecer acesso rápido a informações de saúde, tais como medicamentos, Conheça essa iniciativa de qualificação e geração de renda para moradores das comunidades
postos de saúde, vacinas, entre outros. Contribui com o ODS 9: Saútil localizadas ao longo do Sistema Anchieta Imigrantes que contribui para o ODS 10: Ecovias

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CAPÍTULO 1: IMPACTO SOCIAL

DO QUE TRATA O ODS 11


DO QUE TRATA O ODS 12
Cidades mais inclusivas, seguras, sustentáveis e resilientes a desastres ou a
eventos incomuns são as metas deste objetivo, conhecido como ODS das cidades. O ODS 12 aborda a produção e o consumo sustentáveis, com foco em ações
Por isso, um primeiro ponto é a urbanização de favelas. globais e locais, como alcançar o uso eficiente de recursos naturais, reduzir
o desperdício de alimentos, manejar resíduos químicos de maneira responsável.
Como a mobilidade urbana é fundamental para que o indivíduo exerça sua cidadania, a melhoria da
oferta de serviços de transporte, com atendimento para todos os tipos de grupos, incluindo os em
vulnerabilidade, mulheres, pessoas com deficiência e idosos. Neste objetivo, também estão incluídos o cuidado com resíduos sólidos e a diminuição da
emissão de poluentes.
A preservação da cultura, o fortalecimento dos espaços de participação, a redução do número de
mortes, de pessoas afetadas por catástrofes e de prejuízos e a redução dos impactos ambientais São levantadas possibilidades de práticas para empresas e também para a gestão do Estado,
pela vida e produção econômica nas cidades complementam as metas deste ODS. por meio da realização de compras públicas sustentáveis.

Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods11/ Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods12/

Conheça esse negócio social que tem como objetivo desenvolver soluções de reforma habitacionais Conheça essa iniciativa criada em 2012 com o intuito de preencher uma lacuna na educação
para melhorar as condições de habitação das pessoas de menor renda. Contribuir com o ODS 11: financeira do brasileiro de menor renda,.contribuindo com o ODS 12: Konkero
Programa Vivenda

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CAPÍTULO 1: IMPACTO SOCIAL

O QUE TRATA O ODS 13 DO QUE TRATA O ODS 14

Assim como o ODS 11, este objetivo confere importância à resiliência e a A conservação dos recursos marinhos é tema deste ODS. Uma preocupação
capacidade de adaptação dos agrupamentos humanos frente aos riscos importante é com a redução da poluição, enfrentando, por exemplo, a
associados ao clima e às catástrofes naturais. acidificação dos mares.
No entanto, o foco central é combater a mudança climática e seus impactos. Trata-se de meta
que exigirá investimentos em conscientização, sensibilização, formação e educação. A pesca, deve ser regulada, a fim de restaurar populações de peixes, para que haja um
rendimento máximo e sustentável. Neste sentido, devem ser preservados também o acesso ao
Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods13/ mar, aos recursos naturais e aos mercados ao pescador artesanal.

Conheça essa organização não governamental que capacita jovens sobre as questões climáticas Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods14/
para que sejam capazes de participar efetivamente das decisões que podem impactar as suas
comunidades, contribuindo com o ODS 13: Engajamundo Conheça essa iniciativa criada para contribuir com a educação ambiental através de mutirões
de limpezas das praias e mares, e que desenvolveu um documentário que aborda o tema “Lixo
marinho, um problema Global”. Esse projeto contribui com o ODS 14: Projeto Route

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CAPÍTULO 1: IMPACTO SOCIAL

DO QUE TRATA O ODS 15


DO QUE TRATA O ODS 16
A preservação dos ecossistemas terrestres, das florestas e da biodiversidade
são o tema deste ODS. A preocupação não se dá só com a preservação e/ O acesso à Justiça, a segurança pública e a promoção de uma sociedade
ou conservação do que já existe, mas também com a reversão de danos já mais pacífica são o tema do ODS 16. Por isso, neste objetivo, entram metas
causados ao ambiente. associadas à redução de mortes por violência, tráfico e tortura contra crianças e à promoção
de um Estado de Direito em que todos tenham direito a se defender.
Deter o desmatamento é uma das metas deste ODS, com a qual o Brasil tem muito a se
envolver, dadas a Mata Atlântica e Floresta Amazônica, por exemplo. Quando áreas são Crimes internacionais, como o tráfico de armas também são abordados. O fenômeno global da
desmatadas, em geral, passa a haver processos de desertificação, que devem ser combatidos. corrupção, por sua vez, é alvo da meta.

A preservação da biodiversidade e de espécies ameaçadas também são alvo desse objetivo. A participação social nas instituições de poder, amparada por acesso público à informação,
Há também uma meta específica para acabar com a caça ilegal e com o tráfico de espécies traz a dimensão da representação e da governança neste ODS.
da fauna e da flora.
Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods16/
Os valores dos ecossistemas e da biodiversidade devem ser integrados aos processos de
desenvolvimento e de redução da pobreza. Conheça esse movimento que foi criado para mostrar aos brasileiros quem são os políticos
que estão envolvidos em escândalos, acusações e todo o tipo de falcatruas dentro do meio
Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods15/ político e fora dele, contribuindo com o ODS 16: Movimento Ficha Limpa

Conheça essa empresa de origem brasileira líder no fornecimento de ingredientes naturais e


orgânicos extraídos de forma ética e sustentável da Floresta Amazônica e de outros biomas
brasileiros e que contribui com o ODS 15: Beraca

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CAPÍTULO 1: IMPACTO SOCIAL

DO QUE TRATA O ODS 17

O ODS 17 é o que tem mais metas e aborda diferentes frentes associadas


ao desenvolvimento sustentável. Há objetivos para finanças, tecnologia,
capacitação, comércio, coerência de políticas e de instituições, parcerias multissetoriais,
dados, monitoramento e prestação de contas.

Trata-se de um objetivo mais voltado para a ação internacional de auxílio a países em


desenvolvimento, ampliando as possibilidades de investimento, transferência tecnológica,
comércio multilateral. Mas também dá conta dos meios de implementação (assistência
técnica, recursos financeiros, descentralização de conhecimentos e fortalecimento de
capacidades institucionais) para o conjunto dos ODS.

Busca-se ainda aumentar a estabilidade macroeconômica global, a partir da coordenação de


políticas.

Por fim, argumenta-se a necessidade de ampliar a disponibilidade de informações desagregadas


por renda, gênero, idade, raça, etnia, status migratório, deficiência, localização geográfica,
para monitorar e planejar ações para a concretização dos ODS.

Para mais informações, acesse: http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods17/

Conheça o Tribanco que surgiu para atender às demandas de serviços financeiros de pequenos
comerciantes, que, devido à menor renda, enfrentam dificuldades em obter linhas de crédito
para o desenvolvimento de seu negócio. Essa iniciativa contribui com o ODS 17: Tribanco

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“Mobilização transforma
a percepção em ação”
Renato Guimarães

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CAPÍTULO 2: O QUE É mobilizaçÃO SOCIAL

“Originário do Latim, mobilis, o conceito de “mobilização” diz respeito aquilo que pode TIPOS DE MOBILIZAÇÃO
mudar de lugar. Aquilo que é capaz de mover, deslocar. Para os autores Bernardo Toro e
Nísia Werneck, esta movimentação é fruto do compartilhamento de um desejo comum, uma As mobilizações para impacto social podem contemplar diferentes formatos, estruturas e
vontade de mudar, de alcançar determinado objetivo.” A mobilização social é muitas vezes estratégias de ação (ações pontuais, específicas, mais elaboradas curto, médio e longo prazo,
confundida com manifestações públicas, com a presença das pessoas em uma praça, passeata, movimento e etc). Abaixo, segue alguns tipos de mobilizações e em cada uma delas, uma
concentração. Mas isso não caracteriza uma mobilização. A mobilização ocorre quando um pequena descrição e um case real existente para exemplificar essas diferentes formas de
grupo de pessoas, uma comunidade ou uma sociedade decide e age com um objetivo comum, ação.
buscando, quotidianamente, resultados decididos e desejados por todos.
flashmobs: são aglomerações instantâneas de pessoas em um local público para realizar
“Participar ou não de um processo de mobilização social é um ato de escolha. Por isso se diz determinada ação inusitada previamente combinada, estas se dispersando tão rapidamente
convocar, porque a participação é um ato de liberdade. As pessoas são chamadas, mas participar quanto se reuniram.
ou não é uma decisão de cada um. Essa decisão depende essencialmente das pessoas se verem ou
não como responsáveis e como capazes de provocar e construir mudanças.” O fluxo das causas - artivismo: ações sociais e políticas, produzidas por pessoas ou coletivos, que se valem de
pesquisa desenvolvida pelo Instituto Arapyaú com a parceria da Shoot The Shit e Cause. estratégias artísticas, estéticas ou simbólicas para amplificar, sensibilizar e problematizar,
para a sociedade, causas e reivindicações sociais.
Apresentaremos neste Guia, diferentes formas de engajamento para criar ou apoiar mobilizações
sociais, focados nas formas inovadoras e de alto impacto de atuação social (como o design intervenções urbanas: é uma manifestação artística, geralmente realizada em áreas centrais
thinking para mobilização social), oportunizando criar, colaborar e compartilhar, por exemplo de grandes cidades, que procura produzir novas maneiras de perceber o cenário urbano e criar
microrrevoluções nas cidades ou intervenções urbanas por meio de mutirões ou flashmobs, ser relações afetivas com a cidade, que não a da objetividade funcional que aplaca o dia-a-dia,
voluntário ou mentor de iniciativas sociais existentes, como ONGs, movimentos ou coletivos, para questionar e transformar a vida urbana cotidiana. Geralmente é uma forma de levar a arte
entre tantas outras formas de trazer uma contribuição social para o mundo. para o dia-a-dia e problematizar a privatização do espaço público.

