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BEIRA
FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO
CURSO DE CONTABILIDADE E AUDITORIA
Contabilidade de Gestão I
Segundo Iudícibus (1993), empresas com processo de produção conjunta são aquelas
em que a partir do processamento, em várias fases e departamentos, da mesma matéria-
prima básica, são obtidos vários produtos, denominados co-produtos e eventualmente
alguns subprodutos.
As sucatas não só não recebem custos, como não tem sua eventual receita considerada
como diminuição dos custos de produção. Mesmo que existam em quantidades
razoáveis, não aparecem como stock na contabilidade.
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Para Horngren (1981), as sucatas são um produto com valor de venda mínimo.
Enquanto Maher (2001) defende que as sucatas são um produto cujo valor realizável
líquido é mínimo, ou mesmo negativo, em função dos custos de sua disposição.
Santo (2000) diz que as sucatas são resíduos que podem ou não ser decorrência normal
do processo de produção, não possuindo valor de venda e condições de negociabilidade
boas.
A produção conjunta apresenta problemas no que diz respeito ao custeio dos produtos e
aos seus custos conjuntos. Estes são custos comuns aos produtos conjuntos, não
havendo possibilidades de conhecer os custos reais de cada um deles. Assim, com a
necessidade de se calcular os custos por produtos, adoptam-se critérios para repartir os
custos conjuntos pelos produtos.
Custos específicos industriais são aqueles custos que acompanham aos semi-produtos
ou produto intermédio para a fase final do produto, com a seguinte fórmula:
CEI= Custos do mês disponíveis na fase seguinte + TCi – TCf – Subproduto + Resíduo
Custos
Segundo Martins (2003), custo é um gasto que pode ser relativo a um determinado bem
ou serviço que será utilizado na produção de outros bens ou serviços.
Martins (2010) define custo como o gasto relativo a bem ou serviço consumido na
produção de outros bens e serviços.
Custos Conjuntos
São custos aplicados no mesmo processo de produção que no determinado ponto de
separação, são identificados novos produtos separadamente.
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Segundo Matz, Curry e Frank (1978), custos conjuntos são aqueles incorridos antes do
ponto em que os produtos identificáveis separadamente emergem dos mesmos
processos.
São custos incorridos num mesmo processo até um determinado ponto em que os
produtos individuais podem ser identificados.
Para Horngren (2004), custos conjuntos é o conjunto de um único processo que gera
diversos produtos simultaneamente. E custos separáveis são os custos incorridos após o
ponto de separação, atribuídos a um ou mais produtos individualmente.
Para Garrison (2001), produtos conjuntos são dois ou mais artigos produzidos a partir
do mesmo insumo.
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Na visão de Martins (2010), os principais critérios de alocação dos custos conjuntos de
co-produtos são:
2. Subprodutos
Para a valorização dos subprodutos podem ser utilizados os seguintes critérios:
Custo Nulo: os produtos principais suportam todos os custos conjuntos
representando o valor de venda dos subprodutos após a dedução de todos
custos com a sua venda. Os produtos principais ficam com um custo alto;
Lucro Nulo: os subprodutos não proporcionam qualquer resultado pelo
que o valor de venda deduzido dos custos com a venda é subtraído dos
custos conjuntos. Assim o valor dos custos atribuídos aos co-produtos é
baixo.
3. Resíduos
Os produtos com valor comercial nitidamente inferior aos restantes são
chamados de subprodutos, e que quando não tem valor comercial é designado de
resíduo. Quando tem valor de mercado e este é conhecido, é lhes atribuído um
custo igual ao seu valor de venda.
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Costeletas
Caso prático
A empresa Industrial de Suínos, produz em regime de produção conjunta, as Carnes
tipo A (bacon) e B (presunto) que comercializa no mercado, após operações de
embalagem, ao preço de venda unitário de 3,75mt por kg e 4,80mt por kg
respectivamente. No ponto de separação obtém, para alem dos produtos A e B, o
subproduto S que vende a um cliente ao preço de 1250mt por tonelada e o resíduo R que
manda destruir pagando 1500mt por tonelada.
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A empresa reparte os custos conjuntos em função do valor de venda relativo no ponto
de separação e mensura o subproduto pelo critério do lucro nulo. O custo das vendas da
demonstração de resultados por funções do período foi de?
Resolução:
Quantidad
Produtos e Ef PA PV Unidade
A 80 0 3750 toneladas
B 96 4 4800 Toneladas
S 12 0 1250 Toneladas
Custo: 1500 por
R 20 toneladas
Custos
Conjuntos 495.000
Subprodutos Lucro Nulo
Agora, se apura o custo a atribuir ao subproduto tendo em conta o critério de lucro nulo:
CIPA:
No valor de venda, foi analisado o período e não a quantidade vendida. A ração A não
apresentou diferença entre a quantidade vendida e a produzida por ser igual, e a ração B
tem stock de 4 toneladas, logo a quantidade a considerar será de 96 + 4=100toneladas.
Nos custos conjuntos, a repartir temos em conta os vários custos resultantes da produção
da ração:
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Custos de matérias e materiais diversos e gastos de conversão;
custos de destruição de resíduos;
retirar o custo atribuído ao subproduto.
Quando se calcula o CIPA, inclui-se os valores dos custos conjuntos mais os custos
específicos industriais
Conclusão
Quando dois ou mais produtos, de custos elevados e importantes para a empresa,
surgem de uma única matéria-prima, ocorre a produção conjunta.
Os resíduos são produtos que emergem da produção (seja continua ou não) que em
estado normal ou com defeitos ou estragados, não tem mercado garantido de
comercialização, e sua venda portanto é bastante incerta, não podendo se estabelecer a
priori se ela ocorrerá ou não.
Quando dois ou mais produtos de valor significativo são produzidos de uma única
matéria-prima, temos os chamados produtos conjuntos. Da mesma forma que os custos
implicados na fabricação de tais produtos são chamados custos conjuntos.