campanhas: elas servem para realizar uma chamada para a ação (call to action) e ajudar a
apoiar e fortalecer a base do movimento a crescer e ficar mais engajada, além de aumentar
A mobilização social tem um poder transformador tão extenso quanto
sua visibilidade e capacidade de impacto a longo prazo. Várias campanhas podem compor um
as próprias oportunidades que gera, que são infinitas. Ou seja, quando único movimento.
existem pessoas mobilizadas para superar um desafio social não há
barreira que as impeça. Acreditamos que a mobilização é a base de movimentos: constituem tentativas, pautadas em valores comuns àqueles que compõem o
grupo, de definir formas de ação social para se alcançar determinados resultados. Podemos
qualquer transformação. Atados
citar como alguns exemplos de movimentos o da causa operária, o movimento negro (contra
racismo e segregação racial), o movimento estudantil, o movimento de trabalhadores do campo,

24
//
CAPÍTULO 2: O QUE É mobilizaçÃO SOCIAL

movimento feminista, movimentos ambientalistas, da luta contra a homofobia, separatistas,


movimentos marxista, socialista, comunista, entre outros.

mutirões: são mobilizações coletivas em prol de um objetivo comum, baseando-se na ajuda


mútua prestada gratuitamente, como um mutirão para a pintura da escola do bairro, limpeza
de um parque e outros.

coletivos para impacto social: são uma das diversas modalidades de participação política
adotadas pela juventude brasileira contemporânea, cujas práticas concretas vão ao encontro
de um discurso contestador e comprometimento social, no entanto, nem todos os coletivos
possuem, necessariamente, teor ativista.

marchas: A marcha é um momento de catarse coletiva, de ocupação das ruas em prol de uma
causa comum, com ações organizadas de caminhadas e confecção de cartazes em primeira
pessoa, microfone vivo (ação em que uma pessoa fala e a multidão repete frase a frase),
construção do manifesto vivo (momento de microfone aberto a qualquer pessoa que queira
denunciar violências) e na pluralidade de outras ações que se observa nessa ato de rua.

ocupações: movimento de resistência e ocupação organizada de forma articulada criando um


espaço de troca e articulação popular, que normalmente desenvolve uma programação diária
de diferentes atividades e grupos que irão se revezar ocupando o local dia e noite.

Foto: Herri Bizia

25
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26
//
CAPÍTULO 3: Design Thinking para Mobilização social

Nós do SGB colocamos as pessoas sempre no foco e no centro de todos os // Por que eu deveria me importar?
nossos programas, porque acreditamos na capacidade humana de fazer
a mudança acontecer, seja dentro ou fora de grandes instituições, além Já parou para pensar o que significa se importar? Se pensarmos no sentido literal da palavra,
de acreditarmos que os problemas sociais a serem resolvidos podem ser importar é carregar para dentro. Dizer que se importa com algo significa “isso está dentro
distintos por regiões, mas que o comportamento inovador e protagonista é de mim” (agradecemos ao pessoal do Shoot the Shit por esta reflexão). Ter dentro de si a
fundamental a todos que desejam criar uma mudança real. motivação para agir é o começo de tudo.
Quando alguém incorpora a vontade de ser agente de mudança, começa a compreender que
Para realmente mudar um sistema de forma positiva, antes de buscar qualquer metodologia apenas o sucesso financeiro não é capaz de trazer plena realização pessoal. Quando alguém
para a ação, as pessoas precisam de uma compreensão fundamentada de si mesmas e de um se importa, em geral surge a necessidade encontrar um novo tipo de comprometimento. Um
conjunto mais abrangente de habilidades, incluindo os sistemas de pensamento somadas a propósito que vai além da vida privada, familiar e afetiva, mas a problemas relativos ao bem
uma compreensão das ferramentas de colaboração, para alcançar um maior impacto coletivo. comum, na universidade, na comunidade ou na sociedade de forma mais ampla.
Por isso, acreditamos que é muito importante instigar a todo o momento o comportamento Mais do que reclamar do que vai mal e esperar que as mudanças aconteçam, a satisfação vem
inovador como ferramenta de mudança, a partir do despertar da confiança criativa e da empatia. de provocar essa mudança, tirar a bunda da cadeira, desafiar o preestabelecido, influenciar
outras pessoas a também se importarem. Este é o comportamento de um protagonista social.
O grande diferencial das metodologias e ferramentas que traremos a seguir é colocar o foco E pra começar, basta se importar.
nas pessoas, posicioná-las como protagonistas da mudança social, onde cada um pode usar
sua experiência de vida, experiência profissional, sua vivência na comunidade e proximidade // Entender o que me move?
com aquilo que pretende transformar para a construção de uma trajetória própria, despertando
todo o seu potencial de mudança, incentivando a inovação e não manter a ênfase somente nos Empatia, revolta, injustiça, esperança … o que te mobiliza a agir, te impulsiona a contribuir?
problemas existentes ou nas soluções sociais que já foram previamente criadas. Esse é um passo importante de autoreflexão sobre suas motivações, paixões, valores e desejos
de realizar algo alinhado com o seu propósito.
SE PREPARANDO PARA REALIZAR UMA MOBILIZAÇÃO SOCIAL

Um processo de mobilização passa por dois momentos. O primeiro e essencial antes de começar Cada um precisa olhar para dentro de si e para o que já fez até este
a desenhar e planejar os passos para realizar uma mobilização (seja ela uma campanha, um
momento e perceber qual seu combustível, pelo que é movido, quais
mutirão, intervenção na cidade entre outros), é o do despertar do desejo e da consciência da
necessidade de uma atitude ou mudança. O segundo é o da transformação desse desejo e seus objetivos. Importante dizer que isso não precisa ser feito sozinho,
dessa consciência em disposição para a ação e na própria ação. amigos e/ou colegas de trabalho podem ajudar a esclarecer a resposta
com uma visão de fora. Marcos | Shoot The Shit
A seguir trazemos duas perguntas que cada um deveria fazer a si mesmo \0/

27
//
CAPÍTULO 3: Design Thinking para Mobilização social

Depois de compreender porque me importo e o que me move, chega a hora de estruturar a sua escola de design para ser um design thinker. Tim Brown conta que muitas pessoas fora da área
mobilização e “desenhar” o que será executado. Para isso, construímos para você um material de design também possuem aptidão natural para praticar essa metodologia, porque possuem
inédito que une conceitos inovadores do design thinking aliando o universo da mobilização características ou habilidades inerentes ao design thinker, que podem ser trabalhadas
social. Para enriquecer ainda mais esse material, buscamos referências conceituais de para fluírem melhor. Essas características e habilidades também podem ser chamadas de
especialistas na área de comunicação para impacto social e mobilização, como, Renato pensamentos e atitudes, que são conhecidos por mindsets.
Guimarães do Greenpeace Brasil, Graziela Tanaka do Greenpeace Internacional e a galera
da Shoot The Shit, para trazer ferramentas práticas que apoiem essa metodologia de Design Quais são os mindsets dessas pessoas?
Thinking com foco em Mobilização Social.
Tim Brown fala sobre cinco características que são comumente encontradas nos design
CONSTRUINDO UMA MOBILIZAÇÃO SOCIAL thinkers. A seguir, vamos saber mais sobre essas habilidades e como desenvolvê-las.

O Design Thinking é uma metodologia prática e criativa com foco no ser humano e que busca 1 // EMPATIA
inicialmente conhecer o contexto e observar as pessoas, para então identificar problemas
e propor soluções inovadoras que se encaixem nele, porque reconhece que as pessoas que A empatia é a capacidade de imaginar o que outra pessoa está sentindo e
convivem diariamente com um problema têm muito a contribuir para solucioná-lo. pensando. A empatia é um dos principais aspectos do design thinking, porque
é fundamental tentar se colocar no lugar das outras pessoas para entender
O design thinking parte das necessidades e desejos das pessoas, e analisa se as soluções como elas pensam e agem, para essa compreensão guiar as próprias ações.
são tecnicamente possíveis e financeiramente viáveis, para que o projeto seja implementado Praticar a empatia não é apenas se colocar no lugar de outra pessoa, mas principalmente,
e alcance os resultados desejados. E é justamente isso que queremos, uma mobilização que pensar com a lógica dela, a partir das experiências que ela viveu e vive, ou seja, criar empatia
aconteça e traga uma contribuição social para o mundo! Essa ferramenta com foco para pelo que elas são e com o que é importante para elas. Vivenciar a experiência de outra pessoa
Mobilização Social vai convidá-lo a desenvolver um plano de ação onde poderão ousar, cocriar proporciona uma visão mais próxima da realidade na qual você deseja intervir.
e praticar tentativa e erro para propor novas soluções para aquilo que desejam transformar,
com o objetivo de diminuir a distância entre as ideias e sua concretização no mundo real e a “A empatia é uma consciência constante do fato de que nossos interesses não são os
consequente geração de impacto social. interesses de todo mundo e de que nossas necessidades não são as necessidades de todo
mundo, e que algumas concessões devem ser feitas a cada momento. Não acho que empatia
A complexidade dos problemas atuais e a velocidade que ocorrem não funciona mais em seja caridade, não acho que seja sacrifício pessoal, não acho que seja prescritiva. Acho que
concordância com o pensamento do século XX. É nesse sentido que vemos a urgência de adotar a empatia é uma maneira em permanente evolução de viver tão plenamente quanto possível,
novos modelos mentais (novas formas de pensar e agir), novas formas de resolver e encarar os porque ela expande nosso invólucro e nos leva a novas experiências que não poderíamos
problemas, e o design thinking nos mostra uma nova maneira de solucioná-los. esperar ou apreciar até que nos fosse dada a oportunidade” - Patricia Moore - O poder da
empatia: A arte de se colocar no lugar do outro para transformar - por Roman Krznaric
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é necessário ter estudado em nenhuma

28
//
CAPÍTULO 3: Design Thinking para Mobilização social

O contato com as pessoas é a melhor forma de criar empatia, você pode observar as pessoas 2 // OTIMISMO
e seu comportamento no contexto onde vivem, pode conversar e interagir com elas durante
atividades por meio de pequenos encontros programados. Essa imersão no mundo de outras O design thinking incentiva as pessoas a criarem várias soluções para
pessoas possibilita que você vivencie a experiência delas. serem testadas, porque os aparentes fracassos são considerados parte
do processo de criação da solução e é uma forma de aprender. Por isso o
otimismo é tão fundamental, ele alimenta a nossa motivação e nos auxilia a
vencer as limitações e acreditar que pelo menos uma das possíveis soluções é melhor do que
Os seis hábitos de pessoas extremamente empáticas:
as existentes.
Roman Krznaric considera a empatia como um ideal que tem o poder de transformar
nossas vidas e de promover profundas mudanças sociais. Em seu livro O Poder
Posso olhar a realidade, por mais triste que ela pareça e me desesperançar e me desesperar; ou
da Empatia, Krznaric apresenta um conjunto de atitudes e hábitos diários que
posso olhar essa mesma realidade e viver uma utopia, acreditando e lutando na transformação
pessoas altamente empáticas apresentam. Confira quais são eles:
da sociedade em uma outra realidade, na qual os seres humanos sejam emancipados e felizes.
Hábito 1: Acione seu cérebro empático
Mudar nossas estruturas mentais para reconhecer que a empatia está no cerne da Enfim... copo meio cheio ou copo meio vazio? É você quem escolhe!
natureza humana e pode ser expandida ao longo de nossas vidas.
Hábito 2: Dê o salto imaginativo 3 // EXPERIMENTAÇÃO
Fazer um esforço consciente para colocar-se no lugar de outras pessoas - inclusive no
de nossos “inimigos” - para reconhecer sua humanidade, individualidade e perspectivas. De forma complementar ao otimismo, a experimentação incentiva o
Hábito 3: Busque aventuras experienciais “aprender fazendo” através da produção de protótipos rápidos, de baixo
Explorar vidas e culturas diferentes das nossas por meio de imersão direta, viagem custo e rústicos, fazendo com que as pessoas visualizem e entendam a
empática e cooperação social. ideia, e testem as soluções no início do seu desenvolvimento, servindo de aprendizado na
Hábito 4: Pratique a arte da conversação elaboração de novas soluções.
Incentivar a curiosidade por estranhos e a escuta radical, e tirar nossas máscaras
emocionais.
Hábito 5: Viaje em sua poltrona
4 // COLABORAÇÃO
Transportarmo-nos para as mentes de outras pessoas com a ajuda da arte, da literatura,
do cinema e das redes sociais na internet. A colaboração no design thinking é a característica que traz múltiplas visões
Hábito 6: Inspire uma revolução sobre o mesmo problema, várias perspectivas que tornam a discussão mais
Gerar empatia numa escala de massa para promover mudança social e estender nossas rica e levam a novas possibilidades e soluções inovadoras. É importante
habilidades empáticas para abraçar a natureza. que o time seja diversificado e que todos estejam abertos a ouvir e interpretações diferentes
durante todo o processo.

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//
CAPÍTULO 3: Design Thinking para Mobilização social

5 // O PENSAMENTO INTEGRATIVO

O pensamento integrativo não depende apenas de escolher um caminho


ou outro, ou de se basear em soluções já existentes, como acontece no
pensamento analítico. O pensamento integrativo tem a capacidade de ver
todos os aspectos mais importantes - e algumas vezes contraditórios - de um problema e
propor novas soluções, que vão além e melhoram radicalmente as alternativas existentes.

FASES DO DESIGN THINKING

O design thinking é uma metodologia em que as fases ocorrem de forma cíclica e iterativa
(repetindo uma ou mais ações) isso significa que é possível realizar novamente qualquer
etapa, seja para melhorar as soluções ou para buscar novos direcionamentos. Podemos dizer
que o design thinking é formado por um conjunto de fases que se sobrepõem e possui muitos
ciclos de feedback, para permitir as interações e acomodar os insights que surgem em cada 1 // INSPIRAÇÃO
estágio do processo.
Entendendo qual o problema e seu contexto
Existem muitas leituras sobre design thinking, e é comum encontrar descrições diferentes, por
exemplo, você pode ver um processo de cinco fases nomeadas de uma forma ou um processo Na fase Inspiração o grupo vai conhecer o contexto das pessoas para observar como vivem
com três fases identificadas por outros nomes. Pode parecer confuso, mas isso só acontece e ouvir seus desejos, é nessa fase que o grupo se abre para novas experiências. Ao entrar
porque o design thinking é flexível, e podemos adaptá-lo sempre que for preciso. Além disso, em contato com as pessoas, é importante criar empatia e ouvir histórias para entender os
sabemos que a essência do processo é uma só: busca-se compreender as pessoas no contexto problemas e perceber as oportunidades. Foca-se no ser humano com o objetivo de levantar
em que vivem para identificar problemas, depois o time analisa as informações coletadas e informações de quatro tipos: o que as pessoas falam, como agem, o que pensam e como
propõe soluções que são testadas com as pessoas envolvidas; esse processo pode acontecer sentem. Depois disso, o grupo compartilha as informações e discute sobre as oportunidades
diversas vezes até que se chegue ao resultado final que será implementado. para chegar a um consenso sobre as causas que quer abraçar.

Para criar ou apoiar uma mobilização social, escolhemos nos guiar por um processo de design Para buscar soluções sustentáveis a qualquer tipo de problema é necessário fundamentar o
thinking amplamente utilizado em projetos sociais por várias empresas e instituições mundo problema social, buscando dados qualitativos e quantitativos que refletem concretamente a
afora. Esse processo está no Kit de Ferramentas elaborado pela empresa Ideo (2015) - The realidade e o que pode ser modificado. Ou seja, compreender qual a necessidade, a relevância/
Field Guide to Human-Centered Design - Design Kit, que é dividido em três fases principais: tamanho e quais dados comprovam o problema.
Inspiração, Ideação e Implementação.

30
//
CAPÍTULO 3: Design Thinking para Mobilização social

Entendendo quem é afetado Vale refletir:

Nessa fase de inspiração, em que é extremamente importante conhecer as pessoas e • Quem tem o poder de mudar?
o contexto onde vivem, é necessário ir à rua e entender quem é o público alvo, os aliados • Quem ganha e quem perde?
(pessoas engajadas na causa), os tomadores de decisão, outros segmentos da população e a • Quem são os aliados?
população em geral. Como também reconhecer quem são os oponentes (quando houver). Para • Quem tem influência sobre o tomador de decisão?
isso podemos utilizar o mapa do poder.
Gostou? E ainda tem mais! Além do mapa do poder, separamos algumas ferramentas que
Após o levantamento dos envolvidos, analisa-se de acordo com o exercício proposto abaixo, o podem ser úteis para você nessa fase de inspiração. Elas foram retiradas do site www.
poder que cada um tem a favor ou contra o movimento / iniciativa que está sendo criada. designkit.org.br (Dê uma conferida nesse site, pois lá você encontra outras ferramentas que
podem te ajudar nessa jornada!)

• Entrevista
MAPA DE PODER | EXERCÍCIO
Não há melhor maneira de entender os desejos e as necessidades daqueles que você está
buscando projetar novas soluções e causar impacto do que falando com eles diretamente, você
MAIS PODER não acha? Por esse motivo, a entrevista é a principal ferramenta da fase de inspiração. Como
já dissemos anteriormente, o design centrado no ser humano busca envolver as pessoas que
você está projetando para ouvir as suas próprias dores e alegrias.
Uma dica importante: sempre que possível, conduza suas entrevistas no espaço do entrevistado,
pois você tem mais chances de aprender mais sobre a mentalidade de uma pessoa, sobre o
CONTRA A FAVOR seu comportamento e seu estilo de vida, conversando com elas no seu local de trabalho ou de
moradia.

• Observação

MENOS PODER A observação acontece no contexto das pessoas para observar seu comportamento no decorrer
das atividades cotidianas. É uma atividade realizada com o conhecimento das pessoas
observadas e normalmente também envolve entrevista informal ou conversação.
Fonte: Graziela Tanaka (Greenpeace Internacional) Durante a observação, é interessante estabelecer categorias daquilo que vai ser observado para
auxiliar a realização da atividade. O framework AEIOU, por exemplo, contém cinco categorias -

31
//
CAPÍTULO 3: Design Thinking para Mobilização social

Atividades, Espaços, Interações, Objetos e Usuários, que auxiliam a direcionar o seu olhar para
cinco elementos principais. Da mesma forma, você pode estabelecer suas próprias categorias,
de acordo com os objetivos do projeto que você está desenvolvendo.

• Pesquisa secundária

Na fase de inspiração, você irá falar diretamente com as pessoas sobre seus desafios, ambições
e seu contexto de vida. Porém, muitas vezes, você sentirá falta de dados e informações que
embasem ainda mais a sua coleta de dados. Nesses casos, uma pesquisa secundária pode
ajudar: fazendo uma pesquisa on-line, lendo livros ou buscando dados de relatórios, você
poderá ampliar seu conhecimento sobre aquele contexto que está sendo estudado.

• Os 5 por ques (The five Why’s)

Para te ajudar a descobrir as motivações e crenças profundas que sustentam o comportamento 2// IDEAÇÃO
das pessoas, você pode utilizar a ferramenta “the five why’s”.
Ao realizar uma entrevista, você pode começar com perguntas genéricas, como por exemplo, Na fase Ideação, o grupo discute sobre o que foi observado e escutado no contexto das
“como você poupa dinheiro?”, e ir aprofundando esse diálogo perguntando “por que” a cada pessoas, buscando a compreensão do problema e as possíveis soluções. Essa é a fase da
resposta. Dessa forma, você poderá chegar às raízes emocionais de um problema ou de um geração e seleção de ideias (de divergir para depois convergir). Nesse momento, já é possível
contexto. Lembra que as crianças sempre perguntam “por que” para tudo? Então! É porque elaborar protótipos rápidos e de baixo custo para comunicar uma ideia. Por exemplo, para
elas são curiosas e querem entender as coisas como são. É um ótimo jeito de aumentar seu representar um folder de divulgação buscando engajar pessoas em uma ação, você pode
entendimento sobre o que você está buscando compreender! utilizar papéis e lápis coloridos, tesoura, cola, imagens, etc. Mesmo que o protótipo seja rápido
e barato, o objetivo é que ele represente a sua ideia da forma mais autêntica possível! Aprenda
• Mapa da empatia prototipando!

O mapa da empatia é uma ferramenta valiosa para se colocar no lugar das pessoas. É um convite Em uma cena de Lewis Carol, na sua imortal Alice no país das maravilhas, Alice,
a mergulhar no contexto de vida dos atores que vivem o problema e do assunto trabalhado desorientada, vê o gato na árvore e pergunta: “Para onde vai esta estrada? O gato replica:
(tema da ação). O mapa da empatia foca no ser humano com o objetivo de levantar informações Para onde você quer ir? Ela diz: Não sei, estou perdida. O gato não titubeia: Para quem não
de quatro tipos: o que as pessoas falam, como agem, o que pensam e como sentem. sabe para onde vai, qualquer caminho serve…
Para compreendê-la ainda mais, veja aqui mais informações: http://socialgoodbrasil.org.
br/2014/mapa-de-empatia-definindo-os-seus-publicos-alvo

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//
CAPÍTULO 3: Design Thinking para Mobilização social

Essa metáfora sinaliza que para qualquer projeto de mobilização é preciso ter muito claro o Impacto x resultado:
resultado que se espera atingir, ou seja, qual é de fato o problema ou desafio, que ação será
desenvolvida para solucioná-lo e como esperamos que fique o futuro. Uma maneira de olhar Impacto é a mudanças geradas no público-alvo e no sistema social, a realização do seu objetivo
com clareza para isso, é estabelecendo a sua teoria de mudança. ou de algo próximo a ele; em geral, ocorre em médio e longo prazo, pode ser mais difícil de
medir e envolve o esforço de uma multiplicidade de atores. Resultado é mais imediato e mais
Estabelecendo sua Teoria de Mudança fácil de medir (quantas pessoas assinaram um manifesto, quantas compartilharam um post
nas redes sociais, quantas foram para a rua se manifestar). O fluxo das causas - pesquisa
Um elemento importante para definir as metas de uma mobilização social para a criação ou desenvolvida pelo Inst. Arapyaú com a parceria da Shoot The Shit e Cause.
apoio a iniciativas de impacto positivo (como a criação de uma intervenção, um mutirão, uma
campanha para uma causa e etc) é definir qual é a teoria de mudança. Além da Teoria de Mudança, existem outras ferramentas que podem ser bastante úteis na fase
de ideação. Dê uma olhada nas que selecionamos, e se quiser saber mais entre no site www.
A meta pode ser: reativa (tentando mudar algo que não vai bem no mundo) designkit.org.br.
proativa (tentando manter algo que esteja bem no mundo)
• Brainstorming

A Teoria de Mudança é uma sentença com três elementos: Um brainstorming é uma chuva de ideias! O objetivo dessa ferramenta é gerar o maior número
de ideias possíveis a respeito daquele problema ou oportunidade de projeto. Nessa hora, valem
tanto as ideias mais pés-no-chão quanto as ideias bem mirabolantes! Só o que não vale é
julgar ou criticar as ideias dos participantes, pois isso quebra o ritmo de criatividade do grupo.
Portanto, o objetivo dessa ferramenta é gerar, de forma bastante colaborativa, um amplo
número de possíveis soluções.

PROBLEMA/DESAFIO AÇÃO SOLUÇÃO • How Might We (E se?)


(QUAL É?) (O QUE VAMOS FAZER?) (COMO VAI FICAR O FUTURO?)
Essa ferramenta permite que você reformule dados e percepções coletadas em desafios ou
Fonte: Renato Guimarães (Greenpeace Brasil) oportunidades para o projeto. A expressão “E que tal se...” te desafia a pensar em soluções
para as situações que estão sendo observadas e abre espaço para o pensamento inovador na
resolução de problemas.
A Teoria de Mudança vai te ajudar a pensar no futuro e em quais resultados você deseja atingir
e qual impacto que sua iniciativa terá. Por isso, lembre-se da diferença entre impacto e
resultado:

33
//
CAPÍTULO 3: Design Thinking para Mobilização social

• Feedback

Solicitar feedback sobre suas ideias e protótipos é um elemento central da fase de ideação,
pois isso ajuda a manter as pessoas para as quais você está projetando no centro de seu
projeto. Assim, as chances de criar algo que as pessoas gostem e irão adotar aumenta as
chances de sucesso da iniciativa de impacto que você está criando ou apoiando.

• Protótipo rápido

A prototipagem rápida é uma forma muito eficaz para tangibilizar ideias e também uma forma
de obter feedback rapidamente das pessoas que são o público chave da iniciativa de impacto.
Protótipos rápidos buscam apenas transmitir as ideias de forma simples e te permitem
aprender rapidamente com as pessoas para a qual você está criando seu projeto, criando
ciclos iterativos de melhorias nas soluções desenhadas. FOTO: BRUNA MEDEIROS
3// IMPLEMENTAÇÃO
• Cinco melhores
Depois de pensar em soluções sem bloquear o processo criativo e colaborativo, chegou a hora A fase Implementação é a hora de colocar a ideia em prática, executando as soluções
de definir quais são as cinco melhores ideias. Cada integrante da equipe elege e expõe as desejáveis encontradas na etapa anterior, realizando as melhores ideias através de um
cinco melhores ideias que consideram, e essas ideias podem ser agrupadas por semelhança. plano de implementação. É testar e avaliar os resultados (se perguntar: o que farei com esse
Isso ajuda a equipe a direcionar estratégias e a descobrir temas e revelar oportunidades para aprendizado?)
projeto.
Essa é a hora de colocar a sua ideia no mundo! Para te ajudar ainda mais a visualizar como
é é possível criar ou apoiar uma mobilização, se liga que nas próximas páginas tem muita
inspiração vindo dos parceiros Shoot the Shit, Live Lab e Atados.

Antes disso, confere aqui a seleção de ferramentas que podem ajudar na fase de implementação:

• Construindo parcerias

Saindo da fase de ideação e entrando na fase de implementação, você começará a sentir a


necessidade de mapear os parceiros que vão te ajudar a realizar sua iniciativa de impacto.

34
//
CAPÍTULO 3: Design Thinking para Mobilização social

A ideia principal dessa ferramenta é identificar os parceiros necessários - pensando, por


exemplo, em local de realização, financiamento, comunicação, etc - e começar a construir
relacionamento com eles.

• Definindo Sucesso

Essa ferramenta é muito interessante porque, além de te ajudar a construir estratégias, te


ajudará a entender o que pode ser considerado como sucesso no resultado e impacto de sua
iniciativa. Pensando em uma variedade de horizontes, você definirá: o que é sucesso nos
próximos dois meses? No próximo ano? Em cinco anos? Imagine o sucesso tanto em termos da
iniciativa que está sendo criada quanto das pessoas que serão afetadas!

• Roadmap

Uma vez que você já tenha ideias delineadas e testadas, é preciso criar um plano para
implementação. Esse plano será um roteiro que reunirá os principais interessados no seu
projeto e também a linha do tempo para sua execução. Ou seja, essa ferramenta te ajuda a
construir um plano de ação para colocar sua ideia no mundo!

• Pitch

Depois que sua ideia já foi criada, é preciso comunicá-la para o mundo! Um pitch é uma
grande maneira de comunicar sua ideia, como ela funciona, porque ela é importante e quem se
beneficia. Ao fazer um pitch, você deve esclarecer os elementos-chave da sua ideia e refinar a
forma como você fala sobre eles. Assim, o pitch é uma forma de apresentar a sua ideia que vai
ajudá-lo a convencer diferentes tipos de pessoas a se engajarem na sua iniciativa!

No site do SGB tem mais informações sobre como fazer e algun diferentes tipos de pitches:
http://socialgoodbrasil.org.br/2013/pitch-e-apresentacoes-impactantes

35
//

“Não tem nada mais


forte que uma ideia que
chega ao seu momento de
manifestação. Isso não pode
ser criado, não pode ser
manipulado”
Oswaldo Oliveira
36
//

37
//
CAPÍTULO 4: Exemplos Práticos para Criar uma Mobilização

#EUCRIO Sugestões de vídeos:


inspirados no >>
Sorrisos Urbanos | Shoot The Shit + Smile Flame
Cadeiraço - Shoot The Shit
Campanhas digitais e o novo voluntariado:a tecnologia
// INTRODUÇÃO fortalecendo o protagonismo - Seminários Social Good Brasil 2014
Paraíso do golfe - Shoot The Shit
O que essa missão quer inspirar? Que ônibus passa aqui - Shoot The Shit

Se você não faz parte da solução, você faz parte do problema. Percebemos que o mundo está
em um processo de transformação, a cada dia vemos que muitas coisas estão mudando. \0/ Partiu despertar nossa energia, coragem, criatividade e impulso de colaboração para
Minorias estão conquistando mais espaço, estamos questionando soluções de mobilidade transformar para melhor a realidade a nosso volta.
urbana, repensando o acesso à educação, buscando um consumo mais consciente. Se tem
alguma mudança na qual você acredita, lute por ela, caso contrário ela não virá. “ArtEfício” : Olha essa coleção de frases inspiradoras, criada pela Shoot de Shit, cujo objetivo
é espalhar questionamentos pelos muros, postes e tapumes na cidade. São frases de pessoas
A proposta de uma atividade mão na massa é estimular o protagonismo individual e coletivo, famosas que tratam sobre assuntos como motivação, empreendedorismo, coragem, atitude.
convidando as pessoas a se envolverem com a solução de um problema que é cotidiano. Elas servem como estímulo para as pessoas num ambiente urbano que muitas vezes é estéril.
Aqui você pode fazer download free dos lambes, genial hein? www.bit.ly/DormeComEssa
A cidade é o nosso mundo e nela está a ferramenta da mudança. Acreditamos que a melhor
forma de mudar algo é fazendo. Então te convidamos a realizar uma microrrevolução que Entendendo o desafio / problema que querem resolver?
impacte positivamente a sua cidade. Chame seus amigos, a sua comunidade, seus vizinhos
e #bora deixar um legado, fazer a diferença, inspirar, se divertir e conhecer gente do bem <3 O que é preciso estar atento:

// MISSÃO: Dê um presente á sua cidade’ - “Escolha uma rua, um bairro ou qualquer outro 1- Entender o que significa esse problema no contexto local e social - O que significa isso para
local público da sua cidade e descubra o que você e os seus amigos podem fazer juntos por as pessoas que vivem esse problema?
esse lugar Nada como criatividade e pessoas para tornar uma rua mais habitável :) “ 2- Acreditar no melhor do Ser Humano - Acreditar que as soluções já existem sempre onde
Prazo: 48 horas estão os problemas.
3- Localizar quais são os talentos, os recursos e os desejos abundantes em cada lugar.

38
//
CAPÍTULO 4: Exemplos Práticos para Criar uma Mobilização

Montando um time: Definindo o local. O que é importante ter em mente nesse momento?

1- As pessoas que vieram são as pessoas certas. Não perca tempo montando o time perfeito. 1- Perguntar o que as pessoas do local escolhido desejam ou precisam (ex: moradores do
Comece com o que você tem, com as pessoas que estão pilhadas ao seu redor. Muito bairro, frequentadores da praça, usuários do transporte público e etc.). É importante saber que
importante: façam algo RÁPIDO. Essa coisa que vai acontecer com vocês juntos vai criar o a solução deve ser criada em conjunto. É importante saber o que eu posso oferecer para esse
primeiro “bonding”. Uma cola que vai unir vocês para os próximos projetos. contexto e porque eu gostaria de me adentrar mais nesse contexto.

2- Depois disso, tentem de alguma forma distribuir atividades pelas habilidades de cada um.
A ideia de que “todo mundo faz tudo” não dá certo. Faça o que você faz de melhor. Colabore
com os outros para ajudar. Mas forme um dream team engajado em cada parte do processo. As pessoas que vieram são as pessoas certas. Não perca tempo
Pessoas motivadas encontram soluções e aprendem habilidades novas quando precisam. montando o time perfeito. Comece com o que você tem, com as
pessoas que estão pilhadas ao seu redor. Muito importante: façam
3- Outra coisa: Não tenha medo de compartilhar sua ideia. Quando mais pessoas souberem algo RÁPIDO. Essa coisa que vai acontecer com vocês juntos vai criar
sobre sua ideia, maior a chance de ela dar certo. A probabilidade de alguém te ajudar é muito
maior do que a probabilidade de alguém roubar sua ideia.
o primeiro “bonding”. Uma cola que vai unir vocês para os próximos
projetos. Depois disso, tentem de alguma forma distribuir atividades
Qual a nossa causa? (é algo que eu descubro, sinto, entro em consenso com a equipe, pelas habilidades de cada um. A ideia de que “todo mundo faz tudo”
o que fazer)? não dá certo. Faça o que você faz de melhor. Colabore com os outros
para ajudar. Mas forme um dream team engajado em cada parte do
A Causa emerge. Algo que te faz ficar puto. Algo que te tira do sério.
Importante: Causa é uma ramificação de um tema complexo. Por exemplo: Mobilidade Urbana processo. Gab Gomes | Shoot The Shit
é um tema. Dentro desse tema tem Transporte público, Bikes, Ciclovias, Carros elétricos etc.
Escolha um tema, e trabalhe as diferentes causas que estão dentro dele.

A causa vem de dentro. Tem que ser algo verdadeiro e é possível ter uma causa coletiva, algo Identificando oportunidades:
consensual dentre a equipe, mas cada indivíduo vai possuir um sonho individual. É importante
conhecer estes sonhos e trabalhar para que todos sejam contemplados em certo nível, Viva o fluxo da vida. Apareceu um caso muito forte na TV, organize sua equipe e pense como
fortalecendo a ligação de cada um com a causa. vcs podem colocar a discussão pra fora. TIMING é TUDO. No entanto, exercer pensamento
crítico acerca de notícias e tendências por aí. Não basta “ficar ligado” no que está rolando se
não se pensa sobre o assunto.

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CAPÍTULO 4: Exemplos Práticos para Criar uma Mobilização

As forças externas estão o tempo inteiro influenciando nosso comportamento. O que isso Alguém tem que enviar email. Alguém tem que ir comprar material.
tem a ver com oportunidades. Organize seu movimento para que vocês consigam aproveitar
essas ondas que surgem do nada. Faça planejamentos de longo prazo, mas saiba reorganizar a
Alguém vai ter que ligar pro jornal pra avisar que vai rolar a ação. etc.
iniciativa para poder surfar essas ondas inesperadas. Tem uma frase que pra mim ajuda a superar algumas crises de “eu não
quero fazer isso” que é : Eu não gosto de fazer. Eu gosto de ter feito.
Mão na massa e mobilização ( antes, durante e depois de arregaçar as mangas o que Una seu time e conversem sobre a parte chata tanto quanto a parte
tenho que saber)? legal. Se fosse fácil, todo mundo faria. Gab Gomes | Shoot The Shit
Tornar todas as pessoas da equipe como parte do processo ajuda a descentralizar as tarefas
e responsabilidades, e torna tudo mais fácil na medida em que cada um pode se focar mais.
Além disso, quando as pessoas se envolvem, elas criam um maior senso de pertencimento/
identificação com a ação.

Planejamento:

1- Quais recursos vamos precisar?


2- Quantas pessoas temos/precisamos?
3- Qual o dia em que todo mundo pode, vai chover? (Plano A e B)
4- Avisamos as pessoas do contexto?
5- Quais as atividades que teremos que realizar?
6- Vamos nos dividir em equipes?

Dica: Formas de sinalização ajudam na cooperação durante a ação. Flipcharts, canetinhas,


placas, papéis, etc.

Não subestime seu potencial, mesmo que pareça pequeno, faça. Ver uma ideia na rua que
ajuda outras pessoas é extremamente recompensador.

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CAPÍTULO 5: EXEMPLOS PRÁTICOS PARA APOIAR UMA ORGANIZAÇÃO POR MEIO DE UMA MOBILIZAÇÃO

#EUAPOIO Entendendo o desafio / problema que querem resolver?


Inspirados no >>
Para realmente entender o desafio que as organizações sociais, coletivos ou movimentos
vivenciam, é importante realizar visitas às instituições com as quais querem executar a ação
/apoiar, não apenas para compreender melhor seu trabalho mas também para criar o a ação
//INTRODUÇÃO de forma conjunta. Assim é possível também se manter próximo dos voluntários que surgem
da própria instituição, envolvendo eles em ações bem claras e definidas, para que possamos
aproveitar este capital humano e gerar ainda mais transformação.
Manifesto do Atados: O Poder do voluntariado
Mesmo que o trabalho muitas vezes se dê por via online ou telefone, a criação de um vínculo
O voluntário é alguém que se move em direção a uma causa ou organização para somar pessoal faz toda a diferença para a construção de uma comunidade de pessoas efetivamente
esforços, ajudar e aprender. É alguém que está aberto e disposto a prestar-se a alguma engajadas.
atividade provoque uma mudança – mesmo que pequena – em si próprio e no mundo ao seu
redor. Montando um time:

As organizações sociais trabalham com a transformação diariamente. Elas são parte Montar um bom time talvez seja o mais importante pilar para
importante da nossa sociedade, pois, para além do trabalho, contribuem para a constituição iniciar qualquer transformação. Uma equipe coerente e alinhada
de uma sociedade mais consciente. será capaz de realizar qualquer projeto e superar todas as
barreiras que o processo exigir. Para conseguir um desses, que
O encontro entre voluntários e organizações é que afeta e modifica. Que aproxima e cria garantimos, não é tarefa fácil, você precisa ter em mente três
vínculos. Essa conexão ajuda a alimentar uma rede de pessoas que tem em comum a busca coisas e, arriscamos dizer, nesta ordem exata:
do bem coletivo e da harmonização das nossas relações - com nós mesmos e com o mundo.
1- comprometimento de todos com a causa que motiva o projeto;
2- sinergia de idéias (veja, não dizemos que todos devem concordar em tudo, bem pelo
O que essa missão quer inspirar? contrário) para que discussões possam culminar em evolução conjunta e não em embates
intermináveis;
Acreditamos que a mudança começa com nossos próprios gestos, e por isso tentamos nos 3- e papéis claros, ou seja, cada membro precisa saber qual sua responsabilidade no projeto.
constituir de outra forma: mudando nosso olhar, nossa maneira de encarar a realidade e de
estar no dia-a-dia. Aprendemos muito com as pessoas que conhecemos e também pretendemos
que todos os nossos conhecimentos e aprendizados alcancem a todos que estão ao nosso
redor, em uma rede invisível onde estamos todos conectados.

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CAPÍTULO 5: EXEMPLOS PRÁTICOS PARA APOIAR UMA ORGANIZAÇÃO POR MEIO DE UMA MOBILIZAÇÃO

Qual a nossa causa? (é algo que eu descubro, sinto, entro em consenso com a equipe, Identificando oportunidades:
o que fazer)?
Nós normalmente somos ótimos em identificar “problemas”, né? Continue fazendo o que você
O processo de identificação por uma causa começa com um processo de empatia. E o processo já faz. Identifique problemas por aí. A única coisa que você vai mudar é sua compreensão sobre
de empatia começa com um processo de se abrir para novas conexões e experiências. esses “problemas”.
Pesquise e converse com organizações e pessoas na sua cidade que estão desenvolvendo
trabalhos em diferentes causas e busque conhecer o trabalho. Provavelmente em uma destas TODO problema pode se transformar em uma OPORTUNIDADE.
visitas você entenderá qual projeto se conecta com você.
Um exemplo: visitando uma organização que trabalha com refugiados o Atados identificou que
Em resumo: c​ onverse com o máximo número de pessoas de diferentes projetos e relaxe... um problema é que os refugiados tem dificuldade em se posicionar no mercado de trabalho.
confie no processo. Ao mesmo tempo, sabemos que muitos refugiados tem um elevado nível educacional, riqueza
cultural diferente e conhecem outro idioma. Neste cenário nós pensamos em realizar um curso
Definindo o local. O que é importante ter em mente nesse momento? de idiomas em que os refugiados são professores de idioma e cultura (www.abracocultural.
com.br)
Ao escolher a Organização Social a ser apoiada, preste atenção nesses passos:
Mão na massa e mobilização ( antes, durante e depois de arregaçar as mangas o que
1° Converse tenho que saber)?
com a pessoa da organização social e entenda o trabalho que ela realiza.
ANTES:
2º Pergunte
e liste todas as respostas e possibilidades, pois a pessoa da organização é quem • Identificação e articulação com a Organização social.
mais entende das dificuldades ou da realidade dos atendidos. • Identificação de demandas reais da organização social.
• Planeje.. Sempre coletivamente. Mas não se perca nisso. Planeje apenas
3º Digira o suficiente para que a “filosofia” não tome o lugar da “ação”.
todas as informações e faça um brainstorming em cima disso com o grupo. Pense • Não “fale mal” ou reclame das dificuldades encontradas, não esqueça de sempre compartilhar
quais são os recursos que são necessários para realizar o projeto e onde encontrá- as dificuldades e os sonhos!
los (pode ser alguém da equipe ou pessoas da rede que topariam ajudar) • Validação da proposta com a organização social.
• Engaje as pessoas. “Sonhe que se sonha sozinho é apenas sonho”
4º Proponha • Contextualização para mobilização, você só conseguirá mobilizar se conseguir explicar:
proponha as oportunidades e refina suas ideias com a organização • Porque eu vou te ajudar?
• Qual solução estamos buscando?

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CAPÍTULO 5: EXEMPLOS PRÁTICOS PARA APOIAR UMA ORGANIZAÇÃO POR MEIO DE UMA MOBILIZAÇÃO

• O que está por trás desse trabalho? Compartilhando experiências:


• Qual será a abordagem? Alguns pontos que a galera do Atados reflete sobre o que funciona ou não quando o assunto é
• Você deverá criar um ENGAJAMENTO PROPOSITIVO, mostrando os resultados que serão mobilizar e engajar para transformar.
obtidos com tal engajamento
• Definir responsáveis e tarefas na equipe O QUE ENGAJA?
• Alinhar expectativas para evitar frustrações entre os membros da equipe e com a organização • Contato com público final
social • Conhecimento de realidade distinta
• Atividade em grupo – formar grupos, mesmo que perca a eficiência em 1º momento
DURANTE: • Desenvolvimento pessoal (ex: Guerreiros sem Armas, BASE)
• Empoderar os envolvidos
• Tenha compreensão de tudo que foi planejado, mas confie no inesperado. • Chamar pra coisa legal e não sacrifício em um 1º momento
Ninguém tem controle de nada. Nós temos a ilusão de termos controle. Não • Trazer pro real e ter contato com pessoas
se iluda. O inesperado vai sempre transformar nossas ações e, sabendo lidar
com ele sem desespero, podemos (quase) sempre fazer com que essa transformação seja para O QUE NÃO ENGAJA?
melhor. • Pedir favor
• Fique ligado nos talentos e valores de cada um. Trabalhando junto você saberá no que cada • Entrar em desespero
um é bom • Chamar para coisas chatas
• Presença é a palavra chave. Se as pessoas estiverem presentes, de corpo e alma a ação já
terá sido um sucesso. Para mobilizar MUITAS pessoas para uma ação, temos que pensar formas de isso ser “mais
• Não sobrecarregue as pessoas legal” ir desenvolver as ações sociais do que: ir ao shopping, ir a um show, ir a uma festa, sair
com os amigos, sair com a namorada, ficar em casa sem fazer nada, etc
DEPOIS:
Os projetos com as características abaixo possuem maior engajamento de longo
• CELEBRE! prazo:
• Sério, esse ponto merece até dois ítens. Celebrar é tão importante quanto
realizar. Não precisa ser necessariamente uma festa. Precisa sim ser real, • Resultados e impacto visíveis
de coração e genuíno. Mesmo que seja só um “abraço coletivo”. Sempre celebre. • Grupos que se tornam amigos ou apreendem trabalhando juntos
• Encerre, de verdade, a ação. Não deixe pontas soltas, coisas inacabadas, ou questões mal • Aprendizados constantes/crescimento pessoal/desafios
resolvidas. Garanta que sua ação tenha tido começo, meio e fim. • Empoderamento constante
• Contato com público final/saber dos resultados com o público
• Tenha carinho com os envolvidos no projeto, esteja aberto para ouvir, elogiar, acompanhar e festar.

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“A sociedade distribuída e em rede na
qual todos nós estamos incorporados nos
transformou a todos em comunicadores,
potenciais agentes de mudança e
ativistas. Esqueça a velha imagem de
ativismo associado ao jovens meio loucos
prendendo-se a uma âncora de navio.
Embora estes ativistas ainda sejam muito
importantes, eles são apenas
a ponta do Iceberg.”
Renato Guimarães
45
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CAPÍTULO 6: comunicaçÃO PARA MOBILIZAÇÃO SOCIAL

Nos últimos anos, movimentos populares têm se espalhado pela internet, provocando segredo: todos podem fazer valer sua voz a favor de assuntos e causas que importam.
grandes manifestações dentro e fora da rede. Apesar de grande parte dessas mobilizações A revolução digital trouxe inúmeros desafios, mas também oportunidades para a comunicação
ser politicamente motivada, em sua maioria, os protestos surgem independentemente de de causas. O engajamento mais efetivo ocorre quando há identificação com as causas
bandeiras partidárias. “A mudança vem como um reflexo do mundo contemporâneo em que comunicadas, quando as pessoas consideram que o seu envolvimento fará a diferença,
as vozes tendem a ser menos hegemônicas, porque são construídas em comunidades virtuais despertando o potencial de serem agentes de transformação.
cujas características são praticamente as mesmas da web: descentralização, horizontalidade,
conhecimento distribuído, compartilhado e construído de forma colaborativa”, (Movimentos Alguns pontos importantes para construir uma comunicação para causas sociais é a transparência,
Sociais e Ciberativismo: o que muda? Fernando Fomes e Sonia Piaya). abertura, colaboração e a possibilidade de trazer todos para o debate, pois de acordo com Bruno
Torturra, no estudo sobre comunicação de causas - desenvolvido pelo Instituto Arapyaú com apoio
A comunicação de causas é, cada vez mais, um processo de diálogo, que pede criatividade e da Shoot The Shit e Cause: “A gente ainda trata o público como ouvinte, como espectador, passivo. A
adquire importância fundamental para a construção de um posicionamento crítico. Ou seja, grande novidade é que as pessoas não estão mais tão interessadas em ouvir, e sim em falar. E isso
cada vez mais as modalidades comunicativas, colaborativas e expressivas tornam-se, em si muda completamente o jogo de comunicação. O que você precisa, na verdade, é fazer com que as
mesmas, práticas de resistência, capazes de estabelecer novos arranjos subjetivos, novos pessoas queiram falar sobre o assunto, e não escutar tanto.”
modos de ser e estar no mundo.

Com o apoio de toda essa tecnologia, temos mais acesso a informações e somos mais capazes
de compreender os caminhos que levam ao protagonismo social. Antes as informações É preciso compreender ambos como uma moeda de duas faces. Um é
demoravam a circular e o poder de comunicar ficava restrito à poucos meios. Hoje não tem extensão do outro. O engajamento online é bem sucedido apenas se as
ações em campo forem tratadas com o mesmo afinco. Por isso nosso
engajamento é baseado em escancarar possibilidades concretas de
atuação para as pessoas que buscam “fazer o bem” mas não sabem
Um grande desafio na comunicação de causas é a falta de conhecimento
por onde começar. Atados
sobre mobilização e voluntariado. A desinformação sobre o tema gera
preconceito e desinteresse por parte da sociedade civil. Para solucionar
isto tentamos ter um posicionamento comunicacional inovador, que
impacte não somente as pessoas que já estão relacionadas com o
setor mas também aqueles que ainda precisam “despertar” para uma Uma maneira de analisar os diferentes públicos e pensar em como criar uma comunicação
segmentada é utilizar a curva de engajamento - já ouviu falar sobre ela?
causa. Atados

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CAPÍTULO 6: comunicaçÃO PARA MOBILIZAÇÃO SOCIAL

CURVA DE ENGAJAMENTO Criando e aumentando o engajamento

Na hora de pensar em engajar ou mobilizar para qualquer causa ou ação é importante entender Para construir e ampliar comunidades é preciso desenvolver tecnologias, design e estratégias
que ninguém deve ficar alienado, a comunicação precisa chegar a todos, pois existem diferentes que criem canais de acesso estimulantes e progressivamente levem os participantes a
grupos de pessoas que se comportam de maneira mais ou menos atuante / engajada. Todos são aumentar seu comprometimento.
importantes e necessitam receber as devidas informações.
Hoje alguém que é um “ativista de sofá” pode ser amanhã um ativista militante que vai pra rua
“vestir a camisa” e levantar uma bandeira por uma causa que acredita.
ORGANIZAR
Renato Guimarães, que já passou pela Purpose, Together, contribuiu com a criação da Rede Núcleo comprometido
Minha Sampa e hoje atua no Greenpeace Brasil como gerente de mobilizações, descreve uma Ativar e empoderar os participantes PARTICIPAR
das metodologias utilizadas para a criação de movimentos e campanhas de mobilização social mais engajados

NÍVEL DE ENGAJAMENTO
que é a análise da curva de engajamento e a importância da construção de uma comunicação
direcionada para cada um dos diferentes segmentos de públicos. “A Curva de Engajamento é
COMPRAR/DOAR
uma ferramenta que reconhece o fato de que cada pessoa é importante para o sucesso de um
movimento ou mobilização. Mesmo aquelas pessoas que, em um primeiro momento, estão
dispostas apenas a compartilhar ou dar um like em um vídeo. Estas pessoa é tão importante CRIAR
quanto um ativista de rua. Todos combinados criam a mudança, de acordo com seus próprios
momentos e interesses pessoais.” Novos membros COMPARTILHAR
Obter escala com canais de ação
Assim sendo, objetivo de utilizar a curva de engajamento ao criar movimentos e/ou iniciativas estimulantes e de fácil acesso
INSCREVER-SE
de impacto é conseguir escala com ações de entrada que sejam simples e virais para estimular
a participação e engajamento dos novos membros, propondo chamadas a ação (call to actions)
GOSTAR
adaptadas para cada audiência de acordo com seus níveis e interesses de engajamento.
VER

Fonte: Renato Guimarães (Greenpeace Brasil)

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CAPÍTULO 6: comunicaçÃO PARA MOBILIZAÇÃO SOCIAL

Para a galera da Shoot The Shit, engajamento é chave para qualquer tipo de transformação. COMPARTILHE SUA MOBILIZAÇÃO COM O MUNDO
Eles sempre buscam criar diferentes níveis de engajamento para cada projeto, pois entendem
que as pessoas têm diferentes motivações e desejos, e por diferentes razões, se envolvem É muito importante não deixar de lado o registro de todo o processo, tanto fotográfico, como
com as atividades às vezes de maneira mais profunda e às vezes de maneira mais superficial. o documental. Além disso, a narrativa utilizada, como eu conto o problema de uma forma
Em cada ação/projeto são pensados de que maneira é possível envolver mais pessoas e fazer simples e que seja fácil de entender tem o poder de promover compreensão de outras pesso-
com que a ideia cresça utilizando tanto o online como o offline. Ao criar diferentes níveis as para que se engajem e apóiem uma ação / mobilização.
de engajamento, torna-se mais fácil envolver pessoas que querem apenas clicar num botão
de compartilhar (online, baixo engajamento) como ir para a rua replicar a ação (offline, alto Nossa maior arma é a conscientização. Faça um vídeo, colha depoimentos, fotografe e di-
engajamento). vulgue nas suas redes sociais. Compartilhe suas propostas nas paredes, no seu blog, no seu
mural. Reúna-se localmente, convoque seus amigos, erga suas bandeiras, vá às ruas.
Veja também: Mobilização social do Third Circle - Shoot The Shit: http://pt.slideshare.net/
shoottheshit/third-circle-by-shoot-the-shit A maior parte da população mundial tem uma câmera no bolso. Cada vez mais, usa-se o vídeo
para registrar e denunciar abusos. Mas em muitos casos, esses vídeos são filmados sem
segurança e acabam não fazendo muita diferença. A Witness é uma organização internacio-
nal sem fins lucrativos que capacita e ajuda ativistas e cidadãos a usarem o vídeo na luta por
direitos humanos e em seu site é possível encontrar tutoriais que ensinam como é possível
Engajamento, pra gente, não é como uma lâmpada normal, que ou
realizar uma missão e registrar a verdade com credibilidade.
está acesa, ou está apagada. É uma uma lâmpada daquelas que você
pode controlar a intensidade. Algumas pessoas estão com uma luz Segundo a galera da Witness muitas fotos e vídeos ainda não conseguem realizar o potencial
mais forte, outras estão com uma luz um pouquinho mais fraca, mas que têm para trazer justiça e não levam a impactos diretos porque o contexto das imagens
não quer dizer que não estão engajadas. São apenas níveis diferentes. é difícil de se decifrar ou porque não foram filmados, armazenados ou compartilhados da
Antes de qualquer coisa a gente tenta identificar quem são as pessoas maneira mais eficaz e segura.
Para saber mais, acesse aqui!
que possuem a luz mais forte com relação àquela causa e convidamos
para PARTICIPAR do processo. Gab Gomes | Shoot The Shit IMPORTANTE:

Certifique-se SEMPRE que as pessoas registradas (em vídeos, fotos ou depoimentos) apro-
varam “aparecer” e sabem quais serão os canais que a equipe irá disponibilizar os materiais
desenvolvidos (jornal, redes sociais, rádio e etc). Preparem um termo de autorização de ima-
gem (tem um modelo abaixo), PRINCIPALMENTE quando envolver crianças. Os pais sempre
terão que autorizar ou não será possível registrar dados pessoais e o rostos.

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CAPÍTULO 6: comunicaçÃO PARA MOBILIZAÇÃO SOCIAL

Empatia, bom senso e escuta ativa ajudam a evitar qualquer situação problemática em MODELO DE TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM | MENORES DE
processos de entrevistas e/ou registros. De forma geral, as pessoas se solidarizam, vêem IDADE
importância na causa e topam participar ativamente, mas estabelecer um vínculo de confiança
é a chave para que tudo corra bem :)
Eu, _____________________________________________________,portador(a)
Utilizem os modelos abaixo, de acordo com o público, basta copiar o trecho relativo ao termo de cédula de identidade nº _______________________________,CPF Nº
e colar em um documento em branco, imprimir e utilizar durante as ações,. Lembre-se de ______________________________autorizo meu filho (a) ____________________
preparar duas (02) vias, uma deverá ficar com a equipe e outra com a pessoa que foi filmada _______________, de _____ anos a ser registrado (a) em imagem, vídeo ou fotografia e
ou fotografada. veicular minha imagem e depoimentos em qualquer meio de comunicação para fins didáticos,
de pesquisa e vivência prática de ações de impacto social durante o Programa Agente Social
Good Brasil, sem quaisquer ônus e restrições. Fica ainda autorizada, de livre e espontânea
MODELO DE TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM| ADULTO vontade, para os mesmos fins, a cessão de direitos da veiculação, não recebendo para tanto
qualquer tipo de remuneração.
Eu, _____________________________________________________,portador(a)
de cédula de identidade nº _______________________________,CPF Nº _______________, _____ de _______________ de _____________.
______________________________autorizo a registrar em imagem, vídeo ou fotografia
e veicular minha imagem e depoimentos em qualquer meio de comunicação para fins didáticos,
de pesquisa e vivência prática de ações de impacto social durante o Programa Agente Social Ass.__________________________________
Good Brasil, sem quaisquer ônus e restrições. Fica ainda autorizada, de livre e espontânea
vontade, para os mesmos fins, a cessão de direitos da veiculação, não recebendo para tanto
qualquer tipo de remuneração.

_______________, _____ de _______________ de _____________.

Ass.___________________________________

50
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“Nada é tão duradouro


como a mudança.”
Karl Ludvig Bor
51
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REFERÊNCIAS

Empatia, bom senso e escuta ativa ajudam a evitar qualquer situação problemática em Mobilização social do Third Circle - Shoot The Shit -
Mobilização social: um modo de construir a democracia e a participação, Bernardo Toro e Nísia http://pt.slideshare.net/shoottheshit/third-circle-by-shoot-the-shit
Maria Duarte Werneck, Autêntica Editora LTDA, 104 pág - http://www.compreender.com.br/
gestao/files/biblioteca/5b1eeb01411d764ed1046eea1b92be10.pdf Ferramentas criativas - http://alquimia.cc/

Um estudo sobre comunicação de causas - Instituto Arapyaú, Shoot The Shit e Cause - http:// O poder da empatia: A arte de se colocar no lugar do outro para transformar -por Roman
www.arapyau.org.br/blog/wp-content/uploads/2016/05/o-fluxo-das-causas.pdf Krznaric - https://play.google.com/store/books/details/Roman_Krznaric_O_poder_da_
empatia?id=kGvLCQAAQBAJ
Uma série de lambe-lambes cujo objetivo é espalhar questionamentos pelos muros, postes e
tapumes na cidade - http://www.shoottheshit.cc/dormecomessa How to start an empathy revolution: Roman Krznaric at TEDxAthens 2013 - https://www.
youtube.com/watch?v=RT5X6NIJR88
Documento oficial dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) - http://www.
estrategiaods.org.br/wp-content/uploads/2015/09/ODS_oficial.pdf Caixa de ferramentas criativas - http://toolbox.hyperisland.com/

Relatório Mercados Inclusivos no Brasil: desafios e oportunidades do ecossistema de negócios, IDEO. The Field Guide to Human-Centered Design. 2015 - http://www.designkit.org
que traz 19 iniciativas inclusivas do setor privado no Brasil - http://www.iniciativaincluir.org.
br/Public/upload/ckfinder/files/Relat%C3%B3rio.pdf

Design Thinking: Uma Metodologia Poderosa para Decretar o Fim das Velhas Ideias - Tim
Brown - https://www.ideo.com/by-ideo/change-by-design

Tedtalks Tim Brown-


https://www.ted.com/talks/tim_brown_urges_designers_to_think_big?language=pt-br

Witness é uma organização internacional sem fins lucrativos que capacita e ajuda pessoas a
usarem o vídeo na luta por direitos humanos - https://portugues.witness.org

Construindo movimentos, não organizações - Por Hildy Gottlieb - http://socialgoodbrasil.org.


br/2015/construindo-movimentos-nao-organizacoes

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CRÉDITOS

Coordenação Geral e Curadoria - Silvia Luz Revisão Geral - Carolina de Andrade Design Gráfico - Mariel Ramos
Inovadora e empreendedora social, psicóloga especialista Mestre em Gestão de Tecnologia e Inovação Publicitária formada na Universidade do Vale do Itajaí
em atendimento a criança e adolescente em situação de pela Spru/University of Sussex (Inglaterra) e especialista (Univali), com MBA em Gestão de Negócios, Mercados
risco, coordenadora dos Programas Agente SGB e Fellowship em Empreendedorismo pela FGV EAESP/BABSON College e Projetos Interativos (iGroup). Iniciou sua carreira no
SGB. É coordenadora voluntária do Green Drinks Floripa, (EUA). É Diretora Executiva do Social Good Brasil. Foi mercado publicitário atuando em agências de publicidade.
movimento mundial que fomenta encontros e networking diretora da aceleradora de negócios sociais Artemisia, onde Trabalhou por 5 anos no serviço público e por duas vezes em
para causas socioambientais e promotora do Sistema B trabalhou por quatro anos. Atuou como vice-presidente na equipes digitais de campanhas políticas. Hoje faz parte da
Brasil em Santa Catarina. AIESEC Brasil em 2003/2004. É fellow LEAD (leadership for equipe da Comunicação do Social Good Brasil.
sustainable development), co-fundadora de organizações
sociais e +SocialGood Advisor.

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